7. Uma Visita Inesperada!

Oii leitores, sejam bem-vindos a mais um capítulo. Espero que gostem! 😉
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Eu odeio Matemática!

Por que inventaram de colocar letras misturadas com números?! É sério, isso só pode ter sido criado para complicar ainda mais a nossa vida de estudante.

Minha vontade agora, é de furar esse caderno. Ai que saudade do meu fundamental, onde eu só precisava saber que 5×5 era igual a 25.

-- Nina help, como é que faz isso? -- pergunto fazendo um olhar de desespero.

-- É facinho. É só você multiplicar e depois dividir o denominador. -- ela explica pegando no meu caderno -- Ai, depois tira a raiz quadrada e diminui o valor que der com o anterior, e pronto, encontrou o X! -- ela sorri.

Franzi o cenho, ainda sem entender.

-- Ok, vou tentar aqui.

Nina ri novamente e continua a sua atividade.

Martin e Juan passaram por nós nervosos e preocupados. Eles não conseguiram encontrar alguém para tocar com eles e por conta disso, talvez não irão se apresentar no show.

Devo confessar que fiquei com pena deles. Se o Lucca estivesse aqui, poderia ajudá-los, pois desde que éramos crianças, ele sabe tocar vários instrumentos e ainda canta muito bem.
E por falar nele. Bom, nesses últimos dois dias ele sumiu do mapa, virou fumaça. Não nos falamos nem mesmo por mensagem, ele simplesmente desapareceu. Isso é bem estranho.

Já quanto a mim, estou ficando maluca com as matérias do colégio. Elas são muito avançadas, não é nada como eu havia estudado antes.

-- May, eu vou lá na biblioteca pegar as minhas coisas e já volto.

-- Tá certo, eu vou continuar sofrendo aqui. -- digo e ela ri ao dar uma piscadinha.

Me virei para vê-la indo, e vi Chiara me fuzilando com os olhos. Lhe lancei um sorrisinho falso e voltei a fazer minha atividade. Chiara passou esses últimos dias tentando me vigiar, para que eu não contasse nada a Maitê.

Giulia e Flora estavam ansiosas quando passaram me cumprimentando. Samuel as deixava mais nervosas ainda com o seu gênio forte, mesmo sabendo que eles se apresentariam juntos. Não pude deixar de notar em seu olhar, que ele gosta de vê-las dando o seu melhor, mesmo com as suas atormentações.

Eu desisto de tentar fazer a atividade e fecho meu caderno.

-- Parece que tá saindo fumaça da sua cabeça. O que tá fazendo, my lady? -- Gustavo pergunta sentando-se ao meu lado.

-- E tá mesmo. Eu estava tentando fazer uns exercícios de matemática, mas são muito difíceis. -- digo guardando o caderno na minha mochila -- E sinceramente, não estou nem um pouco a fim, de quebrar a minha cabeça tentando achar o valor de X e Y.

Ele ri.

-- Não seja tão dramática, Maya. Me deixa ver, talvez eu possa te ajudar.

Faço um biquinho e pego o caderno novamente.

Ele olha, risca algumas coisas no papel e depois de poucos segundos entrega-me o caderno.

-- Olha, era bem fácil. Só que a forma, a qual você estava fazendo era mais complicada.

-- Se aquela era a mais complicada, essa é o quê, mauricinho? -- digo ao franzi o cenho. E ele rir novamente.

-- Maya, não me olha assim. Vem eu vou te ensinar. -- ele diz ainda rindo da minha cara. Que debochado!

Gustavo me explica, e consigo terminar todas as questões que faltavam. Agora posso mudar a minha opinião, eu não odeio Matemática mais, só não amo ainda.

-- Tá vendo como era facinho. Isso mal se compara com o que vamos ver ano que vem.

Faço uma cara de desespero e dessa vez, ri junto com ele.

-- Ano que vem? Mas a gente já vai estar na faculdade.

-- Na verdade não. Só se você quiser ir logo, mas no nosso colégio nós passamos mais um ano pra usar o tempo como cursos pra colocar na ficha da faculdade.

-- Entendi.

-- Quando você precisar de ajuda novamente, pode me chamar que eu venho na hora. Posso ser o seu "professor particular". -- ele se oferece.

-- Obrigada por ter me ajudado, mauricinho, mas quanto a você ser o meu "professor particular", acho que a sua namorada não iria gostar.

-- A Chiara não manda em mim, my lady. Não se preocupe com isso, ela nem ligaria.

-- Eu ainda não sou a sua lady.

Confesso que gosto quando ele me chama assim, mas também gosto de contradize-lo, digamos que eu sou boa com isso.

-- Mas vou chamá-la assim, até você se tornar a minha lady.

Senti minhas bochechas corarem e meu coração acelerar, nunca nenhum garoto tinha sido tão direto comigo como ele foi agora.

-- A-Ah mesmo assim, prefiro não arriscar. Não quero mais problemas com a sua namorada. -- mudei de assunto.

Ele franziu o cenho confuso.

-- Mais? Você teve problemas com a Chiara? -- ele ficou sério.

-- N-Não, eu me confundi. Eu quis dizer que "só não quero ter problemas com ela". Até porque, eu nem a conheço direito. -- gaguejei ao dizer.

Ele não acreditou em mim. Continuou a me olhar confuso.

-- Maya, se a Chiara fez ou fizer algo contra você, pode me contar. Por favor não me esconda nada.

Eu poderia ter dito a ele sobre as minhas sapatilhas, mas não vou gastar a carta que tenho na minha manga tão facilmente. Isso serve para que ela não me atormente por um bom tempo.

-- Pode ficar tranquilo, ela não fez nada. -- minto.

Ele ainda continua com aquele olhar fixo, desconfiado.

E por falar no diabo. Chiara se aproxima de nós, ficando parada na nossa frente.

-- O que estão fazendo? -- ela pergunta.

-- Nada demais, apenas dever de matemática. -- Gustavo responde.

-- Mas nós não temos dever de matemática essa semana, Gustavo. -- ela afirma.

-- Nós não, mas a Maya tem. E eu estava ajudando. -- Gustavo a responde um pouco sério.

Ela me fuzila com os olhos e evito olhá-la ao guardar as minhas coisas.

Um clima estranho se infiltra no ambiente. E Gustavo percebe.

-- Eu vou falar com o Gabriel. Se precisar de ajuda novamente, não evite em me chamar, my lady.

-- Ok -- respondo sem olhar em seus olhos.

Acho que o Gustavo perdeu a noção do perigo me chamando de "My lady" na frente da Chiara. Eu sei que o namoro é de mentira, mas mesmo assim, é um pouco estranho.

Ele se afastou quando foi ao encontro do amigo. Já Chiara se sentou ao meu lado.

-- O que você falou pra ele? -- ela me pergunta séria.

-- Nada. Ele apenas me ajudou na atividade.

-- Eu acho bom você ficar de bico fechado sobre o teste de dança.

-- Chiara, não adianta querer me ameaçar. É você quem está nas minhas mãos.

Ela se enfurece com a minha resposta e vai embora.

Saber que a minha avó foi namorada do avô dela é muito estranho, mas eu não questionei a minha avó sobre isso, e não faço a menor ideia do porquê.

Nina não voltava. E as apresentações estavam prestes a começar. Saí para procurá-la na biblioteca, mas não a encontrei. Onde essa garota se meteu?
Ao ir até a pista de boliche, e ao palco para vê se ela estava lá por perto. Notei Gustavo escorado no balcão de equipamentos, me observando enquanto conversava com Gabriel. Ainda estava procurando a Carolina então não dei muita atenção.

Me virei para procurá-la em outro lugar. Mas foi aí, em frente a pista de boliche que as minhas lágrimas começaram a escorrer sobre as minhas bochechas. Uma das pessoas que eu mais amo na minha vida, estava a poucos metros de mim. Confuso, procurando alguém entre a multidão de pessoas que estavam na sua frente. Até me encontrar e me olhar da mesma forma a qual eu o olhava.

-- Meu Deus, eu não acredito...-- sussurrei. Eu estava paralisada, não podia acreditar que ele estava ali na minha frente, com um sorriso estampado em seu rosto -- Lucca! -- grito ao correr para o seu encontro.

Nos envolvemos em um abraço apertado. Um abraço, o qual eu pensei que nunca receberia novamente. Ele girava comigo.

-- May, eu acho que você pode me soltar agora. -- ele diz sorrindo.

-- Eu não vou te largar nunca mais! -- respondo.

-- Eu sei que você tá com saudade, eu também, mas é que você tá um pouquinho pesada.

-- Lucca! -- digo rindo e dando um murro em seu ombro. -- Isso é por não ter atendido as minhas ligações, seu otário!

Ele resmungou e depois começou a rir. O soltei e enxuguei minhas lágrimas.

-- Como é possível?

-- Eu disse que a gente ia se ver logo, ou você achou que eu iria aguentar ficar longe de você por muito tempo?

-- Eu não imaginava, que esse "logo" seria tão logo assim. Lucca, você é o melhor amigo do mundo inteiro! Eu amo você!

-- Eu também te amo sua chorona! -- ele diz passando a mão no meu cabelo.

-- Ei! Eu não sou tão chorona assim.

-- É sim!

Faço um biquinho e rimos.

-- Vêm, senta aqui comigo. -- digo nos sentando em um sofá azul -- Me conta tudo. Como você chegou? E o seu trabalho? E a faculdade?

-- Calma Maya, olha respira fundo. -- eu o obedeço. -- Vai com calma eu acabei de chegar.

-- Desculpa, mas é que eu ainda não acredito que você tá aqui na minha frente.

-- Eu sei. Vamos lá, sobre a faculdade, eu deveria ter te contado antes, mas é que eu quis fazer uma surpresa. -- ele sorri -- Bom, ganhei uma bolsa de estudos em uma faculdade daqui nas férias.

-- Não brinca, Lucca isso é incrível!

-- Pois é, quanto ao trabalho eu fui despedido. -- ele deu um sorriso sem graça -- Você sabe, eu não tava mais me dando bem com a Katherine.

-- Eu sinto muito, sei como você gostava do seu emprego.

-- Mas eu vou encontrar outro muito melhor.

-- Com certeza! Mas, e como você me encontrou?

-- A sua avó me passou o endereço, eu tinha ligado para ela há alguns dias, e a dona Marianna sabia que eu vinha.

-- Não acredito que ela sabia.

Marianna Miller é realmente a melhor avó do mundo!

-- Pois pode acreditar!

Nós nos abraçamos novamente.

-- E aí, como foi a sua viagem?

-- Foi tranquila, só teve algumas leves turbulências. -- ele observa a pista de boliche -- Maya, esse lugar é muito bonito! -- elogia.

-- É mesmo, e também é bastante divertido! Além da pista de boliche, da lanchonete, tem também uma biblioteca no anda de cima e o karaokê. -- digo apontando para o palco -- E daqui a pouco, vai começar o Galaxy Show.

-- Então vamos assistir, quero ver esses cantores.

Como um sinal, lembrei dos meninos.

-- Lucca, você ainda sabe tocar guitarra, né?

-- Sim, por quê?

-- Você topa tocar com uns amigos meus? É que eles não conseguiram um guitarrista, e por conta disso iam deixar de se apresentar.

-- Claro que posso, onde eles estão?

-- Eu não sei, vamos procurar. -- digo o puxando e saímos juntos passeando pelo Galaxy.

Enquanto isso, uma moça começou a apresentar o evento. Ela parecia ter a idade da Maitê, usava botas estilosas e uma jaqueta de paitê preto.
Um casal começou a cantar, e nós não encontrávamos os meninos. Fomos até um quartinho que tinha detrás do palco, uma espécie de camarim e lá estavam eles tristes, resmungando por não terem um guitarrista.

-- Meninos, eu encontrei a solução para o problema de vocês! -- digo ao abrir à porta -- Consegui um guitarrista!

-- Mas como? -- pergunta Juan.

-- Lucca é o meu melhor amigo. -- digo o fazendo entrar também -- Ele acabou chegar de viagem.

-- Nossa, obrigado pela a sua intenção. Mas não temos mais tempo para ensaiar. -- diz Martin -- E também nem temos uma música.

Lucca me olhou e cutucou meu braço com o cotovelo. E então me lembrei.

-- Não seja por isso, eu tenho uma música. -- digo empolgada.

Minha música, eu a escrevi com as minhas próprias palavras há alguns anos e o Lucca fez uma melodia linda. Pena que eu não consegui terminá-la, ficaram faltando algumas estrofes no final.

Mostrei a letra que tinha guardada no celular e os meninos me olharam surpresos.

-- Caramba, que música boa. -- elogia Juan -- Foi você quem escreveu? -- ele pergunta olhando para o Lucca.

-- Eu não, ela. Só fiz a melodia. -- Lucca responde.

-- Uau, Maya você é muito boa. Tem futuro nesse ramo. -- elogiou Martin.

-- Obrigada.

Eu sou boa com letras, achava divertido formar rimas e estrofes. Por isso, criei essa música.

-- Se vocês toparem a gente pode ensaiar, enquanto não chega a nossa vez. O que acham? -- Lucca pergunta já um pouco empolgado.

Eles se olharam.

-- A gente topa! -- eles confirmaram empolgados.

-- Mas tem uma coisa, faltam algumas estrofes do final, só que, se vocês repetirem o refrão dar certo.

-- Ok. Como se começa a melodia? -- Juan pergunta se aproximando da bateria.

Eles se sentaram, e Lucca começou a ensina-los. Ele deu um jeito deles decorarem a letra, pelo menos alguns versos. Foi difícil, mas estava dando tudo certo.

******

Depois de algumas apresentações chegou a vez dos meninos. Eles colocaram os instrumentos no palco e eu me escorei em uma mesa, após encontrar a Carolina.

-- Oi pessoal, para quem não me conhece eu sou o Martin. E hoje quero agradecer ao Lucca, esse guitarrista que surgiu como mágica. -- Lucca sorriu e me olhou envergonhado -- E também a Maya, que compôs a música que vamos tocar agora. Esperamos que gostem! -- ele deu uma piscadinha para a plateia, que o aplaudiu.

Lucca começou a tocar sua guitarra, e os meninos o acompanhou. Eles começaram a cantar.

Fico encantada, como a minha música combinou com a voz deles, parece até que foi escrita propriamente para a banda.

As pessoas gostaram do ritmo e da letra.

Ao terminarem, receberam muitos aplausos e assim se encerrou o Galaxy Show.


******


Nina teve que ir embora e eu não consegui apresentá-la para o Lucca.

Escorados na bancada, nós conversávamos sobre a apresentação. Até que Chiara se aproximou de nós com aquele sorriso falso, que me causava calafrios.

-- Maya, foi você mesma que escreveu aquela música?

-- Sim. -- respondo um pouco desconfiada das suas intenções.

-- Parabéns, ela é maravilhosa.

-- Obrigada, Chiara.

O que deu nela? Há pouco tempo estava com ódio de mim, por não aceitar as suas ameaças.

Chiara olhou para Lucca um pouco deslumbrada.

-- Você, eu não conheço. -- ela afirma sem tirar os olhos dele.

-- Eu sou o Lucca, acabei de chegar do Brasil.

-- Entendo, eu sou a Chiara, prazer em conhecê-lo.

-- Igualmente.

-- Ele é o seu namorado? -- ela pergunta para mim.

-- Não. É o meu melhor amigo.

-- Ah, seja bem-vindo então, Lucca. -- ela diz ainda com o sorriso no rosto.

-- Obrigado, Chiara. -- ele responde um pouco confuso.

-- Bom, agora eu tenho que ir, o Gustavo está me esperando. Tchau Lucca, tchau amiga! -- ela diz indo embora.

"Amiga"? Desde quando?!

-- Então ela é sua amiga, May?

-- Não, definitivamente não, Lucca. -- afirmo -- Eu nunca seria amiga, daquela garota!

-- Nossa, mas por quê? Ela me pareceu tão simpática.

Arqueio a sobrancelha.

-- As aparências enganam. -- afirmei -- Você nem imagina o que ela fez comigo.

-- E o que foi?

-- Ela escondeu as minhas sapatilhas de ballet, só para que eu não conseguisse fazer o teste pro grupo de dança da escola.

-- Sério?!

Balancei minha cabeça confirmando.

-- Mas por que ela fez isso?

-- Eu também não faço idéia. Só que por sorte, a Nina. Minha amiga que vou te apresentar, encontrou e me ajudou a fazer o teste.

-- Entendi, mas o que ela fez não foi legal. Pior, que ainda a achei simpática. -- eu ri. -- Ela é da sua sala?

-- Não, ela é de uma sala diferente. -- respondi, e vi Gustavo se despedindo do Gabriel -- Lucca, aquele garoto loiro é namorado dela. -- digo mostrando-lhe -- Eles são o casal mais popular da escola.

-- May, que estranho. Parece que eu o conheço de algum lugar.-- explica Lucca ao olhar para Gustavo.

-- Talvez ele tenha um rosto comum.

-- É, pode ser.

-- Ele também é o garoto que eu esbarrei naquele dia na praça.

-- O metido? -- ele me lança um sorriso.

-- Sim. Mas eu me enganei, ele não é tão metido, pelo contrário, até que é bem legal.

-- Ainda bem, né?

-- Pois é. -- concordei quando vimos Gustavo indo embora com a Chiara.

-- May.

-- Oi?

-- Não sei você, mas eu estou morrendo de fome.

Nós rimos.

-- Vamos lanchar alguma coisa na lanchonete, vêm comigo. -- digo puxando-o.

Nos sentamos e pedimos milk-shakes e sanduíches.

-- Lucca, por quanto tempo você vai ficar? -- perguntei.

-- Para sempre. -- ele diz dando um gole no seu milk-shake.

-- Isso é sério? -- pergunto animada.

-- Sim. Eu não vou mais me afastar de você, May.

Nossos olhos brilharam.

-- Lucca, eu já disse que te amo?

-- Já, um trilhão de vezes.

-- Você é o melhor amigo que existe!

-- Eu sei disso! -- ele se gaba.

-- E você já tem onde ficar?

-- Sim, vou morar na casa do meu primo.

-- Ah é mesmo, eu tinha me esquecido que o seu primo morava aqui.

-- Pois é, eu falei com o meu tio e ele disse que eu podia ficar o tempo que quisesse. Até porque, só moram ele e o meu primo. -- ele diz dando mais um gole no seu milk-shake de chocolate.

Terminamos de lanchar, e vi Giulia e Flora conversando com o Samuel. Acenei para virem até a nossa mesa, queria apresentá-los para o Lucca. Mas acabei sendo surpreendida, quando meu amigo disse empolgado:

-- Samuel?!

-- Lucca! Como vai primo? Pensei que só chegaria de noite. -- Samuel responde ao se abraçarem.

As meninas se sentaram ao meu lado.

-- Ah vou bem, na verdade o voo deu uma adiantada.

-- Espera aí, ele é o seu primo?

-- Sim. Maya, vocês se conhecem?

-- Claro, ele é do meu colégio.

-- Então você é a famosa Maya. Como eu não me dei conta? Que coincidência!

-- Pois é, eu nunca iria imaginar que você era o primo do Lucca.

Eles riram.

-- Lucca, deixa eu te apresentar. Essas são Giulia e Flora. -- Samuel diz mostrando as meninas.

-- Oi -- disseram elas em coro.

-- Oi meninas, é um prazer conhecê-las.

-- Igualmente, Lucca. -- disseram em coro novamente.

Conversamos mais um pouco, e decidi levar o Lucca para jantar na minha casa.

Queria fazer uma surpresa, então entrei de fininho pela à porta dos fundos, mas minha mãe me flagrou.

-- Maya Bianchi! Onde estava?!

-- Desculpa mamãe, esqueci de avisar que ia pro Galaxy estudar com a Nina.

-- Tudo bem filha, mas da próxima vez me avise. Eu estava preocupada com você.

-- Está bem. Mamãe, o que tem para o jantar? Sabe eu tô morrendo de fome! -- digo exagerando.

-- Sua avó fez macarronada. -- diz ela pegando uma frigideira, e meu pai chegou na mesma hora com o Nick.

-- Esse não era o prato favorito do Lucca? -- pergunta meu pai.

-- É sim, e ainda bem que ele está aqui, para poder comer. -- puxei o Lucca e o fiz entrar pela à porta.

Eles ficaram surpresos, e minha mãe acabou derrubando a frigideira no chão.

-- Lucca! Que surpresa! -- diz ela abraçando-o.

Minha mãe é apegada com ele, até porque nossos pais, são muito amigos desde a época da faculdade.

-- Mas como você veio? E a faculdade? -- meu pai pergunta ao abraça-lo.

-- Eu ganhei uma bolsa de estudo nas férias para uma faculdade daqui. Então decidi fazer uma surpresa. Só quem sabia que eu vinha era a dona Marianna e o meu primo, que por coincidência estuda na mesma escola que a May.

-- Nossa parabéns Lucca, que surpresa boa. -- diz minha mãe nos fazendo sentar para jantarmos.

-- Obrigado.

-- E a vovó, cadê ela, mãe?

-- Ela foi fazer umas compras no supermercado.

Assenti. Estou doida para abraçar minha avó, ainda não acredito em tudo isso.

******

Após o jantar. Lucca foi jogar videogame com o Nick, e depois ficamos escorados na varanda do meu quarto.

Ele achou legal a semelhança com o antigo. Seus olhos fixaram-se no porta-retrato que estava sobre uma cômoda e o pegou.

-- Maya, você ainda tem essa foto?!

-- Claro que sim. Nós éramos tão pequenos, que saudade desse tempo.

-- Devíamos ter uns sete e nove anos.

-- Verdade.

-- Eu lembro desse dia, você saiu correndo com medo, porque tinha um bichinho inofensivo no seu cabelo. -- ele ri com deboche.

Joguei um travesseiro nele.

Lucca me explicou o porquê do seu sumiço nos últimos dias, ele disse que fazia parte da surpresa.

Após matarmos a saudade e colocarmos o nosso papo em dia. Fui com meu pai deixá-lo na casa do Samuel. E talvez por coincidência, descobri que ele é vizinho da Flora.

Ao voltarmos para casa, vovó já tinha chegado, e estava tricotando algo. Não pensei duas vezes, e corri para abraça-la e agradecê-la por ter ajudado o meu melhor amigo.

Eu te amo dona Marianna! Você é a melhor avô do mundo inteiro♡

(3.451 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Tchau e até o próximo capítulo! 💕🤗

Ass: May ✨🌸

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