EPÍLOGO
LEONARDO
Renato e eu estávamos juntos curtindo aquela bela noite, fomos naquela casa noturna onde aconteceu nosso primeiro beijo. Viemos comemorar juntos de nossos amigos porque naquele mesmo dia oficializamos nosso romance para nossos fãs e fomos muito bem recebidos pela grande maioria.
Claro que teve aqueles que nos xingaram, alguns deixaram de nos seguir e outros simplesmente começaram a me ameaçar porque segundo eles eu transformei o Renato "nisso."
Mas não é momento para isso porque nesse instante estou junto do homem que amo e que sempre amei. Estamos dançando alegremente ao som da música eletrônica que tocava a toda nas caixas de som. Estávamos todos ali nos divertindo. Meu moreno me olhando com paixão e um sorriso de lado brotou em seus lábios carnudos. Sorri de volta e chamei ele com o indicador que prontamente veio até mim dançando no ritmo da música.
Passei meus braços nos seus ombros, Renato laçou minha cintura me puxando para mais perto de si e começamos a dançar juntinhos a música que começou a tocar, era uma mais sensual, porém ainda com a pegada eletrônica.
Encostamos nossas testas e olhamos nos olhos um do outro.
— Eu te amo — Falo perto do seu ouvido, senti o moreno apertar minha cintura um pouco mais e assim que o encarei ele trouxe seu rosto de encontro ao meu e selamos nossos lábios em um beijo cheio de desejo e paixão. Um beijo apaixonado. Pude ouvir, ao nosso redor, nossos amigos fazendo aquela famosa algazarra entre gritos, assobios e palmas.
Não quebrei o beijo em nenhum momento e ainda estava com meus lábios colados ao de Renato, mas pude ouvir sua voz me chamar ao longe, o que é estranho porque a música estava alta e eu estava com seus lábios juntos aos meus.
— Léo!
Ouvi a voz dele novamente e quebrei o beijo franzindo o cenho em estranheza e desentendimento. Olhei ao redor em busca da fonte da voz e me dei conta que todas as pessoas ali presentes estavam paralisadas e somente a música tocava ao fundo.
— Mas o que...
Não consegui completar minha frase porque ela morreu antes mesmo de sair dos meus lábios.Diante de mim estava um reflexo meu, não mais Renato e sim eu mesmo olhando para mim. Olhei horrorizado para aquele clone meu a minha frente.
Notei que meus braços ainda estavam em seus ombros e seus braços, ou meus próprios braços, ainda estavam ao redor da minha cintura. Empurrei meu clone de perto de mim com horror, mas não foi o suficiente para afastá-lo totalmente.
— O que está acontecendo aqui? — Pergunto com a voz falha. A música parou de tocar e as pessoas ao meu redor sumiram todas, me deixando sozinho com seja o que for aquilo a minha frente.
Meu clone não respondeu nada, mas apontou na direção do bar, mais especificamente para o espelho que tem ali. O olhei sem entender, mas eu, ou ele, apontou novamente e algo me fez perceber que ele queria que eu olhasse no espelho.
Com muito medo e sem entender nada ainda, andei apressado até aquele maldito espelho e dei um grito silencioso porque não tive forças para deixá-lo sair da minha boca, é como se algo me impedisse de gritar, algo preso em minha garganta.
Minha voz sumiu e me vi, no reflexo, usando roupa de hospital, de paciente na verdade, tampei a boca e quase chorei, sim quase, porque aquele clone apareceu atrás de mim e senti vontade de gritar novamente.
Ele estava com a mesma roupa que eu, porém nele havia uma máscara de ar, um ponto de acesso no seu antebraço para medicamentos e também ao seu lado uma máquina de contagem de batimentos cardíacos.
Senti minhas pernas fraquejarem, meu corpo inteiro tremeu, como assim? Que merda estava acontecendo ali? Queria perguntar tudo isso, mas minha voz não saiu.
Meu clone levou sua mão até meu ombro e quando a senti em contato em meu corpo, foi como se estivesse levando um soco no estômago.
Logo após o choque, inicial minha mente começou a ser inundada de lembranças. Lembranças da noite em que beijei o Renato naquele mesmo lugar.
Tudo passa como um flash me deixando tonto e tudo ao meu redor girou por um instante.Era como se estivesse vivendo aquele dia novamente só que em uma velocidade acelerada. O que me causou náuseas. Passei tudo novamente, quando meus amigos vieram me buscar na casa dos meus pais, a descoberta que Dayana iria conosco mesmo sendo a noite dos amigos, o ciúmes que senti, a extravagância na festa, a bebida em doses exageradas, o cara quase me beijando, Renato me puxando para um canto, a discussão, o beijo e então a minha surpresa.Eu não desmaiei como achei que havia acontecido e sim saí correndo ao me dar conta do que havia acontecido, o que eu havia feito e também ao perceber que Renato não havia retribuído o beijo, ele só teve uma única reação e foi de puro choque. Saí as pressas de perto dele. Passei praticamente correndo por todos ali dentro indo em direção a saída, estava meio grogue devido ao excesso de bebida e não me dei conta que estava indo em direção a avenida onde um carro vinha em alta velocidade.
— LÉO?! — Renato grita, mas não lhe dei ouvidos porque em minha mente só vinha a necessidade de fugir e me esconder. Depois daquela vergonha imensa.
Quando fui atravessar a avenida, o carro me atingiu em cheio, me jogando para longe. A dor foi insuportável, senti toda aquela dor dos meus ossos se quebrando novamente.
— NÃÃÃÃÃÃÃÃO! LÉÉÉÉÉÉOOO!
Ouvi o grito de Renato, mas minha audição foi tomada por um zumbido logo em seguida, minha visão estava ficando turva e logo os zumbidos viraram bipes da máquina que controla os batimentos do meu coração. E antes de ser levado totalmente para a inconsciência ao meu lado apareceu meu clone e me olhou com pesar.
Então, foi isso o que realmente aconteceu. Essa é a realidade.
Pensei com angustia antes de sentir minha consciência indo embora, Renato se abaixou ao meu lado em desespero, ele falava alguma coisa que não pude ouvir e minha visão turva escureceu.Os sons dos aparelhos aumentaram, minha visão escura foi tomada por um clarão forte e foi então que abri os olhos para a verdadeira realidade.
Aquela em que tudo que vivi nunca existiu. A realidade onde me deparei com o teto do hospital e com minha situação deplorável.
A realidade em que Renato e eu não ficamos juntos...
A realidade em que tudo foi uma mentira...
A realidade... a minha verdadeira realidade.
— Léo?
Segui o som da voz com os olhos e vi ao meu lado um moreno alto, corpo atlético, seus olhos transmitiam um misto de surpresa, choque e alegria. Mas quem é ele? Eu deveria conhecê-lo? Franzi o cenho em confusão, abri a boca para perguntar quem é ele, mas minha voz não saiu, me dei conta de todos os aparelhos que estavam em mim e comecei a ficar inquieto querendo me livrar de tudo aquilo.
— Calma Léo, vou chamar os médicos. – O moreno alto fala e sai correndo gritando pelos corredores. Franzi o cenho em total desentendimento mais uma vez.
Mas, quem é Léo? E, quem é o moreno que saiu gritando como um louco?
QUEM SOU EU????
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