40. Lucca - Parte III
Oi leitores! Sejam bem-vindos a mais um capítulo! 🤗
Espero que gostem! 😉
Aviso
Esse capítulo pode conter algum gatilho relacionado a algum transtorno. Lembrando que os personagens envolvidos são todos maiores de 18 anos.
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Abri os meus olhos quando o reflexo de luz tocou meu rosto. Chiara continuava a dormir em cima de mim, sua cabeça estava sob o meu peito. Ela parecia tão inofensiva quanto uma lebre e tão frágil quanto uma simples flor. Durante a madrugada não pude deixar de perceber alguns espasmos enquanto ela dormia, provavelmente por ela ter passado o dia inteiro chorando. Após senti-la pesar um pouco tentei me acomodar, mas acabei a acordando. Ela se sentou no sofá e esticou os braços e colocou a mão na nuca como se estivesse dolorida. Chiara me olhou logo em seguida, piscou algumas vezes como se os seus olhos estivessem desacreditados e o seu cérebro ainda estivesse processando o que tinha acontecido na noite anterior quando ela teve a coragem de me mostrar uma de suas maiores fraquezas.
-- Bom dia -- digo também me sentando no sofá e mexendo o meu braço que havia ficado um pouco dormente.
-- Buenos días -- ela dá um leve sorriso e afasta o seu cabelo loiro que estava no rosto com a mão esquerda.
Chiara tinha um forte sotaque, se ela quisesse passar por uma brasileira teria que ser esforçar muito para conseguir, mesmo que às vezes ela não aparentasse ser uma típica argentina.
-- Está com fome? -- ela perguntou. Abri a boca para responder, mas o ronco na minha barriga fez isso por mim -- É pelo visto você está -- ela riu -- Se quiser, você pode preparar alguma coisa para gente.
-- Não, eu tenho que voltar para casa -- olhei o relógio do meu celular e ainda eram 06:30 da manhã. -- Prometi pro Samuel de que chegaria cedo, daqui a pouco ele precisa ir para o colégio e você também -- me levantei.
-- Não, hoje eu tenho que ir para outro lugar -- ela fez um biquinho triste -- E você vai me deixar com fome? -- revirei os olhos -- Tá eu posso fazer alguma coisa, mas tem que ser rápido!
-- Ok. Eu vou me arrumar agora, mas a cozinha é toda sua. Se divirta! -- ela sorriu -- Fica para aquele lado -- apontou para um corredor que ficava ao lado da escada que ela começava a subir.
-- Está bem, você é bem folgada!
-- Ei!
Rimos e ela continuou a subir às escadas e eu fui para cozinha. E que cozinha, ela era duas vezes o tamanho da sala de estar, já os pratos e copos pareciam que tinham saído de alguma joalheria, pois brilhavam mais que o próprio chão que eu pisava, tive até receio de tocá-los pois se eu quebrasse demoraria uns dois anos de trabalho para poder pagar. Mas eu disse que ia fazer algo para aquela "princesinha" comer. Eu e minha boca grande!
Abro a porta da geladeira procurando algo para colocar no pão e fiquei boquiaberto quando descobri aquele tesouro dentro daquela enorme lata de metal. Tinha as maiores delícias que eu poderia querer: um bolo de chocolate com muita cerejas em cima, biscoitos de gotas de chocolate, uma torta de caramelo e suspiros e ela, a maravilhosa, incomparável, magnífica torta de morango. Havia apenas um terço, mas fiquei apaixonado quando a vi com aquela calda que derretia. Ai ai, eu já estava com água na boca.
Peguei a bandeja nas mãos e a coloquei em cima do balcão de mármore, procurei uma colher e ataquei aquela delícia, ela transmitia uma espécie de explosão dentro da minha boca, sem dúvidas aquela era a melhor torta que eu já comi na minha vida. Como Chiara conseguia passar o dia inteiro naquela casa com aquela mina de ouro chamada da geladeira?
-- Lucca terminei e aí... -- ela parou de falar e arregalou os olhos ficando paralisada, me analisando devorar aquele pedaço de torta. Chiara vestia um curto vestido cinza formal e um par de botas pretas -- Você comeu a minha... -- ela se calou novamente.
-- Eita, você ia querer? -- digo sentindo que minhas bochechas estavam sujas de glacê -- Ela é muito gostosa, a pessoa que fez deve ter mãos de fada.
Ela cambaleou e se encostou na bancada ainda desacreditada.
-- Eu não acredito que com tantos bolos e doces naquela geladeira você comeu justo o último pedaço da minha torta favorita. Seu guloso! -- cruzou os braços e veio em minha direção.
-- Mas ainda tem uma colherzinha. -- digo segurando a risada ao olhar aquele rostinho decepcionado.
-- Sabe onde você deveria enfiar essa colher!
-- Ei olhar a boca! Cuidado com o que você vai falar, o horário ainda não permite essa baixaria! -- brinquei e ela revirou os olhos. -- Não sei porque você está tão brava sendo que foi você mesma quem me pediu para preparar algo.
-- E por acaso você preparou? Não, pelo contrário apenas atacou a minha geladeira! -- ela jogou um lenço em mim -- Agora se limpa.
-- Desculpe, eu não sabia que não podia. -- digo fazendo voz de criança.
-- Idiota. -- ela ri -- Agora prepara ou então pega alguma coisa para mim comer -- ela dá um pulo e se senta em cima do balcão.
-- E eu sou o seu empregado agora? -- questionei terminando de me limpar.
-- Você devorou a minha torta favorita que eu tinha guardado para comer mais tarde quando voltasse de uma reunião, isso é o mínimo que você pode fazer!
-- Se soubesse que comer essa torta me sairia tão caro, eu nem teria tocado nela.
-- Lucca você sabe que estou brincando. -- sorrimos e ela cruzou as pernas fazendo com que eu notasse a meia calça bege que ela usava. -- Talvez no seu aniversário eu te dê uma torta dessa inteira de presente. -- meus olhos brilharam. Ganhar uma torta daquelas de presente seria como realizar um sonho -- Que dia é?
-- 21 de janeiro -- respondi sem nem pensar duas vezes.
-- Hum, você é aquariano, soube que eles são bem leais.
-- E ouvi dizer que leoninos só tem olhos para si mesmos.
Ela me olhou com aquele mesmo olhar de quando nos conhecemos, dissimulado e com luxúria.
-- Como sabe que sou leonina?
-- Pela sua personalidade -- digo caminhando até a geladeira -- E também por conta do jeito que você se veste. -- ela entreabriu os lábios e depois me lançou um leve sorriso. -- O que vai querer?
-- As bolachas com gotas de chocolate.
-- São biscoitos e não bolachas. -- digo levando o prato até ela.
-- São bolachas!
-- Biscoitos!
-- Olha, eu não quero começar essa discussão. -- pegou um biscoito -- E são bolachas! -- balbuciou.
-- Grossa! -- digo por implicância.
-- Guloso!
-- Mimada!
-- Infantil! -- ela me dá língua e nós rimos.
-- E então, quando é o seu aniversário?
-- Já passou, foi dia 24 de julho. -- ela mordeu o biscoito.
24 de julho foi o dia mais triste da minha vida, quando eu pensei que nunca mais veria minha melhor amiga.
-- 24 de julho foi o dia em que a May se mudou para cá.
-- Legal -- ela respondeu.
Um clima estranho invadiu o local e nós ficamos em silêncio por um minuto, o minuto mais demorado e constrangedor da minha vida.
-- Então... -- ela ia perguntar algo, mas foi interrompida.
-- Chiara cheguei! -- uma moça de cabelos pretos entrou pela porta dos fundos -- Chiara, quem é esse garoto e por que ele está a essa hora sozinho aqui com você?
-- Bel não é nada disso que você está pensando, ele é apenas um amigo do Galaxy.
-- Ai meu deus! -- a moça que estava com um uniforme de cozinheira andava de um lado para o outro nervosa. -- Chiara eu disse: "nada de garotos!". Ai meu deus menino, se você tiver engravidado da minha menina eu faço picadinho de você! -- ela pegou uma vassoura e veio para cima de mim.
-- O quê?! -- Chiara e eu gritamos juntos enquanto ela corria atrás de mim.
Chiara me escondeu atrás dela.
-- Belinda larga isso agora! -- Chiara diz com autoridade e ela soltou o objeto -- Eu posso explicar o que aconteceu?
A moça cruzou os braços enquanto continuava me encarar com aquele espírito de assassino.
-- Acho melhor eu ir embora.
-- Não você fica! Senta aí. -- Chiara mandou e eu obedeci me sentando num banquinho.
-- Belinda você esqueceu que dia era ontem, não foi? -- a expressão de raiva da mulher se tornou uma a expressão de culpa.
-- Ai meu deus, eu esqueci mesmo. Me perdoe querida, é eram tantas coisas na minha cabeça.
-- Tá tudo bem. -- ela sorriu -- Mas voltando aqui, eu dispensei você e o Xavier ontem à noite para ficar sozinha, mas tive medo. Eu não poderia chamar o Gustavo porque nós brigamos e eu sou orgulhosa demais para pedir desculpas, as meninas foram em uma festa na casa de uma garota da nossa classe com o Gabriel -- Chiara me olhou -- Então pedi para o Lucca dormir aqui comigo, mas fica tranquila nada aconteceu e eu não estou grávida!
A moça rio e depois pareceu estar um pouco envergonhada pela sua atitude de agora pouco.
-- Desculpe por ter tentado matar você, é que a Chiara é como uma filha que eu não tive. -- ela tocou no rosto de Chiara que sorriu.
-- Tudo bem, e me desculpe por qualquer coisa.
-- A propósito Bel, o Lucca comeu a minha torta que você fez e disse que tinha sido feita por mãos de uma fada.
Belinda sorriu e fiquei um pouco envergonho.
-- Que bom que gostou! É uma pena que eu não possa passar a receita porque é um segredo de família, mas lhe prometo um pedaço na próxima vez que eu fizer. -- meus olhos brilharam novamente.
-- Tá certo.
O som do portão abrindo fez com que nós assustássemos.
-- Ai meu deus, a sua tia chegou!
-- O quê?! Mas eles só viriam amanhã.
-- Não Chiara, era hoje por isso eu vim mais cedo para que a dona Chrisnelle não desconfiasse.
-- Ai meu deus Lucca, você precisa se esconder! -- ela diz me fazendo levantar ao puxar o meu braço.
-- Não Chiara, eu preciso ir embora! Já deveria ter ido há muito tempo.
-- Você vai, mas agora não. É sério Lucca se a minha tia te pega aqui ela mata e enterra todos nós. Se esconde! -- ela me empurrou. -- Eu prometo que te dou mais três pedaços de torta de morango.
-- Cinco -- digo brincando com o desespero dela.
-- Aí você já quer demais! Quatro e não se fala mais nisso.
-- Vem garoto -- Belinda pega no meu braço me levando para a garagem -- E você vai pra sala e tenta distrair a sua tia.
Chiara a obedece. Ela passa a mão na saia e depois se olhou em um espelho, conferindo se estava perfeita.
Belinda e eu entramos na garagem, me escorei ao lado do carro do Samuel, mas me assustei quando senti alguma coisa passar entre as minhas pernas e logo em seguida espirrei.
-- Grifinória, gatinha má! O que você faz aqui? -- Belinda a pegou no colo e eu espirrei novamente. Era uma gata laranja de olhos verdes bem gorducha.
-- Grifinória? -- espirrei mais uma vez.
-- Você é alérgico?
-- Sim. -- pois é, eu sou alérgico a gatos mesmo sendo um.
Que piada mais besta Lucca! Cadê a Maya para rir nessas horas?
-- Então vou tentar deixá-la bem longe de você, e ela é a gatinha de estimação da Chiara. Mas não entendo o porquê ela está fazendo aqui.
-- Acho que a prendi sem querer quando guardei o meu carro.
Belinda assentiu e escutamos quando alguém entrou na casa.
-- Agora eu tenho que ir, quando a barra estiver limpa eu volto para avisar e controla esses espirros.
-- Ok -- espirrei novamente.
Da garagem dava para ver uma parte da sala, Chiara estava em pé com as mãos juntas sobre a saia no seu vestido. Vi um homem idoso quase da altura dela entrar e falar algo que não consegui escutar, ele beijou a testa dela e depois subiu às escadas com um livro em suas mãos.
A loira parecia estar apavorada, ela encarou o chão e depois levou uma das mãos até o seu longo cabelo loiro que estava com a metade preso em um acessório brilhante. Sem parecer sentir nenhuma dor, ela arrancou um pequeno tufo de seu cabelo e depois o escondeu no bolso um vestido antes que a uma dama alta que usava um longo casaco de pele entrasse naquela casa. Ela também falou algo para Chiara que a fez abaixar a cabeça, mas depois a mulher retirou uma de suas luvas e ergueu o rosto de Chiara ao dizer algo novamente que não pude escutar, mas que fez com que ela ficasse um pouco triste.
A mulher subiu às escadas e Chiara a acompanhou um pouco apreensiva, com o passar do tempo elas saíram juntas em um carro preto e logo em seguida Belinda veio ao meu encontro para que eu também pudesse ir embora.
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Assim que cheguei em casa entreguei o carro para Samuel que já estava atrasado, ele questionou onde eu havia passado à noite, mas consegui despistá-lo dizendo que quando ele voltasse para casa explicaria tudo. Ainda bem que ele se esqueceu. Com que cara eu dizer que passei à noite na casa da Chiara? Ele iria imaginar mil e uma coisas.
Fui tomar banho e na medida que as gotas de água caiam sob o meu corpo, vinha a lembrança de como Chiara estava apreensiva, mas o que me deixou um pouco preocupado foi tê-la visto arrancar um tufo do próprio cabelo - poderia ter sido o mega hair que ela usava, mas não sei... - Fiquei bem preocupado, eu posso até ser apenas um simples guitarrista e garçom no Galaxy, mas eu faço faculdade de psicologia e em uma das nossas cadeiras estudamos sobre Transtornos Psicológicos e aquelo que a Chiara fez consigo mesma parecia com Tricotilomania - um transtorno em que as pessoas arrancam fios só cabelo para conseguir controlar a ansiedade e o nervosismo -, é algo bem sério e eu já havia a analisado algumas vezes e deu para perceber que ela tem ansiedade. Eu não conseguia tirá-la dos meus pensamentos e não importava o que eu tentasse ela sempre voltava.
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Quando voltei da faculdade a primeira coisa que fiz foi conversar com o Samuel, queria tirar alguma dúvida sobre Chiara, conhecê-la melhor o lado que só ele poderia saber já que a conhece a mais tempo eu. Pesquisei mais algumas coisas sobre esse transtorno nos computadores da universidade e realmente tudo se encaixa.
-- Ei cara você conhece a Chiara a muito tempo? -- perguntei enquanto ele estava concentrado preparando um slide.
-- Depende do ponto de vista, eu não a conheço desde a infância como conheço a Flora, mas sim desde a nona série já que foi quando ela se mudou para cá.
-- Entendo. O que mais você sabe sobre ela?
-- Ah, sei que ela fingi um relacionamento com o Gustavo há muito tempo por causa da popularidade e que não tem uma boa relação com a tia dela. Também existem dias que ela é muito insuportável, mas outros que às vezes é bem estranha estranha.
-- Estranha, como assim?
-- Ah, tem dias que ela parece estar muito abalada e acaba chorando bastidores dos jogos de basquete, sabe que ela é uma das líderes de torcida. Mas ela não faz isso sempre, só que uma vez no ano passado eu a vi arrancar uma mecha do cabelo dela, mas acho que era o mega hair.
Fiquei em choque, eu não fui o único que a viu fazer aquilo. Chiara tem Tricotilomania e o Samuel é a maior prova disso. O buraco é mais fundo do que eu imaginava.
-- Mas por que isso agora? -- ele deu um sorriso malicioso -- Por acaso você está interessado nela?
-- O quê? Claro que não seu idiota! -- joguei uma almofada nele.
-- Ué e por que essa revolta? A Chiara pode ser bem chata, mas ela é muito linda.
-- Eu sei, mas só tenho olhos para May.
-- Então por que perguntou sobre ela?
-- Apenas curiosidade.
Ele revirou os olhos e fui para o sofá. Tava na cara que o meu primo não acreditou nenhum pouco em mim. Podemos ter nos aproximando bastante, mas eu não tenho coragem de contar para ele algo tão pessoal, ainda mais para uma pessoa que ele nem tem tanta proximidade.
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Os últimos dias foram bem corridos e carregados de emoções. May e eu estamos mais próximos do que nunca, ainda mais quando nós somos os grandes campeões da competição de dança, amanhã nós iremos para Mendonza para a verdadeira final e nós já decidimos as músicas e qual dança iremos fazer. Quem não parecia estar nada feliz com isso era Chiara que nessas últimas semanas, mal falava comigo e ficou um pouco sumida dos meus holofotes. Será que ela sabe o que eu sei sobre ela? Espero que não.
Como Samuel não sabia muito sobre ela, então perguntei para uma pessoa que era mais próxima ainda. Celine. Mas ela sabia o tanto que o Samuel, então foi mesmo que nada.
Às vezes, me pego pensando na Chiara enquanto estou sozinho ou quando a Maya está perto, parece que ela se infiltra na minha mente e me faz pensar nela e nunca esquecer aquele aroma que ela exala. Lírios, esse é o cheiro dela, o perfume suave dos lírios que sempre acaba me deixando completamente desnorteado. Lembro do sorriso dela e daqueles olhos azuis da cor do céu, grandes e tão solitários.
Suspirei. Pode parar Lucca! É a Maya quem você realmente ama desde quando tinha quinze anos! A única garota que sempre fez o seu coração balançar, pelo menos até agora. Então esquece a Chiara cara.
Já que o sono não chegava, Maya e eu ficamos assistindo um filme de comédia. Ela riu, aquela risada me fez lembrar de quando a vi hoje mais cedo com o Gustavo e senti ciúmes porque eu queria estar fazendo ela rir e não ele. May nem sempre é sincera consigo mesma, descobri isso quando perguntei se ela sentia algo pelo Gustavo, pois é eu finalmente tomei coragem e perguntei se ela estava apaixonada por ele. Ela disse que não, que eles eram apenas amigos; mas algo dentro de mim não conseguiu acreditar nela e soube que pela primeira vez a Maya poderia está apaixonada por alguém, por ele e como eu odeio que seja pelo Gustavo. Assim como eu já tive algumas namoradas, também já apareceram alguns garotos a fim da Maya, mas ela nunca dava muita atenção e eles desistiam. Ela nunca se apaixonou, nunca teve as primeiras experiências que qualquer casal tem e eu quero dá tudo isso para ela. É uma pena ela não se dá conta dos próprios sentimentos e acabar não entendo os meus.
Ela me perguntou o porquê daquela pergunta repentina e eu respondi uma besteira qualquer. Que raiva sinto de mim mesmo por ter deixado escapar a oportunidade perfeita para dizer o que sinto. Acho que às vezes, eu sou o verdadeiro idiota e não aquele mauricinho metido a besta.
(3.164 palavras)
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Qualquer comentário é válido, seja bom ou não. 😉
Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕
Ass: May ✨🌸
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