capítulo único
"✿ Capítulo Único;
Garota fujona ↷
╰❥Boa Leitura..
Jeon Jungkook é o melhor amigo mais idiota e medroso que alguém poderia ter... não que eu tivesse muitos amigos tão chegados como ele, para que se fosse possível fazer um comparativo decente, mas ainda assim, ele é um filho da puta medroso do caralho. E não importa a forma com que ele exiba seu jeito forte e conquistador, a forma com que ele consiga que todas as mulheres no mundo suspirem por ele, apenas por seu sorriso narcisista que sempre aparece no canto de seus lábios. Para mim, Jeon Jungkook, sempre fora mais do que um rosto bonito e um ideal de homem para se casar ou se aventurar, e eu sou uma das únicas pessoas, se não a única, que sabe disso e que conhece seus medos e fraquezas.
E os maiores deles sempre serão o treinador Kim e sua namorada Lee Eunji.
Sempre que ele entra em meu quarto e começa a fechar todas as portas completamente desesperado, eu tenho que parar tudo o que estou fazendo, apenas para ajudar meu amigo em mais um de seus conflitos. E como eu odeio isso, eu realmente odeio. É a segunda vez que ele inventa de sair para uma festa escondido e aparece bêbado na casa da namorada. Claro que ela sempre o ajuda, além de sempre se entregar aos seus encantos naturais no fatídico momento, entretanto, Eunji não esquece tão cedo o que ele fez e as coisas sempre explodem quando ambos acordam na manhã seguinte.
E não, eu não deveria. Mas quem é o bom amigo que o ajuda nas horas erradas? Prazer, o maior idiota do mundo, vulgo eu mesmo... Min Yoongi!
- Você foi para outra festa, de novo? - resmungando baixo, jogo meu celular sobre a cama e cruzo meus braços em frente ao peitoral. - Vai se foder Jungkook! - minha expressão não é nada amigável agora. - Eu não sou a merda da sua babá não, seu imbecil!
- Hyung, o que é isso? - Jungkook se aproxima com a cara lavada. - Você é meu melhor amigo, certo? - o sorriso presunçoso novamente está lá, mas eu sou completamente imune a seu charme, ou não. - Eunji está uma fera comigo, e eu amo a minha leãozinha, só que ela vai fazer picadinho de Jungkook, caso me encontre... e você não quer isso. - ele corre desesperado para o meu banheiro e antes de se trancar lá dentro, diz: - Se Eunji perguntar por mim, diga que eu pulei da janela!
Não faço nada a não ser deitar na cama novamente e enfiar o travesseiro na minha cara, buscando por ar ao respirar fundo. Nesse momento, eu deveria estar treinando para a próxima temporada de jogos ou estudando... felizmente eu já tenho o suficiente, porque graças a festa que Namjoon deu ontem regada a bebida e quartos disponíveis para esses animais saciarem suas vontades, todos os meus colegas de time estavam de ressaca agora, o que acarretou na suspensão do treino de hoje, pelo menos o ocorrido rendeu a esses bastardos um enorme sermão por parte do treinador Kim, enquanto eu assistia tudo da arquibancada, rindo da cara desses idiotas.
É nessas horas que devemos dizer: Eu avisei? Por que foi exatamente o que eu fiz, eu disse que essa festa não seria uma boa ideia, mas ninguém quis me ouvir.
- Yoongi? - exatamente como da última vez, Eunji bate na porta antes de entrar e olha ao redor do quarto.
Sempre gostei de ser organizado e deixar tudo perfeitamente alinhado, diferente de muitos, inclusive, meu melhor amigo. Eu não tenho posters de mulheres peladas ou bandas de rock espalhadas pela parede. As únicas coisas que eu considero como tesouros dentro dessas quatro paredes, são meus livros de diferentes gêneros na estante e minha bola de basquete. Sou um fanático apaixonado pelo esporte, é como um passa tempo. Não tenho grandes sonhos envolvendo ele... meu sonho realmente, seria construir uma família. Nascido e criado em um casamento cheio de amor, eu não poderia almejar outra coisa que não fosse o que meus pais tem.
- Você viu o filho da mãe do Jungkook por aí? - Eunji perguntou irritada.
- Ele pulou a janela. - tão filho da puta quanto ele, o acobertei. Só não queria ter mais dor de cabeça, mesmo sabendo o quanto isso era errado.
A mais nova suspirou, adentrando mais o quarto, discorrendo o lugar com seus olhos até chegar na janela que dava direto para o campus.
- Esse idiota ainda vai me pagar. - ela diz baixo, enquanto jogo o travesseiro para o lado. - Infelizmente não será agora, tenho que estudar com Dahyun daqui a cinco minutos. - ela olha para o relógio em seu pulso e minha mente tenta assimilar suas palavras. - Diga a Jungkook, que eu vou acabar com ele quando o encontrar.
- Espera, o que você disse? - questiono, e em uma velocidade descomunal me coloco de pé, faço jus ao atleta que eu sou, e ao perceber meu desequilíbrio emocional ao ter Eunji olhando com estranheza para mim, tento me recompor.
Meu coração está acelerado, e minhas mãos começam a suar e me pergunto se ela consegue ouvir ou ver algo. Oh merda... Kim Dahyun, tudo bem eu posso confessar. Sou louco por ela. Sou louco por ela desde a primeira vez que nos vimos, posso estar soando um pouco desesperado ou clichê demais, mas é exatamente essa porra que eu sou. Um completo idiota pela garota que só tem olhos para o amontoado de livros em seus mãos, deixando me sozinho com meu sentimento solítario e unilateral.
Já tentei um diálogo com a garota, desde que Dahyun passou a frequentar as mesmas aulas que eu, é somente nisso em que penso. Acreditei que essa era a minha chance de tentar algo, mas toda vez que me aproximo é como se ela pudesse desmaiar a qualquer momento e para fugir disso, suas pernas são automáticas ao fazer o caminho contrário do meu, ela aperta os livros em suas mãos e sai correndo derrubando tudo e todos pela linha em que seu corpo pequeno e magro traça. Eu acho engraçado na maioria das vezes, mas acabo me frustrando no final.
Esse ciclo se repete o tempo inteiro, tanto que minha estante já está cheia de livros dela, livros que caem pelos corredores e ela não se preocupa em pegar. Porra, eu sou tão detestável? Desprezível? Após o momento de euforia, me sinto um monstro, ofendido!
Entendo que minha má fama não me ajuda, mas esse não sou eu, e na maioria das vezes acabo magoado com isso.
- Que eu vou espancar o Jungkook quando eu o encontrar? - ela pergunta com o cenho franzido, varrendo meus pensamentos para longe, me lembrando de focar no agora.
- Não! - faço uma careta estranha, dispensando a relação idiota dos dois. - Sobre a garota, Dahyun. - solto o ar que sequer percebi estar retendo em meus pulmões. - Vocês vão se encontrar?
- Sim, vamos trabalhar juntas em um novo projeto. E eu preciso dar um recado a ela. - sua sobrancelha agora está arqueada, massageio a têmpora e espero pela interrogação que surge no rosto de Eunji. - O que você quer com a minha amiga? - ela é direta e assertiva, e eu me surpreendo com o fato dela a chamar de "amiga."
- Como assim, amigas? - devolvo a resposta, com outra pergunta.
- Nós tivemos algumas aulas em comum e acabamos virando amigas. - ela para por um momento me analisando devagar. - Está planejando dormir com ela?!
- Não! Quer dizer... que porra Eunji!
- Eu conheço sua fama Min Yoongi, você não vale nada igual ao imprestável do seu amigo. - ela aponta o indicador para mim. - Jungkook pode estar na linha agora, mas você não está.
- Ei! - me sinto ofendido. - Você sabe que o que dizem não é verdade...
As pessoas acabam sendo malvadas ao me rotularem de inúmeras coisas que eu não sou, apenas por eu ser o capitão do time de basquete. Me enquadram dentro de um estereótipo idiota, fazendo com que eu tenha uma fama que nunca desejei. Em cada canto que vou, escuto histórias diferentes sobre mim, para desmentir todas elas seria necessário um megafone e uma puta habilidade de convencimento, mesmo eu estando dizendo a verdade o tempo todo, ter provas, seria enriquecedor para o meu dossiê.
De acordo com as más línguas, eu sou o rei das festas, mas nunca estive lá. Sou o pegador, tenho uma lista incontável de garotas com quem já fiquei e abandonei no dia seguinte, loiras, morenas, ruivas, negras, asiáticas, latinas, americanas, brasileiras... já experimentei todos os tipos, e não duvido nada que amanhã apareça alguma grávida por aí, dizendo que o filho é meu. As mentiras são tão bem contadas, que às vezes eu me questiono se em algum universo paralelo isso realmente é verdade, e por algum erro na matrix, as ações desse outro eu, estão me afetando em meu plano.
Por Deus, eu odeio festas, odeio distrações. Gosto de me concentrar no meu objetivo que é estudar. Sim! Pasmem... eu gosto de estudar! Qual o problema do capitão de um time de basquete gostar de estudar? Sou apaixonado por livros e pela garota que deixa eles caírem pelos corredores.
Colocando as mãos no bolso do moletom, exibo meu melhor sorriso fofo que a faz soltar um suspiro longo, apertando minhas bochechas enquanto tento afastá-la.
- Você é tão fofo Yon Yon! - ainda estou resmungando, enquanto a mais nova murmura. - Nem parece que noventa por cento dos seus diálogos são palavras de baixo calão. - ela ri enérgica e com escárnio. - Além de aprontar todas junto com o bastardo do Jungkook e do Jimin por aí.
Apesar dela ter razão que meu amigo vive aprontando por aí, algo que Eunji sabe que ele nunca faria, seria traí-la com qualquer garota e estou de prova. Jungkook pode ser um cachaceiro igual a Jimin e festeiro para merda, mas ele não é e nunca foi infiel com os seus. Meu melhor amigo é louco pela sua garota, e nada vai mudar isso.
- Certo, agora me diga em que local vocês vão se encontrar... eu daria o recado a Dahyun por você. - disse arrumando a faixa por baixo do meu cabelo preto, colo meu tênis rapidamente, guardando o celular no bolso e em seguida me olho no espelho pequeno.
Esse definitivamente, vai ser o dia em que essa garota não irá fugir de mim... nem que eu tenha que encorajá-la, até finalmente olhar para mim.
- Não precisa, eu mesmo vou... - Eunji ia me dando as costas, mas eu segurei seu braço, me aproximando dela, até eu estar próximo o suficiente para cochichar algo em seu ouvido.
- Me fale qual é o recado, e eu te digo onde o Jeon está. - sinto muito meu amigo, mas infelizmente situações difíceis exigem medidas drásticas.
Com a minha fala consigo prender sua atenção, Eunji me olha como uma águia, estendendo a mão para mim ao se afastar, aperto sua mão e selo nosso acordo silencioso. Às vezes eu sou um péssimo amigo, mas não é como se eu me importasse com isso.
[...]
Vejo Dahyun sentada pela primeira vez em uma das arquibancadas da quadra de basquete, eu quero xingar e dar um grande abraço em Eunji por ela conseguir isso para mim, mas me contenho e avanço devagar até a minha presa que parece imersa demais em seu livro, para notar que alguém está se aproximando. Entretanto, minha observação é falha e a garota parece me farejar, porque assim que dou mais um passo, ela já está arrumando suas coisas na velocidade da luz, pronta para dar o fora e sumir das minhas vistas. Mas eu me decidi, para o sim ou para o não, eu não a deixaria fugir... hoje não, e descobriria o porquê dela fazer isso toda vez.
- Ei, ei Dahyun?! Espera... - gritei a garota que já corria entre os degraus da enorme arquibancada, pronta para se ver livre de mim.
Respiro fundo e praguejo em frustração, sem conseguir acreditar no que estamos fazendo a seguir. Nem meio segundo depois, eu estou na arquibancada correndo atrás dela, enquanto ela se apressa cada vez mais, deixando seus livros e materiais caírem pelo caminho, pouco se fodendo se eles são importantes ou não. Ela deve pensar que eu sou um assassino em série ou um psicopata, não duvido nada que tenham inventado esse tipo de boato sobre mim por aí. Se não bastasse a minha mediocridade em sequer conseguir falar com a garota que eu gosto de forma normal, posso ouvir o babaca do Namjoon rindo junto com o imbecil Taehyung e o resto do time do outro lado da quadra, eles assistem a nossa performance incrível, digna de tom e jerry, enquanto batem palmas, assobiam dizem toda e qualquer coisa sem nexo que encontram em suas mentes férteis.
- Ei, olhem lá... não é o Yoongi perseguindo a garota estranha? - o mais velho cutucou Taehyung e Jimin, apontando em nossa direção.
- Mais rápido, Hyung! - Jimin gritou, colocando as mãos nas laterais do lábio. - Ela vai fugir!
Certo, eu posso fingir que não é comigo e lidar com esse mico dos infernos, no final toda essa humilhação vai valer a pena.
- Dahyun?! Meu Deus... - disse impaciente. - Eu prometo que não vou fazer nada, é um recado da Eunji. - menti parcialmente, e de nada adiantou, ela me ignorou completamente e estava prestes a sair pelo campus e se misturar ao mar de pessoas.
E mesmo que eu odeio ter que fazer isso, esse certamente não será o dia em que vou deixá-la escapar. Eu preciso falar com ela, preciso confessar o que sinto em relação a ela, preciso me livrar desse segredo. Além de tentar entender o porquê de todo esse medo bobo que ela sente em relação a mim, não quero acreditar que contaram uma mentira tão pesada a ela, a ponto dela se manter longe dessa forma. Tem que ser algo bobo.
- Peguei! - soltei um suspiro longo e aliviado, sentindo minhas mãos tomarem sua cintura, era tão pequena que meus braços entrelaçaram por ela sem esforço algum, e sem medir minha força, mesmo cansado, acabei tirando seus pés do chão.
- Me coloca no chão! - ela se debatia e resmungava, enquanto eu tinha um pouco de empecilho ao arrastá-la para trás da Universidade, um local onde pudéssemos ficar sozinhos. - Seu monstro, me solta! - quem visse a cena realmente poderia pensar, que era exatamente isso que eu era, mais um boato para a minha conta.
"Min Yoongi arrasta garota para trás da Universidade, para abusá-la e depois decapitar sua cabeça." Não duvidava nada, que tinha alguns boatos desse teor sobre mim rondando por aí. Enquanto isso, eu só queria confessar meus sentimentos como um verdadeiro Gentleman.
- O que você vai fazer comigo? - ignoro seus insultos insignificantes e foco no meu objetivo. - Eu irei te denunciar a direção, por perseguições, por rapto e bullying! - ela grita áspera, ainda tentando se soltar, mas perdendo a força. - O que diabos você quer comigo?
Minha testa enruga com suas acusações sem sentido, tudo bem que eu sou um stalker fodido que estava sempre atrás dela nas redes sociais, procurando informações ou até mesmo subornando professores para termos as mesmas aulas. Mas foi apenas isso, para me aproximar, em nenhum momento pratiquei Bullying com ela. Pelo contrário, eu sempre a protegi, mesmo que ela não soubesse. Acabo de descobrir que o amor da minha vida, é ingrato.
- Barulhenta... - soltei seu corpo contra a parede do edifício, mas minhas mãos não deixaram sua cintura, apenas separaram-se e encaixaram-se nelas, bem ao fim de suas costelas. - Fique quieta! - apenas sondar todo o local, finalmente constato que realmente estamos sozinhos, estamos a sós.
- Eu vou gritar, Min Yoongi... - sua ameaça é clara, por isso coloco minha perna direita entre as suas e minha mão esquerda deixa a sua cintura para ir até a parede, bem próxima a sua nuca, alvo imobilizado.
- Você não ousaria... - digo com o rosto próximo ao seu, vendo ela rir de modo amargo, não consigo definir se esse sorriso é de desespero ou pura petulância.
- Ah você não duvide.. - ela retruca, tentando parecer assustadora, não posso evitar rir de suas caretas fofas que não me causam medo algum, provavelmente, em absolutamente ninguém.
- Eu só quero conversar. - confesso baixinho, respirando fundo, encarando-a. - Não queria que fosse dessa forma, mas você não me dá escolhas. - umedeço meus lábios em nervosismo, sinto que pela primeira vez ela está me ouvindo. - Apenas escute o que eu tenho a dizer, e depois de me ouvir, se nada fizer sentido pra você, eu te deixo ir e nunca mais te incomodo. - me encarando de volta, ela suspirou parecendo ceder, seus braços cruzaram-se embaixo de seus seios e ela olhou para a minha mão ao lado de sua cabeça, e eu a livrei de todo nosso contato corporal, orando para que ela não fugisse.
E ela não fugiu, realmente me deu essa chance... voltando a olhar em meus olhos, me fazendo perceber que esse momento era mais importante do que eu achei que fosse, e ela, com seus enormes olhos de jabuticaba, não tinha ideia disso. Ela não tinha ideia de como eu segurava o mundo todo em minhas mãos, de como tudo isso iria ruir caso nada do que eu tivesse a dizer, fizesse sentido para ela. Eu não poderia obrigá-la a gostar de mim, isso seria egoísta, e só a faria sofrer.
- Por que você está sempre fugindo de mim? - perguntei, sentindo meu coração batendo como um louco dentro do peito.
- Por causa de quem você é! - ela finalmente respondeu, após minutos, minutos que pareceram dias e que só me deixaram mais confuso com o semblante que se formou em seu rosto.
- E quem eu sou? - a risada entalada em minha garganta, desviei minhas orbes das suas e balancei a cabeça brevemente decepcionado. - Eu realmente... nunca imaginei que você seria o tipo de garota que acredita em rumores. - umedeci meus lábios novamente, e deixei um sorriso brincar em meus lábios logo em seguida. - Te idealizei diferente, na minha concepção, você era alguém observadora e inteligente demais para isso. - suas bochechas pálidas, tornam-se escarlates, em um tom vivo e enfurecido.
- Yah! Está me chamando de burra? - acusa irritada, aproximando seu rosto ainda mais do meu. - Quem é você para agir assim comigo?!
Eu poderia lhe dar uma resposta grossa, como faço na maioria das vezes com pessoas que me irritam, mas essa garota sempre despertou o melhor em mim. Até mesmo a ousadia que eu não costumo ter com ninguém - a não ser com o idiota do meu melhor amigo - é algo que ela consegue provocar.
- Seu futuro namorado! - exibo o melhor sorriso que tenho, deixando a garota incrédula com a minha investida. - Talvez pai dos seus filhos, mas isso podemos deixar para o futuro.
A forma como sua boca abre e fecha lentamente em busca por palavras que ela não encontra, mexe com um outro lado meu, se ela soubesse todas as coisas que quero fazer com ela, não agiria dessa forma na minha frente, não me olharia assim, sua falta de reação me deixa confuso e com vontade de desvendar e sanar todas as minhas dúvidas. Por exemplo: O lábio dela tem o gosto do gloss que ela usa? Aquele que o deixa levemente vermelho e convidativo.
Corro meus dedos pelo seu braço esquerdo, os vendo arrepiar, paro na barra da manga de sua camiseta e deixo o local subindo minha mão para seu rosto, tocando suas bochechas agora com ambas as mãos, e em um impulso, colo meus lábios nos seus. Dahyun não se mexe, não faz nenhum movimento brusco ou tenta se esquivar, ela apenas sente meus lábios nos seus, e eu não consigo entender ou saber o que ela está sentindo, mas saber que ela não recuou, me faz acreditar que ela pode me corresponder em algum momento.
O que me pega completamente de surpresa, quando percebo que isso pode acontecer mais rápido do que eu imaginei ou esperei. Com ousadia, suas mãos pequenas vão para o meu rosto, e ela me puxa para perto, fazendo com que não haja nenhuma distância entre nós, fazendo com que meu corpo cole ao seu. Nesse momento volto minhas mãos para sua cintura, e ela impulsiona seu corpo para cima entrelaçando suas pernas ao meu redor. Eu arfo, porque com ela, parece que não sei o que estou fazendo. Parece que nada é suficiente, que eu não sou suficiente. Que não sou intenso na medida que ela merece que eu seja, mas Dahyun segura meu queixo e me olha, não tem mais raiva ou incerteza neles. Nesse momento todas as minhas dúvidas vão embora, e o pouco espaço que apareceu entre nossos lábios desaparece novamente, porque eu a beijo, não um simples colar de lábios, eu a beijo explorando cada pedacinho seu, mordiscando e puxando seus lábios para mim, aprofundando-me mais e mais no seu sabor, no breve gosto de morango que com certeza vem de seu brilho labial, misturado a algo doce como chocolate. Eu poderia passar toda a minha vida experimentando os sabores de Dahyun e me viciando por completo, nela.
Quando a falta de ar está cada vez mais perto, chupo seus lábios e mais uma vez entrelaço nossas línguas, então separo meu lábio do dela para que possamos respirar. Dahyun solta suas pernas e seus pés tocam o chão com um pouco de desequilíbrio, ela não diz nada e nem eu ficamos em silêncio por pelo menos vinte segundos, aproveitando nossa pequena bolha, enquanto eu inalo o cheirinho de framboesa que ela emana, me perguntando se ela teve alguma percepção sobre o meu.
- Você quer sair comigo? - eu pergunto de repente, quebrando o silêncio confortável, antes entre nós. - Eu sei que isso pode soar confuso, e talvez você precise de mais tempo para pensar, mas foda-se os esteriótipos e o que as pessoas dizem sobre mim, sobre todos. - digo ansioso e completamente nervoso por sua resposta, sem ao menos perceber colo minha testa sobre a sua, respirando fundo enquanto olho em seus olhos. - Eu não sou o que eles falam, e se você me der uma chance, eu quero te provar isso.
- Me desculpe por pensar essas coisas sobre você. - sua confissão é baixa e triste, fazendo-me levantar seu queixo, quando meus olhos perdem os seus. - Eu sei bem como as pessoas podem ser ruins.
- Ei, você não precisa se preocupar. - sorrio, um leve repuxar de lábios quando percebo que ela está verdadeiramente preocupada. - Eu não me importo, e não acredito em nada do que eles possam falar sobre você.
Meu peito, antes apertado, está funcionando normalmente, aliviado com o sorriso fofo que ela exibe.
- Eu gosto de você Yoongi! - suas bochechas enrubescer novamente. - Na verdade eu sempre gostei, mas acabei sendo idiota demais ao acreditar nos outros, me deixei influenciar por pessoas que não tem nada a ver.
Isso me deixa eufórico o suficiente, para levantar seu corpo pequeno para o alto e deixar vários selinhos em suas bochechas, até iniciar um longo beijo em seus lábios viciantes. Esse com certeza é meu dia de sorte, porra alguma vai estragá-lo, para mim.
- Vai sair comigo, futura namorada? - sorri ao perguntar, vendo uma gargalhada discorrer pelos lábios dela.
- Nem passou pela minha cabeça dizer não. - ela beijou a ponta do meu nariz e deixou seus braços pousarem sobre os meus ombros.
- Claro que sim, futuro namorado!
FIM
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