Capítulo 3 🎁
Meu namorado secreto não gosta de mim.
Fiquei tentando dormir, mas saber que ele está tão perto não deixa que o sono vença.
Minha vida seria tão mais fácil se eu me apaixonasse por gente que gosta de mim.
— Em algum momento ele percebe, tenho fé.
— Park. — ouvi me chamando. — Dormiu?
— Não. — neguei.
— Para isso funcionar, temos que estar em paz, se continuarmos brigando vai acabar com seus primos descobrindo. — eu sei. — Eu, como quem causa as brigas, ofereço uma semana de trégua, você não me xinga e eu não provoco.
— Isso é verdade, ou está brincando? — virei para ele.
— É verdade. — está parecendo mesmo. — Uma semana de trégua?
Estendeu a mão.
— Uma semana de trégua! — apertei. — Se for mentira.
Peguei seu dedo e dei uma leve torcida.
— Cuidado! — virei de costas novamente.
— Ameaças também não podem. — isso nem fez cócegas em você.
— Foi a última. — de hoje.
Ficar uma semana em paz.
Como será?
— Já acostumou a ficar brigando.
Sim.
— Jeon. — passou-se um minuto, será que já dormiu?
— Fale. — não dormiu.
— Nós não interagimos sem ser para brigar. — como isso vai rolar?
— É, será uma nova experiência. — nova é pouco. — Não sabe como agir?
— Não, me acostumei a viver te xingando. — passei o dedo em uma pequena cicatriz que tenho no braço. — Se isso der errado, eu vou precisar sair do país.
— Vai dar certo. — alguém tem que acreditar nisso. — Posso te fazer uma pergunta?
— Faça. — sou curioso.
— Somos dois.
— Por que não xinga seus primos, eles são piores que eu, e você não revida. — longa história.
Virei novamente.
— Está vendo essa cicatriz? — confirmou. — Primeira e última vez que revidei.
— Desde então você prefere ficar na sua? — sim, é mais fácil. — Só se dá bem com um primo?
— Sim, Taehyung é o único que se salva. — o restante é péssimo.
— Por que ainda vem a esses encontros de família? — quantas perguntas.
— Pelos meus avós. — só por eles. — Ficariam tristes se eu não viesse.
— Entendo. — o sono está começando a me vencer.
— Jeon. — tô com muito sono. — Se você sabia que eu era seu namorado secreto, por que só mandou presentes bons?
Bocejei.
— Às vezes duvido que o cérebro funcione.
— Poderia ter mandado uma caixa de ovo podre. — resmunguei quase dormindo.
Antes que ele respondesse eu dormi.
[...] Autora on.
— Você não merecia ovo podre, merece mais. — Jeon respondeu ao ômega que está dormindo. — Sempre mereceu.
Aproximou a mão, tocou o rosto do menor, fez um carinho singelo.
— Ômega lerdinho!
Ouviu passos se aproximando e gente sussurrando.
— Ele não namora esse alfa bonito, é falso, até parece que o Jimin conseguiria alguém como Jeon. — a prima insuportável.
Abraçou o corpo pequeno, sentiu a mãozinha em seu peito.
Fechou os olhos, em segundos sabia que teria gente observando pela janela.
— Não acredito que eles namoram de verdade. — ouviu mais sussurros.
— Ele tem problemas para namorar o Jimin, ômega insuportável. — conseguiu ouvir eles se afastando.
Olhou o mais novo, dormindo calmamente.
Sorriu, sabe que acordado o ômega pode ser agressivo por viver na defensiva.
Ouviu o celular do ômega tocando, pegou e viu que era seu irmão.
— Oi, maninho! — Jun-Hyun não entendeu.
— Se você sequestrou o Jimin, eu vou te matar Jungkook! — foi ameaçado.
— Eu não sequestrei, ele está dormindo e eu atendi. — contou.
— Jungkook, não me diga que você é o namorado secreto do Jimin.
— Eu sou. — confirmou.
— Jungkook, toma cuidado com o que você vai fazer, o Jimin só parece ser forte e aguentar toda pancada, mas ele não aguenta. — falou. — Cuida dele, e não deixa os primos fazerem nada.
— Por que está falando essas coisas? — quer tirar informações.
— Não vou te contar! — já entendeu as intenções do irmão. — Se você gosta dele Jungkook, demonstre de outro jeito, porque sua tática de o provocar está afastando ele.
— Tá! — já percebeu isso. — Alguma dica?
— Jimin, nunca namorou ou teve alguém que realmente gostasse dele, então vive sonhando com coisas românticas, pode ser o simples que ele vai gostar. — olhou novamente o ômega.
— Como ninguém nunca gostou dele? — perguntou.
— Isso eu também não sei, mas costumam só se aproximar dele para tirar algo, após conseguir o descartam, então tome cuidado! Se meu amigo voltar mais traumatizado, eu te mato! — desligou.
— Você é uma caixinha de surpresa, ômega. — colocou o celular onde estava.
Se afastou devagar, levantou e foi fechar as cortinas, não quer mais curiosos bisbilhotando o quarto.
Voltou a se deitar, foi abraçado. Dormiu com Jimin grudado em si.
E o ômega realmente só despertou no dia seguinte.
Abriu os olhos, virou para o lado, viu Jeon mexendo no celular.
— Acordou, parece um gato. — ainda está despertando.
— Ah! Que horas são? — coçou os olhos.
— Oito horas. — respondeu.
— Cedo demais.
Mas levantou e foi para o banheiro, Jeon respirou aliviado.
Quando percebeu que o ômega estava acordando se afastou, sabia que se Jimin acordasse sentindo seus braços ao redor dele, ganharia uma mordida.
Jimin tomou banho para despertar, escovou os dentes antes de sair com roupão.
Pegou roupa na mala e voltou ao banheiro, vestiu o conjunto de moletom branco com capuz.
Ao sair, calçou o tênis.
— Você vai tomar café? — perguntou.
— Sim, só espera eu vestir algo. — sentou na cama, pegou seu celular.
— Jun ligou? — confirmou. — Sobre o que falaram nesse tempo, e no meu celular?
— Sobre a viagem, e eu ser seu namorado secreto. — mentiu um pouco.
— Ah tá! — foi mexer em outra coisa.
Ficou olhando fotos de casais sendo felizes.
— O coitadinho só quer um romance, calma Jimin, vai chegar a sua vez.
— Pronto, vamos! — olhou Jeon.
— Vai só com essa jaqueta? — perguntou.
— Você está só de moletom. — mostrou que tinha uma blusa por baixo, e bem quente.
— Coloque algo mais quente, ou vai ficar com frio. — alertou.
Tirou a jaqueta, pegou um sobretudo pesado e quente, vestiu.
— Agora vamos. — saíram do chalé. — Me dê a sua mão.
— Para quê dessa vez? — Jeon entrelaçou seus dedos com os dedinhos gordinhos. — Sua mão é quente!
Colocou no bolso do sobretudo.
Viu as bochechas do ômega ganharem cor, ficou com vergonha.
— Sua prima e um primo vieram espiar nosso quarto ontem. — contou.
— O que você fez? — perguntou.
— Fiz que eles pensassem estar vendo um casal muito apaixonado dormindo. — deixou o ômega com mais vergonha.
— Que bom! — só conseguiu falar isso.
Deixou Park em silêncio ou ele chegaria para o café muito vermelho.
A sede da chácara é grande, entraram e Jimin o levou até a sala de jantar.
Várias mesas, cada um sentando onde bem queria.
— Vou te apresentar meus avós. — foi até a mesa dos idosos.
— Jimin, meu neto. — abraçou os dois. — Esse é o alfa bonito que vi todos falando ser o seu namorado?
— Sim, vovô, é o Jeon Jungkook. — apresentou eles.
— Um prazer conhecer os senhores! — falou.
— O prazer é nosso. — Jimin só pensando no que vai comer.
— Fique à vontade! Se sinta em casa! — voltou a encarar seus avôs.
— Vamos ir comer, vovôs.
Foram até a mesa que estava tudo que tinha disponível.
— O que vai querer? — Jeon foi apontando e o ômega colocando.
Depois procuraram onde sentar, preferiram sozinhos.
— Aqui tem lúpus? — o mais novo negou. — Por que seus tios estão de cara feia?
— Eles também não gostam de mim. — respondeu. — Só os pais do Tae.
— Família boa! — comentou.
— É, excelente! — começou a comer. — Você não tem tios, nem primos né?
— Não, meus pais são filhos únicos. — agora vê como tem sorte.
Continuaram comendo, os dois ouvindo seus lobos insistirem para que comecem outro assunto.
— Sua prima está vindo aqui. — já tinha terminado, esperava o ômega.
— Ômega insuportável. — só esperou que ela se aproximasse, apenas passou direto na visão de Jeon.
— Pensei que ela faria algo. — estranhou.
— Ela chutou minha canela. — voltou a comer, não se importando.
— Ei! — levantou chamando por quem ria com os outros primos do ômega. — Espero que essa seja a última vez que toque no meu namorado.
Jimin querendo se esconder, todos olhavam Jeon o defendendo.
Ele mesmo já desistiu disso há muito tempo.
— Não deveria, mas não posso obrigar.
— Vai fazer o quê? — cruzou os braços.
— Repita o que fez e verá o que eu posso fazer.
— Não fale assim com a minha filha, criminoso de quinta. — a beta mãe de quem Jimin odiava levantou falando.
— Agora fudeu! — o ômega resmungou.
— Se você tivesse dado educação a isso que você chama de filha eu não precisaria nem dirigir palavras a essa estúpida. — Park levou comida à boca, só assistindo.
— Não trate minha esposa dessa forma. — outro beta, o loiro mais velho só olhou para o ser que ousou abrir a boca. — Sem escrúpulos, que não respeita os ômegas.
— Fudeu bonito. — bebeu um pouco de suco.
— Não respeita os ômegas? Sua filha chuta meu namorado e eu que não respeito os ômegas? — perguntou de maneira retórica. — Tanto você quanto a sua esposa e filha, são o estrume da sociedade, não sabem usar as palavras e nem como agir diante das situações constrangedoras que essa mimada os coloca.
— Pai, tira o namorado do fracassado Jimin daqui. — os dois avós olharam a filha.
— Chame meu ômega de fracassado de novo e eu te tiro da Terra. — Jimin estava amando ser defendido.
Meu ômega, repetiu em sua mente sorrindo.
Depois ficou triste por isso ser um namoro falso.
— Ele só tinha falado com a sua filha, se você tivesse ficado quieta evitaria ser ameaçada, e eu não vou tirar ele daqui, mas sim você se não fechar essa boca, porque eu te eduquei. — se sentou quieta.
— Odeio você, Jimin! — a ômega declarou.
— Não pedi que me amasse. — falou.
A outra saiu pisando duro, com a corja atrás.
Jeon se sentou, olhou o menor, puxava suco pelo canudo.
— Terminou? — confirmou. — Então vamos sair daqui.
— Sim. — levaram o que sujaram até o lugar certo.
De mãos dadas saíram da sede da chácara, o alfa colocou suas mãos dentro do bolso.
Passaram pelo grupo de cobras, ouvindo os sussurros sobre os dois.
— Ainda estão olhando? — o ômega perguntou.
— Sim. — respondeu sentindo olhos em suas costas.
— Obrigado por me defender! — agradeceu.
— Não foi nada. — para ele não.
— Foi muita coisa, pelo menos para mim. — falou. — Você costuma fazer essas coisas pelos seus falsos namorados? Pode abrir uma agência, terão muitos querendo seus serviços.
— E você está tendo de graça. — comentou. — Não fiz isso para ninguém, Jimin.
Ficou sem o que falar.
— Não é tão chato quanto pensei, pelo menos agora que não está me provocando. — disse apenas isso.
— Sou muito legal, você apenas não me deu a chance de me aproximar. — olhava as árvores cobertas por neve.
— Quero ver ter resposta para isso. — o lobo do ômega duvidou.
— Como assim? — perguntou.
— Na verdade, você não deixa ninguém se aproximar. — o ômega sabe que isso é a realidade de sua vida. — Tem medo de se ferir, então criou uma barreira.
— Discordo. — concordou. — Não me lembro de você querendo se aproximar de mim, antes de começar a colocar apelidos e me provocar, ignorava minha existência.
Lembra bem do alfa fingindo que ele não existia.
— Eu até tentei falar com você uma vez, mas me ignorou. — contou. — Depois começou a me apelidar e provocar.
— Jimin, é assim que me aproximo das pessoas. — olhou o alfa.
— Jeito diferente. — bem diferente. — Já tentou um "Oi, tudo bem?".
— Não, assim é chato. — prefere seu jeito. — Tipo, "Oi toco".
— Quis socar sua cara quando falou comigo pela primeira vez me chamando de "toco", minha altura é normal para um ômega. — Jeon riu.
— Meio ômega só se for. — levou um tapa.
— Meio ômega seu nariz grande. — o alfa colocou a mão no nariz.
— O meu nariz não é grande. — fez o mais novo rir.
— Claro que não, é pequeno. — debochou.
— É mesmo. — concordou. — Se você não gosta das minhas provocações e apelidos, por que nunca me pediu para parar?
Pensou.
— Longa história. — respondeu.
— Temos tempo. — falou.
— Jimin. — olhou e viu seu primo, fumando sozinho.
— Não temos mais, te vejo no chalé. — sem querer soltou a mão quente do alfa e foi até seu primo.
— Um enigma esse ômega. — seguiu seu caminho.
— Oi, Tae! — parou perto do outro.
— Alfa que defende o ômega na frente da família, e ainda ameaça de morte, achou ele onde, Jimin? — perguntou.
— Ele é irmão do Jun-Hyun, meu melhor amigo. — respondeu.
— Tinha que ser, um querido seu melhor amigo. — Jimin levou a mão até o nariz, sentindo o cheiro do alfa. — Bonito, inteligente, se preocupa com o que fazem com você, e ainda te faz feliz.
— Faz? — deixou escapar.
— Jimin não serve para namorar falsamente, ele mesmo se entrega.
— Observei vocês saindo, a forma que ele te faz rir, faz muito tempo que não te vejo rir assim Jimin. — continuou com a mão no nariz.
— É, ele é ótimo. — como um namorado secreto, sem sentimentos, apenas uma semana vivendo o que sempre quis com o alfa loiro.
— Ótimo? Ele serve para ser pai dos seus filhotes, quando pretendem casar? Eu e o Hobi vamos casar em Junho do próximo ano, tirando esse mês podem usar qualquer um. — sugeriu.
— Não vamos casar. — Tae o olhou estranho. — No próximo ano, é cedo ainda.
— Cedo nada, nunca é cedo para o amor. — disse antes de tragar o cigarro.
Amor?
— Amor? — perguntou.
— É, vocês se amam, o jeito que se olham deixa isso claro. — respondeu. — A forma que ele te olha é única, eu nunca vi nenhum dos seus ficantes asquerosos te olhando, ele te olha como se fosse o único ômega da Terra.
Esse Tae inventa cada coisa, pensou.
— Aquele alfa está de quatro por você, priminho. — concluiu.
— Claro. — que não.
Tae ficou maluco! Sua conclusão.
— Que tanto você fica com a mão no nariz, é por causa do cigarro? — segurou a mão do primo, aproximou do próprio nariz. — Ah! Sentindo o cheiro do alfa.
— É. — sorriu sem graça.
— Tudo bem, também faço isso. — quase sempre. — Vai lá com seu alfa, ômega carente.
— Não tô carente, mas eu vou. — Tae riu.
— Calúnia contra esse ômega que nunca namorou.
Não está me ajudando, Shiu!
— Claro, eu que estou.
Se afastou do primo para caminhar na direção do seu chalé.
Jeon me amar? Seria um sonho.
O ver agindo assim, atencioso, me defendendo, carinhoso, faz ter borboletas no meu estômago.
O pequeno ômega divagava sobre ter aquele alfa como seu para sempre.
— É só o segundo dia e eu já estou mais apaixonado pelo meu namorado secreto...................
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!
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