CAPÍTULO SESSENTA E UM
LEONARDO
Tudo bem, eu estava perdendo a minha paciência com todo aquele estranhamento repentino. Eu já percebi que tem algo rolando aqui e que meus pais e minha avó, meu avô, Sérgio chegou horas depois do almoço e eles me fizeram ouvir a conversas deles por horas, estavam aprontando alguma.
Vocês sabem como são os mais velhos, gostam de conversar sobre tudo e perguntar sobre tudo também. Mas cara que coisa chata do caramba eles que me desculpem por falar isso, mas as vezes, tipo hoje principalmente, eles me encheram a paciência.
Toda vez que falava que iria embora eles davam um jeito de me prenderem em perguntas e em uma conversa aleatória. Misericórdia eu estava a ponto de gritar para eles pararem, mas meu bom senso não permitiu que eu fizesse isso. Era evidente que eles estavam aprontando comigo e não só eles, os meninos também não me respondiam e nem sequer atendiam as minhas ligações aqueles filhos da... Melhor deixar minha língua quieta.
Mas que estou xingando-os na mente, tenha certeza que estou e muito. Já estava perdendo a minha calma e não tenham dúvidas disso. Eu já não conseguia mais esconder a minha cara de tédio.
– Mãe eu já estou indo. E dessa vez eu vou mesmo. – Falo me levantando do sofá e vou em direção a porta quase correndo com um certo medo deles me pararem de novo. Não se enganem eu os amo e muito, mas eles já estão me tirando a paz me obrigando a ficar aqui. Eu quero ir embora para casa para saber se os meninos estão bem, porque para eles não me responderem com certeza alguma coisa está acontecendo.
– Não Léo, fica mais um pouco seu avô acabou de chegar garoto. – Minha mãe fala com os olhos arregalados e um pouco nervosa, na verdade, meu pai e minha avó olham para mim da mesma maneira que minha mãe. O que esses quatro estão escondendo?
– O que vocês estão escondendo, hein? – Pergunto os olhando com os braços cruzados e os olhos cerrados. Os quatro olham para mim e entre si procurando uma resposta. Então tem alguma coisa, não é mesmo? Bom saber disso, bom saber.
– N-Nós nã-não estamos escondendo nada de você garoto está sonhando. – Dona Nanci fala me olhando com a sobrancelha erguida em um olhar de indiferença que se fosse em outra ocasião eu até acreditaria. – Senta essa bunda grande no sofá e me escuta. – Nanci fala agora me olhando séria e você deve saber que quando uma avó fala sério, é porque o negócio é sério mesmo. Suspirando frustrado e meio chateado me jogo no sofá e cruzo os braços.
O que será que esse povo está escondendo, porque eu estou sem ideia do que seja. Na verdade, nada vem à minha mente em relação ao que esses quatro estão escondendo de mim. Eles são péssimos mentirosos e isso é bem evidente. Se, pelo menos, meus irmãos estivessem aqui para me tirar do tédio, mas nãããão eles foram sair logo hoje. Que saco meu.
Olhei no relógio e já eram mais de seis da tarde, como eu fiquei puto, eles me prenderam aqui por mais de cinco horas. Não podia falar muita coisa, afinal acabei conhecendo um pouco mais dos meus avós e meus pais.
– Agora é sério gente eu estou indo embora e sem desculpas. – Falo para os quatro que me olham e, por fim, assentem, isso foi estranho eles estavam me prendendo aqui para nada. Puta que pariu, NÉ?!
– Tudo bem filho, mas a gente vai com você e de lá nós vamos passear um pouco com os seus avós, está bem? – Minha mãe fala com um sorrisinho discreto nos lábios. Eu com certeza estranhei. Como assim eles querem ir para mansão e depois saírem?
– Vão sair para onde? – Pergunto os olhando com uma sobrancelha erguida. Minha avó nega com a cabeça e meu pai me olha.
– Vamos levar os seus avós em casa e aproveitaremos para passear um pouco com eles. Mas antes vamos passar na sua casa e a dos meninos. – Meu pai fala dando de ombros, não vou dizer que acreditei de certa forma, mas fazia sentindo, né?!
– Tudo bem, vamos rápido. – Falo os olhando e esperando eles se mexerem.
– Não vamos demorar, vamos tomar um banho bem rápido e já voltamos. – Minha mãe falou já se dirigindo para o corredor dos quartos e os outros a seguiram. Enquanto eu fiquei sentado no sofá os esperando. Tentei novamente ligar para o Renan e desta vez o filho da mãe atendeu.
– Até que enfim atendeu essa bosta de celular, hein. Pelo amor de Deus Renan, que você estava fazendo? – Pergunto assim que o mesmo atende e logo escuto a risada do meu amigo do outro lado da linha.
– Eu estava ocupado, né?! – Fala simplesmente e isso me faz revirar os olhos.
– Você e todos os outros, né?! Porque pelo amor de Deus eu liguei feito um louco para vocês e nada de vocês atenderem. Pensei até que havia acontecido alguma coisa. O que você estava fazendo que era mais importante que eu? – Pergunto em um tom brincalhão e logo escuto a risada do Renan que me fez rir também.
– Eu estava gravando vídeo, né tonto!
– Então os vídeos são mais importantes que me atender? Bom saber disso Renan, bom saber. – Falo fazendo drama e ele mais uma vez gargalha.
– Dramático. – Renan canta do outro lado me fazendo rir. – O que você fez hoje?
– Nada demais. – Respondo mordendo os lábios. – Está bem então, eu só liguei para saber se vocês ainda estavam vivos, mas vejo que estão. Tchau. – Falo e recebo um “está bem” e assim nos despedimos. Logo depois de falar com o Renan, graças ao bom senhor, os quatro realmente não demoraram como haviam prometido.
– Vamos? – Pergunto me levantando.
– Vamos. – Falam em uníssono e assim saímos de casa. Em resumo eu fui na minha moto e meus pais e avôs no carro da minha mãe. Não demoramos mais que o necessário para chegarmos em casa. E esse é o ponto principal. Quando cheguei em casa tive a maior surpresa de toda a minha vida.
Estava acontecendo alguma coisa, pois estavam muitas pessoas ali, tudo bem não eram tantas assim, porém tinha o suficiente para me fazer arregalar os olhos e ficar paralisado no lugar.
– Que está acontecendo aqui? – Pergunto para ninguém em específico e logo tenho minha resposta.
– Isso aqui Léo... – Escuto a voz do Renato a poucos metros de mim e o olho surpreso e com um sorriso incerto nascendo nos lábios. Eu não acredito que ele fez isso. – É a surpresa que estava planejando para você há quase duas semanas. – Renato completa a sua fala me deixando de certa forma com vergonha, não dele e sim do que eu sei que estava por vir.
– Renato. – Falo em meio ao sorriso sem jeito que liberei e olhei para todos ali presentes, todos com lindos sorrisos em seus rostos. Meus amigos estavam ali todos fazendo um sinal de beleza em minha direção o que me fez sorrir negando com a cabeça. Passo a língua nos lábios e volto meus olhos para o Renato que me olhava com o seu lindo sorriso no rosto. Olho para os quatro que me prenderam na casa da minha mãe. – Vocês sabiam, né? – Pergunto para eles que assentem sorridentes e nego com a cabeça.
– Foi difícil prender esse menino em casa viu Renato. – Dona Joana fala com um sorriso de lado e olho para eles.
– Vocês nem para me falar nada. – Falo fazendo todos rirem. Olho para Renato mais uma vez, vejo o mesmo limpar a garganta e me preparo emocionalmente para o que estava por vir.
– Léo, você já sabia que eu faria uma surpresa para você, porque você ouviu metade da minha conversa com a minha mãe sobre isso. – Fala fazendo uma cara engraçada, olhando para todos que sorriram e eu também os acompanhava. – Mas fui paciente e esperei você esquecer e hoje eu estou aqui...
– Ah maaaaano. – Falo sem jeito coçando a nunca e sorrindo sem graça, Renato sorriu e pegou a minha mão, o que devo dizer que me deixou com muito mais vergonha do que já estava. Ele suspirou fundo e me olhou no fundo dos olhos.
– Eu estou aqui para dizer que você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, quando te encontrei lá na assistência técnica do seu pai eu senti que você seria alguém muito importante para mim. Você esteve comigo desde do início de tudo, caminhou comigo, me apoiou e deu força quando pensei em desistir. No início eu não percebi que o que eu senti dentro de mim, foi na verdade um amor, um amor que pensei ser de amizade e irmandade, mas você me fez ver que eu estava errado e que o amor que nós sentíamos um pelo outro estava longe de ser apenas uma amizade.
– Renato. – Falo sem jeito e sinto meu rosto esquentar, Renato estava tão lindo falando tudo aquilo para mim que o sorriso que ele transmitia contagiava a todos e eu sorria feito um bobo por ver o amor da minha vida ali falando tudo aquilo na frente de todos os nossos amigos e familiares. Todos ali presentes estavam com sorrisos bobos nos lábios e minha mãe estava quase chorando, assim como Íris.
– Você me fez ver que tudo o que eu procurava em outras pessoas esteve o tempo todo do meu lado e eu não percebi por todos esses anos, mas você me fez enxergar que você, Leonardo, é tudo o que eu preciso, tudo o que eu quero e é tudo o que eu procuro. – Renato fala me olhando tão profundamente que era possível ver a sinceridade em seu olhar e eu não conseguia segurar o sorriso bobo.
Meus lábios ganharam vida própria naquele momento. Abaixei a cabeça com vergonha, porque todos ali estavam olhando para nós e Renato pegou meu queixo e me fez olhar para ele. O meu moreno olhou nos meus olhos, massageou minha bochecha com carinho e eu sorri como um verdadeiro bobo para ele, fechei até um pouco os olhos com o seu carinho. – E eu quero falar, Léo, diante dos nossos amigos aqui presentes e dos nossos familiares... Que eu te amo e que você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – Ele diz me fazendo perder a fala, senti meu peito aquecer com a sua declaração e minha boca secar. Nossos amigos comemoraram com gritos, assobios e palmas. Eu não sabia o que falar porque eu realmente fiquei sem palavras, mas então o Thales começou com algo que todos o seguiram:
– BEIJA, BEIJA, BEIJA, BEIJA...
E não tivemos para onde fugir, Renato me olhou em uma pergunta silenciosa se ele tinha permissão, mas eu tomei a atitude. Selei nossos lábios em um beijo caloroso e profundo. Nossos amigos começaram a gritar em comemoração. Através daquele beijo quis deixar claro que tudo aquilo que ele havia feito valeu a pena e que, sim, eu também o amava. O amava com todas as minhas forças.
– Eu também te amo. – Falo assim que quebramos o beijo e demos um selinho em comemoração aquele momento. Detalhe importante é que aquele havia sido o nosso primeiro beijo público.
Depois disso foi somente curtição e muitas pessoas vindo me abraçar e ao Renato também. Eu ainda estava bobo com tudo aquilo e sorrindo para o vento. Como eu pude não ter pensado na surpresa que o meu moreno iria fazer para mim? Viajei na batatinha, mas tudo estava lindo demais as cores, os detalhes e aquele bolo lindo que estava no centro da mesa.
– E aí Leozinho, parabéns nêgo. – Eduardo me abraça e eu retribuo com muito entusiasmo.
Fomos muito parabenizados, podem ter certeza que fomos, mas eu estava estranhando uma coisa, o que era aquilo afinal? Uma simples surpresa para declarar o amor dele por mim, se for, para mim já era o suficiente, mas devo dizer que esperava uma coisa a mais.
– Léo, vem comigo. – Renato pega na minha mão e entrelaça os nossos dedos. – PESSOAL APROVEITEM A NOSSA PEQUENA FESTA. – Renato grita para todos que nos olharam com uma certa curiosidade, porém somente assentem. Olho para a minha avó que mexeu as sobrancelhas eroticamente me fazendo negar com a cabeça e abaixar a mesma com vergonha. Essa velha acesa me faz passar cada vergonha, mas a amo muito.
– Onde vamos? – Pergunto para o Renato que me olha com um sorriso de lado.
– Para o meu quarto. – Fala e eu franzo o cenho, não vou negar eu pensei besteira e logo um medo também me tomou porque eu lembro muito bem da minha primeira vez com ele. – Calma Léo, só vou fazer uma surpresa para você. A surpresa principal da noite. – Ele fala com um sorriso divertido ao ver minha expressão e eu assinto em compreensão.
Ele me conduziu até as escadas e subimos para o quarto, assim que chegamos no corredor já vi um caminho de pétalas de rosas no chão. Olhei para o Renato com um sorriso quase desacreditado, aquilo parecia um sonho. O moreno sorri para mim e aperta minha mão para que continuemos o nosso caminho. O caminho de flores leva até o quarto dele, meu coração estava a mil por hora, minhas pernas ficaram bambas e senti um arrepio na pele.
– Vai Léo. – Renato fala se posicionando atrás de mim, ele me faz andar até o quarto e quando eu abro tenho a melhor de todas as surpresas daquela noite. Assim que vi eu abri a boca impressionado, olho para o Renato com os olhos arregalados e o mesmo sorri para mim. – E então?
Olho para o quarto que estava todo decorado com balões no teto em forma de coração, o quarto estava com pétalas de rosa pelo chão e na cama, as luzes LED do quarto do Renato estavam em vermelho deixando o clima ainda mais romântico e em cima da cama estava a pergunta escrita com pétalas: Quer namorar comigo?
Eu fiquei meio que em choque com aquilo, foi justo no momento em que pensei que estava faltando algo. Olho para o Renato e para o pedido em cima da cama. Um sorriso enorme invade meu rosto.
– É claro que eu aceito. – Falo e me jogo em seus braços gargalhando e o mesmo me aperta em seus braços e beija meu pescoço me fazendo arrepiar por inteiro.
Quebramos o abraço e Renato tira duas pulseiras do bolso, detalhe elas ainda estavam com a etiqueta e foi impossível não arregalar os olhos em total surpresa. Renato me surpreende a cada minuto.
– Já que você aceitou. – Fala me mostrando as pulseiras. – Poderiam ser alianças, mas eu quis inovar um pouco e além disso, eu creio que os nossos fãs vão ligar os pontos muito rápido e então eu pensei em pulseiras. – Ele explica e eu assenti em concordância.
– Nossa Renato, você... Eu estou sem palavras, cara. – Falo estendendo meu pulso para ele colocar a pulseira e depois que o mesmo a coloca, eu coloco a pulseira dele em seu pulso.
– Agora nós estamos oficialmente namorando. – Renato fala com um sorriso de lado e me surpreende com um beijo dessa vez bem quente.
Sim, nós estamos oficialmente namorando eu nunca pensei que poderia ter Renato ao meu lado dessa forma afinal ele era meu melhor amigo, sim era, porque agora ele é meu homem.
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