Ajuda na manhã seguinte

Não sei quando realmente peguei no sono, mais acabei acordando com barulhos de tosse ao meu lado. Abri meus olhos e virei minha cabeça para encontrar o senhor Rickman com o cenho franzido enquanto tossia várias vezes, sua testa estava brilhando devido ao suor.

__Senhor?

Cof cof cof cof cof cof cof

__Senhor Rickman..._toquei na testa dele e arreguei meus olhos ao sentir o quão quente ele estava. __-Meu Deus! O senhor está ardendo em febre.

Me ajoelhei em cima do banco e retirei o cobertor de cima do senhor Rickman, a tempestade havia se acalmado deixando apenas uma chuva leve caindo lá fora. Abri um pouco a janela e diminui o volume do aquecedor deixando-o mais frio. Peguei minha maleta de primeiros socorros e procurei dentro dela o pequeno medidor de temperatura que eu sempre carregava, o peguei e sacudi o colocando por dentro do casaco do senhor Rickman embaixo do braço, ele ainda mantia os olhos fechados e tossia.

__Respire fundo, vai ficar tudo bem. _dentro de minha bolsa havia uma garrafa com água, a peguei e abri _-Precisa tomar um pouco d'água, senhor.

Coloquei a garrafa na boca dele e gentilmente segurei sua cabeça inclinando a garrafa para que a água pudesse sair. De pouco a pouco, senhor Rickman engolia a água e depois de alguns segundos, a tosse aos poucos foi passando e sua temperatura já voltava ao normal.

__Chefe? Está me ouvindo? _perguntei baixinho mais ele continuou com sua cabeça encostada no banco do carro_-O senhor precisa ficar bem... o senhor tem que ficar, por favor.

Tentei parecer calma, mais por dentro o medo repentino me dominou, nunca pensei que me preocuparia tanto com o homem que eu passei a odiar, quer dizer? Será que eu o odiava? Algo pareceu mudar quando ele me contou sua história, nem sei mais o que eu sentia antes de saber os motivos que o levou a ser um homem frio com seus funcionários e ignorante comigo. Talvez eu nunca tenha o odiado como imaginei.
Retirei o termômetro de dentro do casaco debaixo do braço dele e o olhei, felizmente a febre estava baixando. Assim que deixei o termômetro em cima do painel do carro, olhei para o senhor Rickman e ele parecia mais tranquilo e suspirava suavemente, respirei aliviada por ele estar dormindo agora.

__O senhor deve se sentir melhor pela manhã.

Falei pra mim mesma e passei o resto da madrugada acordada. Depois de um tempo zelando o sono do senhor Rickman, peguei meu celular e olhei as horas, eram seis da manhã mais devido a chuva, o tempo estava no blado com um clima húmido. Voltei a olhar para o senhor Rickman que ainda dormia tranquilamente e com cuidado, escostei na testa dele para medir a temperatura, felizmente era estável.
Não podiamos ficar ali por muito tempo, meu chefe precisava de um banho quente e um chá pois ele poderia piorar a qualquer momento, então, decidida, peguei fechei meu casaco em meu corpo e coloquei a touca, abri a porta do carro e saí, olhando de um lado ao outro enquanto respirava o sereno, fumaças saiam de minha boca.

Eu precisava pedir ajuda à alguém, então me arriacaria, imaginando que não passaria nenhum carro nequele horário, comecei a caminhar em direção ao horizonte na esperança de encontrar alguma borracharia a frente que pudesse trocar o pinel do carro e talvez até encontrar os danos no motor. Apertei meu casaco em meu corpo e olhei pra trás pedindo aos céus para que o senhor Rickman ficasse bem e não acordasse até o meu retorno.

Caminhei alguns quilômetros a fio, mais sem nenhum sinal de borracharia por perto.

__Droga!

O cansaço já estava tomando conta do meu corpo, minha cabeça latejava pela noite mal dormida, e o frio parecia aumantar a cada segundo.

Entre o sereno depois de andar mais alguns pés, vi uma cabana, cerrei meus olhos para ver além do sereno e minha feição se animou ao ver um homem que parecia estar dentro de um caminhão guincho.
Entrei mata à dentro seguindo em direção ao tal homem, ele estava olhando algo no caminhão quando me aproximei.

__Uhum?

Pigarreei e o senhor levantou a cabeça e acertou sua boina me olhando com curiosidade.

__Com licença senhor, por um acaso, o senhor trabalha com este guincho?

__Sim, senhorita. _o homem deu a volta no caminhão ficando em minha frente_-Porque a pergunta?

__Bem, meu feche e eu ficamos presos no caminho porque o nosso carro resolveu dar problemas durante a tempestade da noite passada.

__Ah sim uma tempestade violenta aquela.

__De fato, senhor. _suspirei _-Andei quilômetros em busca de ajuda e felizmente o encontrei... o senhor se incomodaria em nos ajudar?

__Claro que não, senhorita. _ele me ofereceu uma mão coberta por luva e eu aceitei_-Sou Ângelo, aos seus serviços.

Sorri

__Emily.

__Oh...é um belo nome.

__Obrigado senhor.

__Me mostre o caminho, senhorita. Entre no caminhão.

Ele abriu a porta e eu entrei, pois precisava confiar que ele nos ajudaria, porque infelizmente, não tinha mais à quem recorrer.

          
               ◇◇◇◇◇◇◇♧◇◇◇◇◇◇◇

Pov Sr. Rickman

Meu corpo estava dolorido, tanto quanto a minha cabeça. Lentamente, abri meus olhos e olhei da janela vendo o clima no blado do lado de fora, e logo as lembranças da noite passada tomaram minha mente. Levantei minha cabeça e esfreguei meus olhos procurando pela senhorita Jones em seguida.
Me assustei por não a encontrar dentro do carro. Abri a porta, e senti o vento frio em meu rosto, causando um pequeno choque térmico fazedo-me estremecer com o frio.

__Senhorita Jones?

Chamei por ela percebendo minha voz mais rouca do que o normal, porém não tive resposta.

__Jones?...Onde você está?

Tossi um pouco em seguida mais decidi continuar a gritar por ela, minha garganta arranhando um pouco.

__JONES? Cadê você? Srt..? EMILY?

Passei a mão pelo meu cabelo e encostei-me no carro sentindo meu corpo fraco... não podia ser o que eu estava pensando, ela não poderia ter me deixado pra trás. Onde ela estava?
Olhei de um lado ao outro mais tudo que via era a estrada e as árvores de um lado e do outro.

__Emily... _passei meus dedos em minha testa esfregando-a para tentar passar a dor_-Onde você está senhorita Jones? Por favor!

Era curioso dizer isso, mais já sentia falta da presença dela. Respirei fundo tentando aceitar que ela tinha se cansado de mim, embora eu compreenda sua escolha de ter partido, ainda sim, me senti a pior pessoa por ter sido tão duro com ela todo esse tempo. Talvez agora havia perdido a única pessoa que eu mais confiava, tudo por meu orgulho e rancor.
Abaixei minha cabeça tentando evitar tais pensamentos ruins sobre ela, até ouvir um barulho vindo do norte a minha frente. Franzi o cenho e olhei para a direção do barulho sabendo que este se aproximava ainda mais, minha expressão caiu ao ver surgindo na neblina, um caminhão guincho.  Me afastei do carro e segui com o olhar enquanto o caminhão fazia um retorno entre o espaço das árvores  e a rua e se aproximava de ré até onde eu estava, quando parou, o motorista colocou um braço sobre a janela e sorriu educadamente.

__Seu reboque chegou, senhor.

__O quê? mais como?...

Perguntei, mais essa pergunta foi respondida ao ver a senhorita Jones contornando o caminhão com as mãos dentro dos bolsos do casaco.

__Bom dia senhor.

Ela disse me dando um belo sorriso em seguida.

__Senhorita Jones?! _eu estava confuso, o motorista do caminhão saiu de dentro dele e fechou a porta.

__Sua assistente caminhou alguns quilômetros e me encontrou. Sou Ângelo, e estou aqui para ajuda-los.

O homem me ofereceu a mão que apertei de imediato, mais ainda olhando para a senhorita a minha frente.

__Ela me contou sobre o que aconteceu, se me permitir, vou colocar seu carro no caminhão e poderei leva-los até a cidade mais próxima daqui. Eu moro lá com minha família, não é uma cidade muito grande, há apenas setenta habitantes contando comigo, precisarão ficar por lá até que eu possa analisar o problema em seu carro.

__Claro!

Falei e abri o porta-malas para pegar minha bagagem e a senhorita Jones pegou a dela no banco de trás.

__Eu levo pra você.

Falei me aproximando dela enquanto o homem rebocava o carro. Senhorita Jones estava com um pouco de dificuldade para segurar sua mala.

__Ah... não precisa senhor, eu levo.

__Faço questão. É o mínimo que posso fazer por tudo que a senhorita tem feito por mim. _eu peguei a mala dela e coloquei em meu ombro_-Você realmente andou quilômetros sozinha atrás de um reboque? _ela sorriu tímida e isso me fez sorrir_-Não dá pra acreditar. Você é mesmo insubstituível senhorita Jones. Obigado por ter feito.

__Qualquer coisa pelo senhor.

Disse envergonhada e sua resposta me tocou profundamente, foi então, que sem pensar nas consequências e no constrangimento, eu a puxei para um abraço colocando meu queixo em sua cabeça enquanto seu rosto repousava em meu peito.

__Pensei que tivesse me deixado.

Falei pra ela que sorriu e me apertou mais no abraço.

__O senhor não se livrará de mim tão fácil.

Eu ri e a soltei fitando-a com um olhar desafiador.  

__Acho bom mesmo!

Sorri e ela me sorriu antes de ouvir que podiamos entrar no caminhão, o carro já estava seguro em cima dele, bem, felizmente estavamos prontos pra seguir caminho.

...



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