55. Acampamento de Verão!

Oii leitores! Sejam bem-vindos a mais um capítulo! 🤗
Espero que gostem! 😉
-----------------------------------------------------------

-- Nós vamos para Esquel. Tem um acampamento do colégio que fica perto do Parque Nacional Los Alerces. -- digo pegando um pedaço de pizza, e me sento ao lado de Nick.

-- Esse é um lugar muito longe para vocês irem de ônibus, são quase 24 horas de viagem Maya.

-- Pai, vai ser divertido e o que não vão faltar são responsáveis para nos acompanhar. Até o Lucca vai. E só serão duas semanas, nem dará tempo de vocês sentirem a nossa falta.

Ele franziu o cenho, ressaltando suas ruguinhas de preocupação.

-- Está bem, mas é para curtir essa viagem e não para ficar de agarramento com aquele projeto de homem.

-- Vinícius não seja tão careta, até parece que você também não foi jovem.

-- E é por isso mesmo mãe, eu fiz muitas besteiras na juventude e só não quero que os meus filhos façam o mesmo. Sabe quantos cabelos brancos surgiram na minha cabeça depois que a Maya disse que estava namorando? Sete mãe, 7 fios!

-- Pai não seja tão exagerado, esses fios já estavam aí muito antes da Maya começar a namorar. É só a velhice mesmo.

Ri enquanto meu pai fuzilava Nick com os olhos.

-- Mais uma palavra sobre os meus cabelos brancos, e eu corto o seu videogame por um mês!

-- Tóxico. -- balbuciei ao fingir uma tosse e recebi aquele mesmo olhar.

-- Estou começando a repensar à ida de vocês para essa viagem. -- ele passa a mão na barba recém cortada.

-- Para de implicar com as crianças Vinícius, tenha vergonha! -- minha avó deu um tapinha no ombro dele, que fez um biquinho triste como se ainda fosse uma criança.

-- Foram eles que começaram mamãe!

-- Pai! -- Nick e eu dizemos juntos.

Todos rimos dos dramas dele, até que de repente a porta foi aberta por Alex que respirava ofegante como se tivesse corrido uma maratona.

-- Você! -- ele me balbuciou apontando o dedo para mim -- Para o sótão, agora!

-- Por quê?

-- A gente precisa bater um papinho bem importante.

-- Eita, em que confusão você se meteu dessa vez?

-- Nada demais mãe. Vem logo May.

Ele começa a subir os degraus.

-- Tá bom! -- revirei os olhos ao dizer, mas mesmo assim o acompanhei.

-- Ei, eu posso jogar no seu quarto?

-- Não! Você está terminantemente proibido de jogar no meu quarto Nicollas! -- Alex grita em um tom de desespero fazendo com que todos nos assustassemos.

Assim que ele abriu a porta do sótão, começou a andar de um lado para o outro sem parar.

-- O que deu em você?! Por que gritou com o meu irmão daquela forma? -- cruzo os braços.

-- Por que você não me contou que a Nina é aquela gamer famosa?

-- E tinha necessidade? Qualquer hora ela ia acabar te falando. Mas por que você tá dando esse chilique todo criatura?

Me sentei em cima do piano.

-- Porque a Carolina me odeia!

-- O quê? Mas por quê? Isso não faz o menor sentido, a Nina nunca te odiaria. O que você fez com ela?!

-- Nada. Não sei, acho que devo ter feito algo.

-- Como assim? -- fico confusa.

-- Maya, você não é burra. Como não percebeu antes?

-- Perceber, o quê garoto?

-- May, quem é o meu herói favorito?

-- Thor, mas o que isso tem haver com a Nina te... -- arregalei os olhos -- Ai meu deus! Você é ele! Você é o Playboyzinho!
Mas é claro, o cara morava fora do país e fazia 20 anos em dezembro. E você gosta do Thor, por isso esse nickname ridículo! Ai meu deus Alexander, ela te odeia!

-- Eu sei!

-- Cara, ela passou a semana inteira indignada com você por conta da sua trapaça em um jogo.

-- Eu sei, foi o Nicollas que trapaceou e não eu!

-- E o que ela disse quando descobriu?

-- Aí é que tá, a Carolina não sabe de nada. -- ele se senta no chão passando a mão no cabelo e arregaçando as mangas da camisa -- Nós estávamos na sorveteria do shopping, quando chegou uma notificação "minha" chamando ela para uma partida, mas era o seu irmão usando a minha conta escondido. Então ela começou a falar sem parar o quanto me odiava, sem saber a verdade. Eu fiquei constrangido, então inventei uma desculpa esfarrapada e corri para cá.

-- Alexander, você se ferrou!

-- E você acha que eu não sei?! Já estou até imaginando a reação dela quando descobrir a verdade, certeza que vai querer voar no meu pescoço e as minhas chances com ela irão todas por água abaixo e aquele cara vai se aproveitar a situação! -- ele bufou.

-- Acho que acabei de descobrir quem mais puxou o gênio do drama nessa família. -- balbuciei e ele jogou uma almofada em mim. -- Ei! Alex pare de se lamentar, a Nina vai entender. Ela gosta de você e não vai se importar com essa bobagem. Agora é melhor você contar pra ela, antes que outras pessoas contem.

Ele suspirou mais uma vez, um pouco cansado.

-- Faz o seguinte, conta na viagem de acampamento. -- desci do piano.

-- Eu não vou.

-- Ué, e por quê? Eu pensei que você não fosse perder essa oportunidade de se divertir com a gente.

-- É, mas dessa vez eu não vou. May, eu acabei de voltar de uma viagem longa, quero aproveitar um pouco a minha família. -- ele se levantou -- Fica tranquila, eu vou falar com ela amanhã antes da viagem.

-- Você deveria falar hoje. Lembre-se, não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.

-- Você tá certa -- ele toca no meu ombro esquerdo -- Valeu por me escutar.

Ele se virou e saiu correndo. Não resisti e comecei a rir das pegadinhas que o destino nos dar. Nunca imaginei o meu tio poderia ser o cara que é minha melhor amiga ama e odeia ao mesmo tempo.

******


-- Maya? -- Tina chama com uma prancheta em suas mãos. -- Maya?

-- Aqui! -- subo os degrais do ônibus -- Desculpa pela demora Tina.

-- Tudo bem, coloca sua mochila lá em cima e procura um lugar a sentar, nós já vamos sair.

Assenti.

Mais uma vez eu me atrasei. Nick teve a cara de pau de vir na frente e nem ao menos me esperar, até o Gustavo me abandonou. Caminhando pelo corredor do ônibus, Lucca colocou minha mochila no bagageiro, um espaço que ficava em cima das poltronas.

Olho para Nina que parecia triste escorada com a cabeça na janela olhando a rua, então o mauricinho também olhou para mim com um sorriso em seus lábios.
Fiz um movimento com a cabeça, demonstrando que iria me sentar no lado oposto já que era outro alguém que precisava da minha companhia.
Ele assentiu e soltou beijinho no ar enquanto o ônibus entrou em movimento.

-- O que você tem, vaca? -- me sento ao seu lado.

-- Estou chateada. Ontem o seu tio saiu correndo da sorveteria me deixando sozinha e nem ao menos me ligou para explicar o que tinha dado nele.

-- Espera aí, o Alex não falou com você ontem à noite?

Ela franziu o cenho.

-- Não. Ele deveria?

-- Claro que sim. -- digo com braveza.

O que o Alexander tem de dramático, ele tem de medroso. Eu sabia que ele ia acabar dando para trás e não contaria a verdade para Nina. Que idiota!

-- Ele te contou o porquê ter agido daquela forma?

-- Eu não vou mentir para você. Sim ele contou.

-- E o que foi?

Ela aperta o meu braço ao se virar.

-- É uma coisa tão besta, mas o certo é você saber por ele e não por mim. Eu não tenho nada a ver com essa história.

-- Maya Bianchi, me conta logo! -- ela me fuzila com os olhos.

-- Não Carolina Martins, dessa vez não!

Ela revirou os olhos e cruzou aos braços ao se encostar na poltrona novamente.

-- Chata, te odeio!

-- Eu também te amo. -- digo entre risos e ela revirou os olhos mais uma vez.

-- Está dando tudo errado, primeiro o Alex fica estranho do nada e depois você não quer me contar o que tá acontecendo. Sem contar que ainda tem aquele, carrapato do Gabriel que ainda não se tocou que eu não quero nada com ele!

-- Carolina, eu não acredito que você ainda não falou com o Gabriel sobre isso!

-- Ah Maya, eu esqueci.

-- Carolina... Você falou isso ontem, antes de ontem, e antes e antes de ontem. Vaca, eu só não quero que você acabe perdendo o carinho de pessoas incríveis. -- ela me encarou -- Eu sei que você não quer dar uma chance para ele porque se apaixonou por outro alguém, mas não custa dizer logo a verdade. Pelo amor de deus mulher!

-- Maya, é inevitável que alguém não saia magoado nessa história.

-- Você tem razão e eu também tenho, então é melhor arrancar esse mal pela raiz logo.

-- Arrancar o mal pela raiz? Nossa você desenterrou esse ditado, nem minha avó fala mais isso.

Revirei os olhos.

-- Então não siga os meus conselhos, depois que você quebrar a cara, eu vou dizer um belo "Eu te avisei!".

-- Você é insuportável! -- ela empurrou meu braço.

-- E você é uma vaca! -- revidei.

Nós rimos e ela encostou a cabeça no meu ombro.

-- Eu te amo. Você é a única pessoa que me aguenta.

-- Eu sei disso, e é por isso que eu nunca vou te largar.

-- Até porque se você fizer isso, eu arrasto a sua cara nesse asfalto.

-- Você está muito perigosa para o meu gosto, vou contar para sua mãe!

-- Você não é nem louca. -- ela diz entre risos.

Encostei minha cabeça na sua.

-- Você já está liberada para voltar por seu mauricinho.

-- Eu sei, mas não vou agora. É você quem está precisando da minha companhia.

-- É por isso que você é minha melhor amiga, nunca me trocaria por nenhum homem.

-- Isso é verdade, mas você bem que me trocaria por aqueles homens dos livros que nós lemos.

-- Óbvio que sim, até parece que você também não perderia a chance de se casar com um Maxon, Peeta ou Rhysand da vida.

-- É, você tem razão. É quase impossível não amá-los.

Nós rimos novamente.

Se passaram 8 horas que estamos dentro deste ônibus com destino para um acampamento no sul do país, praticamente estamos no fim do mundo. De um lado só vejo mato e estrada, do outro mais mato e mais estrada. Apenas isso e um de adolescentes dormindo nas poltronas.
Já estávamos tão longe de casa e à noite já havia dado as caras há muito tempo, olhei o meu celular e já eram 21:00 horas da noite.

Gabriel estava dormindo de cabeça para baixo, Giulia e Flora estavam abraçadas a Samuel, Isa cochilava sobre as pernas de Michelle, e quanto ao restante do pessoal do 1° e do 2° ano, bem, estavam na mesma sintonia. Mas Lucca e Chiara eram quem realmente estavam roubando a cena naquela viagem, os dois dormiam abraçados e enrolados em uma manta verde. Tina tirava várias fotos deles e de todos nós, provavelmente para usar em algum ocasião especial como fez no aniversário de 19 anos do Lucca na semana passada.
Foi uma pequena festa organizada pela Chiara na casa dela, já que o Galaxy está proibido de receber visitantes por conta da reforma. Mas nada fez com que se perdesse a diversão daquela noite.

Depois que Nina pegou no sono, voltei para o meu lugar lado de Gustavo que também dormia, mas sua cabeça estava encostada no vidro e o seu cabelo que precisava ser cortado cobria uma parte dos seus olhos. O puxei para mim, fazendo com que ele me usasse como travesseiro. O mauricinho grunhiu algo que não consegui entender e depois deu um forte suspiro ao se encostar no meu peito. Acariciando os seus cabelos, percebi uma mancha vermelha em sua testa, provavelmente por ter passado tanto tempo encostado naquele vidro.
Me encostei nele também, na esperança de pegar no sono.

******


-- Chegamos em 30 minutos galera! -- Tina grita animada e nós fazemos o mesmo.

-- Eu não acredito que finalmente estamos chegando. -- Nina saltita pelo corredor ao dizer.

-- Nem eu. A minha bunda já está dormente de tanto ficar sentada nesse banco. -- Chiara resmunga em meio a música da caixa de som que os meninos levaram.

-- Ah, mas isso foi porque você não quis sentar em outro lugar. -- Lucca diz com malícia ao dar um tapa na bunda dela.

-- Lucca! -- Chiara diz completamente envergonhada -- Baby, aqui não é lugar para esse tipo de conversa.

Todos rimos constrangidos.

Não foi nada fácil ter passado mais de 20 horas com eles, eu perdi as contas de quantas vezes escutei músicas que eu adorava e agora odeio. Ou de quantas vezes fomos obrigados a aturar o Samuel e a Flora discutirem por motivos sem sentido.

-- Você não é a única, eu também não aguento mais essa gandaia. Afinal de contas Tina, por que nós não fomos de avião como a maioria dos outros alunos? Teria sido bem mais rápido.

-- Giulia, porque está sendo bem mais divertido assim. Olhem só, vocês estão até ficando mais unidos e terão boas histórias para contar no futuro. -- ela estica as mãos apontando para cada um de nós.

-- Unidos. Só que não, né? Se for parar para contar todas as vezes que a Flora e o Samuel quase saíram no tapa, teríamos que passar mais vinte horas viajando. -- Isa diz ao abrir uma garrafa de água.

Foram poucas as vezes que saímos de dentro desse ônibus, na maioria delas nós só almoçamos ou paramos para tomar banho em alguma pousada no meio do caminho.

-- Verdade, foi um milagre eles terem dado uma trégua. -- Gustavo diz ao envolver seu antebraço no meu pescoço.

-- A minha mãe costuma dizer, que quando duas pessoas se implicam muito é porque na verdade se amam.

-- Nada haver isso Gabriel. O Samuel não tá afim da minha melhor amiga, ele é o meu namorado!

-- Desculpa Giulia eu não quis insinuar nada, mas é que, às vezes, essa teoria é verdadeira.

-- Mas nesse caso ela não é!

-- Se você tá dizendo, quem sou eu para discordar.

Giulia bufou e foi ao encontro do seu namorado. Um clima tenso se instalou, nos deixando um pouco mais constrangidos.

-- Que tal nós jogarmos um pouco? -- Hannah se aproxima com um bolo de cartas de Uno ao lado de Nick.

-- Hum, não sei não. Esse jogo sempre acaba provocando mais discórdia.

-- Vamos Chiara, vai ser divertido! -- Gustavo incentiva já pegando as cartas das mãos da irmã.

Chiara revirou os olhos, mas concordou quando o mauricinho começou a embaralha-las.

Estávamos todos no meio do ônibus, brigando para ver quem iria puxar mais de 24 cartas que os +2 e os +4 formaram ao longo da partida. E pelo jeito que as coisas andavam, seria eu a "sortuda".

-- Que droga! -- Flora resmunga ao ter que aceitar as cartas.

E o pessoal grita a ovacionando.
Suspirei aliviada.

-- Ai meu deus amiga, que maré de azar é essa que você tá? Eu hein. Primeiro foi a recuperação e agora no jogo.

-- Concordo com a Michelle, é bom você tomar um banho de sal grosso quando chegarmos. -- digo entre risos.

-- Você tem razão. -- Flora diz com aceitação.

-- Talvez isso só seja karma, por ela estar fazendo coisas as escondidas. -- Celine balbucia e nós a encaramos ficando todos em silêncio.

-- O que você tá querendo dizer?! -- Flora eleva a voz.

-- Você sabe muito bem!

-- Gente, não vamos brigar agora e continue o jogo. -- Lucca aconselha tentando acalmar os nervos, mas não funciona.

-- Não Baby, deixa o barraco começar só o que estava faltando era mais uma briga nessa viagem.

Celine e Flora começam a discutir mais alto, até jogarem todas a cartas no chão e estragarem o único momento de paz que tivemos o trajeto inteiro.
Meu irmão recolheu as cartas e as devolveu para Hannah que ficou um pouco chateada.

-- Ei, aqui não é nenhuma feira para vocês duas ficarem gritando desse jeito! Podem já parar com isso ou vão passar as próximas duas semanas sem participar de nenhuma atividade no verão! -- Tina diz com autoridade fazendo com que elas se calem -- Pelo amor de deus, nós passamos quase 24 horas aqui dentro, todos juntos e aturando diversas discussões de vocês. Todos estão aqui para aproveitarem as férias e não para brigar!

O ônibus parou de repente.

-- Chegamos! -- Gabriel e Samuel gritaram juntos na esperança de que aquele sermão não continuasse.

-- Até que enfim. -- Nina grita do outro lado do ônibus. Todos corremos para as janelas.

Um enorme portão de madeira se abriu e sobre ele estava escrito: "Camp Summer".

Lucca se levantou ficando ao lado de Tina e Maitê.

-- É o seguinte galera, vocês vão pegar suas bagagens e nos acompanhar para receber as instruções. -- Maitê afirma ao prender os seus cachos em um coque. -- Nada de brigas enquanto estivermos falando, entendido?!

-- Sim! -- dizemos juntos.

Como se fossemos crianças, os obedecemos e seguimos até dentro do local. Eram cerca de 50 alunos, fora os outros que preferiram vir de avião.
Tinha um chalé enorme onde nós iriamos fazer as refeições e tinha outros menores, onde ficavam os nossas camas e banheiros.

Dava para se ver um lago com cachoeira em meio a inúmeras árvores e de longe também se notava as montanhas de Bariloche. Por ser um lugar no sul do país, disseram que era um pouco frio durante a noite, mas tirando isso o clima era bem parecido com o de Buenos Aires.
Também tinha um lugar com tirolesas e quadras feitas de areia, provavelmente para os jogos da gincana.

-- Vamos as regras. -- Maitê pegou uma prancheta.

-- Blá blá blá, não se pode andar na floresta durante a noite. -- Chiara balbucia ao meu lado -- Nem os dormitórios não são mistos. Blá blá blá.

Maitê repetiu exatamente o que Chiara disse e nós nos entreolhamos segurando a risada.

Gustavo me abraçou pelas costas, encostando sua cabeça no meu ombro.

-- E agora a regra que todos mais odeiam. -- ele balbuciou no meu ouvido.

-- E por fim, nada de celulares! -- Maitê apontou para um balde que Lucca segurava. -- Ou qualquer outro tipo de aparelho eletrônico.

Lucca recolheu todos os aparelhos em questão de segundos. E Gustavo soltou uma irônica risada para quebrar aquele clima de responsabilidade.

Chiara o encarou, enquanto reclamava dos mosquitos que a atacavam.

-- Chiara coloca o seu celular aqui dentro do balde. -- ela revira os olhos e puxa um celular que estava preso no seu short.

-- Essa regra é muito inútil. -- ela joga o iPhone dentro do balde.

-- Mas é uma regra e vocês tem que respeitar, agora coloca o seu outro celular aqui dentro também. -- Tina repete.

-- Mas eu já coloquei.

-- Eu tô falando do seu 3° celular, Chiara. -- ela puxa outro aparelho de dentro do seu sutiã.

-- Você é chata!

-- Agora coloca também todos os outros Chiara.

-- Mas eu já coloquei todos!

-- Chiara, você não vai me enganar. Da última vez você trouxe quatro, falta um.

Ela resmunga e puxa um outro aparelho de dentro do seu cabelo. Sim, o iPhone estava enganchado no mega hair dela.

-- Meu deus garota, para quê tudo isso? -- Nina pergunta com um pouco de indignação.

-- Minha filha eu tenho que ficar informada do que acontece no mundo exterior, tá? Sabe fora dessas árvores gigantes.

-- Mas aqui nem tem sinal, sua louca!

Chiara deu um profundo suspiro e colocou o seu "suposto" último aparelho celular no balde.

-- Pronto. Agora Lucca coloca aqui dentro o quinto celular que ela te mandou esconder na camisa.

Ele arregalou os olhos.

-- Eu já coloquei Tina. -- ele coçou o nariz.

-- Lucca não minta.

-- Eu não tô mentindo. -- ele coçou o nariz novamente.

Ele e essa mania de sempre coçar o nariz quando mente. Segurei meu sorriso.

-- Lucca, você gosta da Chiara? -- ela perguntou.

-- Sim. -- ele disse um pouco confuso e não coçou o nariz.

-- Ótimo. E você tem algum outro aparelho celular?

-- Não. -- ele coçou o nariz novamente.

-- Ahá, te peguei na mentira! Lucca, você percebeu que quando mente sempre coça a ponta do nariz? -- ela o imita.

Ele olhou para a mão e depois para nós, antes de retornar seu olhar para a Tina.

-- Anda garoto, coloca o celular aí dentro. -- ele obedeceu e Chiara revirou os olhos. -- Pronto, agora vocês podem se acomodar nos chalés. Ao som da sirene, vão todos para o refeitório.

Nós assentimos e Tina se afastou carregando o balde com os nossos celulares para dentro do chalé de refeitório, onde também ficavam os quartos e o escritório dos responsáveis.

-- Vocês já sabiam desse meu defeito? -- Lucca pergunta ao se aproximar de nós um pouco triste.

-- Sim. -- respondemos juntos e ele fez um biquinho que logo se tornou um sorriso quando Chiara o confortou.

-- Não era um defeito, e sim uma qualidade muito boa. Baby, significava que você é péssimo em mentir e isso significa que você é uma pessoa honesta. -- ela deu um beijo na bochecha dele.

Gustavo deslizou sua mão nas minhas costas antes de segurar no meu braço.

-- Eu quero te mostrar uma coisa. -- ele balbuciou já me puxando para longe do pessoal.

Eles continuaram todos parados conversando coisas aleatórias, como sobre o que seriam jogos e quem seria o tal grande futuro campeão.
Gustavo me fez entrar na floresta seguindo uma trilha que nos levou diretamente para uma ponte, que separava um lago de uma cachoeira.
Era tão lindo e a água não era tão cristalina como eu imaginava, mas mesmo assim aquele lugar trazia paz. O ar puro era maravilhoso e o único barulho que ouvimos era do canto dos pássaros e do pessoal que também tinha acabado de chegar.

Pela primeira vez na minha vida eu podia ver o que era realmente a natureza.

-- É tudo tão lindo! -- digo com entusiasmo.

Me encostei na madeira que rodeava a ponte.

-- Por que você me trouxe aqui, mauricinho?

-- Porque eu quero te mostrar isso. -- ele se agacha e retira uma caixa de dentro da sua mochila -- Eu pesquisei e descobri que daqui umas duas noites terá uma chuva de meteoros, e esse será o melhor lugar para vê-los.

-- Não brinca. Isso é sério?

-- Sim, e eu trouxe o meu telescópio pra gente assistir esse show camarote. -- ele sorriu e eu pulei para um beijo.

-- Eu nem sabia que você tinha telescópio.

-- Eu ganhei quando tinha uns 12 anos e estava em uma fase de querer ser astrônomo. É raro tirá-lo da caixa, mas como a minha dama favorita adora estrelas, eu não poderia deixar essa chance passar.

Ele me gira e me puxa para si.

-- Você é perfeito, meu amor! -- apertei sua bochecha e ele me abraçou.

Ele tocou meu rosto com suas duas mãos.

-- Nós iremos ter o melhor verão de todos, e ninguém vai estragar isso.

-- E quem disse que alguém vai estragar o nosso verão, mauricinho?

Ele sorriu e me beijou.

-- Sentiram a minha falta?! -- uma voz grita ao se aproximar de nós, que viramos imediatamente.

-- Rubén?! -- dizemos juntos ao encarar aquele alto moreno de olhos azuis.

-- Eu mesmo, "Camp Summer" é que nem coração de mãe. Sempre cabe mais um. Por quê não gostaram da minha surpresa? -- o sorriso de Gustavo sumiu a partir do momento em que Rubén apareceu. -- Vou considerar isso como um sim.

Por um segundo pensei que aquilo era só um alucinação da minha cabeça, mas logo cai na real quando os dois estavam prestes a se agredirem com os olhos.

E agora que mais pode acontecer nesse verão?

(3.934 palavras)
-----------------------------------------------------------
Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Obs: O último arco do 1° livro foi iniciado e agora entramos em contagem regressiva para o fim. 🤭

Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕

Ass: May ✨🌸

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top