4. Promessa Vermelha ✝
✝🌹✝
Passava das uma da manhã quando, das sombras do escuro do quarto de Jimin, Lúcifer surgiu, materializando-se.
Ele havia dito para si mais cedo que não apareceria mais ali até o dia seguinte, mas lá estava o Diabo, necessitando estar na presença daquele que o fizera ir ao Reino Mortal depois de milênios no Inferno.
Os lumes escuros logo focaram no garoto de cabelos tão negros quanto os seus em seu leito de sono, e, para sua surpresa, encontrou o mesmo respirando sutilmente com mais pesar, com as sobrancelhas unindo-se, tendo as cobertas longe de seu corpo. Jimin parecia incomodado com algo.
As sobrancelhas do Diabo se uniram. O que estaria sonhando o belo humano para estar diante de tal comportamento?
Mordendo o lábio inferior, Lúcifer se entregou facilmente à sua curiosidade, sentando-se ao lado de Jimin para então inclinar o rosto em direção ao seu, parando apenas quando as testas e os narizes quase se tocavam.
Agora, tão perto do rosto do Park, era difícil manter a sobriedade perante a beleza desse. O demônio, obviamente, se aproveitou da oportunidade para baixar o olhar até os lábios carnudos, admirando esses.
Deviam ser tão macios... Foi o que se passou por sua mente enquanto o mesmo sentia sua própria respiração vindo a se descompassar. Rosados e tão bem desenhados... Eles pareciam tão apetitosos...
Obrigando-se a focar no porquê de ter se aproximado tanto, Lúcifer afastou tais pensamentos e deixou seus olhos se fecharem.
Um segundo mais tarde, quando seus olhos se abriram novamente, o Diabo se viu num lugar que conhecia muito bem e que há muito tempo não visitava.
Lembranças lhe tomaram a mente de imediato, gemidos ecoaram em sua mente enquanto flashes pareciam passar diante de si, esses nos quais ele devorava e era devorado por aquela que há muito governara o Inferno ao seu lado, chamando-o de seu rei e seu esposo.
Seu cenho franziu de imediato, aquele era o quarto seu e de sua Lilith, o lugar onde quando ambos decidiam se amar, passavam horas, até mesmo dias confinados. O que Lúcifer fazia ali?
Mas o sentimento de confusão não demorou a sumir de si para dar lugar a outro quando, diante de si, há poucos metros, o Diabo encontrou, sobre uma mesa de pedra acolchoada em sua superfície, revestida por tecidos e mais tecidos em vermelho bordô, um Jimin sentado. Seu tronco estava desnudo, e aparentemente até mesmo sua parte debaixo se encontrava do mesmo modo, se não fosse o tecido que cobria essa.
O humano olhava a sua volta lentamente, parecendo não saber o que fazia naquele enorme quarto com paredes altas e ornamentadas com pedras, um teto envidraçado com um céu escarlate acima desse, candelabros de pé acesos aos montes por velas coloridas e uma enorme mesa de madeira ao longe onde um banquete havia sido posto.
— Onde... ? — Jimin começou olhando a sua volta, até que seu olhar encontrou o do moreno, conseguindo de si uma enorme surpresa. — Você?
Lúcifer se mostrou confuso com a pergunta. Jimin sabia quem ele era?
— Me conhece? — Perguntou tomando um passo em sua direção.
— Pare. — O Park disse rapidamente, puxando o tecido em seu colo mais para cima, tentando cobrir o tronco desnudo. — Por que fica aparecendo tanto nos meus sonhos ultimamente? — Quis saber curioso.
— Eu apareço, é? — O Diabo estava abismado, havia até mesmo um brilho em seus grandes lumes. Jimin assentiu com a cabeça, vendo-o se aproximar mais em passos vagarosos, sempre o focando como um caçador cercando cuidadosamente sua presa. — Você sabe quem sou?
O garoto assentiu de novo, vendo o moreno agora parar diante de si ali na mesa de pedra, pousando as mãos na superfície dessa e então se inclinando lentamente em direção ao humano que inclinou seu tronco para trás em reflexo.
— Lúcifer. — Respondeu o Park baixinho. — S-seu nome... É Lúcifer.
O moreno se silenciou por um momento.
Como Jimin sabia sobre si? Seria o Destino o fazendo relembrar aos poucos do Diabo e de todo o Plano Celestial além do véu? Jimin estava tão próximo assim de se lembrar de que um dia fora Lilith? Sua Lilith?
— Vejo que está numa situação muito interessante... — Disse Lúcifer agora descendo o olhar despudoradamente sobre o corpo do garoto. — Me pergunto, diante da bela visão que estou tendo, porque você me imaginou aqui...
Certamente aquela era um bom questionamento, pois Lúcifer nunca conseguiria se materializar no sonho de Jimin, torando-se visível para esse, se o mesmo não o imaginasse ali.
Isso queria dizer que em algum lugar, dentro da mente de Jimin, ele o queria ali consigo naquele cenário vermelho intenso.
— Eu... — O jovem humano mal conseguia raciocinar com aquele rosto no qual se tornava cada vez mais marcante para si agora se mostrava tão perto. Sem ter domínio diante da própria curiosidade, Jimin deixou-se inclinar o tronco para frente, baixando o tecido até a altura da cintura para erguer a mão até poder tocar a face alheia. — Você parece tão... real. — Sussurrou deliciando-se com a textura da pele do moreno.
Lúcifer precisou prender a respiração por um momento para lidar com o toque repentino que lhe arrepiou os pelos do corpo todo.
— Eu sou real, Jimin. — Afirmou firme.
O Park encarou aqueles dois lumes escuros e, ainda assim, brilhantes, perdendo-se ali por um momento antes de lançar a esse o esboço de um sorriso ao negar com a cabeça.
— Não é, não... — Sussurrou parecendo triste.
Fosse quem fosse aquele moreno, mergulhado nas sensações intensas do mundo dos sonhos, Jimin desejou muito que o homem fosse real.
— Por que acha isso? — Perguntou Lúcifer pousando a palma de sua mão sobre aquela em seu rosto para poder afasta-la e então beijar o interior dessa, causando um pequeno tremor naquele sentado diante de si.
— Por isso mesmo. — Jimin afirmou agora vendo-o inclinar mais o corpo para frente e então subir sobre a mesa enquanto jamais soltava sua mão, estendendo seus beijos pelo braço desse.
Lúcifer agora o soltava e então engatinhava sobre o Park que tentou afastar o tronco novamente, caindo com esse para trás até estar deitado na superfície em vermelho. Os olhares haviam se encontrado e não ousavam se quebrar devido a intensidade que tinham um sobre o outro. O corpo do Diabo agora estava sobre o do humano que o fitava surpreso com sua atitude.
— "Isso" o que? — Indagou Lúcifer, buscando compreender o outro.
— Ninguém nunca me olhou como você me olha agora... — Sussurrou Jimin, preso na beleza daquelas orbes tomadas pelo mais puro preto. — Ou me tocou como o fez...
— E como eu te olho, hm? — O Demônio agora levava uma mão até o rosto desse, passando o polegar pelo lábio inferior encorpado do mesmo, deliciando-se com a textura dali também. — Como é o meu toque?
Jimin arfou contido debaixo do Diabo, sentindo algo em seu interior faiscar por cada novo toque desse em sua pele.
— Você me olha como se fosse me devorar, mas também como se eu fosse a coisa mais preciosa que já viu na vida...
— Você é, com certeza, a maior preciosidade que alguém poderia ter... — Sussurrou o Diabo agora acariciando a bochecha do Park.
— Você é lindo. — Acrescentou pouco tempo depois. Tão perfeito...
— Não sou, não... — Negou Jimin em mesmo tom, agora sentindo a destra do moreno tocar o alto de sua cintura e acariciá-lo ali. — O seu toque... — Jimin arfou novamente ao senti-lo apertar sutilmente aquela região, tendo o olhar no seu há todo momento. — Me faz sentir coisas.
— Que coisas? — O Diabo incitou-lhe, louco para ouvir mais daquela voz que lhe parecia com um canto angelical.
Jimin reprimiu um gemido ao sentir Lúcifer descendo a mão por dentro do tecido, arrastando suavemente os dedos por sua pele, provocando-lhe ondas internas de calor ao chegar num dos lados de seu quadril.
Os olhares estavam acorrentados um ao outro, transbordando os desejos sujos que lhes tomavam a mente. Jimin queria baixar o seu, desviar para qualquer outro lugar que não fosse aqueles dois lumes dominados pelo desejo, mas ele não conseguia. Era impossível desviar daquele olhar avassalador.
— Vontade... Sinto vontade... — Disse o garoto em tom sôfrego por ter os lábios alheios agora raspando sobre os seus.
Lúcifer estava lhe levando a uma zona de perigo, o amarrando aos poucos para lhe puxar em algum momento, de súbito, para os confins de um abismo, onde ele não teria escapatória, tendo apenas o Demônio pairando sobre si pela eternidade
— Vontade de quê? — Incitou novamente o moreno, roubando um selar de Jimin, deixando esse ainda mais quente.
O garoto se remexeu inquieto, mal sabendo lidar com as sensações que dominavam seu próprio corpo. Sua mão tocou o peito de Lúcifer com dificuldade devido as fitas que se agarravam a seus pulsos, descendo sobre o tronco alheio até chegar a barra da blusa.
— Tire. — Exigiu baixinho, mas não menos firme.
Lúcifer desceu seu olhar apenas por um momento, parecendo perdido em pensamentos por um ou outro segundo antes de voltar-se aos olhos castanhos do garoto.
— Por que deveria? — Questionou o Diabo, tão cínico.
— Eu o quero. — Jimin ousou dizer, firme novamente, deixando nítido em suas orbes a força com que o desejava. — Eu o quero dentro de mim.
Lúcifer mordeu o lábio inferior com força, descontando ali o fogo que ardia em seu interior, louco para se alastrar por cada canto seu. Seu olhar queimava em luxúria sobre o belo humano despido debaixo de si.
— Isso é um sonho, Jimin. — Lembrou-lhe o moreno. — Não posso possuí-lo de fato.
Seu argumento não agradou o garoto que uniu as sobrancelhas enquanto lhe lançava um olhar afiado.
— Não importa. — Afirmou Jimin puxando sua blusa para cima, adentrando pelo tecido até tocar diretamente seu tronco, tentando subir as mãos por suas costas até onde aquelas fitas irritantes lhe permitiam. — Você... Seu toque... Seu cheiro... — Erguendo o rosto ligeiramente, Jimin lhe mordeu o lábio por um momento, provocando o Diabo. — Realmente... Você parece... Perfeitamente real.
Lúcifer sorriu, agora sentindo o vermelho sangue tomar suas orbes.
Jimin queria tentar o Diabo.
E estava conseguindo.
Lúcifer arfou, sentindo o seu interior se tornar chamas. Ele estava perdendo o controle.
— Eu já disse, Jimin, eu sou real. E Eu juro... — Começou, passando a ponta da língua no lábio inferior, provocando aquele que o assistia. — Juro que quando eu o tiver em minha cama, eu o possuirei até que não tenha mais forças para me aguentar. — Afirmou baixo, ousando deslizar a mão no quadril alheio até um dos lados do traseiro ali, apertando a carne.
Jimin gemeu com a sentença do Demônio junto a seu toque. Ele sentia seu corpo gritar em necessidade pelo corpo do homem diante de si.
— Por favor... — Implorou, tão sôfrego.
Lúcifer lhe lançou um sorriso travesso e roçou os lábios nos seus.
— Peça-me isso quando estiver acordado e eu prometo atender a cada uma de suas vontades. — Sussurrou.
Jimin bufou baixinho, não aceitando o que ouviu. Seu corpo clamava pelo maior o aprisionando ali. Estava prestes a retrucar quando teve os lábios selados num beijo que o fez perder-se diante de qualquer frase que sua mente formava.
Lúcifer era, como a história dizia, ardiloso até nos mínimos detalhes, tomando aquele que tinha em seus braços em movimentos graciosos, mas não menos libidinosos, sempre deixando claro, à medida que o contato se tornava mais profundo, com as línguas se encontrando, o quanto ele ardia internamente pelo garoto que agora suas mãos apertavam com possessividade ambos os lados do traseiro.
Jimin era seu. Ele não sabia, mas era seu. E Lúcifer o teria. Nem que para isso tivesse que trazer o Inferno para a terra.
No segundo a seguir, o Diabo abriu os olhos, vendo-se novamente no pequeno quarto do Park.
Seu olhar de imediato caiu no garoto que arfava baixinho, remexendo-se um pouco sobre as cobertas, o rosto estando corado e com uma fina camada de suor o tomando.
Lúcifer sorriu, deliciando-se com a cena pecaminosa na qual ele era o único espectador.
Jimin sentia calor. E o Diabo era o causador disso.
O intruso ali no quarto então se colocou de pé, nunca abandonado sua atenção perante a aquele que descansava em seu leito, parecendo hipnotizado pela beleza desse.
O Demônio queria tocá-lo agora, no plano físico, sentir a textura de sua pele com ainda mais nitidez ao tato, tornando possível apreciar os detalhes da realidade que o mundo dos sonhos jamais poderia lhe dar.
Mas Lúcifer não podia fazê-lo. Não podia beijar cada centímetro do garoto que se retorcia sutilmente por si, tendo um volume no meio das pernas.
Não. Não agora. Infelizmente.
Agarrando-se ao pouco controle que ainda tinha perante a si, o Diabo se afastou, pronto para se virar e se misturar às sombras mais uma vez, deixando o pequeno cômodo.
Contudo o que não lhe era previsto aconteceu.
Os pequenos olhos do humano sobre a cama se abriram lentamente, ganhando a atenção do Diabo mais uma vez. Jimin não o viu, afinal, o mesmo se manteve invisível para si.
No cômodo quase que por completo escuro, com exceção da luz noturna que adentrava pela janela, Jimin deixou um suspiro sair, lembrando-se de tudo o que acabara de sonhar.
A mente vagou direto para o rosto do homem que lhe deixara quente, desejando-o incontrolavelmente.
O lábio inferior foi mordido pela fileira de dentes tentando conter o desejo carnal que se mantinha bem aceso, mesmo agora desperto.
Uma ideia lhe correu a mente enquanto esfregava as pernas uma na outra, bem ciente de que seu íntimo estava acordado.
Como há pouco tempo, os lumes de Lúcifer não hesitaram em ganhar vida quando esse percebeu as mãos do humano se arrastando pela própria extensão, vagarosas, elas caminhavam até seu membro, querendo saciar o desejo que não lhe abandonava.
corpo do Diabo ardeu sob a mais pura luxúria, embevecido, louco para o que parecia estar prestes a presenciar.
Porém o que era para ser um espetáculo tendo apenas um único observador que nunca se mostraria, foi bruscamente interrompido por aquele que era o centro da atenção sem ciência disso.
Jimin bufou para o nada, afastando as mãos do próprio corpo quando essas estavam prestes a movimentar-se pelo cós da calça.
Lúcifer uniu as sobrancelhas de imediato quando assistiu o humano se colocar sentado na cama e pular para fora dessa logo a seguir.
Jimin queria afastar a imagem do homem que dominava sua mente e seu corpo apenas com lembranças de olhares e toques que imagina ser seu subconsciente quem criara. Numa tentativa de se livrar de qualquer rastro do rosto que havia se impregnado em seu cérebro, o garoto foi até o armário e pegou uma blusa grossa de lã cinza, colocando essa logo em seguida.
Lúcifer o assistiu ir até a janela onde pareceu se certificar do clima lá fora. Era madrugada e o céu estava coberto, ausentando com nuvens todas as estrelas, assim como a lua, todavia não chovendo.
O Diabo esbugalhou os olhos quase de imediato ao compreender as intenções do humano com seu comportamento repentino. Jimin iria sair.
Mas Jimin não devia sair. Não naquela noite.
Aquilo não estava nos planos de Lúcifer. Era cedo demais.
Praguejando-se mentalmente, o Diabo o viu abrir a porta do quarto e fechar atrás de si.
No térreo, Jimin se apressou em colocar mesmo par de tênis que usara mais cedo, deixando a residência menos de um minuto mais tarde, ao pegar uma das chaves penduradas ali perto da entrada e trancando a porta da entrada atrás de si quando saiu.
Lúcifer, sozinho no pequeno quarto, fechou os olhos com pesar por um instante, bufando mais uma vez, agora irritado.
O olhar do Diabo vagou até a janela, onde sentiu a raiva por ter os planos alterados sem seu consentimento.
Um sorriso transbordando irritação momentânea tomou-lhe a face bonita antes dele se virar e caminhar em direção as sombras num dos cantos do cômodo.
Pelo jeito, seu Jimin o encontraria mais cedo do que Lúcifer planejara.
✝🌹✝
Tenho uma surpresinha para vcs no próximo capítulo... Jimin que aguarde!
Espero que estejam gostando!
Bjss
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top