Epílogo

Geovani

O grande dia chegou, e eu ainda me sinto nervoso, como no primeiro dia que a vi, eu nem acredito em tudo o que a gente passou, nem acredito em como a mulher que eu tenho ao meu lado é forte e guerreira.

A música começa e sinto o suor escorrer pelas minhas têmporas. Minha mão está tremendo tanto que chega a ser difícil de disfarçar. Até que finalmente as portas se abrem e eu posso olhar pra mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida.

Seu vestido branco rodado a faz parecer uma princesa, enquanto o corpete valoriza as belas curvas da mulher que em algumas horas eu poderei chamar de minha esposa. Seus cabelos caem como ondas. O véu se esticando por trás de sua cabeça,  eu só consigo imaginar o quanto aquilo deve ser desconfortável.

Eu olho nos seus olhos e vejo a minha felicidade estampada em outra pessoa.  Seus lábios se abrem no sorriso mais lindo que eu já vi. Eu tenho certeza que nunca vou me cansar de olhar pra esta mulher.

Quando ela finalmente chega no altar ao meu lado, meu coração parece parar de bater por um momento. Minha bica fica seca e tudo o que eu queria nesse momento é encostar meus lábios nos seus. É nesse momento que o padre interrompe meus pensamentos que quase foram pra um lugar indevido começando nosso casamento.

— Irmãos e irmãs estamos neste dia aqui reunidos para celebrar o enlace matrimonial de Geovani e Mellanie.

A cerimônia se inicia, e eu sinceramente mal escuto metade das coisas que o padre diz, somente o que eu considero como as partes importantes parecem adentrar o meu ouvido.

— Geovani, você aceita Mellanie como sua legitima esposa e promete amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza,  na saúde e na doença,  todos os dias de suas vidas?

— Sim.

— Mellanie,  você aceita Geovani como seu legitimo esposo e promete amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza,  na saúde e na doença,  todos os dias de suas vidas?

— Sim.

Meu coração martela em meu peito, estar aqui me casando com a mulher da minha vida é sem dúvidas uma das melhores sensações que eu já experimentei.

— Receba essa aliança Mellanie em sinal  do meu amor e da minha fidelidade.

— Receba essa aliança Geovani em sinal do meu amor e da minha fidelidade.

Quando ela encaixa a aliança no meu dedo, minha vontade é de pular, gritar e cantar, tudo ao mesmo tempo. É tanta emoção que mal cabe no meu peito.

— E eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

Finalmente meus lábios e os de Mel se encontram.  E eu posso sentir seu sabor doce e suave na minha boca, eu ouço as pessoas aplaudindo e me dou conta de que é minha esposa, a Mellanie é finalmente minha esposa, perante Deus e perante a lei.  Eu nunca fui tão feliz.

As pessoas vão saindo da igreja, rumo a festa que comemora o novo ciclo de nossas vidas que se inicia.

Eu avisto Ana e Camila saindo de mãos dadas, é bom ver as duas tão felizes. Eu sei o quanto a Camila está feliz pela Ana ter assumido ela finalmente,  mas mais feliz ainda por saber que o ex namorado da Ana está onde é seu lugar, atrás das grades. É bom ver a justiça funcionando apesar de todo o tempo que passou até a Ana ter coragem de denunciar o crime. No começo desse ano finalmente foi feito o julgamento,  e eu dei graças a Deus quando o consideraram culpado. O pouco tempo de cadeia que ele pegou não é nada perto do que ele aprontou, mas tenho certeza que isso alivia o coração não somente da Ana e da Camila, como também o meu e o da Mel, afinal, a última coisa da qual precisamos é tudo o que aconteceu se repetindo com a Ana, nenhum mulher no universo merece nada disso.

Um tempo depois finalmente saímos da igreja e entramos na limosine alugada. Eu demoro pra perceber que não estamos indo a caminho da festa, estamos indo pra outro lugar, e o motorista finalmente para num morro com vista para as luzes da cidade,  é uma visão espetacular. Mel sai do carro e eu saio logo atrás dela, meu coração parecendo que vai sair pela boca.

— Eu queria conversar com você antes de irmos pra festa, tudo bem?

— Claro.

— Geovani,  eu tenho outra pessoa na minha vida.

— Do que você está falando Mel? — eu digo, meu coração saindo pela boca, suor frio pontilhando minha testa. O nervosismo chegando a um ponto que eu nem sei oque fazer, nem dizer.

— Eu me apaixonei por essa pessoa.

— E você esperou a gente se casar pra contar isso?

— Esperei,  porque eu achei que esse seria o momento perfeito.

— Você não acha meio tarde?

— Não,  acho que não tem momento melhor pra contar.

Ela pega minhas mãos,  e eu contenho minha vontade de soltar as mãos dela e cruzar os braços, o medo tomando conta de mim.

— Geovani,  você não esta entendendo.

— Então me explica.

— Eu estou grávida.

Eu não sei o que dizer, apenas fico ali, olhando pra ela, estou chocado. Até que ela repete.

— Geovani,  eu tô grávida. 

— É sério?

— Sim. — ela diz.

Eu a pego nos meus braços e a rodopio, mal acreditando que eu vou ser pai. Da pra acreditar  nisso, eu, pai. Eu estou tão feliz que mal cabe no meu peito tamanha felicidade.

— Você sabe a muito tempo? Sabe se é menino ou menina?

— Não,  mas vou adorar descobrir junto com você. Geovani,  eu te amo.

— Eu também te amo Geovani, você é a mulher da minha vida, obrigada por compartilhar sua vida comigo, e por agora gerar nosso filho em seu ventre. Eu amo tanto você, vocês dois. — eu digo e dou um beijo nela.

Entramos novamente na limosine, dessa vez realmente rumo a nossa festa de casamento. Eu seguro sua mão,  feliz em saber,  que agora temos dois motivos pra comemorar.  E uma vida inteira pra passarmos juntos.

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