06. Diferente
➼ Demorei mas trouxe um capítulo grandão de 11k hihi. Boa leitura :3
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Capítulo 6 - Diferente
A aposta que Jeon fez não foi muito favorável para ele mesmo já que o colocava em uma posição sem saída, como uma sinuca de bico, que levava a apenas um final: ser obrigado a conhecer e conviver com Park Jimin, correndo risco de cair por ele, como todos caíam. E ele sabia disso mas tinha esperanças de que a curiosidade a respeito de foder com um cara, de descobrir se o vizinho era realmente bom no que fazia como parecia ser, fossem suficientes para irem até o final e acabarem logo com aquilo. Agora, duas semanas depois de terem se aproximado, via que não tinha mais jeito, havia ultrapassado esse ponto.
Era culpa do cretino que decidiu levar as coisas com calma, lhe dando tempo de coexistir com ele e adquirir intimidade; que cedeu, deixando Jungkook identificar seus gostos, preferências, jeitinho por trás daquela pose de homem sexy e intimidador; e até mesmo permitiu que notasse algumas de suas cicatrizes.
Eles estavam se conhecendo cada vez mais, porém era mais que isso, estavam criando um laço, algo que poderia ir além de conexão mental e física que eram necessárias para ir para que o rapaz transasse. E seu interior estava em alerta, visto que na convivência, sabendo de todos os defeitos e qualidades de uma pessoa, presenciando o quanto ela pode lhe trazer sensações únicas e lhe fazer bem, se torna suscetível a se apaixonar. Ele não queria se apaixonar, logo estava buscando continuar a levar as coisas como se não fossem nada demais. O que nascia ali era só uma amizade.
Entretanto, admitia estar surpreso ao notar que antes via Park Jimin como um baita bad boy cretino, indecente, com certeza ilegal e sem escrúpulos. Não podia afirmar que ele não era, mas Jimin era mais do que isso. E soube pelo próprio ao qual começou a se abrir durante a semana que seguiu. Por que? Nem ele sabia, quem dirá Jungkook.
Talvez fosse porque estava sentindo falta de receber atenção fora dos quesitos sexuais. Talvez porque sentia que o vizinho mimadinho era confiável e podia diminuir um pouco das barreiras que mantinha para afastar as pessoas. Talvez porque sentia vontade de criar uma nova amizade com um rapaz normal, pois quem sabe assim se sentisse normal também - ao menos nos momentos que estava com ele -. Mas, obviamente, tinha a parcela que queria transar com Jeon. Então se ele é demissexual e precisa ter uma conexão consigo para isso, ia facilitar para que fosse criada rapidamente.
Por isso, nos dias que se passaram, permitiu que o dongsaeng soubesse coisas íntimas suas que pouquíssimas pessoas sabiam.
A primeira que Jungkook notou foi que o azulzinho amava a lua e as estrelas por achar fantástico o fato delas iluminarem e embelezarem a escuridão profunda da noite. A segunda foi sua paixão por cachorro quente.
Essas percepções vieram na noite de segunda-feira onde o moreno estava em casa pensando no que fazer para jantar e o Jimin chegou dizendo "Estou afim de tomar um ar, vamos andar".
Eles vagaram pela praça, sem pressa, conversando sobre como o céu estava resplandecente e a forma como Park admirava o céu mostrou o quanto a lua e estrelas eram encantadoras para ele.
Quando a fome bateu, o tatuado afirmou que o cachorro quente da barraca de um conhecido seu era o melhor. Jeon argumentou dizendo que podiam ir em algum restaurante, afinal, seus pais colocaram em sua mente que comida feita na rua não prestava e ele adquiriu medo de degustá-las e passar mal. O homem lhe encarou com seu típico deboche, provocando ao dizer "Não acredito que você é desse tipo". "Que tipo?", perguntou. "O tipo de filhinho de papai fresco e esnobe que prefere comida cara de restaurante, a algo simples de barraquinha que tem sabor e te enche de verdade".
Ele lhe fez perceber que sim, era. Mas não queria ser então foi logo pedir o seu "dogão".
Sentia que não poderia ter feito outra escolha, se fizesse arrependeria pois era realmente delicioso e enchia o buchinho. Todavia, teve algo ainda melhor: Park se esbaldando enquanto elogiava a comida e no final sorria como uma criança satisfeita.
A noite qualquer se transformou em uma noite extraordinária onde o jovem pôde ter uma lição de que na simplicidade moram belezas maravilhosas se você de fato se permitir enxergá-las e que com pouco se é capaz de se divertir e criar memórias. Guardaria bem consigo a lembrança de Park Jimin ser apaixonado por momentos regados de espontaneidade, pela lua de fases e suas estrelas que iluminavam o céu e por cachorro quente.
No outro dia, eles foram maratonar mais filmes e não tinha doces em casa, ao invés de pedirem, Jungkook sugeriu que aproveitassem a cozinha equipada e fizessem. Jimin topou, vale ressaltar que após muita insistência, pois cozinhar não era seu forte.
Não sabiam o que preparar, eram tantas opções e tudo parecia difícil. Então, pensativo, o hyung comentou que não era fã de doces mas já até brigou por um cupcake. Claro que o moreno, em um impulso, berrou: "É isso!". Afinal, não tinha nada melhor que cozinhar na companhia dele, algo que ele gostava e ainda poder receber no final o sorriso satisfeito da noite passada.
Fizeram a massa sobre as instruções e supervisões de Jungkook depois de Jimin afirmar ser capaz de deixar tudo incomestível, colocaram nas forminhas, levaram ao forno, depois rechearam de chocolate e enfeitaram os bolinhos em meio a gracinhas onde sujaram um ao outro de creme chantilly. Ao terminar, foram arrumar a cozinha a qual ficou revirada. O azulzinho estava limpando o chão e riu bastante quando o garoto escorregou caindo como uma fruta podre no chão. Este se fez bravo mas não conseguiu manter a pose pois nunca viu o vizinho rir daquela maneira antes. Era simplesmente contagiante.
Finalizaram colocando os cupcakes em uma travessa, enchendo dois copos de leite e sentando no sofá confortável, assistindo a vários filmes - da coleção de comédias de Jeon - na enorme TV enquanto comiam. Não ficou o melhor doce da confeitaria em questão aparência, mas deu para comer numa boa. Park chamou de “sorte de principiantes” e o mais novo negou, afirmando que foi um trabalho bem feito dele que repassou de forma clara e precisa o que fazer, recebendo uma reclamação de que era um grande chato.
O próximo episódio de descobertas não aconteceu a respeito de comida, foi de música e de uma dor que Jeon não sabia explicar.
Para si, depois de ouvir o vizinho inúmeras vezes com o som ligado alto pra caralho, estava claro que ele curtia umas melodias sensuais, umas letras carregadas de luxúria, mas não fazia ideia que gostava de Beyoncé. Não deveria julgar, pensando que não fazia o estilo dele e que ele parecia másculo demais para ouvi-la, visto que gostos pessoais não interferem em aparência, no entanto, nascido em uma família tradicional, era de se esperar que cometesse essa gafe.
E como soube que Park Jimin ouvia uma diva no particular? Foi ao visitar o quarto dele outra vez. Não sorrateiramente, nem estando bêbado, e sim plenamente são, o beijando com volúpia. Afinal, estar o conhecendo, adquirindo intimidade e aos poucos construindo aquela porra de laço, fazia Jungkook sentir a atração necessária para se soltar. Fora que ter mais de vinte e quatro horas que não se beijavam ou se tocavam depois de Jimin ter o levado a uma espécie de paraíso inesquecível com os dedos, o deixou com tesão acumulado como nunca.
Os dois se beijaram afoitos, caminhando em direção aleatória até a cama, sem querer trombaram no som que de imediato começou a tocar Heaven o que cortou o clima. O jovem não ligava de continuar os amassos diante de uma música sentimental, porém o outro paralisou pensando que devia tê-la tirado de sua playlist. Aquela letra sempre lhe atingia em cheio e o fazia lembrar dele.
I fought for you
(Eu lutei por você)
The hardest, it made me the strongest
(O quanto eu pude, isso me fez ainda mais forte)
So tell me your secrets
(Por isso, me conte os seus segredos)
I just can't stand to see you leaving
(Só não suporto ver você partir)
"Está tudo bem?", Jeon perguntou. Mas o azulzinho continuou em silêncio com uma expressão melancólica, sentindo o coração apertar.
But heaven couldn't wait for you
(Mas o céu mal podia esperar por você)
No, heaven couldn't wait for you
(Não, o céu mal podia esperar por você) 2x
So go on, go home
(Então vá em frente, vá para casa)
Jungkook tentou segurar a mão dele, no entanto, foi surpreendido com um abraço onde Park deitou a cabeça em seu ombro, de olhos fechados, ainda ouvindo a voz bonita da mulher cantar, trazendo lembranças dolorosas as quais esforçava para guardar fundo, tão fundo dentro de si, na esperança de manter ocultas.
We laughed at the darkness
(Rimos na escuridão)
So scared that we lost it
(Com medo de perdemos isso)
We stood on the ceilings
(Estávamos nas alturas)
You showed me love was all you needed
(Você me mostrou que o amor era tudo o que precisava)
Estava apertando o garoto de uma maneira que este teve certeza que Jimin havia perdido um amor. Fraterno ou não, seja qual fosse, parecia mexer bastante com ele.
But heaven couldn't wait for you
(Mas o céu mal podia esperar por você)
No, heaven couldn't wait for you
(Não, o céu mal podia esperar por você) 2x
So go on, go home
(Então vá em frente, vá para casa)
Diante do abatimento alheio, achou melhor trocar de música. O hyung agradeceu pois não tinha coragem, nem forças, de o fazer. Perguntou se ele queria conversar, mas o mesmo negou e aumentou o volume, deixando Crazy in Love tocar, passando a remexer no ritmo, dançando exagerado e fazendo graça, buscando se aliviar. Costumava beber para isso, porém, sabia que Jeon não ia concordar. O jeito foi ignorar e usar do humor para fazer graça, fazendo daquele momento mais tranquilo.
Nesse mesmo dia, Jungkook ainda soube que o vizinho, surpreendentemente, lia e lia livros grandes. Achou incrível pois não imaginava que, diante de seu jeito de ser e se portar, ele o fizesse. Sim, o julgou novamente.
Park curtia ação, suspense e terror. Seu livro favorito era IT. Não sabia o que era IT, não acompanhou o sucesso dele como filme porque tinha medo de coisas de terror, obviamente preferia ir ao cinema para ver romances, comédias e comédias românticas. Claro que o homem lhe fez assistir e riu bastante dos sustos que levou. No fim da noite, Jungkook o intimou para dormir consigo, já que ficou com medo do palhaço. Jimin topou para ter um sono melhor pois, por alguma razão desconhecida, aquele garoto acalmava seus sentidos e a ideia era ainda mais atraente naquele dia havia lembrado dele. Quando apagou a luz e o dongsaeng grudou em si, disse a ele que deveria temer as pessoas pois elas podem ser cruéis e por serem reais são capazes de ferir de verdade. Jeon lembra de se perguntar quem havia o machucado.
Todos esses detalhes sobre o vizinho, junto de alguns instantes onde notou que o trabalho dele sempre o tirava a paciência, o fez concluir que apesar da aparência e necessidade de se exibir, se afirmar como um bad boy, Park Jimin era um homem normal com gostos próprios como qualquer um.
Então estava certo em pensar que ele usava uma máscara? Era para afastar as pessoas? Escondia seu verdadeiro eu porque foi machucado e não queria correr riscos novamente? Temia pedir para ouvir a verdade pois ele poderia voltar a se fechar ou simplesmente partir de sua vida e, sendo sincero consigo mesmo, Jeon estava curtindo demais o que estava vendo, o que estavam criando, o que estava sentindo, não queria terminar com o "mais" que estava recebendo dele.
Os momentos que passaram foram pequenos, normais para quem os tem no dia a dia, mas para Jungkook foram importantes, ousava dizer especiais, já que, aparentemente, não era todo mundo que Jimin aproximava e permitia se aproximar dele. O entendia, afinal, tinha dificuldade de se permitir, não era com qualquer um que conseguia ter uma intimidade real, ainda que o motivo disso fosse outro.
Precisava admitir que apreciou todos os instantes que passaram juntos. No entanto, teve um que se destacou: o dia anterior, sexta à noite, quando decidiu levá-lo para ver o pôr do sol no local onde era especial para si, como uma forma de agradecer por ele permitir que o conhecesse de verdade e retribuir.
Park perguntou o que exatamente eles estavam fazendo ali, em meio a rochas, Jeon explicou que desde pequeno gostava de sentar em uma delas, olhar o horizonte, contemplar a vista e simplesmente deixar que seus nervos e pensamentos acalmassem principalmente quando estava irritado com os pais e suas exigências. Era um lugar mágico, terapêutico, ele ia sentir.
O homem duvidou até que sentiu a calmaria trazida pela brisa invadir seus poros, esta mesma bagunçou seus fios diferentes e atraentes e, aparentemente, com cheiro de morango. Enquanto admirava aquele cabelo, os pensamentos de Jungkook foram dominados por "Minha cor favorita a partir de agora é azul".
Diante do silêncio onde ouvia apenas o vento e alguns pássaros em uma árvore próxima dali, Jimin sentiu a mente chegar a esvaziar, concluindo somente que aquele lugar era agradável. Vendo o sol se pondo e as estrelas nascendo na escuridão, sorriu pela beleza ali exposta pelo universo. O sorriso mais verdadeiro que o jovem havia visto. Era um sorriso largo, encantador e contagiante que, para a surpresa de Jungkook, ultrapassava o de criança satisfeita.
Ficou tão maravilhado que o fez rir com piadas pelos próximos dez minutos só para ver os olhos se fecharem, o corpo se inclinar e ele cair em gargalhadas gostosas. Isso por pensar o quanto o garoto era bobo e por se sentir sem preocupações ou dores, apenas estava em paz por alguns segundos mágicos. Ninguém fazia ideia do quanto estava precisando disso. Jeon não sabia e mesmo assim lhe proporcionou o momento… Seria uma retribuição do universo por estar sendo atencioso e cuidadoso como evitava ser para não se apegar a seja lá quem fosse?
Assim que as risadas aos poucos cessaram, mandando embora todo o descontrole e deixando os corpos ainda mais leves, Jeon se viu em uma cena de filme onde em um cenário bonito, o personagem via a beleza única do possível parceiro, se sentia hipnotizado por seus olhos felinos que deixaram a prepotência de lado e se expressavam como os de um gato pedindo carinho. Todo o magnetismo o puxava lentamente na direção dele, queria mostrar que podia lhe dar isso. Tocou o rosto de Jimin que mantinha seus olhares conectados, o seu caiu sobre os lábios carnudos aos quais não demorou a encaixar a boca.
Tum. Tum. É o que estaria ao seu redor se estivesse em uma cena de mangá. É o momento onde tudo parece harmonioso e perfeito. Beijou Park Jimin como se, de alguma forma, ele lhe pertencesse.
Diante daquela intensidade, o azulzinho, que estava com a mente vazia como a muito tempo não ficava, retribuiu com gosto e ainda foi se inclinando para trás. No passo seguinte estava deitado sobre a pedra, tendo Jungkook por cima, entrelaçando suas línguas com tanta gana, de uma maneira tão prazerosa, que dava vontade de suspirar. Não que, ao cair em si, admitisse ter sentido isso. Afinal, nenhum beijo lhe causava sensações, era ele quem era responsável por distribuí-las a muitas e muitos e deixá-los querendo mais.
Quando Jeon se afastou, estava tão ofegante quanto o outro, seu coração quase saía do peito por bater forte demais e ele não mediu as consequências de sorrir como um tolo. Estava sentindo uma emoção que a muito tempo não lhe acometia. Era paixão.
Fodeu.
Seu sorriso foi diminuindo e ele foi ficando sem reação exatamente como quem estava à sua frente.
Estava se apaixonando pelo vizinho? Ou será que já estava com tal sentimento e apenas notou agora? É possível se encantar e se apegar a alguém em tão pouco tempo? Talvez seja, ainda mais se ele, desde o ínicio, lhe provoca o que ninguém mais é capaz.
Não era bobo. Tinha noção que Jimin lhe envolveu desde a primeira vez, com a curiosidade sendo a principal motivação, e o que fez no clube noturno serviu para aumentar sua atração por ele. Aliás, aquilo não saiu de sua mente porque foi tão excitante, o prazer foi tão estonteante, do jeito que nunca sentiu na vida. Buscou sentir sozinho outra vez, mas não conseguiu. Isso lhe fez colocar o vizinho no topo de seu interesse e ainda o classificar como único, afinal, lhe fazia sentir sensações únicas.
A ansiedade que sentia todos os dias de “será que ele vai me beijar em algum momento?”, “será que hoje ele vai me tocar de novo?” e o desejo absurdo que para ele de fato fizesse, estavam sendo combustíveis para não parar de pensar nele. Logo, a realidade atual é que queria mais a cada pouco que experimentava e quando estava com ele, não só trocava amassos mas compartilhava pequenas e significativas coisas, o que estava intensificando seus sentimentos.
Entretanto, não podia se entregar de maneira alguma. Estamos falando de Jungkook, um garoto romântico, sonhador e inconsequente, apaixonado pelo maior canalha do bairro ou da cidade inteira. Qual seria a probabilidade disso dar certo?
Para começar, sabia que nunca seria correspondido da mesma maneira. A certeza bateu forte ao ver que, notando suas reações, Park olhou as horas e saiu de imediato murmurando um "preciso ir". Ele se foi, sem olhar pra trás. E Jeon ficou ali, se sentindo um idiota por não ter se segurado o suficiente, por ter se deixado levar.
Se sentiu ainda mais quando a ficha caiu. Jimin não se foi só para fugir de si com os sentimentos começando a ficar aparentes, mas porque não deixou de ter outros encontros. Eram praticamente nos mesmos horários, ocorreu a semana toda.
Olhou no relógio do celular confirmando as mesmas horas de sempre: sete horas. Era quando ele nunca estava disponível para si. Ficava consigo só quando tocava sua campainha de madrugada para ter companhia para dormir, provavelmente na busca de evitar seus pesadelos, e nunca estava nas manhãs ao acordar. Dava desconto porque ele deixava seu café pronto e, ao seu ver, parecia cuidado. Ou fazia parte de suas ilusões.
Na verdade, ainda que pensasse e sentisse que Park estava com outras pessoas, não podia afirmar com exatidão com o que ele se ocupava quando não estava consigo.
Em parte era sim outras pessoas, porém, o motivo ia além de apenas querer pegar geral. Jimin queria sentir que continuava o mesmo. Aquele apego ao qual apareceu em relação ao seu vizinho mimado, que lhe atraía e acalmava como ninguém, assustava. Obviamente, não queria ceder aos sentimentos confusos que estavam começando a nascer em si.
Para Jungkook, seu vizinho só continuava sendo o cretino de sempre. E, era difícil admitir estando sóbrio, mas saber que ele se encontrava com demais pessoas o fazia se remoer de ciúmes.
Não gostava desse sentimento, o achava tóxico, e não fazia sentido senti-lo, ainda mais não tendo absolutamente nada sério com o maldito. Ao mesmo tempo, pensava que quem sentia ciúmes tem medo de perder, se importa, deseja o outro por perto, quer a atenção dele voltada para si. É algo comum de acontecer quando se gosta, até porque a maioria dos seres humanos são egoístas.
Lembrou de sua mãe dizendo que ciúmes demais é ruim, causa desconfianças e cobranças, atrapalha a relação, mas não sentir nem um pingo é porque você não está a fim de verdade. Tudo é questão de equilíbrio. E, bem, o que estava sentindo não era nada exagerado, apenas um desconforto. Todavia, não o queria ali.
Tinha que se conformar. Conheceu Park Jimin assim, é claro que ele não mudaria do dia para noite. Ele só estava aproveitando, tendo momentos quentes e passageiros, se divertindo como sempre fazia. E se estava tão incomodado por que não podia fazer igual, ao invés de ficar sentado esperando ele bater na sua porta?
Foi pensando nisso e tendo um ato de impulso que decidiu marcar de sair com o primo de Hoseok. Agora ali estava no dia seguinte, em plena meia noite, todo arrumadinho, aguardando Jung Yugyeom na entrada de casa para pegar a última sessão do cinema.
— Hey, baby. — a voz do vizinho fez seu coração saltar, em parte de susto. — O que faz parado aí na calçada?
— Esperando alguém. — disse, óbvio.
— Eu pensei que iríamos ver a minha coleção de filmes hoje. E para o seu alívio eu não escolhi terror.
— Deixa pra próxima. — sorriu amarelo, sem olhá-lo, dando graças aos deuses pelo ex-colega chegar naquele momento.
Tratou de entrar no carro popular de cor branca, deixando Park sozinho em sua porta, sem sequer olhar para trás assim como ele fez no dia anterior.
=🏍=
Seus pensamentos estavam no vizinho tatuado. O que ele achava ao vê-lo saindo assim? Tarde da noite, de repente, com um novo possível pretendente? Com certeza não ligava para isso. E a questão que mais aparecia em sua mente, veio outra vez: o que ele estava fazendo sem sua companhia? Principalmente agora no horário que considerava ser só deles?
Por ficar focado nisso, não estava conseguindo curtir o filme que com certeza tinha potencial para se tornar seu favorito: Para todos os Garotos que já amei.
— Jungkook? — o rapaz chamou baixinho, tendo sua atenção. — Eu sei que concordei em vir nesse horário numa boa, mas meu dia foi cheio no trabalho e não estou conseguindo prestar atenção no filme mesmo ele parecendo ser ótimo e tendo sua companhia maravilhosa.
— Eu estou na mesma. Quer sair daqui?
— Claro. Digo, se não for problema para você.
— Não é. Vamos.
Era estranho ver Yugyeom concordar sobre tudo. Eles tinham praticamente o mesmo gosto, a mesma intuição, e não discutiam por nada. Não havia implicâncias ou provocações, nem emoções intensas.
Caso o vizinho estivesse ali demorariam na fila dos ingressos por gostar de gêneros diferentes mas, com esse cara, assim que chegaram já foram logo comprando porque ambos amavam comédia, principalmente romântica. Jimin também não ofereceria para comprarem e dividirem doces porque não gosta deles. E certamente nunca tomaria milk-shake de chocolate junto de rosquinhas ao deixarem o filme, diria ser a diabete pura. Eles iam discutir até entrarem em consenso do que comer e certamente escolheriam algo separado pois da maneira que o hyung não curte beber ou comer coisas doces demais, Jungkook não curte o amargo que ele adora.
Os dois tinham vivências, jeitos e opiniões opostas. Já com Yugyeom era tudo… Comum. Tranquilo. Estável. Sentia que seus gostos tão parecidos eram bons para uma amizade, mas não acrescentava em nada para uma relação a mais pois não sendo opostos não havia aquele choque de pensamentos, nada aprender, a equilibrar, a complementar.
A única hora que se distraiu foi quando conversaram andando pelas ruas ao redor do cinema, falando sobre a vida e seus sonhos de ter o trabalho desejado, fazer viagens pelo mundo... Perdeu o foco quando a brisa bateu forte contra seus corpos e agora não tinha nenhum cabelo azul royal sendo bagunçado e exalando um cheiro do que acreditava muito ser shampoo de morango. Também não encontraram e montaram em uma moto potente que fazia inveja ao acelerar pelas ruas. Entraram em um carro confortável de alguém que lutava todo dia para ter algo a mais na vida. Yugyeom não esbanjava incertezas como Jimin. Era o tipo de cara que lhe te dá um relacionamento recheado de estabilidade.
Se fosse antes, Jungkook o concluiria como o parceiro perfeito. Mesmo sendo homem e de uma família humilde, acreditava que seus pais iam gostar dele. Mas agora percebeu que preferia o oposto. Depois de experimentar o diferente, se sentia atraído por fortes emoções e sensações, pela liberdade e adrenalina que somente um cara metido a bad boy era capaz de oferecer.
Ao passar pelas rochas que ficavam perto da casa de seu amigo, inclusive primo de quem estava consigo, pensou em parar e não o fez porque não achava justo. Aquele era o seu cantinho, compartilhava somente com seus amigos e... Com ele. Não podia trazer mais ninguém para o local. O ex-colega de escola não era especial a esse ponto. Então continuaram o caminho para sua casa.
Tentou não ficar comparando os dois homens, no entanto, foi impossível. Ainda mais ao ser beijado de uma forma tão calma e cuidadosa. Mais uma vez, não havia emoção. A pegada não lhe fazia pulsar ou melar a cueca de imediato, a língua não lhe tirava do sério, o corpo não esquentava o seu. Era tudo... Comum demais.
Dizem que quando a química é boa, a física é de arrepiar. Pois no momento Jungkook não sentia nada disso, não tinha sequer um pelinho eriçado.
Parecia que estava ligado no automático. Era estranho. Só sabia que haviam começado a se beijarem ao passarem pela porta e, em seguida, estava no quarto jogando Yugyeom na cama. Por um instante olhou para a janela tendo a impressão que o viu olhando em sua direção mas logo balançou a cabeça. Estava vendo coisas. Era sua mente tentando lhe parar.
Voltou a beijar o outro, agora em cima do colchão, e quando sentiu as mãos lhe apertarem as costas, abriu os olhos. Essas mãos eram grandes demais e não usavam tanta paixão como gostava. Seu ex-colega era alguém incrível, porém não lhe tocava como ele. Não lhe fazia sentir as coisas que ele fazia. Ou que Gina um dia fez.
Perguntou a si mesmo: a quem diabos queria enganar? Não servia para transar e tchau. Não dava para continuar sem sentir absolutamente nada. Seu pau sequer estava duro diante dos fatores de não ter mais intimidade com o rapaz como tinha no passado; o beijo dele não lhe despertava desejos suficientes para levar adiante; e sua mente não conseguia se desprender de Jimin.
Preferia as coisas com conexão, amava as que tinha gostinho de quero mais. Não conseguia agir como o canalha de seu vizinho porque não sentia atração de primeira, precisava conhecer o mínimo, sentir algo… Algo a mais. Nunca achou que funcionasse assim para si mas agora a ficha caiu. Com Hyuna também não foi além porque não havia emoção o suficiente. O problema não foi ela, foi ele e seu terrível lado estúpido de se entregar completamente apenas quando apaixonado. Foi por isso que com Gina foi diferente e logo depois se viu caído por ela, já tinha indícios de paixão antes. É por isso que queria apenas Park Jimin.
E eles não precisavam ter um relacionamento, exclusividade já funcionaria. Desejava ser a primeira opção dele, assim como ele era a sua.
— Desculpa. — pediu, se afastando.
— O que foi? — perguntou com a voz entrecortada, sentando e o encarando confuso.
— Eu só... Não consigo continuar. Meus pensamentos estão longe.
— É por causa de alguém?
— Me desculpa, mas acho melhor você ir.
— Tudo bem, fica tranquilo, Jungkook. Qualquer coisa pode me ligar. Estarei sempre disponível para você, sim? — disse sorrindo, o selando e indo embora.
Depois que ele saiu, Jeon correu até a janela, as luzes de Park se encontram desligadas, ele não estava. Suspirou. Realmente era um baita idiota por estar caído de paixão e desejo por esse cretino. Não sabia como isso foi acontecer, nem porque diabos aconteceu, mas estava se apaixonando… Ou já apaixonado e com certeza com muita vontade de terminar o que ele começou naquele maldito clube noturno.
Merda!
Por que ele teve de lhe causar tantas sensações inesperadamente únicas? Por que essa semana ao lado dele teve de ser incrível? Por que ele tinha que lhe fazer ficar tão afetado com mínimas coisas? Sabia que Park estava sendo bom para si, diferente tudo o que as pessoas diziam ou do que ele próprio pensava, entretanto, não queria ser mais um iludido nessa porra de lista infinita dele. Queria fazer a diferença, ser único e exclusivo… Mas como?
Ansiando pensar melhor, saiu de casa e caminhou até as rochas, levando um sanduíche natural e uma garrafa grande de suco para poder ficar ali durante horas acalmando os ânimos e, quem sabe, tomar alguma decisão sobre aquela situação.
Se surpreendeu ao ver que havia alguém ali. Era um homem loiro, ele estava deitado, olhando o céu estrelado, resmungando alguma coisa. Demorou uns segundos para seu cérebro raciocinar e perceber que era Park Jimin.
— Jimin-ssi? — sua voz expressava sua surpresa. — O que faz aqui e, como assim, você está loiro?
Ele sentou, jogando o cabelo para trás, abusando de seu jeito naturalmente sexy e lhe encarando. O ex-azulzinho estava sério.
— Não me culpe, você quem me mostrou esse lugar e ele é muito bom para acalmar e também para pensar. Eu fiz uma limpeza no meu cabelo ontem, pouco depois que te deixei aqui. Aliás, você teria visto a algumas horas atrás se tivesse olhando para minha cara. — sorriu cínico.
— Oh... Tudo bem... — disse se sentindo sem graça porque agiu assim por vingança boba. Pigarreou. — Posso me sentar com você?
Jimin deu de ombros então o jovem sentou ao seu lado, mais próximo do que deveria, mas, ah, ele já estava ali, não tinha nada demais tirar uma casquinha, não é?
— Não achei que fosse possível mas você ficou ainda mais lindo. — estava admirado.
— Fiquei? — ergueu a sobrancelha, não tinha achado grande coisa.
— Sim... Bem, acho que você ficaria maravilhoso com qualquer cor de cabelo ou até sem, porque, sabe, você é naturalmente assim… Lindo. — desviou o olhar.
— Você também não ficaria nada mal com outra cor.
— Obrigado. — sorriu leve. — Eu tenho lanchinho da madrugada, quer dividir?
— Pode ser. — deu de ombros mais uma vez.
Jeon tirou o sanduíche da vasilha e partiu no meio, entregando para ele uma parte que não demorou a ser mordida.
— Uhm... Garoto... Como você consegue fazer essas coisas tão bem?
— Eu não sei. Mas, definitivamente, foi graças a mim que os cupcakes daquele dia ficaram gostosos.
— Eu avisei que se dependesse de mim, não seriam comestíveis. — riu, parecendo menos tenso do que alguns minutos.
— Se você diz, eu acredito. E pelo o que eu vi parece mesmo ruim na cozinha, hyung.
— Abusado. Espera. Você me chamou de hyung fora de um momento quente?
— Sim…?
— Que fofo. — disse, passando o dedo no molho e sujando o nariz alheio, ganhando um tapa por isso.
— Idiota.
Eles ficaram um tempinho em silêncio, olhando para o céu, comendo e dividindo a garrafinha de suco. Jungkook podia afirmar que preferiu mil vezes mais esse "encontro''.
Depois de alimentados, não controlou sua curiosidade ou as palavras que saíram de sua boca, sendo impulsivo:
— Por que você fica me enrolando e, enquanto isso, transa com todo mundo que aparece?
— O que? — encarou o jovem com a boca entreaberta, incrédulo pela pergunta, pois não esperava por ela.
Aliás, não estava fazendo aquilo de propósito. Ou talvez sim para ver se continha seus sentimentos ao que ainda ganhava sua aposta que consistia no coração e bunda gostosa de Jeon Jungkook.
— Não se faça de bobo, Jimin hyung. Por acaso eu sou algum tipo de piada pra você?
Ele suspirou antes de responder.
— Não, você não é. Você só é diferente.
— Diferente como?
— Diferente.
Não estava mentindo, ainda que tivesse apostado fazê-lo apaixonar por si e fosse devagar com ele para ver se ele desenvolvia os sentimentos necessários para ir até o fim consigo logo, quem saiu enfeitiçado foi o próprio Jimin. Não sabia dizer como ou o porquê mas com Jungkook estava provando de uma amizade sua, de um sentimento que só aconteceu uma vez na vida, a anos atrás.
— Não estou entendendo, Jungkook. Você sabe que é diferente e uma das razões é por ser demi. Creio que te assustaria se eu partisse para cima de uma vez e só se passaram, o quê, desde que começamos a conversar? Duas semanas? Então me diz qual o maldito problema?
— Pensa bem no que você está fazendo e depois me pergunta. — não aguentou em não ser rude. Estava odiando não ser igual aos outros, muito menos o exclusivo.
— E o que eu estou fazendo? — ergueu a sobrancelha.
— Jura que não sabe? — ele negou. — Você fala sobre não ir direto comigo, começa aos poucos, mas de repente me faz sentir todas aquelas coisas então simplesmente para. Agora está me enrolando por uma semana... É tudo desculpa, né? Está transando com mil outros por aí e a verdade é que você não me quer, só está brincando com a minha cara! Por que? É divertido tirar o hétero do armário?
— Você está com ciúmes. — esboçou um sorriso cínico e maldoso, finalmente notando a raiz da questão.
— Eu não acredito que você tem mesmo essa cara de pau. Pensei que você fosse diferente do que gosta de exibir por aí, que se importava, que… Que estava criando um laço comigo. Mas enquanto eu me iludia achando que era um pouco mais especial que os outros, você se manteve saindo com alguém diferente toda noite e eu que viva de migalhas. Você é tão cretino!
Não queria jogar essas coisas na cara dele, mas estava frustrado e não aguentou ficar calado.
— Pensando bem, com a Hyuna não foi tão diferente. Será que é lei estar comigo e com outros ao mesmo tempo? Isso é decepcionante. O que há de errado comigo?
— Tenha calma. Primeiro, não vamos discutir na rua.
Recolheu as coisas e saiu o puxando em direção às suas residências, pensando no que falaria pois não queria abrir o coração para o mais novo mas também não podia deixá-lo angustiado.
A contragosto Jeon o deixou entrar na sua casa. Em seguida se soltou, bufando e cruzando os braços.
— Me diz suas intenções comigo.
— Você está agindo da pior forma possível, sabia?
Ele sabia porque tendia a ser inconsequente, agir de formas que depois arrependia, mas, porra, só tinha dezoito anos e era sua segunda paixão, ainda tinha muito o que aprender.
— Desse jeito vai me irritar e acho que você não vai querer isso, certo?
O tom sério e impenetrável que ele usou... Isso foi uma ameaça? Devia acreditar que ele era tão perigoso ou o maldito estava agindo assim só para provocar?
— Estamos ficando, mas eu nunca te prometi nada, Jeon. Você também nunca prometeu. Ou seja, tanto eu, como você, podemos ficar com quem quiser, na hora que quiser, onde quiser e você sabe disso porque não é um garoto bobo, muito menos idiota.
— Você não entende que isso é injusto comigo?
— Por que?
— Porque... Você pode ficar com geral, mas... Eu só quero e só posso ficar com você.
Desde o início era para ter se esforçado para conquistá-lo, fodê-lo e deixá-lo, não se apegando e agora ser tão sincero ao ponto de assustá-lo.
E Park pensava: Jeon estava apaixonado? Ganhou a aposta? Por mais que a alguns dias atrás estivesse se gabando, dizendo aos amigos que as pessoas caem fácil por si e aceitado a aposta de conquistar o vizinho mimado que era demi, nunca imaginou que fosse acontecer. Ainda mais tão rápido. Mas ele só podia ter caído pela sua aparência e talvez pelo jeito bonzinho que deixou transparecer, pois o verdadeiro Park Jimin ninguém seria capaz de amar.
— Agora eu… Eu preciso entender o que está rolando. Eu estou esperando o próximo passo a semana toda e esses caras e moças que te procuram vão pra sua cama no mesmo instante, se bobear ainda voltam pra repetir a dose. E quanto a mim? Quanto ao meu desejo? Você quer apenas a minha amizade? Não, não, na verdade parece que estamos num joguinho onde você se aproxima e depois me afasta. Isso é uma brincadeira de mau gosto?
Jimin suspirou, o encarando fixamente.
— Você é diferente deles se ainda não percebeu. Agora se quiser ser igual eu simplesmente te fodo e vou embora.
— Eu não consigo entender. — choramingou. — Qual a diferença entre eles e eu? Hyung, eu já me sinto preparado para isso. Quero sentir mais com você. Me parece que é você que, por alguma razão, não está. E me chateia você estar comigo mas ao mesmo tempo ficar disponível só para os outros.
Não era para Jungkook ser diferente, no entanto, ele é por ter bagunçado sua mente e coração. Se encontrava com medo do que estava sentindo. Ainda ficava com as demais pessoas para fugir desse sentimento e mostrar a si que continua o mesmo. Estava enrolando para ir para os finalmentes pela aposta, não para consegui-la, era porque não queria concluí-la. Não queria fazê-la ser real pois a mesma já não fazia sentido. Mas não ia dizer. Não conseguia desabafar.
— Admita que está com ciúmes. — provocou, querendo tirar o foco de si.
— Eu não estou com ciúmes! — exclamou, irritado.
— Se admitir que está com ciúmes, podemos fazer um acordo.
— Que acordo? — quem sabe pudesse repensar.
— Primeiro admita.
— Não.
— Então nada feito. — sorriu com cinismo.
— Tudo bem. Vamos supor que eu esteja e provavelmente esteja pensando demais... — ele continuou com o sorriso, agora cruzando os braços, esperando a resposta correta. — Eu estou com ciúmes. — desviou o olhar, envergonhado pois odiava sentir isso assim como estava odiando essa briga idiota que, inclusive, foi ele mesmo e seu chilique de garoto mimado que começou.
— Vamos esquecer essa discussão boba. Nós podemos transar já que você está se sentindo pronto. Se você não gostar, afinal, lembro que tem dúvidas sobre, caí fora e nunca mais me procure. — talvez isso fosse melhor para os dois. Mas Jimin, lá no fundo, não queria desapegar da única coisa boa que estava acontecendo consigo em anos.
— E se eu gostar? Se eu quiser fazer de novo?
O que era muito mais provável de acontecer porque sabia que o, agora loiro, mandava bem e sabia que curtia homens também. Estava aceitando sem neutra alguma, era bissexual e ponto. Estava gostando de Park Jimin... Isso sim era complicado.
— Se isso acontecer, eu não fico com outra pessoa, você vai ser exclusivo na minha vida. Mas tem que estar disponível para mim a qualquer momento e fazer o que eu quiser. Será que você consegue, bebê? — disse um tom prepotente, sorrindo sarcástico, provocando.
Tinha esperanças que falando assim Jeon recusaria, poupando a eles de se envolverem. Não se sentia pronto para uma relação depois de tanta merda que houve em sua vida. Todavia, também era difícil afastar a única fonte de luz que encontrou depois de anos em meio a sua escuridão.
— Eu topo. — disse, sem hesitar. — Mas me diz, o que eles tem que eu não tenho para você estar enrolando?
— A pergunta deveria ser ao contrário. O que você tem que eles não? Com eles eu não me importo, só quero me aliviar, rápido e fácil. Você é diferente e eu já te disse isso. — e não era só por conta do maldito acordo que fez com seus amigos, era por se sentia normal, além de acolhido e em paz quando ele estava por perto.
Jungkook era diferente porque tinha de si uma aposta e um sentimento de apego pelo bem estar que estava conseguindo ter ao seu lado, ao qual estava tentando não se entregar para evitar que crescesse ao ponto de ir além mas era difícil de resistir.
— Diferente como? — questionou, curioso e insistente.
Park se aproximou, sorrateiro, com um olhar brilhando em sedução.
— Não sei explicar. — mentiu, levando as mãos até a cintura fina e trazendo para perto, colando seus corpos, assim como seus lábios. — Eu gosto do seu jeitinho. — murmurou, mordendo o lábio inferior do garoto que fechou os olhos apreciando a sensação. — E saber que você sente atração em segundo plano, que nunca esteve com um cara, me faz pensar no seu lado, ter cuidado, um pouquinho de carinho. — a boca foi selando para baixo e ele raspou os dentes no maxilar. — Eu fiz de propósito. Vim te instigando, dando prazer, a fim de que quisesse mais quando eu parasse. Te deixei livre nesta semana para que revisse suas vontades.
Não era totalmente mentira, mas a outra parte que não estava citando era que desejava enrolar desse jeito para fazê-lo apaixonar, ceder na cama e ganhar uma aposta do caralho que perdeu todo o sentido quando sua consideração apareceu.
As palmas desceram, agarrando as nádegas e apertando. Jungkook deu um pulinho em sua direção, franzindo o cenho ao que sentiu a pélvis pressionar sua semi ereção.
— Pelo o que estou vendo, está dando certo. — riu soprado. — Você não desistiu de tentar, pelo contrário, em pouco tempo está me cobrando para ter esse mais. — levou a boca até a orelha dele, murmurando com um tom suave e arrepiante — Então o quão mais você quer? Você realmente deseja ir até o fim com um homem? Comigo?
Jungkook praguejou mentalmente. Esse desgraçado sabia como provocar e fazer seu corpo corresponder. A sua voz soando tão baixa e rouca, a firmeza de seus toques, lhe envolviam tanto que em segundos sentia todo tesão.
— Cuidado, carinho, consideração por mim? — riu de volta. — Isso não é típico de Park Jimin. Não acredito que eu derrubei o seu lado bad boy. — provocou exatamente como ele fazia.
— Também não vamos exagerar. — afastou e ergueu um pouco a cabeça, o fitando — Ele está bem aqui, só que parece gostar de você. — passou a língua entre os lábios, o observando com toda sua intensidade e desejo. Havia puro desejo em seus olhos.
Tinha tesão em Jeon Jungkook, ele é gostoso pra caralho. Precisava admitir que vinha se segurando bastante desde que o conheceu. O fato dele não ser uma presa que tinha de primeira em sua cama o transformava em desafio, então parecia lhe fazer desejá-lo ainda mais.
Tocá-lo aos poucos e contar os dias para ver quando poderia transar com ele estava mexendo com seu psicológico. Esse "jogo" de conquista sendo mais difícil que o comum prendia sua atenção, a demora para concluir acumulava seu desejo e deixava tudo mais interessante também.
Jeon deu um sorriso ladino, aproximando seus rostos novamente.
— É. Parece. E parece que eu gosto disso. — “muito mais do que deveria'', completou em pensamentos.
Tomando a atitude, subiu a mão pela nuca dele, o arrepiando, firmando os dedos entre seus fios claros, e colando seus lábios em um beijo cheio de vontade, se surpreendendo ao ver que Park não o fez soltar seu cabelo e ainda deixou ser guiado por si. Essa é primeira vez que acontecia, das outras quem tomava a frente dos movimentos era ele e Jeon só correspondia.
Ter o controle o fez sentir cheio de si, de certa forma poderoso, portanto, empurrou o corpo dele para trás fazendo cair sobre o sofá de couro, passou as pernas longas e torneadas ao redor das dele, sentando em seu colo, voltando a puxá-lo pelo cabelo, agora adentrando a língua em sua boca e, ah, sentir o piercing parecia deixar as sensações ainda mais gostosas.
Jimin apertou as coxas do rapaz, subindo até os glúteos onde agarrou e moveu para cima e para baixo, o fazendo roçar em seu pau que crescia. Jungkook tirou as mãos de si sem delicadeza, afastando o suficiente para puxar a camiseta preta dele para cima, o vendo levantar os braços, ajudando a tirá-la de seu corpo musculoso e tatuado.
É claro que vendo os pares de jóias brilhando nos mamilos, quis estimulá-los e senti-las na língua. Portanto, abaixou a cabeça, lambendo ao redor para depois passar por cima vagarosamente para diversos lados, brincando com o piercing, até encontrar como afetava o loirinho. Este entrelaçou os dedos em seus fios escuros, empurrando sua cabeça, como um incentivo para continuar. Estava gostando... Arfando, principalmente quando o garoto resolvia mordiscar o local sensível.
Jeon lambeu o vão no meio do peitoral, deslizando a língua para baixo, subindo e indo para o outro mamilo dando a mesma atenção a ele, brincando com o segundo piercing. Achou o ato divertido e ficou ainda mais cheio de si por Park estar resmungando, demonstrando gostar de suas ações.
Estava distraído, logo teve um leve susto ao que, de repente, as posições se inverteram e suas pernas foram abertas tendo o homem encaixando entre elas. É claro que o vizinho não ficaria submisso a si por muito tempo.
Os lábios carnudos tomaram o seus com vigor, a língua dominou a sua que durante o beijo foi chupada e o quadril se chocou ao seu. Gemeu. Jimin deslizou as mãos pelas suas pernas, apertando as laterais das coxas, investindo de novo. Jungkook apertou os ombros dele, descendo as mãos pelas costas até chegar na bunda farta onde, por baixo das peças de roupa, apertou firme empurrando para baixo os fazendo colar as pélvis ainda mais, sentindo o pau duro um do outro com propriedade enquanto se beijavam intensamente.
Em meio ao fogo, o moreno deixou o dedo procurar, tocando a entradinha. No mesmo instante, sentiu o dono dela ficar tenso e segurar seu pulso.
— O que pensa que está fazendo? — perguntou, ofegante.
— Eu quero você, Jiminnie. — disse tão ofegante quanto, porém todo manhoso e pidão.
— Eu fui passivo apenas com um homem em toda a minha vida, o que te faz pensar que eu vou ser com você? — sorriu sarcástico.
Foi uma baita surpresa para o mais novo saber disso, todavia, não desistiu.
— Você acabou de dizer que eu sou diferente dos outros. Se sou mesmo, prove.
— Não mesmo.
— Ah, hyung. Não seja mau, pense direitinho. — usou uma das mãos para puxá-lo pela nuca, aproximando seu pescoço e deslizando os lábios por ele, arrepiando a pele cheirosa. — Então?
— Uhm... — fechou os olhos, aproveitando o contato e avaliando o pedido.
Sentia falta de se entregar a alguém daquela maneira, só brinquedos não lhe satisfaziam por completo, mas isso significaria que as coisas poderiam complicar ainda mais para seu lado no quesito sentimentos. Compensava? Pensando bem, assim, poderia transar com ele e ao mesmo não completar aquela porra de aposta. Apaixonado, aparentemente, Jungkook estava, porém, a bunda dele não teria. Ao menos, não essa noite.
— Eu não acredito que vou ser dobrado por um garotinho. — sorriu debochado, segurando o rosto dele pelas bochechas. — Faça. Mas faça direito.
Jeon puxou a mão, se livrando da pressão, e se sentando, o puxando para seu colo.
— Sério? — não conteve a animação na voz, nem o sorriso que brotou em seus lábios.
Por um instante sequer se lembrou da aposta, apenas pensava no privilégio de ter Park Jimin e da forma que pelo visto ninguém tinha a muito tempo. Estava tendo a exclusividade que queria, isso o deixava incrivelmente satisfeito!
— Estou te dando permissão para me foder.
Diante de sua deixa, Jungkook voltou a beijá-lo, afoito, com puro tesão e, claro, curiosidade em poder experimentar um cu.
Em certo momento tratou de fazer o loiro levantar, também o fazendo, para se livrarem de toda e qualquer peça de roupa que estava impedindo os corpos de se sentirem. O rapaz mal terminou o afazer e agarrou o outro pela cintura, colando suas bocas outra vez, tocando cada centímetro do corpo tatuado com devoção até uma súbita curiosidade aparecer, lhe dominando.
— Uhm... Jimin-ssi… — murmurou no meio do beijo. — Sabe o que eu quero? — soou manhoso.
— O que, baby? — o encarou, vendo um sorriso tímido.
— Chupar você.
O safado sorriu malicioso, logo passando a língua entre os lábios e dizendo todo sedutor:
— Então chupa.
Jungkook, mantendo seus olhares, foi ficando de joelhos e o segurando firme na palma. Ao abaixar o olhar viu um pequeno detalhe que nunca havia reparado.
— O que é isso, Jimin hyung? — disse espantado, vendo algo brilhar na cabecinha do pau dele.
O vizinho cretino alargou o sorriso malicioso.
— Isso, bebê, é um pênis.
— Eu sei, idiota. Estou falando disso. — passou o dedo, circulando a glande e ele estremeceu com o toque, mordendo o lábio. — Então?
— É um piercing chamado apadravya.
— Você tem um piercing atravessado na cabeça do pau? Porra! Caramba, isso… Isso não dói? — estava abismado. Como ele tinha coragem para fazer essas coisas? Era tão peculiar, tão erótico, tão… Jimin.
— Para colocar, sim. Para transar, não. Muito pelo contrário, dá mais prazer. É tipo o que tenho na língua, vai acariciar sua boca e em breve seu-
— Beleza! Já entendi! Não vai machucar minha garganta, não é? — quis confirmar, só para saber mesmo.
— Não, e — ele não teve a chance de terminar pois o rapaz já estava sugando toda sua glande, fazendo a língua pressionar diversas vezes o metal, experimentando com curiosidade. — Ah! — gemeu rouco, aquilo era uma delícia tanto a sensação quanto ver Jeon ajoelhado diante de si chupando seu cacete. — Merda!
O dongsaeng ficou concentrado em mover a língua e a cabeça, era uma tarefa um pouco complicada para ele que não se dava bem em fazer duas coisas ao mesmo tempo. Quando conseguiu a manha passou a, cada vez que voltava do vai e vem, deslizar um pouco mais para baixo. Já que Park resmungava prazeroso, empolgou de estar fazendo bem e devorou o pau... engasgando.
— Calma. — disse soprado ao que afastava o quadril. Afagou a bochecha dele com o dedo, com o olhar fixo nos olhos escuros, brilhantes, atentos e com lágrimas nos cantos. Lindo. — Não precisa colocar tudo na boca, terá tempo para treinar isso.
— Mas eu gostei.
— Caralho. — exclamou, surpreso e se sentindo afetado, Jungkook sorriu por retirá-lo tal reação. — Então vou te dar uma dica, tente segurar a respiração quando eu estiver para tocar sua garganta.
Ele assentiu, observando a pélvis… Não aguentou em não levar a boca para as veias ali presentes, lambendo uma a uma. Jimin mordeu o lábio. Desceu a língua para uma das laterais do V tão sexy presente naquele quadril, foi indo rumo a baixo até a virilha onde também lambeu, recebendo um resmungar por ali ser sensível. Repetiu do outro lado, ao que as palmas acariciavam as laterais das pernas musculosas. Até que uma das mãos pegou e passou a deslizar no pau para cima e para baixo. Observou o pênis longo, circundado com uma jóia atravessada na glande molhada, cheio de veias e duro, todinho para si. Se sentiu salivar.
Jimin puxou seu cabelo, olhou para cima.
— Para de admirar e volta a me chupar.
Sorriu ladino, obedecendo, se esforçando para manter seus olhares conectados podendo vê-o franzir o cenho. Sua meta era fazê-lo gemer, então focou em se mover com empenho.
Depois de um tempo, quanto mais Jeon devorava o pau, chupando da melhor forma possível, prendendo a respiração e o deixando tocar sua garganta de tecido quente e sensível, mais Park ia liberando os gemidos e puxando o cabelo dele.
Quando precisou de uma pausa para recuperar o fôlego, o rapaz se afastou, decidindo estimular as bolas alternando entre lambidas e chupadas, notando acertar em cheio na carícia já que o loiro contraiu o abdômen, o tronco deitando para frente ao que forçava sua cabeça ficar naquele lugar a fim de obter mais daquela sensação.
Riu, empurrando as pernas dele, fazendo desequilibrar e sentar sobre o sofá. Foi até ele, fitando seus olhos felinos e abrindo suas pernas, caindo de boca indo até o fim de uma vez.
— Porra, Jeon! — exclamou, gemendo alto ao tê-lo continuando, se acabando em seu pau sem parecer importar com mais nada.
Já que era assim, o loiro segurou sua nuca, movendo o quadril, fodendo a boca quente e gostosa, gemendo e estremecendo à medida que sentia estar cada vez mais próximo do ápice.
O moreno era bom em prender o fôlego, mas em certa hora sentiu a vontade de respirar, continuou a segurar porque o hyung parecia estar sentindo tanto prazer, ele gemia e se movia cada vez mais eufórico… É claro que em meio a toda intensidade voltou a se engasgar. Toda vez que acontecia seus olhos enchiam de lágrimas, seu corpo ganhava um arrepio e seu pau pulsava, então respirava como dava e prendia de novo, o permitindo continuar até repetir o momento estranhamente excitante.
Em sua opinião o piercing não atrapalhava, só era diferente tocá-lo em meio ao boquete. Já Jimin parecia sentir muito prazer com ele. Mas é claro. Estava atravessado em sua glande, se movendo dentro da carne de sua parte sensível quando sofria qualquer esbarro. E o canalha não tinha vergonha alguma de expor que estava gostando pra caralho, movia os quadris e gemia alto, sem pudor.
Jungkook também estava gostando, tanto que sentia o pau pulsar e melar de pré porra por conta disso.
Sentiu o loirinho pulsar sobre sua língua, ele ia gozar. Se afastou bruscamente, rindo de sua cara frustrada devido ao prazer interrompido.
— Não tão rápido, bad boy. — disse rouco, sentindo a garganta arranhando, fora os lábios e a língua formigando.
— Filho da puta. — xingou, o vendo de levantar.
— Respeita minha mãe, idiota. — se levantou, estendendo a mão. — Vem.
Queria tê-lo em sua cama. Queria manchar seus lençóis e deixar o ambiente cheirando a sexo. Sexo com Park Jimin.
Em seu quarto, pegou um lubrificante no guarda roupa - ao qual usava quando estava sozinho - e também camisinhas. Afoito, foi até o mais velho que já estava deitado no colchão.
Finalmente o tinha em sua cama e isso o fez lembrar da aposta. Poderia terminar logo com aquilo, quem sabe finalizar seus sentimentos também. Pensando nisso, falou:
— Fica de quatro.
— Você nunca comeu um cu, não é? — Jungkook franziu o cenho, esclareceu — Quando é a primeira vez ou a vez depois de um longo tempo, como é o meu caso, é melhor começar com os dedos e é bom estar de lado. É mais confortável e o ativo perde toda aquela visão tentadora que costuma fazer ele ir de uma vez.
— Eu não sabia. — deixou os itens sobre o colchão, engatinhando até o loirinho, lambendo o pescoço, subindo, parando ao chegar na orelha — E você não está tanto tempo assim sem. Naquele dia que entrei aqui e te mandei abaixar o som, vi que você usou aquele dildo pra se foder.
— Eu usei? — sorriu cínico. — Você estava aqui vendo no instante em que eu coloquei ele dentro de mim e movi furioso porque senti saudade de ter um orgasmo anal? — andava tão frustrado pelos sexos que estava fazendo estarem tediantes que, como raramente fazia, se rendeu a um brinquedo.
— Hyung — murmurou, seus olhos estavam fechados, estava imaginando. — Você sabe que sim.
— Ok, mas você por acaso prestou atenção no formato? E já olhou o seu pau? São proporções bem diferentes.
— Mas eu vou usar meus dedos primeiro… — tentou convencê-lo.
— Você quer mesmo discutir comigo? Quantas vezes você transou mesmo?
Certo. Não estava em posição de argumentar contra o próprio deus do sexo. Não devia estar pensando na aposta e querendo agir por ela. Precisava esquecer isso até porque o que o levou a insistir pois estava quase enlouquecendo querendo transar com Jimin foi a paixão. Não era sempre que se apaixonava, que estava disposto a experimentar de tudo entre quatro paredes, tinha que focar em aproveitar.
— Se não acredita, posso te provar. Que tal invertermos?
— Não. — ditou firme. — Eu já entendi. Agora fica de ladinho pra mim, fica? — o pedido soou manhoso no pé da orelha que em seguida mordeu.
Jimin arfou, praguejando mentalmente pela maldita forma que Jungkook pedia as coisas e lhe afetava.
Se colocou na posição, o tendo atrás de si.
— Não economize no lubrificante.
— Não irei.
Melou bem os dedos, levando para o buraquinho onde o circulou. Foi fazendo carinho ali enquanto beijava desde o ombro à nuca que ao ser tocada causou um estremecer e arrepiou todo o corpo alheio. Notando isso, passou a língua, logo fechando os lábios e chupando, recebendo um resmungar e outro estremecer.
Conseguiu passar a pontinha, moveu com toda calma que era difícil de ter, afinal, estava ansioso para poder entrar com o pênis. Ainda mais agora ao passar todo o dígito e sentir a textura do local. Estava desejando fodê-lo tanto… Mas tanto… Seu pau correspondia a cada movimento que fazia com o dedo, depois com mais um, espalhando o gel no interior quente e apertado da melhor forma que conseguia.
Os olhos de Jimin se encontravam fechados, não sentia incômodos como pensou que fosse acontecer - incluindo emocional -, em pouco tempo jogava o quadril para frente e para trás, impaciente. Não era só o jovem que se encontrava ansioso.
Jungkook segurou o rosto do loirinho pelo maxilar, o fazendo virar o pescoço para trás, o encarando com um sorriso arteiro.
— Para quem estava relutante, está bem apressadinho, uhm? — provocou.
— Me foda logo antes eu mude de ideia. — ordenou, o vendo assentir e se virou a tempo de poder pegar a camisinha das mãos dele.
— Hyung!
— Eu ponho. — estava conferindo aquele pau, era grosso como guardou em mente, quase desistiu ao pensar no estrago que poderia fazer em si mas era homem de honrar suas palavras.
O rapaz estava quietinho e quando os dígitos lhe envolveram melhor, deslizando o preservativo, acabou pulsando de tesão. Oh, como amava esses dedos pequenos e tão firmes!
Park sorriu sacana.
— Eu aposto que vai gozar primeiro.
— Vamos ver então. — disse, sorrindo igual, aceitando aquela disputa.
O homem retomou a posição anterior. Jeon passou mais lubrificante, dessa vez em seu falo, para então direcioná-lo e invadir aquele corpo aos poucos.
— Hyung... — não aguentou segurar o gemido, afinal, era tão quente e lhe apertava tanto. Fora que estava meses e meses sem transar com alguém. Deslizou mais rápido do que deveria.
— Calma! — resmungou em meio a uma careta, mesmo com a posição sendo mais favorável, estar devidamente lubrificado, a espessura conseguia ser demais pra si em primeiro instante. Ardia pra porra. — Eu tinha esquecido como era isso. — mordeu o lábio.
— Estou machucando? — perguntou preocupado.
— Só vai devagar.
— Desculpa a pressa. — pediu manhoso, lhe dando um beijinho no ombro.
Sorriu com os olhos devido ao cuidado de Jungkook. Virou parte do tronco, o puxando pela nuca, beijando lento, entrelaçando suas línguas deliciosamente, fazendo o moreno arrepiar ao sentir seu piercing sendo usado nas táticas experientes que ele possuía... Oh, isso é tão bom. Tanto quanto aquela textura gostosa e apertadinha ao redor de seu pau.
Gemeram em conjunto quando entrou por completo.
— Eu posso me mexer? — perguntou baixinho, se sentindo muito bem ali dentro.
— Sim. — passou a estimular o falo, sabia que as sensações prazerosas iam se mesclar ao ardor e fazê-lo desaparecer mais depressa. — Mas lembre de ir com calma, ao menos por agora.
Assentiu, saindo lentamente e voltando devagar. Foi fazendo isso, às vezes colocando um pouquinho mais de lubrificante, até estar deslizando completamente e notando Jimin mais a vontade, sentindo o devido prazer.
Segurou a cintura dele, investindo mais. Depois mais. Mais. E mais um pouco. O vai e vem estava em um ritmo mediano que agradava a ambos. Estava bom, porém, Jungkook queria contemplar as expressões de seu vizinho. Saiu de dentro dele, o mesmo se virou deitando de barriga para cima.
— Fica assim. — pediu, puxando o quadril dele e colocando um travesseiro por baixo.
Voltou a se encaixar, empurrando para dentro, o acertando fundo e causando um gemido inesperado. Saiu, jogando para frente de novo com mais pressão, Jimin mordeu o lábio. Então ele ia se segurar. Aceitava esse desafio também.
Foi aumentando o ritmo até ver, em sua carinha de cenho franzido, os lábios serem soltos. Em seu momento de distração pelas sensações que sentia, Jeon meteu daquele jeito que o atingia de uma boa forma e causava gemidos aparentemente inevitáveis. Sorriu prepotente. Claro que Park entendeu tudo aquilo.
— Desgraçado.
O rapaz riu, mantendo aquelas investidas por um tempo até sentir no fundo de seu ser que precisava acelerar e aumentar as sensações tão deliciosas que os dominavam. Nisso, o loirinho não demorou a enlaçar a cintura fina com as pernas musculosas e tatuadas. Jungkook grunhiu, as apalpando e apertando com vontade.
Em certo instante abaixou ao ponto de colar seus peitorais, sendo abraçado pelos braços fortes e cheios de desenhos, gemendo no ouvindo do hyung, sentindo o pau dele roçar em sua barriga e o canal lhe massageando gostoso ao passo que se movia rápido. Foi agraciado com gemidos roucos e frases.
— Seu mimado do caralho... Você fode tão bem... Com você... Oh! Porra! É tudo tão… Ah, baby! — apertou as costas dele, vez ou outra unhando por ali. Jeon gostava disso. Tanto quanto gostava de ser diferente para ele. Tanto quanto descobriu gostar de fodê-lo com toda sua energia.
— Hyung... — afastou o suficiente para subir uma das mãos até o pênis, estimulando em meio as estocadas que embriagavam não só ao Park mas a si.
— Ahn, isso... Oh!
Esses gemidos baixos e roucos, tão másculos e ao mesmo tempo manhosos, lhe tiravam do sério.
— Jimin hyung... Tão gostoso... — murmurou, igualmente afetado.
Ele era diferente das garotas que ficou, mas não menos gostoso. Pelo contrário, conseguia ser completamente, enlouquecidamente, delicioso e sensual. E o fato de gostar dele fazia tudo ser ainda melhor. Era por isso que preferia transar contendo sentimentos. Fazia tudo ser mais emocionante.
— Jiminnie, fica... Fica de quatro pra mim? — pediu, mais uma vez cheio de manha.
Naquele instante, só queria ter aquele prazer e dar ainda mais prazer ao parceiro. O homem também desejava, logo, não tardou a ficar nessa posição. E nesse momento tão íntimo, nenhum dos dois lembrou de suas apostas.
Jungkook manteve um ritmo mediano, que diminuía para provocar, e aumentava para os satisfazer, obrigando o menor a ficar entre grunhir e gemer alto. Podia ver que Jimin estava perdendo a noção cada vez mais, até mordia o travesseiro e movia o quadril veemente contra as investidas. Estava tão embriagado de prazer quanto a si.
— Que delícia, hyung. — elogiou, devido a como ele jogava a bunda em si. Resolveu ficar parado, apenas segurando a cintura dele e ajudando a chocar, o que lhe fez absorver ainda mais aquela sensação prazerosa de acertá-lo lá no fundo. E ver seu pau entrando e saindo daquela bunda farta estava lhe enlouquecendo tanto que apertava os dedos na carne com força, gemia cada vez mais e rolava os olhos de puro deleite.
— Oh... Você me engole tão bem… É um maldito gostoso!
— Eu... Porra! — socou o colchão ao que fez o garoto encontrar sua próstata sem quer. — Mete aí, Jungkook... Ahn... Bem aí. — estremeceu, gemendo ensandecido.
Perante a isso, o garoto tomou o controle e continuou acertando ali com força e rapidez. Queria que ele gozasse e perdesse o desafio então se controlou ao máximo mas, ainda sim, não resistiu quando os picos de deleite foram aumentando cada vez mais até fazê-lo explodir, vibrando todinho, gemendo alto e chamando o nome do loiro de maneira arrastada.
Com isso, além de recheado de um prazer delirante, Jimin veio, se entregando a um orgasmo gostoso, gemendo e jorrando abundante.
— Wou! — disse Jungkook, ofegante, com o coração acelerado, fazendo esforço para se retirar de cima do parceiro, deitando ao seu lado. — Isso foi incrível! Transar com um cara é igualmente ótimo. Precisamos repetir mais vezes!
Sua animação fez o vizinho rir.
— Tem razão. Não querendo crescer seu ego, mas você mandou bem. Quem diria que um bebezão como você soubesse fazer gostoso, uhm?
— Não julgue alguém pela aparência e muito menos pela idade. — piscou.
— Certo. Eu concordo.
— Vai passar a noite aqui? — tirou uma mecha de cabelo dos olhos dele, o vendo rolar os olhos diante de sua expressão boba apaixonada.
— Algum problema?
— Não, nenhum. Vamos tomar um banho de jacuzzi? — perguntou, sorridente. Estava se sentindo muito realizado, satisfeito.
— Garoto metido. Vai lá. Você prepara e depois me leva.
— Mas que folga é essa?
— Você gozou primeiro, bebê. Perdeu. Agora se vire. — o rapaz não rebateu porque ele tinha um bom ponto contra si.
Eles relaxaram e banharam na banheira. Depois, mais uma vez, ficaram vendo filme até dormir.
Algumas horas mais tarde, às cinco da madrugada, Jeon acordou. As luzes acesas, piscou, se esforçando para acostumar com elas.
— Jiminnie? — o procurou para todo lado, encontrando sentado em uma das cadeiras na mesa da cozinha com algo na boca. Fui até ele, sentando em seu colo e fazendo careta ao que ele soprou. — Isso é maconha?
— E?
— Não sabia que usava drogas.
— Às vezes, pra relaxar. — deu de ombros.
— Não gosto disso. Pode, por favor, não tragar isso na minha casa? E também evitar porque pode-
— Cala a boca, Jungkook. — interrompeu, mau humorado. — Eu sou bem grandinho pra saber a merda que estou fazendo, não preciso ouvir sermão de um garotinho. — o tirou de seu colo, levantando e dando um jeito de apagar e jogar o item fora.
— O que você tem? — perguntou, cruzando os braços.
— Não consigo dormir. — jogou o cabelo para trás.
— São os pesadelos?
— Sim.
— Eles vem todos os dias?
— Sim.
— É sempre o mesmo? — ele assentiu. — Você sabe o por que? — questionava curioso mas também estava preocupado.
— Trauma.
— Me conta. — pediu, o abraçando, afagando os fios claros, sedosos e cheirosos. Levou o nariz até eles, gostando do aroma de morango que tinham. Será que isso o lembrava algo ou alguém? Ou ele apenas gostava do cheiro e por isso usava?
— Não. — estava seco, nem parecia o cara provocante e alegre de momentos atrás.
— Hyung...
— Eu não vou te contar, Jeon. — falou sério, erguendo o rosto, o encarando nos olhos. — Não vou porque se você souber, vai abrir as portas para os meus segredos e não quero te envolver nessa merda. Também não quero que me conheça de verdade. — havia muita sinceridade em sua fala.
— Por que? — realmente precisava disso? Por que ele não desabafava? Por que esse mistério todo? E, como assim, conhecer de verdade? Já não estava conhecendo?
— Além de ser perigoso, eu posso muito bem te decepcionar.
— Mas eu quero saber mais sobre você. Eu sei tão pouca coisa. A maioria é o que o povo fala e o que você provou não ser. Ao menos não totalmente. Não comigo.
— Eu tenho que manter a minha imagem. E eu não quero que se machuque, então quanto menos você souber da minha vida, melhor.
— Até quando você vai guardar segredos de mim?
— Até eu sair dessa. — pegou sua mão, depositando um beijo sobre cada um dos dedos. — Eu prometo.
— "Sair dessa", o que quer dizer com isso? Você... Você é um criminoso, Jimin-ssi? — perguntou de olhos saltados.
Ele gargalhou, sentindo o efeito do que usou surgir, dizendo vago:
— É por aí.
Jeon se sentiu mais confuso. Então aqueles seus amigos eram também? Só pensou que pareciam gângsters, na sacanagem, não achava que poderia ser verdade. Ou será que Park estava brincando com sua cara?
— Agora vá dormir. Daqui a poucas horas você tem que trabalhar. Não se preocupe comigo, eu estou bem. — mas o moreno não estava tão convencido assim.
— Eu posso faltar. Não tem nada de importante amanhã e se você vai ficar acordado, eu também vou.
Diante de sua fala, Jimin entrelaçou seus dedos, o levando até a sala, deitando seu corpo no sofá, o surpreendendo com um beijo longo e desejoso.
— Me faz esquecer os meus problemas. Me fode. — murmurou rouco e grave, arrepiando o rapaz.
— Ah, Jiminnie... — dessa vez não ficou afoito, o abraçou com ternura, beijando carinhoso, explorando seu corpo com paixão.
Como ainda estavam nus, assim que mudou de posição, deixando Park em baixo, não demorou a entrar lentamente no interior gostoso. Foi aumentando as estocadas aos poucos enquanto o beijava calmo e sensual.
Tinha em mente que não estava o fodendo para ajudá-lo a esquecer qualquer coisa, estava o amando mostrar um futuro diferente. Mas não adiantaria se somente ele acreditasse nisso.
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