54. O Amor Está No Ar!
Oii leitores! Sejam bem-vindos a mais um capítulo. Espero que gostem! 😉
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•°• Maya •°•
-- O seu tio me beijou ontem na biblioteca! -- Nina diz ao entrar no meu quarto e se jogar em cima de mim.
-- O quê?! -- gritei em êxtase rolando imediatamente na cama para ficar de frente para ela e sem querer bato meu cotovelo no seu nariz -- Mas como?! -- ela resmunga -- Sério?! Responde Carolina!
-- Você acabou de me agredir, tenha mais paciência! Ai tá doendo.
-- Foi sem querer, e não tem como ter paciência. Eu quero detalhes, vamos querida!
Ela passou a mão no nariz e suspirou.
-- Tá. Ele chegou do nada me oferecendo ajuda e então nós fizemos uma espécie de jogo, onde eu tinha que acertar trechos de livros que ele me mostrasse.
-- Ai meu deus, e o que aconteceu depois?
-- Bem, de acordo com o jogo se eu acertasse tudo ganharia um prêmio, o beijo no caso, mas eu errei o último e mesmo assim ele disse que eu merecia ganhar algo e me beijou. Ele me beijou e foi a melhor sensação da minha vida!
-- Ai meu Deus, que demais!
-- Eu sei, isso é incrível!
Nos levantamos e damos pulinhos em cima da minha cama, depois fazemos a nossa dancinha clássica de comemoração.
-- Mas e quanto ao Gabriel, você já conversou com ele? -- parei de pular e desci da cama.
-- Conversar o quê? -- ela perguntou como se não fizesse a menor ideia do que eu estava falando.
-- Nina -- digo seu nome e um tom sério -- Carolina, já se passaram semanas e você ainda não desmentiu aquela história da festa e nem disse que estava interessada em outro alguém. -- ela revirou os olhos -- Amiga, o Gabriel é muito legal e não merece ser feito de trouxa, sem contar que desse jeito que as coisas estão andando você pode acabar perdendo os dois sem querer.
Ela bufou.
-- Tá, eu entendi o recado. -- ela apoiou a mão na cabeça -- Prometo que falo com ele antes da viagem.
-- Que viagem? -- me encosto na porta da varanda.
-- A do acampamento, é daqui três semanas.
-- Ah, é mesmo. Quem mais vai além de nós?
-- Parece que todo mundo, menos o Juan e o Martin, eles vão ficar por conta da reforma, mas vão no último dia para assistir a gincana.
-- Entendi. O Lucca também vai? Mas ele nem é ex-aluno ou alguém que frequenta o PFT School.
-- Sim, ele vai como um dos responsáveis, tipo para dar uma força para Tina e para Maitê. Ué, ele não te falou?
-- Não, acho que deve ter esquecido. -- digo abraçando o elefantinho de pelúcia que Gustavo me deu e que estava em cima da minha cômoda -- Ele tá me trocando pela Chiara. -- faço voz de criança.
Nós rimos.
-- Ainda bem que ele vai, pelo menos dessa vez vai ter alguém para aguentar a Chiara reclamando dos mosquitos o dia inteiro.
Nina envolve um cachecol de plumas vermelhos em seu pescoço e depois pega meus óculos de sol branco e os coloca em cima da cabeça, ajeitando sua franja recém cortada. Ri mais uma vez quando ela começou a fazer poses de frente para o espelho como se fosse uma modelo e estivesse em um fotográfico.
-- Maya, você pegou o meu...
Alex abre a porta do meu quarto só de sunga e com uma toalha amarela sobre o seu ombro esquerdo. Seus olhos se fixam em Nina que o encarava com luxúria.
-- O protetor solar? Sim, eu peguei. -- sinto vontade de rir da cara que eles fizeram, mas me segurei -- Nina, é esse frasco azul que está do seu lado, entrega para ele por favor.
Sorri entre as palavras e ela me fuzilou com os olhos, mas mesmo morrendo de vergonha não perdeu a chance de entregar objeto a Alex.
-- Ei, vocês não querem ir para a piscina com a gente? -- Nick pergunta colocando sua cabeça entre a porta e Alex. -- Eu também convidei o Lucca, mas ele foi ao shopping com a Chiara, mas o Gustavo e a Hannah estão vindo aí. Então é melhor vocês se trocarem.
-- Tá, em 15 minutos a gente desce. -- digo indo até a minha gaveta -- Não é Carolina?
-- S-Sim -- ela gagueja ao continuar olhando para Alex de cima a baixo.
-- Pronto, agora saiam do meu quarto. -- empurro o Nick e Alex e fecho a porta.
-- Vaca, eu concordei mas esqueci que não trouxe biquíni. -- ela me olha com espanto ao começar a tirar o cachecol e os óculos.
-- Fica tranquila, eu comprei alguns para viagem e te dou um.
-- Eu já disse que você é a melhor amiga do mundo?
-- Sim, inúmeras vezes, mas vou cobrar o favor.
-- Vadia.
Nós rirmos de novo.
-- Agora melhor colocarmos esses biquínis, se não eles irão ficar impacientes.
-- Com certeza.
******
Assim que descemos, Gustavo já estava brincando de vôlei na piscina com Hannah e Nick.
De imediato Gustavo desiste do jogo e se aproxima da beira da piscina, sem tirar aqueles lindos olhos verdes de mim.
-- Buenas tardes my lady. -- ele se ergue pelo meio-fio da piscina.
-- Buenas tardes, meu mauricinho favorito.
Me agacho e lhe dou um selinho.
-- Aff, ninguém merece melação uma hora dessa da tarde. -- Nick alfineta ao jogar a bola para Hannah.
-- Até parece que quando você arranjar uma namorada, também não vai ser assim. -- Nina rebate ao se deitar em uma cadeira reclinável e abrir uma revista.
-- Fica na sua ô encalhada! -- ele respingou água nela.
-- Ei projeto de adolescente, quem te disse que essa princesa é encalhada?! -- Alex pergunta ao tomar as dores de Nina.
Me sentei na beira da piscina, colocando minhas pernas para dentro da água enquanto ria da cara que Nina fez quando Alex a defendeu.
Nick apenas revirou os olhos por ficar sem argumentos e voltou a jogar com Hannah, enquanto Alex se deitava ao lado da minha amiga.
Gustavo acariciou minhas pernas e depois me puxou para dentro da piscina, me abraçou fortemente e sussurrou no meu ouvido:
-- Como pode você ser tão linda?
Me virei para olha-lo.
-- E como pode você ser tão bobo?
-- Ei, eu não sou bobo, sou romântico!
Ele se ofende e dá um beijo na minha clavícula.
-- Você é bobo e romântico, é um pacote completo!
Nós sorrimos e eu o beijei em meio a água que nos rodeava. Apertei seu copo contra o meu e aquela era uma das melhores sensações.
-- Mas que pouca vergonha é essa?! -- meu pai grita do portão ao nos avistar.
Empurrei Gustavo que quase se afogou em uma piscina que nem era tão funda assim. Me ergui no para-peito da piscina, sentando novamente enquanto observava as gotas de água escorrerem pelo meu corpo.
-- Eu não acredito nisso. Aos beijos e ainda mais a essa hora!
Meu pai cruzou os braços e nos encarou. Eu não me importo, sei que ele só está agindo assim para que Gustavo não ultrapasse os limites que ele impõe, e pelo visto está funcionando bastante já que o meu mauricinho estremece toda vez que o ver.
-- D-Desculpe senhor, isso não vai mais repetir, pelo menos não na sua frente.
Eu arregalei os olhos, ou melhor todos nós o encaramos desacreditados ao olharmos para Gustavo.
-- Como é que é garoto?!
Nick e Hannah caíram na gargalhada enquanto Alex explicava para Nina o porquê Gustavo agia daquela forma com o meu pai.
-- N-Não, não foi isso que eu quis dizer senhor. -- ele fica mais nervoso -- Eu só estava querendo dizer que não vou beijar ela nas suas costas.
-- Meu Deus, isso tá piorando. -- balbuciei para mim mesma.
Percebi que meu pai estava segurando a risada, mas se manteve sério como se a qualquer momento estivesse pronto para fuzilar o meu namorado. Assustar o Gustavo estava virando a atividade favorita dele.
-- Tá bom, já chega de explicações. Eu estou de olho em você Griffiori! -- ele semicerrou os olhos e Gustavo estremeceu mais uma vez.
O clima ficou um pouco tenso depois que o meu pai entrou em casa, então do nada Alex se jogou na piscina com Nina quebrando aquele gelo e nos pegando de surpresa.
-- Briga de galo! -- Nick grita ao erguer Hannah em seus ombros.
-- É isso aí! -- Nina concorda ao se aproximar de Alex.
Gustavo e eu fazemos o mesmo.
A "guerra" começa, eu nunca imaginei que Hannah tivesse um espírito competitivo tão voraz, ela sempre ganhava sem fazer o mínimo esforço e nós nem estávamos deixando eles vencerem. Acho que a convivência com a Chiara durante a competição de dança, deixou esse lado dela bem afiado.
******
Daqui a dois dias ja é Natal e para minha sorte Gustavo decidiu que hoje seria a melhor noite para que acontecesse o jantar, onde eu iria conhecer os pais dele - quer dizer, eu meio que já os conheço, mas isso aconteceu na minha infância e não conta já que não me lembro de quase nada -, parece que os papéis se inverteram e agora quem está apreensiva com esse jantar sou eu. Não aguento mais pensar que talvez eles não gostem de mim, por está seduzindo o filhinho deles. Como se o Gustavo fosse algum santo, ai meu deus May.
-- O que você acha desse vestido azul?
-- Não, ele é muito sofisticado para um simples jantar.
-- Quer saber eu desisto, não tenho roupa para conhecer os seus pais!
Me sento na cama com cara de brava e Gustavo começa a rir dos meus dramas.
-- Com certeza tem alguma coisa aí dentro que sirva. -- ele se levanta e começa a afastar cabide por cabide observando cada peça.
-- É, mas tudo que está aí dentro ou não cabe mais em mim, ou é muito sofisticado, ou muito simples.
-- Qual é a sua cor favorita?
-- Rosa. -- respondi um pouco confusa.
Ele começou a separar todas as peças cor de rosa que tinha naquele armário.
-- Você prefere saia ou vestido?
-- Vestido.
-- Tá -- ele ergueu a sobrancelha -- Como pode alguém com tanta roupa não ter um vestido rosa? -- diz com indignação e eu comecei a rir. -- Fique logo sabendo, no seu próximo aniversário eu vou te dar um vestido rosa!
-- E eu vou cobrar, mas não me der no meu aniversário. -- ele ficou confuso e eu me levantei, enroscando os meus braços em sua nuca e ficando à centímetros de distância dos seu lábios. -- Eu quero um vestido rosa quando fomos para algum baile com direito até mesmo a buquê, como nos filmes românticos.
-- Combinado, você terá um baile e o vestido rosa mais lindo desse mundo.
Nos beijamos.
Gustavo me guiou até a cama que estava repleta de roupas espalhadas.
Aprofundei meus dedos em seu cabelo loiro, que era tão liso e tão fino que os fios deslizavam entre os meus dedos com a maior facilidade. Seus lábios retornaram para os meus, quentes e macios.
Minhas mãos largaram o seu cabelo e invadiram o abdômen que estava embaixo de uma camisa preta a qual eu mesma a tirei e a joguei para longe.
Gustavo me lançou mais um sorriso, repleto de más intensões...
-- O que eu falei sobre deixar essa porta... Mas o que é isso?! -- minha avó abre a porta e Gustavo se afasta de mim em um pulo.
Nos levantamos e a encaramos assustados.
-- O que vocês estão fazendo? -- ela pergunta mesmo já sabendo a resposta.
-- Procurando uma roupa para o jantar de hoje à noite, vovó.
-- E cadê a roupa?
-- Aqui, é esse vestido preto. -- Gustavo diz ao pegar uma peça que estava em cima da cama.
Minha avó franziu o cenho já sabendo que nós estávamos mentindo na cara dela.
-- E por que você está sem camisa?
-- P-Porque aqui estava muito quente.
Ele começa a procurar sua camisa.
-- Que estranho aqui estar quente, já que as portas da varandas estão abertas.
-- Foi eu quem as abriu, agora a pouco. -- menti.
-- Esta bem. É melhor você ir Gustavo, daqui a pouco é o jantar, não é?
-- Sim senhora, tchau my lady te vejo mais tarde. -- ele dá um beijo na minha bochecha.
-- Tá mauricinho.
Assim que Gustavo saiu, minha avó fechou a porta e cruzou os braços ao me encarar com aquele olhar julgador.
-- Você não vai falar nada para o papai, né?
-- Eu bem que deveria, mas não vou falar nada. -- me sentei em um puff, me sentindo aliviada -- Mas Maya, vocês tem que serem mais discretos. Porta fechada e ainda por cima com gente em casa? Querida, às vezes para certas coisas, principalmente para um primeiro relacionamento onde você não entende muito, deve-se dizer NÃO ao invés de SIM!
-- Fala por experiência própria? -- ela me olha confusa. -- Vovó, não é porque você engravidou aos dezessete anos que eu vá ficar também. Além do mais eu já sou maior de idade.
-- Maya, você pode até ser maior de idade mas ainda tem a cabeça de uma adolescente, o futuro é incerto. E eram os anos 70, todo jovem fazia besteira, mais ainda do que vocês fazem hoje. Eu só quero proteger você dos problemas do mundo. Nós somos mais parecidas do que você imagina.
Assenti. Eu não tinha argumentos para questioná-la, mas ela tinha muitos para querer me dar lição de moral.
Um dos motivos pelos quais os meus avós fugiram para outro país, foi justamente esse. A minha avó engravidou antes de ir para uma das melhores faculdades dos EUA, e ela sempre nos aconselha a ter cuidado agora para que o mesmo erro não se repita.
-- Na próxima vez que eu pegar o Gustavo enfurnado dentro do seu quarto com essa porta fechada, não vou hesitar em contar para o seu pai. Entendido?
-- Sim, senhora.
Ela pega o vestido que o Gustavo havia escolhido.
-- Ótimo, agora vamos ao sótão escolher uma roupa decente para você ir a esse jantar. Esse vestido é feio, como teve coragem de comprá-lo?
-- Foi o papai quem me deu.
-- O seu pai tem um péssimo gosto. Quantos anos ele acha que você tem, doze?
Nós rimos e eu me levantei.
-- Vovó, posso te contar um segredo? -- ela balançou a cabeça -- Eu te amarei para sempre, sem você a minha vida não teria a menor graça.
-- Posso também te contar um segredo? -- assenti -- Você é o meu único amor, mas não conta para ninguém.
Rimos mais uma vez e nos abraçamos.
Marianna Miller era a mulher mais incrível que já conheci em toda minha vida e como eu amava.
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Ding dong. Fez a campainha quando Nick a apertou.
Nervosismo é o que eu sinto quando enorme porta de madeira foi aberta por Hannah, ela sorriu ao nos ver.
-- Olá sejam bem-vindos, podem entrar.
-- Obrigada.
-- May o Gustavo está terminando de se arrumar e os meus pais vão descer daqui a pouco, vocês querem jogar alguma coisa enquanto isso?
-- Pode ser, você pegou o Uno?
-- Sim. Maya você pode embaralhar?
-- Claro.
Nos sentamos em cima de algumas almofadas perto da mesinha de centro.
Eu tinha esquecido como a casa do Gustavo era grande e luxuosa, mas algo que é bem incomum em casa de pessoas extremamente ricas era que eles mal tinham empregados. Só era apenas o Alejandro e uma moça que fazia a faxina. Hannah disse que maioria das vezes quem cozinha é a sua mãe, já que ela é uma chef de cozinha que se aposentou depois que o pai deles fundou a tal empresa.
Nick joga um + 4 para mim que não tenho como revidar. Esse jogo é um destruidor de relações, principalmente de irmãos.
-- Ganhei! -- Hannah diz em êxtase.
-- Vejo que já estão se divertindo sem mim. Buenas noches my lady. -- Gustavo diz ao dar um suave beijo na minha cabeça. -- Esse vestido ficou lindo em você, mas não me lembro de ter o visto em meio aos outros.
-- Obrigada. Ele era da minha avó.
-- Sua avó tem um gosto impecável. Ele é deslumbrante!
Gustavo exagerava às vezes, o vestido era simples. Ele não tinha brilho, babados ou cores muito fortes. Ele era só um vestido verde, mas não um verde comum, era um verde bem escuro que por conta da luz parecia ser azul, também era bem justo na cintura e suas mangas eram um pouquinho bufantes.
Minha vó disse que adorava dançar com ele no Galaxy, que na época ainda tinha uma jukebox.
Ouvimos passos vindos das escadas e nos levantamos.
-- Você é a Maya, nossa como ficou uma moça linda! -- a mulher com um sorriso amável se aproxima e segura as minhas mãos -- Sei que faz muito tempo e provavelmente você não se lembra de mim, mas não consigo esquecer de você correndo pelo meu quintal com os meninos.
Fiquei um pouco impressionada com a maneira pela qual aquela mulher me abordou, ela era tão adorável que eu fiquei sem ação.
-- Vamos ignorar as etiquetas. Eu sou a Vitória, mãe deles e é um prazer te ver novamente depois de tantos anos Maya.
-- Obrigada, eu digo o mesmo dona Vitória.
-- Por favor querida, não me chame de dona, desse jeito você me envelhece uns 10 anos. Me chame apenas de Vitória.
-- Sim dona Vitória... ops Vitória.
-- Espero que cuide bem do meu garotinho. -- ela aperta a bochecha de Gustavo que resmunga um pouco envergonhado.
-- Cadê o papai? -- Hannah pergunta ao abotoar um espaço no seu macaquinho jeans.
-- Ele estava terminando uma ligação importante filha. -- a mulher diz ao tocar em seu coque, como se ele estivesse prestes a se soltar.
Hannah tinha o sorriso dela, assim como Fábio nas fotos antigas em cima da lareira.
-- Sabia que falavam de mim. Desculpem a demora.
Um homem loiro usando uma roupa casual e com a cara do meu namorado se aproxima de nós.
-- Você deve ser a Maya. É incrível a semelhança com a sua avó.
-- E a sua com Gustavo também.
Ele sorriu, apertando os olhos e fazendo com que se notasse as rugas.
-- Então fique logo ciente, ele ficará igual a mim só que com mais senso de humor. É um prazer, mas pode me chamar apenas de Guilherme por favor, somos todos uma família aqui.
-- Pode deixar, é um prazer conhecê-los.
Continuei a sorrir. Eles eram muito simpáticos, e o meu nervosismo foi embora quando a gentileza deles se espalhou naquela sala.
-- Eu vou pegar a lasanha, por favor vamos para sala de jantar. -- Vitória diz ao tocar em sua saia longa laranja.
Enquanto a seguimos para mesa, notei Guilherme sussurrar algo para Gustavo enquanto dava um leve tapinha em cima dos seus ombros. Como eu queria poder ler pensamentos para saber o que ele disse.
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Depois do jantar voltamos para sala e jogamos Monopoly. Eu finalmente descobri a quem Hannah havia puxado o senso de competitividade, era de sua mãe. Dona Vitória conseguiu deixar todos nós, inclusive o próprio banco, completamente falidos.
-- Ai cansei de perder, Maya vem conhecer o meu quarto, quero te mostrar as minhas bonecas.
Nick, Gustavo, Vitória e Guilherme se olharam e começaram a rir.
-- Boa sorte Maya, ir até o quarto da Hannah é um caminho sem volta. -- Guilherme revelou e Hannah revirou os olhos.
Ela segurou nas minhas mãos e nós subimos juntas.
Barbies. Muitas Barbies, é isso que ela tem. Hannah possui todas as coleções de Barbies de filme, inclusive de anos que ela nem sonhava em nascer. Elas eram perfeitas, daquelas eu tive apenas uma e era a Blair da Escola de Princesas.
Enquanto ela tinha todas em uma estante que vinha do teto até o chão.
-- Tá impressionada, né? -- ela me lançou um olhar de superioridade.
-- Impressionada é pouco, comparado ao sonho de todas as crianças que queriam estar no seu lugar nesse exato momento. Isso é perfeito demais!
-- Eu sei, é quase impossível descrever essa magnificência.
-- Mag, o quê? Essa palavra existe mesmo?
-- Claro que sim, e é isso que mais define a minha coleção.
-- Você ao menos brinca com elas?
-- Não, são itens de colecionador e eu não costumo brincar há muito tempo.
-- Que pena, eu adoraria brincar com elas.
Hannah correu e esticou os braços em frente a estante.
-- Nem pense nisso mocinha. Ninguém toca na minha coleção!
Eu ri da expressão que ela fez.
-- Ela tem razão my lady, a dona da coleção é bem louca quando se trata das Barbies.
-- Pois é mana, na única vez que toquei em uma delas só para ter a certeza de que realmente cantavam, ela quase decepou o meu dedo. A Hannah ama mais essa coleção do que ela mesma.
Por um momento achei que fosse uma brincadeira, mas não era.
-- Vem comigo May, agora é minha vez de te apresentar o meu quarto. -- Gustavo disse com malícia.
Que garoto pervertido!
-- É bom você deixar a porta aberta, senão eu conto para o meu pai.
-- Pega. -- Gustavo estende uma nota para Nick.
-- Só 30 pratas? Que pouco!
-- Nicollas, será que dá para parar de extorquir o meu namorado?!
-- Não, isso tá sendo um bom negócio. Alguém tem que lucrar aqui.
Hannah caiu na gargalhada quando encarei meu irmão completamente desacreditada com que ele estava fazendo.
-- Pega mais dez, é tudo que eu tenho, seu chantagista barato.
-- É assim que é bom.
Gustavo me puxa e entramos no quarto dele que ficava no fim do corredor.
Era um quarto comum para um garoto da sua idade, tinha uma cama de casal encostada entre duas paredes, um computador do lado oposto da janela a qual tinha vista para o meu quarto, e algumas prateleiras com fotos, mas em nenhuma delas o Fábio estava.
Eram apenas fotos com o Gabriel, Chiara e os pais dele em momentos comuns entre amigos e família, mas ao lado de sua cama, em cima de um criado mudo estava uma foto que eu nunca tinha visto na vida. Eu e ele sentados juntos debaixo de uma cerejeira na velha casa da minha avó.
Segurei o porta-retrato e lancei um olhar de encantamento, ele sentou na cama segurando o pequeno Sonserina.
-- Nem pense nisso, essa foto é só minha!
-- Mas eu estou nela, mereço ter uma!
-- Por isso ela é só minha, ela é única igual ao amor que sinto por você.
O gato saiu dos seus braços e correu para debaixo da cama.
Sorri ao colocar a foto de volta no criado mudo.
-- Por que você nunca me disse que tinha essa foto?
-- Porque ela era a única recordação que tive de você depois que me mudei para cá com a minha família.
-- Eu a adorei.
-- Eu sei, mas nem adianta me olhar assim. Eu não vou dá-la para você!
Fiz um biquinho triste, depois juntei os dedos indicadores.
-- Então parte aqui.
Ele riu e me puxou para si, fazendo com que caíssemos em cima da cama.
-- Que tal terminarmos o que começamos hoje mais cedo na sua casa?
Ele ficou em cima de mim e me lançou aquele olhar conquistador, então lembrei do que minha vó disse sobre dizer "Não" em certos ocasiões. Mesmo sabendo que o Gustavo nunca teria a coragem de força a barra comigo, respondi:
-- Eu acho que não é uma boa ideia, seus pais estão lá embaixo.
-- É, você está certa.
Ele se deitou ao meu lado e o abracei sentindo o seu perfume, nós encaramos o teto enquanto ele acariciava o meu cabelo.
-- Eu poderia ficar assim por horas. -- ele beijou a minha testa ao dizer.
-- Somos dois então.
Entrelaçamos as mãos e nos olhamos com ternura. Eu amava a sua delicadeza ao me tocar.
-- O que o seu pai sussurrou naquela hora?
-- Que você era uma grande garota e que eu tinha muita sorte. Acho que isso foi a coisa mais legal que ele já me disse em todos esses anos.
-- Eu gostei dos seus pais, eles não são nada como eu imaginava.
-- Eles também gostaram de você. Sabe, você foi a primeira garota que eu cheguei apresentar eles.
Me virei deixando meus cotovelos em cima da cama e encarando seu rosto.
-- A primeira?
-- Sim -- ele diz com confiança.
-- Mas eu sei que não sou sua primeira namorada.
-- Mas você foi a primeira que eu realmente amei, e que vou amar para sempre e sempre. Eu entreguei meu coração a você, e ninguém nunca vai poder mudar isso.
Sorri e o beijei.
Era completamente impossível não se apaixonar por Gustavo Griffiori a cada dia.
(4.051 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉
Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕
Ass: May ✨🌸
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