21. Entre provocações e deboches
Capítulo 21 - Entre provocações e deboches
Era manhãzinha quando Jungkook acordou. Se espreguiçou, sentando na cama e olhando ao redor, no automático, procurando pelo seu guarda costas e… Surpresa! Jimin estava ao seu lado, apagado, sem roupas e com as bochechas inchadas de dormir. Parecia fofo e inofensivo. Só parecia mesmo.
O rapaz olhou para si mesmo, constatando que não estava muito diferente. Flashes da tarde anterior não demoraram a brilhar em sua mente, o causando um sorriso. Haviam tido uma foda em tanto. Estava tão alegre e satisfeito que nem importou de ser seis e quarenta de um domingo.
Como Park tinha o sono levíssimo, acordava com qualquer barulhinho, logo abriu os olhos, demorando alguns segundos a entender o porquê de estar dormindo na cama do protegido. O detalhe que lhe chamou atenção foi estar nu, do mesmo jeito que o mais novo. Também não demorou mais do que segundos para recordar os acontecimentos passados: os dois foderam a tarde toda e no cair da noite dormiram até ficarem com os rostos inchados.
— Bom dia. — Jeon cumprimentou com a voz rouca, nos lábios um largo sorriso.
— Bom dia. — disse com a voz baixa, igualmente falha, sorrindo ladino, em seguida se espreguiçando.
— Eu vou tomar um banho, você vem? — pulou da cama, quase saltitando até o banheiro.
— Está animado, tirou a seca foi? — debochou, indo até ele e se escorando no batente da porta, friccionando seus músculos sem ter a intenção, observando o modelo encher a banheira.
— O que você acha? — sorriu sarcástico.
— Não acho, baby. Tenho certeza que você teve uma noite magnífica.
Jungkook lhe olhou, mordendo o lábio ao analisar sua pose intimidante e aqueles bíceps charmosos.
— E como tem tanta certeza?
— Simples. Eu estava nela. — ficaram se encarando por alguns segundos, até caírem na risada.
— Idiota. — se virou, pegando os sais de banho, apoiando uma das mãos na beirada da banheira e abaixando as costas, jogando o conteúdo lá. Foi a vez de Jimin morder a boca.
— Só por curiosidade, quando você pôs esse piercing?
— Pouco depois que você se foi. Eu pensei em por um semelhante ao seu mas na hora quis algo diferente e menos doloroso.
— Entendi. Ficou bem em você. Devia convencer a playboy a te fotografar e exibir para seus fãs. Eles vão amar.
— Uh, aposto que sim. — riu, entrando na água espumada. — Mas eu prefiro que poucas pessoas saibam. Só as íntimas. Vem. — o chamou para entrar também e ele o fez, ficando em sua frente, com os malditos olhos atraentes cravados os seus.
— Suponho que sou uma dessas pessoas.
— Ainda tem dúvidas? — acariciou a lateral da coxa dele com o pé. — Você é meu amigo sexual agora e isso não é para qualquer um.
— Sei, sei. — sorriu, capturando o pé que lhe tocava e massageando. — Devo admitir que gostei de ver como que você anda determinado.
— E eu gostei de ver o quanto você está honesto sobre tudo. Mesmo que tenha demorado para me deixar ver isso.
— Me desculpa. — disse, sem jeito.
— Está tudo bem, Jimin-ssi. Já nos acertamos. Muito bem, inclusive. — sorriu, relaxando com o contato da pele com a água límpida, quentinha, e pela massagem que recebia.
— Não me chame de Jimin-ssi. — murmurou. Só de olhar suas reações faciais o moreno entendeu o porquê.
— Oh, eu não tenho culpa se isso te excita, Jimin-ssi. — provocou.
Ele negou, mordendo o lábio para não sorrir.
— Mas é um maldito mesmo.
— Maldito é você. Sempre foi. — riu, se sentindo nostálgico. — Era assim que eu me referia a você no passado. E cretino. Maldito cretino. Safado. Às vezes canalha.
— Mesmo assim você se aproximou e se entregou completamente.
— A culpa foi sua. Você me atraia como um bichinho hipnotizado pela luz. — o loiro gargalhou com aquela comparação. — Eu e todo mundo. Aliás, onde estão seus milhares de fãs?
— A maioria sequer se lembra de mim. Eu não ligo. Mas se eu quiser ainda posso ter a qualquer um. — deu de ombros, todo prepotente.
— Ora, seu metido! — o chutou.
— Ei! É só a verdade. — riu, aproveitando para passar a massagear o outro pé. — Com você também não é assim?
— Não. — cruzou os braços.
— Duvido. Você é Jeon Jungkook. Um dos modelos mais cobiçados da atualidade que só está em ascensão.
— Você anda muito bem informado sobre mim, não acha?
— Fiz minha pesquisa direitinho. Você é meu protegido, lembra? Agora não se faça de humilde. Diz a verdade.
— Se eu quiser, sim. Mas só quero continuar focado no meu trabalho.
— Idem.
— É por isso que vamos dar certo. — sorriu, confiante. — Pensa no quanto nosso acordo é ótimo. Não queremos saideiras, muito menos compromisso. O trabalho é importante para nós e dá pra ser feito tranquilamente. Fora que temos o bônus de você estar sempre por perto, podemos ficar toda vez que der vontade.
— Nada mal. — sorriu de volta.
— Nada mal mesmo.
Eles optaram por ficar quietos, fechando os olhos, sentindo a água morna relaxar seus músculos e a espuma dos sais de banho acariciarem suas peles.
Após limpos, secos e vestidos, os dois desceram indo direto para a cozinha pois estavam famintos.
— Ah, não tem nada pronto e acabou meus iogurtes. — comentou Jungkook.
— Você sabe cozinhar,
— Sei, mas eu estou com fome! Preciso de comida já!
— Ora, não seja mimado. Faça algo para nós. — puxou a cadeira e se sentou ereto, cruzando os braços enquanto o encarava.
— E você?
— Eu continuo ruim nisso, então é melhor deixar tudo nas suas mãos mágicas. — piscou.
— Não vai me ajudar? — ele negou pois nunca tinha vontade de fazer coisas na cozinha. — Depois eu sou mimado. Ainda continua um cretino. — resmungou, pegando alguns ovos na cestinha.
— Esqueceu o maldito. — sorriu cínico.
Jeon rolou os olhos, capturando os ingredientes para fazer omeletes recheadas.
Foi rápido, eles logo estavam aproveitando do prato.
— Ficou, realmente, muito gostoso! — o loiro elogiou, sentindo suas papilas gustativas em festa.
— Obrigado. — sorriu de leve. Em seguida, mudando de assunto. — Eu estava pensando… O que você acha da Jihee e do Taehyung juntos?
— Ah. — tomou um pouco do café que o mais novo fez, também delicioso. — Taehyung passou anos se ferrando em relacionamentos. Jihee também. No início era sempre intenso, perfeito, acontecia rápido mas terminava rápido, deixando experiências ruins. Eles têm muito em comum. Inclusive não se colocar em nenhuma caixa, por exemplo, mesmo ela saindo só com mulheres, levantando bandeira e todo mundo a considerasse lésbica, não abolia que um dia podia gostar de um cara. Mas só se ele fosse muito foda. E mesmo ele ficando com mulheres, se permitia sair com caras também, ainda que raramente de fato rolasse algo.
— Diferente.
— São só pessoas sendo livres e vivendo, independente de rótulos. — deu de ombros. — Eu, se me perguntar, me considero pan, pois acho importante levantar a bandeira para o que me identifico e ajudar a dar maior visibilidade, mas no fundo apenas me sinto alguém que gosta de pessoas, de sentir tudo o que posso com elas, independe de quem são desde que me causem emoções e sensações prazerosas.
— Eu consigo compreender. — afirmou, pensando o quanto fazia sentido.
— Enfim, acho que todas essas coisas em comum acabou os aproximando e espero que tenham algo bom dessa vez.
— Estou torcendo para que dê certo. Os dois formam um belo casal. — sorriu.
— Sim. — deu um leve sorriso. — E como vão seus amigos?
— Estão juntos. — tomou um gole do café, mesmo que preferisse suco.
— Percebi. Eu quis dizer, o que eles andam fazendo?
— Oh, Yoongi está trabalhando com o pai dele na JMotors, aliás, ele vai mostrar no evento o primeiro motor que criou e está bem empolgado.
— Imagino.
— E Hoseok se encontrou e terminou a faculdade de moda a pouco tempo, pretende ser estilista.
— Você deveria contratá-lo.
— Seria uma boa ideia, mas ele não quer sair daqui. Quer continuar morando perto do Yoongi e para isso terá que arrumar emprego na Coreia. No meu aniversário, se me lembro bem, Hoseok disse que vai tentar abrir um site próprio na internet. Se ele fizer, acho que posso ajudá-lo.
— Entendi. Tomara que dê certo então.
— Sim… O Yu… — hesitou. — Você quer saber do Yugyeom?
— Ele também é seu amigo, não? — o rapaz assentiu. — Então pode dizer.
— Bem, fora obsessão por mim, ele tem a profissão de fotógrafo mas no momento está desempregado. Quer tentar trabalho na empresa que faço parte então vamos desejar boa sorte para ele receber propostas melhores.
— E não ir para sua empresa. — concluiu. — Esperto você.
— Sou mesmo. — empinou o nariz, rindo em seguida.
Eles terminaram de tomar o café da manhã e Jimin disse que podia deixar que ia lavar a louça.
— Tem certeza? Não é um trabalho muito divertido.
— Eu prefiro. É melhor que cozinhar. Mil vezes.
— Se você diz. — não ia contrariar, menos ainda teimar em lavar porque além de não ser justo - afinal, ele quem fez a comida -, detestava esse afazer.
Não conteve um mini sorriso ao pensar que eles davam certo naquilo também. Se tivessem uma casa para viverem juntos esse seria um bom consenso. Espera! Por que diabos estava pensando em ter uma casa com ele e ainda viver junto? Arregalou os olhos, pensando ser um idiota por começar a fantasiar coisas como quando mais novo. Achou que tinha parado com essa mania. Tinha que parar. Principalmente se fosse algo relacionado ao Park. Isso para seu próprio bem, pois não podia se iludir novamente.
— Olha só quem resolveu aparecer. — disse o Kim entrando no cômodo com a parceira. — Malharam bastante ontem?
— Por que está perguntando o óbvio? Eles ficaram trancados a tarde e a noite toda, oppa.
— Não que seja da conta de vocês, mas nós gastamos toda nossa energia e ela já foi muito bem recuperada. — falou o moreno, dando uma piscadinha e recebendo sorrisos maliciosos.
— Alguém sentiu nossa falta? — perguntou o outro, terminando de colocar o prato na escorredeira, enxugando as mãos e se virando para eles.
— Kang Kyu, o empresário, ligou no celular de Jungkook várias vezes. É para retornar porque parece que ele tem um trabalho importante. — informou Jihee, entregando o aparelho ao qual o rapaz havia esquecido na sala ontem.
— Vou retornar a ligação. Mais alguém?
— Seus pais te procuraram, a Megan também. Contamos sobre seus exercícios e acrescentamos seus cuidados de pele e sono de beleza, eles caíram direitinho. Quer dizer, sua irmã ficou desconfiada, pediu para você falar com ela depois. — contou o agente.
— Era de se esperar. Eu vou ver sobre o trabalho, licença. — pegou o celular indo até o a sala de jantar vazia enquanto os demais conversavam.
— E ai? — perguntou Hee com um leve sorriso nos lábios. — Como foi?
— O que? — o guarda costas se fez de desentendido.
— Não se faça de bobo, Jimin-ah. Conta logo como foi ficar com o Jungkook. — o castanho escorou na bancada, aguardando a resposta.
— Ah, foi muito bom. Tipo, bom demais. — riu, meio bobo.
— Pra quem ficou horas trancado num quarto era o mínimo de se esperar. — debochou a mulher.
— A gente não transou até agora, pervertido. Não somos coelhos. Foram só três orgasmos, depois apagamos.
— Só. — Tae riu. — Tem gente que consegue um e olhe lá, mas para Park Jimin é só três.
— Tiraram o dia para debochar da minha cara? — cruzou os braços, sério.
— Por que está parecendo ranzinza? Pensei que havia transado ontem. — ainda alfinetou, rindo.
— E gozado intenso três vezes. Porra. Isso ia garantir minha felicidade. — disse Hee.
— São chatos, hein? Se merecem mesmo.
— Obrigado. — os agentes riram por falarem juntos, fazendo Jimin rolar os olhos mas não aguentar e sorrir. Eram chatos, porém, divertidos. E, melhor, eram seus amigos.
— Mas seguindo a lógica de vocês, com esse sumiço matutino que eu sei que teve já que sou ótimo em analisar as coisas, e com a alegria que estão, vocês devem ter fodido pra caralho. — provocou de volta.
Os dois se entreolharam.
— Não foi pra caralho, foi uma rapidinha. — ela esclareceu.
— E diferente de Park Jimin, ficamos animados com apenas um gozar.
— Aham, não me fala que é falta de tempo não.
— Agora quem é o chato?
— Deixa, Tae. Pelo menos nunca ficamos na seca, sabe?
— Quem disse que eu estava na seca? — questionou o guarda costas e eles gargalharam irônicos.
— Te conhecemos bem, Jimin-ah. Você fica todo fechado e ranzinza. — falou o rapaz.
— Mais ranzinza do que agora.
— Ei, eu não estou ranzinza, só reagindo às provocações bobas de vocês. E tinha um tempo que eu não transava, sim. Mas agora vou fazer quando quiser. — sorriu, se gabando.
— Como assim? — Jihee franziu a testa, confusa do que ele dizia.
— Explica isso direito.
— Simples. Eu estou num acordo de sexo com o Jungkook. — os agentes se entreolharam e voltaram para ele.
— Isso não vai dar certo. — quem falou foi a agente.
— Por que?
— Você não vê filme de comédia? Um sempre apaixona e ferra com tudo. É clichê, mas é verdade.
Jimin riu.
— Filmes são filmes. — afirmou.
— Mesmo assim tome cuidado, tá? Não queremos que os dois se machuquem de novo. — Tae apertou seu ombro, dando apoio.
— Beleza, mas não precisa de preocupações. Nada vai acontecer. — era o que preferia pensar.
— Se você acha. — deu de ombros.
— Ao menos eu vou poder dizer: eu te avisei. — disse Jihee, rindo.
Enquanto isso, na ligação:
— Hey, Jungkook! — a voz do empresário soou empolgada. — Eu tenho uma novidade!
— Me informaram ser algo sobre trabalho.
— E é, sim. Lembra que tínhamos um ensaio com a GQ Korea para mostrar alguns looks de tendência?
— Lembro.
— Eu consegui entrar em contato com a produtora, como terá o grande evento de sua família, a revista também fala sobre carros e você já está na Coreia, adiantamos seu ensaio fotográfico. Os convenci a te deixarem participar de um tópico maior que vai englobar seu estilo de vida, os looks e também os automóveis. Você será a capa com o título “Meu Pai vs. Meu Estilo”, não é incrível?
— Isso é uma surpresa maravilhosa! Você é demais, hyung! — exclamou animado. — Quando vai ser?
— Após o evento dos seus familiares então esteja preparado.
— Claro!
— Agora vou terminar de me arrumar para pegar meu vôo, vou chegar em algumas horas para já dar início às burocracias. Até mais!
— Até! — desligou, rindo sozinho, pois aquela notícia era muito gratificante para sua vida de modelo.
Abriu a câmera, tirando uma foto sua, surpreendendo os fãs pelo horário, já que não era de seu costume acordar cedo, e também os deixando curiosos com toda sua empolgação.
Mais tarde, Jeon realmente fez exercícios físicos e cuidou da pele, obrigando Park a lhe acompanhar.
— Você acha que podemos nos apaixonar? — o moreno questionou de repente ao que passavam um hidratante facial. Parecia ler a mente do loiro que estava se perguntando a mesma coisa desde que conversou com os amigos.
— Algum dia, por que não?
— Digo, nós dois. — mordeu o lábio, o vendo erguer a sobrancelha.
— Não é cedo pra pensar nisso?
— Não sei.
— Se acontecer, aconteceu. Eu não vejo problemas. Seria muito ruim se apaixonar por mim? — Jungkook pensou um pouco, lembrando das qualidades alheias, do quanto o homem estava honesto e do quanto ele sempre lhe inspirava a ser livre.
— Não.
— Então pronto. — sorriu, findando o espaço entre eles e tocando a nuca alheia. — Não se preocupe com essa do que vai ou não acontecer. Só deixa rolar. Vamos viver o presente como você tanto disse, sim? — ele assentiu. — Ótimo. — o selou, logo pedindo passagem para um beijo lento, gostoso.
— Eu sabia que tinha algo entre vocês! — separaram ao que a voz de Megan soou no cômodo.
— O que faz aqui? — o irmão sem ao menos perceber fez bico. Não havia gostado de ser interrompido.
— Eu vim te chamar para sair mas parece que agora só tem tempo para ficar trocando salivas com o gato do seu guarda costas.
— Eu já disse que adoro a sua irmã? — como de costume, Jimin a bajula, fazendo a moça sorrir cheia de si.
— Eu também gosto de você, oppa. Deveria ser meu cunhado e me apresentar seus amigos bonitos.
— Rá rá, muito engraçada você. — Jungkook foi irônico. — Ele não vai te apresentar ninguém, até porque os amigos dele namoram e, pelo o que eu saiba, você também.
— Certo, certo. Mas vamos sair ou não?
— Sair para onde?
— Nossa sorveteria preferida. — o moreno concordou de imediato. Amava os sorvetes e doces de lá. Eles iam muito na Pink Place quando crianças e adolescentes, entretanto, depois de entrarem na vida adulta se tornou raro.
Os três sentaram numa mesa afastada para não serem incomodados e, naquele dia, ao invés de almoçarem, tomaram sorvete de chocolate com calda quente.
Conversaram bastante. Megan e Jimin principalmente, pois ela estava louca para saber todas as atualizações sobre ele e o hyung curioso, todo a fim de conhecer melhor o mundo da bailarina.
Tornaram amigos facilmente, o que fez Jungkook sorrir bobo. Se tivesse algo com o Park, ao menos para sua irmã ele estava aprovado assim como no passado. Negou, se repreendendo. Não podia continuar com essas fantasias. Elas eram perigosas. Se distraiu de seus devaneios com a moça mostrando a eles uma de suas apresentações recentes.
Quando decidiram ir embora, os irmãos foram na frente para o estacionamento e o ex vizinho veio atrás, numa distância considerável para deixá-los conversar a sós pois imaginava que Megan queria isso.
— Mike me pediu em casamento. — ela soltou assim que teve oportunidade, assustando o modelo, o fazendo até engasgar. Ao invés de ajudar, a garota riu. — Não precisa de uma reação assim.
— Fui pego de surpresa. Muita surpresa. — Mike era o namoradinho do colegial dela. Os dois estavam juntos há anos. Era um bom rapaz, de uma boa família, mas casar? — Vocês não são novos demais pra isso?
— Você acha? — colocou uma mecha de seu cabelo atualmente preto, natural e brilhante atrás da orelha.
— Sim. Vocês têm muito o que viver pela frente. Mas é da sua vida que estamos falando, portanto, suas escolhas. O que disse para ele?
— Que iria pensar. Eu estou quase passando em um concurso, Kookie. Se eu conseguir, irei viajar o mundo todo performando. Não me sinto pronta para me casar e construir a família que ele quer. Só que eu o amo. No fundo eu quero isso, tipo, no futuro, não agora, entende? Agora eu tenho que me esforçar para voar ainda mais alto. — abriu os braços, rodando no meio do estacionamento vazio de uma tarde de domingo.
— Já disse isso a ele? — ela negou. — Então o chame para conversar e seja sincera. Se ele gosta mesmo de você, vai entender o seu lado, do jeito que você entende o dele. Então vocês podem combinar alguma coisa, fazer planos, sabe?
— Sim. Na verdade, é uma boa ideia, oppa. — sorriu, o abraçando de lado enquanto ainda caminhavam lentamente. E o Jeon mais velho sorriu. Estava feliz por poder ajudar sua baixinha e também por estar matando a saudade dela. — E qual é a sua com o Jimin? — olhou por cima do ombro, sorrindo e acenando para o loiro que devolveu o aceno.
— Uhm… Transamos ontem e ele topou uma espécie de trato sexual. Somos amigos de sexo agora... Bom, eu espero que sejamos amigos mesmo e não só colegas. — deu de ombros.
— Você ainda gosta dele? — o rapaz não aguentou e olhou sobre o ombro, fitando o hyung que lhe encarou de volta. Intenso. Sempre intenso.
— Eu gosto dele como pessoa. Romanticamente falando é muito cedo para definir alguma coisa. Não quero pensar nisso por enquanto. Combinamos de só deixar rolar.
— Entendi. Mas aposto minha revista autografada da Rihanna que um de vocês vai cair de amores e você, maninho, será o primeiro a se declarar.
— Ah, é? — sorriu ladino diante do olhar desafiante da mais nova. — Eu me garanto, portanto, eu aposto o álbum do Justin que ganhei de aniversário que também é autografado.
— Fechou? — deu o mindinho.
— Fechou! — entrelaçou seus dedos.
Era só uma aposta boba para que, certamente, ele esqueceria. Mas, ao menos, dessa vez, era algo inofensivo que mais tarde renderia sua satisfação ou o deboche alheio.
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O dia do evento, ao qual Seokjin autorizou a rolar, não demorou a chegar.
Vestido em uma roupa social com blazer azul e sapatos bonitos, Jungkook acompanhou os pais até o gigantesco salão de exposições dos carros e motos, lindos e caros, produzidos pela Golden Cars com parceria com a JMotors e a Kim Checkings.
Haveriam leilões, promoções especiais, e Yoongi mostraria o motor potente feito exclusivamente por si, mesmo antes de terminar a faculdade. Portanto, o local estava cheio de pessoas ricas, esnobes e jovens metidos aos quais ganharam grandes notas dos pais para satisfazerem o luxo e ego de comprar, andar, e exibir um veículo potente de marca.
Os participantes ali presentes conferiram os lançamentos dos supercarros de perto e do lado de fora faziam test-drives. Eram carros e motos de grande porte, qualidade, conhecidos por toda Ásia e parte da Europa. Alguns dos presentes aproveitaram para tirar conhecimento do setor automobilístico, conhecer e adquirir novos produtos. Já os empresários aproveitaram para fazer negócios. E os amantes curtiam aquele ambiente ao qual possuía uma ampla variedade de estilos em exposição, sendo alguns até raros.
Kwang, junto de Donghae e Namjoon, mostraram as modificações dos itens produzidos por eles e suas equipes no passado, novas customizações e diversos estilos de veículos autênticos. Além de deixar os interessados por dentro das novidades sobre manutenção, detailing e car care. Também exibiram carros especiais, clássicos, feitos pela Golden Cars e Cia, custando um absurdo para os amantes destes.
A exposição começou pequena há alguns anos atrás, somente com Kwang e, depois que os três setores se uniram, o crescimento e sucesso de suas empresas foi certo. Então, atualmente, de dois em dois anos, havia um número absurdo de pessoas comprando ingressos para participarem do mundo de criações e tendências desse mercado. Exatamente como naquele dia.
O desempenho e personalização deles, em cada uma de suas áreas, traziam ao mundo um encanto maior. Os CEOs e suas marcas chamavam cada vez mais atenção, logo, o salão estava cheio de diversos entrevistadores de canais de TV e sites da internet para cobrir e mostrar ainda mais ao mundo as novidades, os produtos, modificações, inovações, peças, tecnologia, cuidados e atendimento perfeito das empresas aos clientes da alta sociedade pois nada aquilo era barato.
Ali o modelo, ainda mais cheio de seguranças do que os familiares, deu algumas entrevistas, tirou fotos com inúmeras pessoas, em seu principal a família e seu pai que apareceria numa matéria na revista GQ Korea consigo. Também encontrou alguns filhos metidos dos amigos de Kwang, alguns ex-colegas de escola e Kang Hansol, filho de seu empresário que amava carros clássicos assim como amava lhe perturbar.
Tentou fugir dos olhares maldosos dele e de suas provocações, mas foi impossível quando eo tal entrou em sua frente, sorrindo cínico.
— Olha só quem está aqui. O pote cheio de grana do papai.
— É totalmente óbvio que eu iria estar considerando o fato desse evento pertencer aos membros da minha família. Não sei é o que você está fazendo aqui. — foi curto e grosso.
— Oh, o gatinho está arisco hoje. O que foi? Anda com medo de alguma coisa? — sorriu ladino.
Jungkook ergueu a sobrancelha, achando suspeito.
— Eu deveria?
— Pelo o que estou sabendo, sim. — certeza que Kyu havia contado sobre as ameaças, pensou o moreno. — Mas acho que você tem um bom protetor. — olhou através dele, para Jimin. — Olha, eu sou hétero mas por ele, não importaria de virar um viadinho como você.
— Deixa o Park em paz. E vá a merda! — passou por ele, cansado de ouvir suas ladainhas, não se importando de trombar em seu ombro e usar uma força proposital.
— Tchau, Kookinho. Mande beijos para o seu guarda costas gostoso! — gritou, recebendo o dedo do meio. Riu, tomando um gole de sua soda e indo namorar os carros clássicos.
— Quem era? — o hyung imediatamente perguntou.
— Apenas um babaca invejoso e ciumento pelo papai dele me dar mais atenção. Vem, eu não falei com o Yoongi ainda.
Estranhou um pouco pois não costumava vê-lo de terno, porém podia dizer que ele estava deslumbrante ao lado de um Hoseok muito bem vestido com alguma roupa que, muito provavelmente, ele tenha criado.
— Hyung, você está incrível!
— Obrigado. Foi o Hobi que escolheu.
— Imaginei. Hobi hyung e seu bom gosto. Também está maravilhoso. — elogiou.
— Realmente. — disse ele, modesto. — Esses com o Jimin são o Taehyung e a Jihee? — eles estavam a alguns passos atrás do moreno, atentos, afinal, o lugar estava cheio demais.
— Sim. Depois apresento vocês. Vamos tirar fotos? Aliás, onde está o tio Donghae?
— Atrasado. — seu primo deu de ombros.
Eles posicionaram, tirando algumas fotos. Nesse prazo o citado anteriormente chegou, juntando a Jungkook e ao filho para serem capturados pelas câmeras.
A apresentação de Yoongi foi uma das últimas coisas, pois era a mais esperada. E, bem, foi sucesso. Ele ficou muito feliz e orgulhoso de si mesmo ao receber o clamor do público, além de diversos parabéns importantes por sua inteligência e bom trabalho. Um dos parabéns especiais veio de seu primo e namorado. Todavia, o melhor foi o de seu pai ao qual demonstrou todo o seu orgulho.
O trabalho do rapaz foi comprado no leilão por alguns milhares de dólares. Esta foi a última coisa do evento onde os CEOs e seus representantes expuseram e venderam milhares de peças, motores, carros e motos por rios de dinheiro. Uma parte dele era para os investimentos e a outra para a caridade como era desde o início.
No fim do evento, Hoseok e Yoongi resolveram sair para comemorar. Já que as coisas por ali pareciam tranquilas, sem cartas ameaças nem nada, Jungkook não viu problemas em participar.
No bar, ele dançou ao lado de seus amigos, tomou algumas cervejas com eles - mesmo que não fosse muito fã -, sem importar com os flashes em si que o faria, provavelmente, aparecer em algum site na internet no dia seguinte.
Em certo momento, quando voltava do banheiro, se deparou com Hyuna. Podia ser coincidência ou não, todavia, não estava a fim de falar com ela. A ignorou, voltando para a mesa dos amigos, notando que Yugyeom havia chegado e estava acenando para si. Rolou os olhos, pedindo a Jimin para deixar os agentes junto deles e vir consigo para o bar. Mas sua paz durou pouco. Não deu dois minutos e a mulher apareceu ali.
— Jungkook?
— Você quer dançar, Jimin-ssi? — propôs, querendo uma desculpa para se livrar dela e voltar a curtir, levantando e o puxando.
O Park ficou em silêncio, observando.
— Não fuja de mim, Jungkook. — ela agarrou o braço livre dele, quase não parando em pé de tão bêbada que estava.
— Por favor. Não comece. Volte para onde você estava e termine sua noite.
— Se você quer assim, eu vou! Só que antes, me entregaram isso quando eu estava na minha área vip, com o meu novo namorado dinamarquês. — exibiu, como se isso o afetasse. — Disseram ser para você. Eu fiquei com ciúmes mas juro que não abri. — pôs o papel em sua mão.
Jimin ficou atento e Jungkook, curioso como era, abriu o tal, se deparando com a frase de recortes:
"Você pode fazer o que quiser, garotinho bonito. Tome todas as precauções ao lado de seu lindo guarda costas. Mas saiba que nunca conseguirá escapar de mim."
Seus olhos arregalaram, de imediato olhou para todos os lados, procurando por algum suspeito. Park lhe tomando o papel, lendo e pondo no bolso.
— Vamos embora. Agora. — sua voz de ordem arrepiou o rapaz mas ele não sabia dizer se de uma forma boa ou não pois a situação não era nada interessante.
Deveria entrar em desespero? Ou apenas respirar fundo e segui-lo? Optou pela segunda opção já que parecia mais convidativa.
Antes de saírem passaram na mesa para avisar os outros.
— Podem ir. Eu irei fazer algumas perguntas a nossa amiguinha e Tae irá cuidar dos seus amigos, Kook. — garantiu Jihee, recebendo um assentir.
O guarda costas guiou o modelo até o carro com toda atenção e cuidado, indo direto para casa e pedindo para os demais seguranças ficarem em alerta.
— Você acha que a pessoa dos bilhetes estava mesmo lá? — fechou a porta de seu quarto, começando a se despir.
— Noventa e nove por cento sim ou então sua amiga gosta de brincar.
— Ela não é minha amiga. Você sabe o que aconteceu no passado. Não confio nela porque só me usava para me exibir. Agora Hyuna está na mesma que o Yugyeom, só que se der confiança além de mim, quer você, e ainda tem um recém namorado dinamarquês. — rolou os olhos.
— Outra rejeição? Talvez essa palhaçada seja obra dela.
— Não sei não. Ela me parecia muito bêbada pra isso. — suspirou, sentando na cama. — Você tem eles na sua lista de suspeitos?
— Sim e serão investigados. Aliás, pretendo conhecer cada uma de suas desavenças para acrescentar mais alguns.
— Acho que não são muitos. Ao menos os que sei que me odeiam de verdade são o Hansol, filho do Kyu, que você viu hoje e motivo é pelo pai dele me dar mais atenção do que a ele. Também Kira. Trabalhamos juntos uma vez, bem no início da minha carreira. Ela me odeia por conta da concorrência de nossas empresas.
— Eles são próximos de você e tem motivos mais fortes. Vão se ver por agora?
— O Hansol é certeza no dia do ensaio para GQ porque sempre está rondando o pai. Já Kira só daqui uns dois meses num evento de desfile, eu acho.
— Ficarei atento. Assim como a nossa equipe. — garantiu.
— Vai mesmo me proteger, não é? Pode não parecer, mas por dentro eu fico aflito toda vez que me deparo com essas ameaças. — o loiro aproximou, se sentando perto dele.
— Vai ficar tudo bem. Essa é a minha tarefa. E eu sou bom nas coisas que faço. Você deveria saber disso. — deu um meio sorriso, ele o acompanhou.
— Eu sei.
— Então tenta não se preocupar tanto para não pirar, ok? Eu sempre estarei aqui para você. — oh, como se controla um coração mesmo? Jungkook se questionou.
— Vou contar com isso. Principalmente na hora de dormir.
— É quando você tem mais medo?
— Sim. — admitiu num murmurar.
— Há alguma coisa que eu possa fazer para te deixar mais seguro?
— Talvez… Se você me abraçar… — soou hesitante. — Sua função de me deixar seguro será mais aproveitada.
— Eu faço. Não tem problema. — sabia o quanto era perturbador perder o sono por conta de receios e desenvolver insônia, não deixaria Jungkook passar por isso.
— Me sinto mais aliviado. — deitou no colchão, espalhando o corpo por ali.
— Está a fim de dormir agora? — perguntou.
— Não se você tiver algo melhor para nós fazermos. — sorriu com malícia.
Jimin riu, sacana.
— Eu posso sugerir algo? — sua palma tocou a canela alheia, subindo os dedos até a coxa.
— Fique à vontade. — mordeu o lábio, fitando os olhos tão atraentes.
— Que tal um meia nove?
— Será um prazer.
Então, depois de uma noite quente e gostosa onde mais uma vez exploraram seus desejos, Jeon dormiu tranquilo, sem se preocupar com mais um bilhete recebido, afinal, estava nos braços confortáveis de um velho amigo.
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