10. Discussão
Capítulo 10 - Discussão
Eles ficaram o dia todo agarradinhos, conversando, se beijando, trocando carícias, comendo lamen instantâneo que era a única coisa que tinha no chalé, vendo filmes e alguns episódios de Naruto. O dia estava tão bom que nem viram as horas passarem.
— Tenho que te levar pra casa. — suspirou Jimin com pesar ao que acariciava o rosto do garoto, este mantinha os olhos fechados aproveitando o carinho.
— Eu não quero ir. — confessou. Afinal, lá voltaria para as chatices dos seus pais, junto de seus dias sem tanta emoção.
— Mas você tem que ir, bebê. Seus pais chegarão daqui a pouco.
— Dá tempo de uma rapidinha? — perguntou, sorrindo travesso.
— Eu criei um monstrinho insaciável, é? — provocou, também sorrindo.
— Totalmente insaciável por você, gostoso. — ele riu. — Ainda não me respondeu, Jimin-ah.
— Temos alguns minutos.
— Acho que são suficientes. — se levantou, o olhando pelo ombro com uma expressão sexy. — Te espero no banho.
=🏍=
Eles desceram da moto mas Jungkook voltou a envolver o hyung pela cintura.
— Te vejo mais tarde? — perguntou dengoso.
— Talvez. — o beijou lento, os permitindo aproveitar mais um pouco.
Em seguida, cada um foi para sua própria casa.
O cereja entrou na residência, se jogando no sofá exatamente como um certo alguém fazia toda vez que ia ali. Sorriu. Estava alegre, satisfeito, achou ótimo passar o dia com Park e ter dado para ele. E, porra, ele mal se foi e já estava com saudades. O que uma paixão não fazia, não é?
— Jungkookie, chegamos! — ouviu sua mãe gritar.
Se se entou devagar por conta do incômodo no quadril, olhando em direção a mulher que paralisou ao lhe ver.
— O que...? — ela ficou sem fala, o analisando de cima a baixo e arregalando os olhos. Ela já previa: seu marido Kwang ia surtar.
— E aí? Jungkook queimou a casa? — o homem apareceu todo risonho, porém seu sorriso morreu assim que viu o filho. — Que porra é essa, Jungkook?!
— Eu resolvi mudar o visual. — deu de ombros.
— E com autorização de quem? Foi você, Jiyeon?
— Não, amor. Estou tão surpresa quanto você.
— Não preciso de autorização. Eu já tenho dezoito. Ou vocês só se lembram disso quando querem que eu preste vestibular para trabalhar na Golden?
— Não acredito que é só sair que você se acha dono do próprio nariz e vai fazendo porcarias. — Kwang negou, no momento decepcionado.
— Mas, papai, não é nada demais. São coisas normais...
— Normais para essa nova adolescência inconsequente e sem valores. Para os filhos rebeldes dos Lee!
O garoto rolou os olhos diante da comparação. Nunca chegaria a um décimo do que os vizinhos da frente, os mauricinhos sem limites, metidos a besta, eram e faziam.
— Não role os olhos pra mim! Além do juízo, perdeu o respeito também? — Jungkook engoliu as palavras para evitar uma discussão. Seus pais mal chegaram e ele já queria que fossem para outra viagem, bem longe dali, para sua paz voltar. — Com certeza foi influência do sem noção do seu primo e aquele amigo de vocês. Eu sempre desconfiei que eles não prestam!
— Não foi influência de ninguém. Eu fiz porque quis e ponto final. — argumentou.
— E ainda ficou respondão. Viu, Ji? Eu disse no avião que deixá-lo sem supervisão seria um erro.
— Jungkook sempre foi determinado para fazer suas próprias vontades e nós impedimos. Era de imaginar que um dia optaria por coisas que não gostamos. Deixa ele, ele é jovem. — disse ela, abraçando o marido de lado, tentando acalmá-lo.
— Eu sabia que ele era bom demais para ser verdade. — disse com pesar.
Foi aí que Jungkook não aguentou, riu cínico.
— Eu sou mesmo bom demais, papai. E não vou deixar de ser por parar de seguir seus desejos e focar nos meus. Eu só quero fazer o que sempre quis e não pude só para manter uma fama, uma pose, na sua alta sociedade que eu nem quero fazer parte. Eu sou assim como vocês estão vendo, eu gosto de cor na minha vida e escolhi vermelho para o meu cabelo porque ele simboliza toda a paixão e fogo que arde em mim. Aprecio piercings e tattoos também e isso não interfere no meu caráter. Pare de pensar como meu avô ou tataravô, nossa época é outra. Meu foco é ser livre, agora mais do que nunca. E eu o meu sonho ainda é ser modelo. Se vocês não podem respeitar isso, do jeito como respeito vocês, aí o problema já não é meu. — saiu dali, ouvindo eles lhe chamarem, no entanto, preferiu dar um tempo para seus pais assimilarem a verdade a qual jogou na cara deles.
Imaginava que para os dois seria um pouco difícil no início, afinal, sempre seguiu todos os passos deles sem questionar pois, obviamente eram seus pais e não era muito de querer rebater ainda que discordasse de algo, agora eles saíram e lhe encontraram mudado. Deve ter sido assustador. Mas acreditava que uma hora iam se tocar que cresceu, tinha vontades próprias e passos a seguir por si só.
Não demorou muito e sua mãe apareceu no quarto, se sentando ao seu lado.
— Podemos conversar, querido?
— Sim.
— Desculpe por mais cedo. Foi um choque ver você tão mudado, mas saiba que seu pai e eu conversamos e a gente entendeu o seu lado. Apesar de não concordarmos com sua aparência, nem com o futuro que escolheu, iremos respeitar seu espaço e as suas escolhas.
Jungkook sorriu largo.
— Obrigado, mãe.
— Não há de quê. Agora se arrume que sua irmã está chegando e quer ir na sorveteria comemorar nossa volta.
Jimin
|Ouvi gritos, está tudo bem?
Eu
|Sim, meus pais, principalmente meu pai, ficou nervoso ao me ver. Mas creio que já nos resolvemos. Vou sair com a família para tomar sorvete 🍧🍦🍨
Jimin
| Depois você tem que tomar comigo, hein?
Eu
|Uhmm…
|Tomar rola é?
Jimin
|Bebê!
|Eu não te ensinei isso ksksks
Eu
|Ensinou sim. E meu quadril, minha bunda, as coxas, tudo dói
Jimin
|Não se preocupe, faço doer mais 😏
Eu
|Você é mau
Jimin
|Eu sou 😈
Eu
| Pois até mais, bad boy ❤
Jimin
|Até, bebê 😘
Sorrindo, levantou, se trocando, colocando uma roupa simples que consistia em um tênis, uma calça jeans e uma camiseta branca.
A ida à sorveteria até foi legal. Seu pai estava mais tranquilo e nem importou com suas roupas - gostava de ver o garoto vestindo trajes sociais -. Ele, junto de sua mãe, contaram sobre a viagem maravilhosa que fizeram, e Megan disse tudo o que havia feito nesse último mês ao lado do tio Seokjin. Quer dizer, não tudo, já que ocultou os passeios com o namoradinho. Assim como Jungkook ocultou sobre Jimin.
Após os buchinhos estarem cheios da sobremesa gelada, retornaram para casa.
— Oppa, vamos fazer uma festa? — perguntou Megan, animada com a ideia repentina.
— Festa?
— Sim! Festa do pijama!
— E como isso funcionaria? — ergueu a sobrancelha.
Havia ido a apenas uma e, bem, só teve bebidas, jogos safados, adolescentes se pegando e transando em todos os quartos. O pessoal de sua turma da escola não era lá muito casto.
— A gente veste pijamas, compra coisas gostosas, assiste filmes, cuida da pele e fofoca. É assim que eu gosto.
— Tudo bem. Eu topo. Mas eu não tenho pijama.
— Pode deixar comigo, maninho!
Ela implorou a mãe que lhe desse dinheiro para comprar pijamas de bichinhos, coisas de comer e itens de beleza no shopping, mas ela não estava afim porque seus filhos já tinham comido coisas doces e achava melhor não passar do limite. Então ela insistiu com o pai, foi fofa e ainda pôs Jungkook para ser fofo também, acabando por dobrar Kwang.
Dali quinze minutos eles estavam no shopping, em uma loja de pijamas e pantufas.
— Eu quero algo igualmente fofo, mas diferente e tenha significância para nós. — disse a adolescente.
— Você só complica.
— Vocês são um casal? — interrompeu a vendedora.
— Não! — exclamou Jungkook, negando com a cabeça.
— Deus me livre. Esse peste ai é meu irmão.
— Ah, sim. Que tal algo que fez parte da infância de vocês, que gostavam de ver juntos e marcou suas vidas.
Eles se entreolharam, pensando. Logo veio a mente e disseram em uníssono:
— Lilo e Stitch!
A mulher pegou vários pijamas, cada um de um jeito, tanto de Stitch quanto outros personagens, os auxiliando nas escolhas.
— Eu quero o cor de rosa!
— Mas o Stitch é azul, Meg.
— Eu gosto de rosa. Me julgue. Se bem que não parece muito o Stitch…
— Essa é Angel, ela faz par com ele. — explicou a vendedora.
— Uhmm... Será que eu devo dar esse pijaminha para o nosso vizinho, Kookie? — sorriu insinuante. Ele arregalou os olhos, negando. — É, tem razão. Acho que ele ficará mais bonito de… Deixa eu ver… — mexeu entre as roupas.
— Baby Shark. — murmurou ao ver a peça sobressair as outras. — Fofo mas perigoso.
— Tem razão! Vamos levar! E eu quero um par de unicórnio, vou usar com meu boy também. — sorriu, empolgada. — Ah! E também vou querer essas pantufas de coelhinhos — buscou os itens que havia visto na vitrine. — Também quero duas com garras. Na verdade, três! E duas de unicórnio!
Jungkook bateu a mão na testa, pensando que a irmã ia comprar a loja inteira.
Após finalizarem as compras, saíram de lá trajados, chamando atenção por onde passavam, mas não era como se ligassem para as opiniões alheias.
Cada corredor que passavam, Megan enchia o carrinho, seja com salgadinhos de presunto, queijo, churrasco, batatas fritas, ou biscoitos recheados. Também muitos saquinhos de doces com infinitos formatos e sabores.
Mudando de corredor, em uma curva, o cerejinha teve o corpo chocado com o de alguém e ao olhar a pessoa que se desculpou, ficou muito surpreso.
— Jimin-ssi?! — arregalou os olhos. — O que faz aqui?
— Hey, baby. — o olhou de cima a baixo, contendo a risada. Ele estava muito engraçado. Mas até que era fofo. — Estou fazendo as compras do mês, e você? — ergueu a sobrancelha, expressando curiosidade.
— Ah… Eu-
— Vizinho! — exclamou Megan, aparecendo ali. De cara ele percebeu que as fantasias eram obras dela. — Sabia que estávamos falando de você?
— Estávamos? — Jungkook franziu o cenho, recebendo uma cotovelada da garota e um olhar de "concorde comigo".
— Sabe, vamos fazer uma festa do pijama lá em casa hoje, pensamos em te convidar. Kookie oppa até comprou um desses pra você. — balançou o pano que vestia. — É a sua cara, fofo e perigoso.
— Fofo e perigoso, é? — questionou, fitando Jungkook com uma expressão divertida. O rapaz quis cavar um buraco e se esconder. Megan estava parecendo sua mãe lhe jogando para cima de pretendentes. — Eu gostei. Mas não acho que deva ir. É um momento de irmãos, não quero atrapalhar.
— Não vai atrapalhar, bobo. Bom que assim conheço mais de você e vejo quais suas intenções com esse bebezinho. — cutucou o braço do irmão.
— Ei! Por que está me tratando como se eu tivesse a sua idade e você fosse minha mãe, pestinha?
— Estou fazendo isso porque sei que na primeira oportunidade é o que vai fazer comigo, então quero ser justa nesse constrangimento. — ergueu o nariz, confiante. — Você vem a nossa festa, Park?
— Seus pais-
— Não precisam ficar sabendo. A gente se esconde no quarto do Jungkookie. Vamos, vai ser divertido. — pediu com os olhinhos grandes, pidões, semelhantes ao do irmão. Jimin não conseguiu resistir.
— Tudo bem.
— Eba! — mexeu nas sacolas, separando, colocando a roupinha de tubarão e um par de pantufas de garrinhas em uma, entregando a ele. — Esteja lá às dez! — saiu saltitante, empurrando o carrinho de compras.
— Ela é doida. — o rapaz cochichou. — Você vai se arrepender de ter aceitado.
— Já vale a pena só pelo prazer de te ver vestido assim. — sorriu, o dando um selar breve, deixando Jungkook surpreso e um tanto perdido. — Nos vemos mais tarde.
=🏍=
— Maninho, tem um tubarão escalando a sua janela. — disse Megan, rindo.
— Não achei que ele viria. — correu até lá, vendo um Jimin completamente adorável, fofo de uma forma absurda, escalando com cuidado. Esse pensamento foi embora quando lhe encarou. Ele tem o olhar sedutor, provocante, intenso, parece um predador pronto para abater sua presa.
— Desculpem o atraso. — disse ao entrar. — E ai? Como estou? — deu uma voltinha.
— Está bem fofinho. — falou a menina. — Um fofinho perigoso.
— Jungkook concorda demais, não é? — provocou.
— Eu não devia ter dito isso, agora vocês não vão me deixar em paz. — fez bico.
— Ora que bebê injustiçado. — falou o loiro, usando uma voz infantil, apertando a bochecha dele que virou o rosto e mordeu seu dedo. — Jungkook-ah! — riu.
— Não mandei bobear.
— Então? Qual é o nosso cronograma? — se sentou na cama.
Para falar a verdade, estava muito empolgado porque estar fazendo essa festinha de pijama com a irmã de Jungkook era nostálgico para si.
— Vamos assistir a minha escolha maravilhosa de filmes. — falou Meg.
— Ou seja, Barbie. — contou o cereja.
— Não tem coisa melhor. Enquanto isso devoramos as gostosuras que compramos. Depois jogamos vídeo game. E então cuidaremos de nossos cabelos, das peles, nos maquiamos, pintamos as unhas e fofocamos!
— Uau. É muita coisa. Será que vai dar tempo? — perguntou Park, mais doce que o comum. Isso porque gostava de crianças e adolescentes. Fora que a irmãzinha do seu dongsaeng parecia ser muito legal.
— Vamos virar a noite. — respondeu com um enorme sorriso cheio de empolgação.
Eles se divertiram muito durante a madrugada. A parte que mais gostaram foi a hora de arrumar os cabelos que ficaram exagerados e engraçados, e quando maquiaram um ao outro. Os dois homens só sabiam o básico e ao tentar algo mais elaborado ficou apenas na intenção já que fizeram tudo desandar. Nessa hora Jimin agradeceu da menina, a única que de fato sabia o que estava fazendo, tê-lo produzido.
Megan foi a primeira a capotar, dormiu em um dos colchões que espalharam no chão do quarto. Jungkook a cobriu e deitou ao seu lado, puxando o tubarãozinho para servir de travesseiro.
— Você está uma gracinha, sabia? — o loiro provocou.
— Graças a você, estou parecendo uma drag queen iniciante.
— Eu gosto de drag queens. — o puxou pela cintura, trazendo para mais perto de si.
— Você gosta de todo mundo que retribua seus flertes e queira transar contigo. — provocou de volta, ganhando uma risada dele.
— Não posso dizer que é mentira. — deslizou o nariz pelo pescoço do garoto, sentindo o cheirinho gostoso que provinha de sua pele. — Mas eu só gosto de você. — murmurou.
— Eu também gosto de você, Jiminnie. — respondeu mas, talvez, seu sentimento já ultrapassasse o gostar.
Eles ficaram ali, grudadinhos, aproveitando a presença um do outro até o maior cantar para Park pegar no sono.
=🏍=
Megan amou Jimin, o achou completamente diferente do que as pessoas julgavam, e deu forças para que Jungkook continuasse com ele.
Com o passar dos dias os pais deles demonstravam estar mais flexíveis, deixaram a filha namorar, o filho seguir com os planos do estágio nos Estados Unidos, estavam conversando mais e sendo ainda mais amigáveis.
Nessa semana tudo estava incrivelmente bem. Até eles descobrirem as faltas do rapaz no trabalho. Não gostavam de forma alguma dele ser descompromissado e irresponsável. Também não era de seu feitio então foram logo questioná-lo.
— Namjoon me disse que seu desempenho caiu. O que está acontecendo, meu filho? — perguntou Jiyeon.
— Você está querendo testar nossa paciência ou o que? — questionou seu pai, sério, pois não gostou de tal atitude.
— Me desculpem, sim? Ando distraído porque estou apaixonado. — acreditava que esse fosse um grande motivo e, como os pais estavam sendo mais legais, não fazia mal contar a verdade, certo?
— Não está cumprindo com suas atividades para ficar junto dela? — a mulher soou curiosa.
Megan o encarou, esperando para ver se ele contaria ou não.
— É… Eu estou quase namorando... — "eu acho", pensou.
— E quem é ela? — Kwang parecia mais calmo, a curiosidade estava se sobressaindo a bronca.
Jungkook sentiu o estômago gelar em um nervosismo bobo. Mas já que estava de plano a contar em algum momento, ia aproveitar a oportunidade.
— Não é ela. É ele. — seus pais trocaram olhares e depois o encaram, aguardando maiores explicações, visto que não esperavam por isso. — E ele é Park Jimin.
Sempre foi sincero com os pais e, por mais que às vezes não o entendessem, no fim ficavam do seu lado. O exemplo era surtarem com sua aparência e depois se esforçarem para ficar de boa.
— Eu o conheci. — contou a garota, sorrindo. — Ele é muito legal. Muito lindo também.
— Park Jimin, nosso vizinho? — Jiyeon parecia receosa. Já Kwang estava bastante surpreso tanto que não conseguia esboçar nada além disso. — E a Hyuna?
— Sim, esse mesmo. Não deu certo com a Hyuna, eu sequer sentia algo por ela. — deu de ombros.
— E eu achando que não podia ficar pior. — seu pai esbravejou quando a ficha caiu. Mas o rapaz já esperava visto que ele odiava o atual loirinho por conta de sua má fama. — Está entrando em um fria, por favor, não seja ingênuo.
— Não é bem assim. E se tiver, também não me importo. Eu o amo. — falou confiante, surpreso consigo mesmo por finalmente admitir seus sentimentos.
— Garoto?! Não seja tolo. Você sequer conhece o Park. Já sabe das coisas horríveis que ele fez? Fora que ele está mais encrencado que tudo. Pode morrer a qualquer momento, seja por um lado ou pelo outro. Não quero que vá junto, por isso, trate de acabar esse namorico.
Ele ignorou boa parte, questionando:
— Como assim morrer por um lado ou pelo outro?
— Por que acha que o desgraçado nunca foi pego pela polícia mesmo sendo completamente ilegal? Ele trabalha como Seokjin, mas de um jeito pior.
— Mas o tio trabalha com contratos de agências diversas e essas coisas. -— argumentou a mais nova.
— Ele é um agente, meu amor. — contou Jiyeon. — E conhece o Park há anos. Inclusive, alertou a gente sobre ele pois só de sermos vizinhos e sabermos de algumas coisas, corremos riscos.
— E o que vocês sabem? — questionou Jungkook, não acreditando que seus pais o conheciam melhor que si.
— Park é um agente duplo. Toda sua vida é composta por mentiras. — falou o homem. — Não sei como age, mas pelo o que Seokjin contou ele é focado em se dar bem com ambos os chefões, tira proveito dos dois lados da moeda. E se alguém descobrir, se os planos dele falhar, ele se meterá em uma confusão sangrenta. Pode até morrer. Percebe agora o quão perigoso é você ficar no meio disso só por causa de um romancezinho, Jungkook?
Em choque. É assim que ele se encontrava. Era por isso que Jimin vivia dizendo que quanto menos soubesse, era melhor? Os caras da máfia não lhe pegariam só por estar com ele e sim caso souberem de sua traição. Eles não sabiam, então estava a salvo, não é? E mesmo que surgisse alguma confusão, o vizinho lhe protegeria, certo?
— Por que nunca contaram pra gente?
— Porque não é algo para ficar comentando, Jungkookie. — disse sua mãe.
— Você vai continuar com ele, oppa? — Megan estava temerosa ao descobrir a verdade. Gostava de Jimin mas não queria que ele colocasse seu irmão em risco. Em sua opinião, era melhor Jungkook se afastar. Ao menos até que o vizinho resolvesse sua situação.
— Eu vou ficar com ele independente de qualquer coisa. — teimou.
Estava apegado. Fora que havia prometido ao hyung que não se afastaria dele. Não ia descumprir só por ter mais um segredo descoberto.
— Não acredito que tenho um filho idiota. Pare de se levar pelo o sentimento e seja racional! Ficar com esse cara é perigoso. E ele só está te usando como sempre faz com as pessoas. Você é apenas um brinquedo naquelas mãos sujas. Aposto que ele faz o que quiser com você.
— Jimin gosta de mim. E eu estou apaixonado por ele.
O homem negou, agora realmente decepcionado.
— Esse sentimento é uma ilusão. Não existe isso de apaixonar em, o que? Quatro semanas? Cinco? Só está gostando de ser a vadia dele. — falou rude, afinal, além de não saber lidar com o filho caído de amores por um cara, estava preocupadíssimo por conta de quem era esse cara.
— Amor! Não precisa falar assim também, né? É só conversar com jeitinho que ele vai entender. — disse Jiyeon, toda calma. — Filho, nós não conhecemos o Jimin que você conhece. Sabemos apenas dos podres dele e isso preocupa, entende? E estamos com medo do que pode acontecer. Seu pai está se descontrolando por, além de ser um chato que precisa se acostumar com a ideia de que existem relacionamentos homoafetivos, pensar em te perder. Isso não é brincadeira. Você pensa uma coisa mas viver esse perigo é diferente. Não queremos que arrisque sua vida e eu tenho certeza que se o Jimin te ama mesmo, ele também não irá querer você por perto envolto niso. O ponto é esse, não amar ou deixar de amar. O sentimento ser ou não uma ilusão. Pensa bem, sim?
— De que adianta ele pensar? Se soubesse entender alguma coisa, saberia o que é melhor a tempos. E também nunca teria ido aquele teste pra ser um daqueles modelinhos, nem mudado a aparência radicalmente e menos ainda caído nas garras de um filho da puta!
Sua mãe negou. Ela não concordava em como o marido estava se expressando, sendo tão ignorante, e no assunto que ele quis manter. Era para alertar Jungkook, não atacá-lo e ir contra seus sentimentos por Jimin. Kwang devia ter mais paciência, o problema é que ele era do tipo de pessoa que assim que fica nervoso, perde a noção.
— Você não tem o direito de desmerecer minhas vontades! E eu teria posto um fim nesse relacionamento a muito tempo se quisesse mas eu sei que é recíproco então não vejo motivos pra fazer isso. O Jimin hyung é bom pra mim. Nós nos amamos e é você que não sabe de nada, pai! — gritou, estressado.
— "Nós nos amamos", o que caralho um moleque ingênuo e inconsequente como você sabe sobre amor? Jimin é um galanteador barato, ele pega todo mundo, só te quer pra foder. Pelo jeito, está fazendo tanto com o corpo quanto com a mente! Você corre perigo, Jungkook. Por que não consegue ver a gravidade disso?
— Consigo ver a gravidade do meu pai dizendo merda, isso sim. Depois eu que sou o idiota. — riu cínico.
— Mais respeito comigo! Você não vê o que está se passando? Ele está colocando você contra a gente nesse exato momento. Só quer destruir nossa família como um dia a dele foi destruída!
— Não sei do que está falando, mas sei muito bem que está errado. Você não o conhece de verdade, não pode falar nenhuma merda dele!
— Me responde com sinceridade. E você? Conhece de verdade ou só na cama?
— Cala a boca, seu imbecil! — gritou irritado, de mente cheia. Mal fechou a boca e recebeu um tapa no rosto. Ergueu a cabeça, encarando o mais velho com lágrimas nos olhos. — Você... Você me bateu?
— Acha que é quem pra me mandar calar a boca e me xingar? Eu sou seu pai, mereço respeito, me preocupo com você mesmo que nesse instante você esteja sendo a porra de um ingrato, mimado e teimoso. Estou tentando abrir seus olhos! Mas se você quer continuar cego, se quer ser uma vadia nas mãos de um criminoso e quer correr o risco de morte, afaste de sua família pois nós não queremos ir pra cova junto!
— Se quer respeito, por que não me respeita? Você está sendo apenas um grande estúpido!
— E você é o dono da razão, Jungkook? Se você não quer levar uma surra até aprender a pensar conscientemente e aprender a ter respeito pelo seu pai, some das minhas vistas! — ele gritou, também no máximo de seu estresse.
Assustado, irritado e confuso, não mediu seus atos - assim como não havia medido suas palavras anteriormente - e saiu correndo, mesmo que não tivesse um rumo em mente.
Parou em um ponto de ônibus, o adentrando, sentando encolhido no banco e se rendendo às lágrimas. Se sentia chateado. Sobrecarregado. Era um mimadinho como Jimin dizia, sabia convencer seus pais a ficarem do seu lado mesmo que no fundo não agradassem de alguma coisa. Então ter eles contra si, o pai aumentando a voz, levantando a mão pela primeira vez e o mandando sumir, foi doloroso.
Aquela também foi sua primeira vez a se alterar tanto e até xingá-lo. Assim como era a primeira vez que desejou fugir. Dos seus pais. Do homem complicado que era Jimin. E de seus sentimentos.
Quando deu por si, estava chegando na casa de seu primo.
— Jungkook? O que faz aqui? E que cara é essa? — perguntou Yoongi, preocupado.
— Me deixa ficar aqui que eu te conto.
Ele deixou. Lhe emprestou um quarto e uma muda de roupas, ficando sentado na cama, o esperando terminar de se ajeitar para conversarem.
— E então? O que aconteceu?
— Eu sou um idiota pelo Jimin. É isso que aconteceu.
Contou sobre tudo, desde o envolvimento com o Park, quem ele era de verdade, até a briga com o sr. Jeon.
— Eu acho que você não devia ter respondido seu pai dessa forma, Kook. Pois mesmo ele tendo agido entregue a ira e sido grosso, pensa você no lugar dele, tendo um filho não querendo te ouvir e te xingando, te mandando calar a boca?
— Eu estava fora de mim, ok? E ele também estava fora de si. Não tinha que ter me batido ou falado como se tanto faz se eu morrer, desde que não traga problemas pra eles!
— Não é só ele o errado aqui. Por que não assume a sua culpa também? Com a sua atitude, esperava que ele te desse flores?
— Que saco. Vai ficar do lado dele, é?
— Não vou ficar do lado de ninguém. Eu vejo que vocês dois estão errados! Deviam conversar como as pessoas civilizadas que são, não brigar como dois animais irracionais. A única certa nisso é sua mãe. Eu concordo com ela quando diz que você pode não estar vendo o quão perigoso é essa relação porque pensar é diferente mas na hora que o bicho pegar... O que você vai fazer?
— Mas só estava defendendo a mim, aos meus sentimentos, a Jimin, que ele estava atacando.
— Vocês querem estar certos e estressam quando são contrariados, falando absurdos e agindo sem pensar. Antes não brigavam porque você colocava o rabinho entre as pernas e aquietava para evitar, agora que bate de frente nenhum dos dois sabe lidar. Foi isso que aconteceu. E é por isso que vejo os dois como errados. Um devia der cedido e saído de lá, deixado pra conversar quando a raiva passasse.
— Talvez, mas ele não podia ter-
— Ah, foda-se, Jungkook. Vocês não são crianças então tem que parar de jogar a culpa um no outro de "ai mas ele que tava mais errado" quando os dois levaram a briga adiante. Vocês realmente não precisavam chegar a esse ponto. Era só acalmar, buscar entender o lado um do outro e colocar as coisas no lugar na base da conversa. Ainda que esteja do lado do Jimin e apaixonado por ele, não está sendo muito radical? Aliás, não se preocupa também? A coisa parece séria. Volto a repetir que acho certo o que sua mãe disse.
— Ela está exagerando também. É um pouco sério talvez seja, mas sei que Jimin não deixaria ninguém me machucar. Ele gosta de mim. Eu o amo. E ele é muito esperto, não vai correr perigo ou me colocar em perigo! — afirmou.
— Está colocando muita fé nisso. Cuidado pra não se decepcionar.
— Não vou!
— O que pretende fazer agora?
— Eu não sei. — suspirou. — Algum conselho?
— Faça o que seu coração pedir. — deu de ombros.
Nesse instante, a única coisa que seu coração pedia era para estar junto de Park Jimin, mesmo ele sendo um agente duplo que lhe trouxesse perigo, mais problemas ou o caralho a quatro.
· · • ⊱✿⊰ • · ·
➼ Não esqueçam de proteger a vocês e as pessoas ao seu redor tomando as medidas necessárias, faladas pelo órgão de saúde, contra o Coronavírus, ok? Cuidem-se.
➼ Até a próxima, docinhos :3
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