Stern e Alam
3 anos depois
– Stern está demorando...- Suspirou Alam enquanto cortava algumas cenouras para o jantar. O jovem coelho suspirou olhando pela a janela de sua pequena casa, localizada na vila dos lobos no meio da floresta, era um local calmo, rústico e alegre. Não tinha espaço para hortas, contudo Alam , bem como outros coelhos que ali morava se esforçavam em criar pequenas hortas em seus quintais. A casa não era muito grande pois os lobos consideravam que deviam destruir o mínimo possível a florestas, vivam com limitações e respeitando a natureza...Contudo, Alam gostava, podia não ter a luxuria da sua época quando vivia na vila dos coelhos mas isso era superado pela sua nova família e a liberdade que tinha ganhado com aquela nova vida... Falando em família...
–Papa...- Um criança de dois anos oferecia uma pequena cenoura para Alam, o menor tinha cabelos loiros com mechas castanhas, uma perfeita mistura de Alam com Stern, orelhinhas de coelho negras saltavam de sua cabeça, como era comum nos filhotes de coelho, tais orelhas eram muito grandes e o coitado as vezes tropeçava nas próprias orelhas enquanto andavam –Ô! –O menor parecia impaciente indicando a cenoura.
–Oh! Obrigado Erwin! –Disse dando um cafuné no menor que sorriu contente.
–Pa! Da! –Outro bebê engatinhou para perto de Alam , sentou e ofereceu seu boneco em forma de cenoura, todo babado e mordido. O coelho mais velho não pode conter a risada, aquele era o mais novo do seus filhos, tinha 1 ano de idade, cabelos castanhos meio encaracolados, orelhas e rabo de lobo indicando a sua herança lupina. Seus olhos eram azuis intensos, semelhantes a Stern.
– Arturo! Meu querido! Esse é seu brinquedo! Não podemos come-lo! –Explicou Alam se abaixando e alisando os cabelos do filho, o rabinho de lobo balançava para os lados feliz.
–Vô pega mais cenoulas! –Disse Erwin, só então que Alam notou a roupa suja do filho mais velho, indicando que ele estava na horta a momentos atrás.
–Erwin você acabou de tomar banho! Querido, não precisamos de mais cenouras!
–Mais quelo ajuda! –Fez biquinho.
–Tome conta de Arturo...-Disse Alam dando cafuné nos dois filhos antes de se levantar para continuar a cortar as cenouras.
–Vamo Altulo! –Falou Erwin chamando o irmão para a sala aonde tinha outros brinquedos jogados. Alam pode notar a pequena estrela no braço do seu filho mais velho e outro estrela no calcanhar do mais novo... Aquilo era sinais de nascença, não tatuagens como havia imaginado quando encontrou pela primeira vez Stern, a estrela significava, segundo o seu marido, que as estrelas os estava guiando... Os lobos eram fascinados pelas estrelas e a lua, tais elementos na natureza eram considerados tais como deuses. Nascer com a estrela em seu corpo era sinal de proteção.
–Stern...Onde você está? –Perguntou Alam a si mesmo ao ver que estava começando a escurecer. O coelho tocou levemente a sua barriga sentindo um certo desconforto...
–Adivinha quem chegou?! –Uma voz jovial foi ouvida da entrada da cabana.
–Pai! –Gritou animado Erwin já indo correndo abraçar o pai, contudo acaba por tropeçar nas grandes orelhas e cair no chão, logo começou a chorar.
–Ohh...Erwin, minha estrelinha! –Stern pegou o filhote do chão e o colocou no colo –O seu papa não disse para correr com cuidado? Vai machucar suas orelhinhas.
–Eu num gosto delas...São glandes! –Choramingou o filhote.
–Da!Da! – Arturo engatinhou até o pai e levantou o bracinho pedindo colo também.
–Minha outra estrela! –Disse Stern pegando o menor em seu colo.
–Cadê o beijo de boas vindas do papai? – Os dois filhotes riram alto e se aproximaram e beijaram a bochecha do lobo mais velho, um de cada lado.
–Agora cadê a minha estrela brilhante?
–Está atrasado! –Falou Alam cruzando os braços diante de si e batendo o pé.
–Oh...Desculpe amor! Eu estive pescando e não vi o tempo passar...
–Já estava escurecendo! Eu fiquei preocupado! –Choramingou o coelho mais velho.
–Alam...Só atrasei um pouco...Ainda tem bastante sol lá fora! –Agora Stern estava preocupado.
–Você iria me abandonar! Era isso! Encontrou outro coelho! Você não gosta mais de mim! –Começou a chorar.
–Ah? Eu nunca iria te abandonar...-Stern estava transtornado com aquela acusação e atitudes do esposo. O que aconteceu enquanto esteve fora?
–Papa ta dodói? –Perguntou preocupado Erwin.
–Não...Só acho que seu papa está muito emotivo e...-Stern paralisou, rapidamente deixou os filhotes no chão e foi abraçar o esposo o levantando do chão.
–Stern! Seu idiota! Você cheira a peixe! Me solta! –Choramingou o coelho.
–Alam...Você está gravido? –Perguntou o lobo sorridente – Você sempre fica emotivo nas primeiras semanas...
Alam corou e virou o rosto para o lado, orelhas se abaixaram em sinal de timidez.
–...Estou...-Falou em um sussurro. Stern abraçou mais forte o seu coelho e começou a rodar com ele nos braços, devido a felicidade.
–Pai! Eu quelo binca disso também! –Diz Erwin fazendo biquinho. Arturo estava ao seu lado batendo palmas alegre com o jeito dos pais.
– Lobo...Bobo...- Riu baixinho Alam, sua irritação momentânea logo tinha se dissipado.
Stern colou o coelhinho sobre a mesa de madeira e acariciou sua barriga ainda magra, sem indicações de gravidez...Ainda.
–Um novo filhote... –Sussurrou o lobo.
–V-você está feliz? Digo...Já temos dois...E mais um...bem...- Alam estava inseguro, temia que o lobo não gostasse, afinal a casa deles era pequena, isso significava que tinham que trabalhar mais para manter as crianças.
–Eu estou extremamente feliz...-Stern beijou a barriga do seu amado fazendo Alam corar –Por que não estaria? Esse é o fruto do nosso amor...Uma nova estrela que irá nascer e iluminar nossas vidas...
–Sim...- O coelho acaricia a barriga e encontra a mão do seu marido –Fruto do nosso amor... Nossa nova estrelinha...
Stern leva a mão do seu coelho ao seus lábios, beijando com carinho e amor.
–Eu te amo... Alam... –Sussurrou.
–Stern...Eu também te amo...- Falou baixinho, saltando sobre o marido o beijando.
–Eca! –Reclamou Erwin fazendo cara de nojo.
–Ewnn...-Arturo imitou o irmão mais velho fazendo a mesma expressão.
Os casal riu ainda com os lábios unidos.
– Temos uma plateia...Que não gosta muito de nossas demonstrações de afeto! –Sorriu Alam.
–Isso é uma pena! –Se afastou um pouco Stern e encarou seus filhotes –Por que eu vou enche-los de beijo também!
–Não! – Erwin começou a correr para longe dali , tentou carregar o irmão mais novo. Stern os perseguia, as risadas das crianças preenchiam aquele lar. Alam os observava sorridente... Sua família...Sua pequena constelação...
–Eu não podia estar mais feliz...-Acariciou a sua barriga –Logo você vai participar desta família...Estrelinha...-Falou baixinho para o filho ainda não nascido.
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