7. O Pacto †

Sumi por um tempo das redes sociais, mas já estamos de volta à programação normal.

  † 🌹🌹†

     No dia seguinte, quando a noite alcançava o céu, Yoongi encarou mais uma vez a tela do celular, verificando o horário que encontrara no e-mail que recebera mais cedo da boate na qual tinha mandado seu currículo e havia sido respondido.

    Ele estava se arrumando calmamente para ir até o local, pois na mensagem que havia recebido, dizia para se apresentar naquela noite em um teste de aptidão. Não estava nervoso ou inseguro. Sabia servir como barman e garçom, e caso não fosse aprovado, ainda assim receberia por seus serviços pelas horas.

     De qualquer jeito, ele ao menos sairia de casa um pouco para se distrair.

     Antes de sair, colocou o celular no bolso da calça e, com uma vela acesa, fez um pequeno ritual no qual sua halmeoni havia lhe ensinado, pedindo aos Céus proteção em seu caminho.

     Quando o vento frio da noite tocou seu rosto ao sair do prédio onde morava, Yoongi se arrepiou, não por estar com frio, e sim porque algo dentro de si pareceu avisá-lo de que aquela não era uma noite comum.

    Como o horário de pico das saídas de trabalho diurnos já havia terminado, o metrô não era ocupado por tantas pessoas, e isso deixava o Min confortável diante do silêncio que se instalava no transporte.

     Os olhos bem desenhados se fecharam e um suspiro deixou seus lábios. Os pêlos ainda estavam ligeiramente arrepiados do que lhe pareceu ser um aviso há alguns minutos.

      Do outro lado da cidade, na boate que ainda não estava aberta para o público, Hoseok se servia no enorme bar diante da grandiosa pista de dança, onde dançarinos e dançarinas movimentavam-se lentamente ao som de uma música que não estava muito alta. 

      Asmodeus nem sequer encarava os humanos que dançavam de modo sexy, ensaindo passos e mostrando um para o outro. O segundo Príncipe do Inferno estava ocupado demais com o drink que fazia, composto por uma Jack Daniels de mel e um bom tanto de pingos de limão. Satisfeito com o que tinha no copo de cristal no balcão à sua frente, Hoseok tomou o objeto em mãos e o balançou, harmonizando o líquido dentro desse.

    Estava prestes a colocar o copo na boca para provar do gosto daquele uísque quando sentiu, quando ele o sentiu.

      Foi apenas questão de um ou dois segundos, mas o teve diante do olhar. A figura de cabelos desbotados em preto e roxo estava sentada entre cadeiras vazias, seus olhos estava fechados, e dos lábios pequeninos o ar era deixado.

       Um riso soprado escapou do Demônio da Luxúria pelo que viu, isso porque não era para tê-lo visto. Hoseok o havia sentido por saber que o garoto estava próximo.

— Que interessante. — Ele sussurrou para ninguém ao se ver de volta na boate, o copo já tocando os lábios.

    Era uma coincidência grande demais para Hoseok, afinal, o garoto que havia lhe chamado a atenção e que estava curioso para conhecer havia sido lhe revelado em sua aproximação, o que não era normal quando se tratava de um humano comum. Naquele momento Asmodeus entendeu que o humano com nome de Min Yoongi não era só mais um mortal.

    O acobreado havia sentido a energia do pálido e por isso havia lhe encontrado, energia essa que denunciava a singularidade do Min.

     Já desconfiando a que se devia o traço diferente daquele mortal, o demônio se permitiu beber calmamente. O rastro do sorriso que queria lhe tomar nunca deixava os lábios de coração, isso porque para Hoseok, as coisas na Terra pareciam estar ficando cada vez mais interessantes.

     No metrô, Yoongi sentiu mais uma vez aquele aviso, mas quando abriu os olhos não viu nada além dos bancos vazios à sua frente.

     Dez minutos mais tarde, Yoongi passava pelos seguranças na entrada após se apresentar com um documento que comprovasse sua identificação.

     Os lumes felinos tentavam não denunciar a surpresa que era descobrir o quanto aquele lugar era maior do que parecia nas fotos. Já tinha ouvido muito bem falar do local, mas por dentro, Ignis era a imagem da elegância, com seus lustres majestosos pelos mezaninos e bar, os assentos acolchoados, e as cores sóbrias nos objetos, elemento que contrastava com a excentricidade das luzes brilhantes coloridas em azul e vermelho vindas de cima, ou aquelas vindas dos extremos do palco e dos cantos do lugar.

    Certamente se Yoongi conseguisse trabalho naquele lugar, serviria apenas pessoas de classe alta, com dinheiro de sobra para beber como condenados bebidas caríssimas à noite toda. O que era algo que incomodava um pouco o Min, pois sabia bem como muitas dessas pessoas tratavam empregados. Bem, ao menos ele também ganharia boas gorjetas de alguns.

     Quem recebeu o garoto e mais oito candidatos para as vagas de barman e garçom foi um dos poucos empregados antigos da boate que Jungkook e Hoseok mantiveram.

      Em silêncio, o Demônio da Luxúria, do alto do mezanino da uma das áreas restritas, assistiu os candidatos serem instruídos e então começarem seu treino quando a boate foi aberta.

      O olhar do acobreado era cuidadoso, não focando no pálido sempre pela desconfiança que sentia. Mas quando o espaço do térreo começou a encher com os clientes, ele deixou as orbes se fixarem em seu alvo enquanto o analisava cuidadosamente.

      Min Yoongi era belo, mais belo do que sua foto do currículo aparentava, porém isso não era tudo. Hoseok notava de longe a camada fina de uma luz alaranjada que protegia o mortal, essa que o denunciava para o anjo caído em sua verdadeira natureza.

— Um médium. — Hoseok sussurrou, apoiando-se com os cotovelos na cerca de caracol ali em cima, o corpo curvado para frente, jamais deixando de acompanhar cada movimento do pálido.

     Os médiuns eram os humanos mais poderosos que existiam, pois eles sabiam se defender dos demônios com pequenos rituais e itens consagrados.  Era possível ver que além do escudo, aquele humano também possuía uma pulseira de sua halmeoni que lhe era como um sinalizador de quando uma força maligna estivesse por perto.

   Contudo, os rituais e itens místicos não eram capazes de lidar com os chamados Demônios Maiores, isso porque os grandes Demônios, sendo eles os Sete Príncipes do Inferno, não tinham motivos para estar em Terra, muito menos para atacar um mortal de algum modo.

       Logo, jamais imaginaria o jovem mortal que todas as lições que sua avó lhe passara para se proteger, não bastariam para impedir o Demônio da Luxúria que o encarava. Nem mesmo a pulseira lhe avisou sobre a presença do infernal, apenas o corpo de Yoongi lhe dizia algo, fazendo-o erguer o olhar de repente e encontrar o par de lumes que lhe fitava de um modo indescritível.

     E aquela foi a primeira vez em que um olhar pareceu prender Asmodeus. Era como se a redoma criada em volta de ambos fosse estranha, os acorrentando na atenção um do outro, com o som da música, das vozes e bebidas sendo abafados até tornarem-se muito baixos.

     Só existia Hoseok e Yoongi ali.

     O Min não entendeu a dimensão das sensações que tomavam-lhe ao estar preso no olhar alheio... Mas o Jung sim.

    Hoseok sabia pouco do que sentia ali, porém tinha a certeza de que esse pouco, de que a atração que cercou ambos um ao outro, significava algo forte, forte demais. Algo se iniciou ali, algo poderoso.

— Min? — Alguém chamou Yoongi, fazendo-o desviar o olhar e encontrar o garoto que dividia consigo o bar.

— Sim? — Ele estava meio aéreo.

— Você pode me ajudar a abrir isso? — Pediu o outro, se referindo a uma garrafa de vinho tampada por uma rolha.

— Claro.

    Yoongi ainda voltou seu olhar para o mezanino, mas não encontrou o homem de cabelo ruivo mais lá.

     Passava das onze da noite quando Lúcifer entrou pelas portas da frente da Ignis, o olhar passeando por entre os mortais, sorrindo por sentir tanto desejo por pecar lhe invadir ainda nos primeiros passos dentro do local.

     Um suspiro dramático deixou os lábios do Demônio, claramente adorando aquele local cheio depois das últimas horas cansativas.

      As orbes subiram e logo Jungkook encontrou a figura ruiva no mezanino que sentiu sua presença ali e viera vê-lo.

     Logo o moreno o chamou com um aceno de cabeça para que se juntasse a si no bar ali embaixo.

     O olhar de Hoseok então pairou para o mortal que observava vez ou outra nas últimas horas.

     Yoongi sorria fechado para uma cliente um tanto bêbada que só queria conversar em relação a vida. Asmodeus sorriu diante da cena que se estendia há quase uma hora. O mortal estava fazendo um bom trabalho ouvindo a cliente enquanto ela gastava mais.

     Por um momento, o ruivo perguntou-se se deveria descer até lá ou chamar Lúcifer para subir, afim de lhe avisar sobre o mortal singular que se encontrava no local, mas logo Asmodeus dispensou a ideia, desejando ver qual seria a reação do Min diante de suas presenças.

     O ruivo acobreado então assentiu para o Demônio e deixou o mezanino.
 
   Enquanto Hoseok se aproximava, ele viu Jungkook unir as sobrancelhas ligeiramente, os lumes cor de jabuticava procurando algo, o que arrancou um erguer de um dos cantos dos lábios do Segundo Príncipe.

— Um médium? — Lúcifer questionou Asmodeus quando esse se pôs ao seu lado, o olhar do moreno sobre o garoto servindo outros mortais.

— Uma surpresa um tanto agradável, não acha? — Hoseok questinou-o, ganhando o olhar alheio para si.

— Interessante sim, mas agradável... — Lúcifer deixou a cabeça pender ligeiramente para o lado enquanto lhe fitava. — Não acha que ele pode nos dar trabalho?

— Um medium? — Foi a vez de Hoseok unir as sobrancelhas, voltando o olhar para Yoongi ao longe que lhe fitou no mesmo momento. Sentindo aquelas fagulhas de algo intenso mais uma vez, o demônio mais novo negou com a cabeça. — Não acho. Eles não são capazes de nos identificar de fato. Ele só sabe que há algo diferente em nós.

— Ele sente parte da nossa energia obscura. — Pontuou o Diabo, não se importando em também encarar o mortal que desviou o olhar dos dois a muito custo para a garota bêbada que ainda falava sobre o termino com o namorado.

— O que torna tudo mais divertido, não? — Asmodeus questionou, não tendo um pingo sequer de receio presente dentre a curiosidade toda que sentia perante belo mortal.

— Você gosta de brincadeiras perigosas, não é, Asmodeus?! — Jungkook lhe questionou, sendo retórico, também com um meio sorriso nos lábios. — Que seja. Divirta-se. — E deu uns tapinhas no ombro do acobreado. — Mas cuidado, sempre que um médium aparece, coisas estranhas acontecem.

    Hoseok assentiu com a cabeça, acatando o conselho do amigo.

     Do outro lado, a mão pálida tremia ligeiramente enquanto Yoongi sentia o corpo suando frio mesmo com o ar condicionado ligado. Por vezes ele assentia com a cabeça ou trocava algumas palavras razas de conforto com a garota bêbada diante de si enquanto alternava dessa para outros ao servir as pessoas ali.

      Seu corpo estava em alerta, não necessariamente de perigo, mas sim de que havia algo fora do normal, mais precisamente fora do normal quando seu olhar encontrava o par de orbes castanhas douradas. Yoongi o sentia lhe fitando.

    Calma. Ele tinha que manter a calma.

   Com um suspiro disfarçado, ele desviou o olhar da garota que parecia estar perdida em pensamentos, e foi organizar as garrafas de bebidas abertas na parte de dentro do balcão.

— Ei. Você. — Alguém chamou, fazendo os dois responsáveis pelo bar encararem-no.

     Yoongi sentiu-se congelar por um momento ao encontrar a figura ruiva quase a sua frente, sentada num dos bancos diante do balcão.

     Hoseok não teve receios de o encarar nos olhos, prendendo sua atenção.

— Pode me servir um uísque, por favor? — O tom era muito educado, a voz aveludada, acariciando os ouvidos do garoto que apenas assentiu com a cabeça, baixando o olhar com certa pressa para não ter que sustenta-lo mais no do outro.

     As mãos pareceram tremer mais, Yoongi se perguntava se o homem diante de si era um cliente importante da boate, afinal, antes estava no alto do mezanino. As vestes impecáveis também pareciam ser caras, lhe indicando que se tratava de alguém com alto poder aquisitivo.

     Mas nada do que o garoto encontrava lhe dava uma pista de quem de fato aquele homem era, muito menos o porque de seu corpo reagir de tal forma ao mesmo. Nada assim havia acontecido antes na vida, deixando-o completamente banhado em confusão.

     O pálido então pôs um copo sobre o balcão diante do acobreado e começou a despejar o líquido escuro sobre esse.

— Mais. — Asmodeus disse quando ele havia parado de encher o recipiente.

    Yoongi assentiu com a cabeça e colocou um dedo a mais de medida.

— Mais. — Novamente o outro proferiu.

    Yoongi ergueu uma sobrancelha, voltando a fitá-lo um tanto surpreso. E então encheu o copo, deixando um dedo vazio de medida até o topo.

— Ótimo. — Hoseok afirmou, ardiloso, se apressando em tomar o copo do Min só para sua destra tocar os dedos a canhota desse que afastou em reflexo. O demônio ruivo lhe deu um meio sorriso travesso com seu pequeno ato desesperador. — Perfeito, eu diria. — Acrescentou ao trazer o recipiente de cristal até a boca e bebericar com os lumes ainda em seu alvo.

     Yoongi engoliu em seco. Tinha visto por um único segundo, talvez até menos, um dos olhos alheios ficar branco. Mas que porra estava acontecendo ali? Era isso o que se perguntava.

      Ingênuo como os humanos eram, ele não tinha ideia de que seu dom o fazia sentir-se facilmente ligado a Demônios Maiores, em especial compreender quando esses se faziam presentes, o que se tornava a única arma de defesa que possuíam no fim das contas.

      Um médium nunca devia ficar muito tempo próximo a um Demônio Maior porque eram naturalmente atraídos para esses assim como para os anjos. O lado sobrenatural sempre os abraçava. Ficavam então à deriva da sorte, e quem do celestial ou infernal os encontrasse primeiro, os cercava, usando-os como instrumentos na Terra para diferentes fins.

      O problema é que quem tinha descoberto Min Yoongi era ninguém menos que um dos Príncipes do Inferno, e o elo inicial estava se fazendo.

     Asmodeus acreditava até mais cedo naquele dia que teria aquele humano como um passa-tempo em sua cama, ou até mesmo para torná-lo uma das várias companhias descartáveis no Inferno.

    Entretanto, o belo mortal se mostrava muito mais agora. E o Segundo Príncipe se perguntou em pensamento para quais fins poderia usar aquele humano.

     Fosse o que fosse, assistindo o garoto servir a outras pessoas, de algo Hoseok teve certeza: Yoongi era alguém que Asmodeus desejava ter, e muito.

    Yoongi o serviu mais duas vezes, enchendo seu copo, surpreendendo-se ao perceber que o acobreado não parecia nenhum pouco afetado com o tanto de álcool que havia ingerido.

— Aqui. — O de cabelos desbotados o viu dobrar alguma nota de dinheiro e  colocar  debaixo do copo antes de arrastar o objeto para si. — Obrigado.

    Yoongi assentiu e aproximou a mão para pegar o objeto, porém, para sua surpresa, sua canhota foi agarrada pelo homem, e então as orbes do garoto ficaram maiores diante do que agora via.

    Num segundo a música alta tocava, pessoas dançavam, falavam e as luzes não paravam de piscar. Já no outro segundo, era como se os ouvidos estivessem sendo tampados pela pressão da água, deixando a música distante junto com os outros sons, tudo parecia lento demais agora, quase congelado.

    Exceto aquele homem diante de si se colocando de pé tranquilamente, com o olhar nunca o abandonando. Hoseok não tinha medo de mostrar o brilho predador em seus olhos, queria que o íntimo daquele garoto se tornasse ciente de si, o marcasse, deixasse ser invadido por suas vontades.

    Asmodeus agora se dirigia para o espírito paranormal dentro daquele mortal, revelando-se para esse, tendo como resposta imediata os lumes alheios mostrando-se cinza, a cor do vazio, a cor que indicava a ausência de ligação com qualquer ser do Céu ou da Terra.

— Eu o reclamo para mim, mortal. — Sussurrou o demônio acobreado, tão suave que mal parecia estar iniciando um pacto para se formar o início de um elo. — Tenha-me como teu guardião e então apenas eu, de todo o Céu, Terra e Inferno terei direito sobre ti até o último sopro de sua vida.

     Lúcifer, no mezanino onde antes o outro estivera, sorriu torto para o que acontecia entre o demônio e o jovem humano. Ele tinha certeza, só pelo olhar de Asmodeus minutos mais cedo de que esse tentaria ligar-se ao garoto de cabelo preto e roxo. O Demônio da Luxúria, por vezes, podia ser óbvio demais quando desejava algo.

      Curioso, o Diabo assistiu a cena, esperando para saber se o espírito do mortal aceitaria o acobreado como seu senhor.

    Como qualquer espírito, aquele também possuía o direito de escolher para quem se cedia, então tudo o que Hoseok podia fazer era esperar que o elo inicial criado pelos olhares lhe fizessem digno desse. Ele ainda não sabia se aquele belo garoto mortal era mais suscetível às sombras ou a luz.

     E logo Yoongi dei-lhe sua resposta que veio baixa, porém não menos clara:

— Eu aceito, desde que não tome meu coração para si. — A voz que o respondeu era muito diferente da do Min, ainda que essa deixasse a boca do mesmo. — Não tem direito quanto aos meus sentimentos, Demônio da Luxúria.

    Surpreso pela exigência, Asmodeus se perguntou porque aquele espírito priorizaria seu coração diante de um demônio, um ser que pouco se importava com sentimentos na maioria das vezes.

Não quero me apoderar de teus sentimentos, não se preocupe. — Afirmou em mesmo tom, a destra tocando com a palma um dos lados do rosto alheio — Mas desejo teu corpo, tanto para usá-lo como receptáculo quanto para possuí-lo. — Tornou-o ciente.

— O terá quando o momento chegar. Tem minha permissão. — Sussurrou o pálido.

— Então que assim seja. — Selou o Segundo Príncipe do Inferno, acariciando a face do mortal.

     E como se manchas nascessem e então se apossassem de tudo o que encontravam, vermelho escarlate invadiu as íris que encaravam Hoseok de modo tão intenso.

    Estava feito. Estavam unidos por um elo que só cresceria dali por diante.

     O acobreado apenas piscou e tudo voltou ao normal, o som gritante da combinação de música, conversa e outros barulhos invadindo os ouvidos de Yoongi, fazendo-o voltar a realidade.

      Com as sobrancelhas unidas e não tendo lembranças do que havia acabado de acontecer nos últimos segundos além da imagem breve do estranho diante de si o encarando bem de perto, ele estranhou vê-lo diante de si sentado afastando a mão do copo que lhe tinha entregado.

— Tenha uma boa noite. — Foi o que o homem disse.

      Yoongi o assistiu se levantar com aqueles lumes castanhos profundos o encarando como se vissem sua alma, além do esboço de um sorrisinho maroto tocando os lábios de coração antes do estranho se virar e se afastar.

    O Min, descobrindo que prendeu a respiração ao sentir necessidade de liberar o ar, deixou-o sair fortemente, quase se engasgando.

— 'Tá tudo bem aí? — O garoto que o acompanhava servindo também no bar lhe perguntou.

    O pálido apenas acenou positivamente, tranquilizando o outro que se afastou.

     Yoongi então voltou a atenção ao copo de cristal em sua mão, tirando-o de cima da nota, vendo-a melhor e então compreendendo que não se tratava de wons e sim dólares.

      Não tinha visto o valor da gorjeta, mas pouco se importou, apenas colocando a nota no bolso e logo buscando o dono dos cabelos acobreados, não o encontrando em lugar algum.    

    
  † 🌹🌹†

 
    Eu me sinto na obrigação de dizer que não é porque o espírito/alma do Yoongi deixou o Hoseok tocar o corpo dele que o Hobi vai sair pegando no Yoongi sem permissão.

   O Yoongi é especial por ser médium, é como se a alma dele não fosse mundana (igual as outras), então além da permissão dele (o mortal), os seres celestiais e infernais precisam de permissão do próprio espírito (que é imortal) para usar o corpo de alguma forma. Seria isso. Complicado, talvez, mas creio que deixei claro a questão da permissão e isso é o mais importante.

    Qualquer dúvida perguntem. Sempre respondo.

     Bjss! Se cuidem!  

  
      

    

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top