8 - Eight
Ymeene
Uma semana se passou desde que comecei a morar no apartamento de Yoongi. As coisas estavam tranquilas por enquanto, e eu mantinha contato com o Min mesmo que ele não tenha vindo aqui ainda.
Aparentemente, ele está trabalhando em um álbum individual, mas não saberia dizer se ele vai assinar como Suga ou Agust'D. Tudo o que sei é que vai ficar incrível, assim como tudo o que ele faz.
Nesse momento, estou fazendo uma pequena faxina no apartamento, aproveitando que é sábado.
Todo dia eu saio para procurar emprego, já entreguei diversos currículos, e mesmo sabendo ser pouco tempo de espera, estou apreensiva em relação a isso.
Eu acho que é normal ter medo de algo, mesmo que seja simples. Nunca precisei procurar um emprego, já que sempre trabalhei na loja dos meus avós, então acho que posso dizer que essa está sendo minha primeira experiência com isso.
Eu estava concentrada no que estava fazendo, e só parei quando ouvi meu celular apitar em algum canto. Ao pegá-lo, pude ver uma mensagem do Yoongi, onde ele me perguntava se ainda haviam coisas minhas na casa dos meus avós. Sem entender muito da pergunta, eu apenas confirmei, esperando uma resposta sua.
Eu esperaria de tudo, menos que Yoongi dissesse para nós irmos buscar.
Eu tentei negar, porque ir até a casa dos meus avós não era algo que eu realmente queria. No entanto, Yoongi não se deixou amolecer com meus pedidos para não irmos lá.
No fim, eu me via arrumada para ir. Arrumada, mas não pronta.
Não demorou para que Yoongi estivesse me esperando no estacionamento do prédio onde eu estava, no prédio de seu apartamento.
— Vamos? — ele perguntou, talvez percebendo minha apreensão.
— Vamos — eu respondi, inquieta pela ansiedade e o medo.
— Está pronta? — ele voltou a perguntar, prestando atenção em meus movimentos. Eu apenas neguei rapidamente com a cabeça, o que o fez rir.
Em modesta parte, Yoongi sorrindo deixa qualquer um mais leve, ainda mais com esse sorriso mostrando a gengiva.
O caminho seguiu em silêncio, com poucas conversas. Quando enfim chegamos, foi difícil criar a coragem que eu precisava para descer do carro e entrar na casa. No entanto, de alguma forma, Yoongi me passava uma certa confiança, e isso fez com que eu me sentisse mais confiante.
Eu desci do carro, aproveitando o momento de coragem repentina que havia surgido. E outra coisa que eu não esperava era que o Min fosse vir junto. Não contestei sua decisão, mesmo que tenha ficado um tanto confusa.
— Fique tranquila, eu estou aqui com você — ele disse baixinho, quando parou ao meu lado.
— Obrigada — eu pedi, quando comecei a andar em direção à porta.
— Não precisa agradecer por isso. Sempre que puder vou te ajudar — e mais uma vez, ele disse, quando enfim paramos de frente para a porta.
Eu toquei a campainha, esperando até que um de meus avós abrisse a porta. Por um momento, fiquei preocupada em meus avós reconhecerem Yoongi, mas me lembrei de que eles não estão atentos às notícias em geral, então não sabem quem ele é, e além disso, ele está usando uma máscara.
Quando a porta enfim se abriu, pude ver minha avó, e de certa forma senti saudades deles.
— Ymeene, o que faz aqui? — ela perguntou, parecendo brava por me ter ali. Nesse momento, me lembrei o que fui fazer ali.
— Vim buscar o restante das minhas coisas, a senhora não pode me impedir — eu disse, tentando soar o mais duro que consegui, algo que claramente não funcionou muito. Ela demorou antes de voltar a falar.
— Tudo bem, pegue tudo o que é seu e depois não apareça mais aqui — ela enfim disse, nos dando passagem.
Vi meu vô ali na cozinha, de pé, me olhando com cara ruim. Ele não disse nada para mim, e nenhum deles disse nada sobre Yoongi, que apenas recebeu alguns olhares de estranhamento e ódio.
Eu subi as escadas, com Yoon logo atrás de mim. Entrei em meu quarto, o vendo ainda do mesmo jeito que havia deixado. Aparentemente, meus avós não se dignaram nem mesmo a entrarem aqui.
Não querendo demorar muito, peguei uma das malas que eu tinha ali e comecei a guardar tudo o que cabia. Eu tinha apenas duas malas ali, e temia que não fosse o suficiente para levar tudo. As malas não eram muito grandes.
Não consigo me lembrar do porquê de tê-las ali, mas ao menos agora, serão bem úteis.
— Eu tenho mais umas duas malas no carro, vou buscá-las para você — Yoongi disse, enquanto eu continuava guardando algumas roupas.
Respirei aliviada por saber que não precisaria voltar um outro dia para buscar o resto, ou ter que deixar ali. Eu deveria ter me preparado melhor para isso.
— Seus avós são um pouco assustadores quando estão bravos, tenho que confessar — ele disse, quando voltou do carro com as malas. Eu soltei uma risadinha, porque ele tinha razão, e eu não havia parado para pensar nesse detalhe.
— Você tem razão — eu externei meu pensamento, o fazendo rir também. — Vamos terminar rapidinho, não quero ficar muito aqui — eu disse e pedi, recebendo uma confirmação sua.
Assim que guardei o máximo possível em uma mala, peguei uma maior do Min para guardar meus livros. E por cima deles, se sobrasse espaço, eu guardaria mais roupas.
Ao fim, consegui fazer caber tudo dentro das quatro malas, deixando algumas poucas coisas para colocar em bolsas menores. Nunca imaginei que tinha tanta coisa assim.
Quando enfim descemos, meus avós ainda estavam na cozinha e a porta estava aberta, como se esperassem o momento em que iríamos embora.
— Ymeene, queremos falar com você — eles disseram, quando eu estava passando pela porta.
Eu demorei um pequeno instante para decidir se conversaria com eles ou não. Ao fim, pedi que Yoongi fosse para o carro na frente, enquanto eu conversava com eles. Ele fez o que eu pedi, depois de pegar uma das malas que eu estava segurando, para me ajudar.
— Pois não? — eu disse, assim que fiquei de frente para ambos.
— Nós conversamos enquanto vocês estavam lá em cima. Decidimos que vamos deixar você se casar com ele, já que ele parece ser bom de dinheiro e um partido melhor do que o que nós tínhamos escolhido. O carro e as roupas dele parecem ser bem caros — meu vô disse, de uma vez, o que me deixou totalmente desacreditada e nauseada.
— Não. Eu não vou casar com ele só por interesse, nós somos apenas amigos. Vocês não tem mais nada a ver com a minha vida, então não se metam em quem eu vou escolher para me casar no futuro. Eu nunca vou me casar por interesse, guardem isso e espero que não esqueçam. Espero que fiquem bem — eu despejei, com um certo nojo aparente em minha voz, saindo de lá logo em seguida.
Aproveitando uma das minhas mãos desocupadas, eu fechei a porta da casa, não olhando para trás antes de começar a caminhar rapidamente até o carro, que estava me esperando já com o porta-malas aberto.
— Eu detesto eles — eu disse, quando entrei no carro, desabafando para Yoongi.
— Consigo perceber o porquê. O que eles te disseram?
— Querem que eu me case para obter vantagem, e eu nunca faria algo assim — eu omiti a parte de que tinham dito que eu deveria me casar justamente com ele.
— Legal da sua parte de pensar assim. Muita gente pensaria o contrário — ele disse, saindo dali e prestando atenção na estrada enquanto dirigia. — Quando eu te encontrei na rua, porque estava sozinha? Você poderia ter pedido ajuda para algum amigo, algum namorado, não poderia? — ele poderia estar curioso, e eu não via problemas em responder, mesmo que eu já tivesse dito.
— Eu não tenho mais ninguém, muito menos um namorado.
— Espera que eu realmente acredite nisso? — ele respondeu, de forma um tanto sarcástica.
— O quê? — eu estranhei aquilo, porque não era normal que ele dissesse algo assim do nada. Senti meu coração bater mais rápido, meu nervosismo começando a aparecer.
— Não me diga que não tem namorado, eu sei que tem ao menos um pretendente.
— De onde você tirou isso? Se meus avós tiverem te dito algo, me diga o que é.
— Em casa falamos mais disso.
E assim, fomos o restante do caminho em silêncio, até que chegássemos ao prédio. Minha ansiedade estava me matando, confesso. Nós subimos com todas as minhas coisas, deixando tudo no chão da sala antes que eu pudesse tentar descobrir alguma coisa.
— Vamos conversar — eu disse, parando de frente para si, em pé e de braços cruzados.
— Ymeene... Você é muito boa em mentiras — ele começou dizendo, parecendo impaciente.
— O que te faz pensar que eu minto? — eu tentei descobrir, com meu tom de voz se alterando. Descruzei os braços para tentar mostrar segurança no que eu dizia, apoiando minhas mãos na cintura. Pela inquietude, não demorou para que eu cruzasse os braços mais uma vez.
— É bem simples, na verdade — ele disse, se aproximando de mim e olhando no fundo dos meus olhos. — Como você tem a coragem de me dizer que não está em um relacionamento, se está usando um anel de compromisso? — ele disse, o tom de voz seco e baixo, mas que me atingiu de mais formas do que atingiria se ele tivesse gritado.
— O quê? — eu descruzei meus braços, olhando minhas mãos, vendo ali o anel que eu tanto usei.
— Por que você acha que eu nunca tentei nada para me aproximar mais de você? — ele pareceu liberar aquelas palavras, como se as tivesse segurado a muito tempo.
— Se aproximar? — a sensação que eu tinha agora era a mesma que eu teria se estivesse tonta. Talvez eu realmente estivesse.
Yoongi me atingia de formas inexplicáveis, e era impossível negar que eu sentia uma certa atração por ele. Ainda sinto.
Então, como um raio, a percepção me atingiu, e tudo o que eu queria era explicar tudo para ele e tirar esse mal entendido de sua cabeça. Eu faria qualquer coisa para que ele acreditasse em mim.
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