Capítulo 25
Ian
Ao fecharmos a porta do aposento de Missy, alguma coisa se transformou. O ar estava de alguma forma diferente. Quando o som da tranca se fez ouvir, senti que nossos destinos estavam selados, se entrelaçando sem chance de retorno. Abro os botões da camisa rapidamente e a arranco, jogando-a em algum lugar, e tenho o prazer de ver senhorita Kedard descer o olhar por meu corpo, quase salivando.
-- Vire-se. -- peço e ela obedece prontamente.
Em segundos desamarro o nó de seu belo vestido e, logo, ele está no chão numa suave nuvem verde claro. Ela vira-se de frente novamente e observo seu corpo adornado pelo espartilho, e por esse apenas, pois Missy não usa roupas íntimas embaixo. Ali, com uma contração em minha masculinidade, vejo deliciado a discreta penugem ruiva de sua entrada. Sem me conter lanço minha mão até lá, numa carícia suave, sentindo seus pêlos e sua excitação. No mesmo momento, Missy se apoia em mim e abre levemente as pernas, dando-me passagem livre.
-- Ah, senhorita Kedard… tão desejosa -- sussurro em seu ouvido, enquanto a seguro pela cintura -- Estou pensando em quanto tempo levará para que chegue ao ápice. Talvez uma hora?
Trago um pouco de sua umidade até seu ponto de prazer e a acaricio ali, suave porém firme, e Missy suspira profundamente agarrando-se mais à mim. Sorrio ao perceber o quão sensível ela está.
-- Talvez metade de uma hora? -- aumento a velocidade das carícias e ela geme, levantando uma perna e a apoiando em minha coxa -- Não, acho que não. Talvez dez minutos se eu me esforçar, o que acha? -- introduzo um dedo em sua entrada e Missy arfa em puro prazer.
-- Ian… -- ela chama numa voz enlouquecida.
-- Sim, querida? -- pergunto colocando um segundo dedo dentro dela.
-- Oh, meu… retire logo essa porcaria de espartilho! -- exige.
Interrompo minhas carícias retirando meus dedos dela e os levo à boca, provando seu sabor. Parecendo esquecer de seu pedido, Missy me ataca com um beijo profundo e começa a desamarrar minha calça que sem demora faz companhia ao vestido esquecido no chão, seguido de meu calção. Ela agarra meu membro com vontade e começa a massageá-lo.
-- Ah, sim! Isso, querida, assim… -- murmuro, enquanto às cegas solto sua última peça de roupa -- Agora, deite-se.
Sem demora Missy obedece e me ajoelho no chão, entre suas pernas.
-- Ian, não, eu não gosto. -- ela tenta me afastar.
-- Não gosta? -- um aceno confirmando -- Talvez não tenham feito direito. Deixe-me prová-la, se não gostar eu paro imediatamente.
Tão desinibida essa mulher, estou aqui, com sua feminilidade à centímetros do rosto, e ela me olha nos olhos sem constrangimento.
-- Vamos ver se você é tão bom quanto pensa que é, Mackenzie. -- ela me provoca, abrindo ainda mais as pernas, e se apoiando nos cotovelos para observar o meu trabalho, que logo inicio deliciando-me dela, sua maciez, seu sabor.
Percebo a surpresa em seu rosto, no formato de "O" em sua boca e sei que ela está gostando. Enquanto saboreio sua intimidade sinto minha rigidez pulsando, implorando por alívio. Missy está tão molhada que sei que está se aproximando de sua libertação, porém ela me interrompe puxando violentamente meus cabelos, levando-me a deitar por sobre ela. Ali encontro o verde de seus olhos iluminados pelo prazer, ela acaricia meu rosto delicadamente e lentamente se aproxima, beijando-me suavemente nos lábios.
-- Seja carinhoso comigo, Ian. -- pede.
Sinto meu coração antes acelerado se acalmar com esse doce pedido, e sinto também que ser carinhoso com ela é o que mais quero. Agora não é momento de pressa ou brutalidade, agora quero me enterrar nela, com calma e sofreguidão, aproveitando a totalidade e o peso dos prazeres que teremos juntos. Acaricio seus cabelos, agora bagunçados, Missy me encara enquanto eu a penetro lentamente, e fecha seus olhos quando começo a me movimentar dentro dela.
-- Você não sabe quantas noites eu sonhei com isso, Missy, em possuí-la assim.
Sua resposta é gemer meu nome e arranhar minhas costas, descendo as mãos até meus quadris, onde ela agarra minha bunda e, sorrindo, enfia as unhas ali também. Como retorno à essa provocação, ainda mantendo o ritmo das estocadas, abocanho um seio, enquanto acaricio o outro com a mão.
-- Ah, não… sim… Ian, eu vou… explodir.
Retiro-me dela num só movimento e sem lhe dar tempo para protestar, a viro de lado e me deito às suas costas.
-- Abra essa perna, assim… isso, agora… -- introduzo-me nela novamente -- empine essa bunda para mim, vai... isso, Missy -- desço uma mão até seu ponto mais sensível, e outra até sua trazeira, e acaricio ambos -- Você vai me dar esse rabinho um dia, não vai? Quero reivindicá-la de todas as maneiras, minha mulher assanhada.
-- Ian.. oh, Ian.. eu vou.. sim...
Quando vejo seu corpo começar a estremecer, sendo tomado pelo gozo, permito soltar-me e buscar finalmente meu próprio alívio. Enlaço sua cintura em meus braços, afundo meu rosto em seu pescoço, sentindo o sabor e cheiro de seu suor, e aumentando a rapidez de meus movimentos. Não tarda e junto-me a Missy, sendo sobrepujado por um prazer arrebatador quando alcanço meu clímax.
Leva alguns minutos para que nossas respirações voltem ao normal. Em algum momento Missy abaixou a perna e eu posso sentir os suaves tremores ainda reverberando em seu corpo.
-- Isso foi... bom. -- ela assume, rindo feliz.
-- Bom? Apenas "bom"? Está brincando?
Ela se vira de frente para mim e deita a cabeça em meu peito.
-- Eu poderia já ter tido muito disto, e aí poderia formar uma opinião melhor, se você não ficasse se fazendo de difícil, não é?
-- Não é o que eu estava fazendo, Missy. -- vejo claramente a pergunta em seu olhar -- Eu a estava tratando seguindo o decoro esperado à dama respeitável que é. -- desconverso de minhas reais intenções, pois ainda não posso dizer que pretendia conquistar seu coração antes de conquistar em lugar em sua cama.
-- E eu deixei de ser uma dama respeitável porque fizemos amor?
-- De forma alguma, querida. Mas as pessoas podem vê-la de outra forma se souberem de nós. -- explico meu ponto enquanto acaricio seus cabelos alaranjados e selvagens.
-- O que fazemos não é da conta de ninguém.
-- Então não vamos esconder que estamos juntos? Pensei que talvez seria emocionante um romance proibido.
Missy me observa por um momento, e posso ver as engrenagens em sua cabeça girando para entender se eu estou falando sério ou brincando sobre estarmos juntos. Apesar de ser uma pessoa que não mostra tão facilmente os sentimentos, eu estou aprendendo a lê-la nos detalhes e entrelinhas.
-- Nós não temos nada a esconder, Ian. -- diz e sorri, enquanto eu me pergunto se essa é uma resposta positiva ou não, decido que talvez seja hora de mudar de assunto -- Ah, não. Eu não gosto dessa sua cara.
-- Que cara? -- pergunto sorrindo com as carícias deliciosas que Missy está fazendo em meu peito, brincando com meus pelos.
-- Cara de quem pretende me encher de perguntas. Ande, Mackenzie, pode perguntar, surpreendentemente estou com um humor adorável.
-- Desde que nos contou sua história eu tenho pensando em porque seu pai a odiava tanto. -- arrisco uma pergunta profunda para, assim como Jamie aconselhou-me, conhecê-la. E ao mesmo tempo saciar essa curiosidade que estava me corroendo.
-- Corrigindo: eu estava com um humor adorável. -- ela suspira -- Essa é uma longa história, Ian. E totalmente baseada em meus achismos sobre eventos que descobri ao longo dos anos.
-- Nós temos algum tempo até que meu amigão ali embaixo esteja pronto para a segunda rodada portanto, desembuche, senhorita Kedard. -- ela afia os olhos para mim -- Por favor? -- digo sorrindo, piscando os olhos como uma menininha afetada.
-- Ah, você é impossível quando quer, não é? -- ela puxa um pelo do meu peito e eu pulo de dor, Missy ri de mim e, com um suspiro de pesar, cede -- Tudo bem, lá vai. Aquele homem nunca disse abertamente a razão de me odiar. Mas, disse várias e várias vezes que preferia ter um herdeiro homem.
-- Seu pai era um maldito, Missy, um bastardo.
-- Um maldito, sim. Um bastardo ele não foi, Ian. Mas talvez eu seja.
-- Como assim?
-- Meu pai casou-se jovem com minha mãe, e a aceitou motivado unicamente pela fortuna que eles herdariam da família dela, pois já era uma mulher de certa idade. Então, os anos foram se passando, e nada de terem filhos. Meu pai conseguiu fazer fortuna e uma reputação, mas não conseguiu fazer um bebê na esposa. Isso gerou brigas e mais brigas, e logo o lado violento dele aflorou. Madalena já estava aqui, era adolescente na época, e me disse que, certa noite, ele a bateu até sangrar. Na manhã seguinte, antes do nascer do sol, ela havia fugido.
-- Mas que... miserável! Ele a perseguiu e a obrigou a voltar? -- intrometo-me na história, tentando adivinhar o desfecho.
-- Não, cerca de um mês depois ela voltou, mas não era a mesma mulher. Bebia tanto quanto ele, e também revidava quando era agredida. Eventualmente, algum tempo depois, ela estava esperando um bebê, e eu nasci. Porém, dizem que cheguei a este mundo bem antes do esperado e que não deveria ter sobrevivido, o que levanta a suspeita de que ela tenha retornado grávida de sua breve fuga.
-- Então, ele sempre achou que você não fosse filha dele.
-- Sim, e quando minha mãe morreu quatro anos depois, ele me odiava tanto quanto à sua esposa, que supostamente, era uma traidora.
-- Eu... não sei nem o que dizer. Imagino a raiva que ele provavelmente sentia de sua mãe, mas não era direito ele descontar em você. Além do mais, vocês eram muito parecidos, mesmos cabelos e olhos quase iguais. Certamente, talvez infelizmente, você seja filha dele, sim.
-- Eu também acho, mas Edmund Kedard só via o que queria ver. Talvez ele usou isso como desculpa para me maltratar sem remorso. Porque, que homem amaria um filho que não é seu, afinal? Foi a desculpa perfeita.
Missy desvia o olhar de mim e percebo o quanto esse assunto a incomoda. De sobrancelhas franzidas ela se afunda em seus próprios pensamentos, provavelmente sobre seu passado sombrio, com alguém que deveria tê-la amado e protegido.
-- Ei… eu tenho uma história familiar estranha também, sabia?
-- Eu ouvi rumores certa vez, mas poderia me contar como realmente foi?
Rápido como uma flecha lançada, a agarro pelos ombros e a jogo, cuidadosamente, de volta ao colchão, ficando sobre ela e prendendo seus pulsos acima da cabeça com uma mão.
-- Eu contarei, mas depois. Agora, eu irei apagar esse olhar triste de seu rosto. -- digo e a beijo, ardentemente.
-- E como pretende fazer isso, senhor Mackenzie? -- ela pergunta, arfando entre os beijos.
-- Com isso aqui, querida. -- dou uma apontada sugestiva para baixo que Missy segue com o olhar, e encontra-me acariciando meu membro já enrijecido.
Antes mesmo de eu invadir sua intimidade úmida, ela já está gemendo meu nome.
Já é madrugada e o sono ainda não veio. Tantas emoções passaram por mim nas últimas horas, que talvez seja essa a razão para que ainda esteja desperto. Agora, enquanto o único som que se faz ouvir é o respirar suave e rítmico de Missy em seu sono, a emoção que me toma é o ódio.
Finalmente, depois de tanto tempo sonhando com isso eu a tive em meus braços, senti seu calor e seu sabor, e vi cada parte dela. Cada maravilhosa parte.
Inclusive suas cicatrizes.
Na verdade, eu as vi apenas depois que ela adormeceu colada ao meu corpo, já que quando estávamos sendo consumidos pelo fogo de nossa paixão eu não as percebi. Quando, em sono pesado, ela se virou de costas para mim, senti o gelo se espalhar pelo meu corpo a partir do estômago. Desde então, despertei completamente.
Não por serem marcas feias ou deformadas, Agnes foi boa em sua tarefa de remendá-la, mas por lembrar-me do quanto essa mulher já sofreu nas mãos daquele monstro, torturas psicológicas como ser constantemente humilhada e forçada a arrumar um marido, e torturas físicas na ponta de um açoite.
Nunca odiei ninguém como odeio Edmund Kedard, percebo. Abraço Missy mais forte enquanto prometo a mim mesmo que ela nunca mais sofrerá assim custe o que me custar, e sentindo aquele maravilhoso perfume único de jasmim dela, finalmente adormeço.
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