CAPÍTULO SESSENTA E TRÊS
LEONARDO
Eu estava muito feliz, não existia, naquela manhã, alguém mais feliz que eu. O Renato havia finalmente feito o pedido de namoro e do jeito mais lindo que já vi. Não tinha palavras para descrever o que eu estava sentindo nesse momento.
Sabe quando você acorda bem e super leve? Era assim que eu estava me sentindo, uma alegria imensa estava dentro de mim e eu só queria mostrar para todo mundo o quão feliz eu estava. Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer, nunca pensei que Renato e eu estaríamos namorando. Pessoal, isso nunca passou pela minha cabeça, quer dizer, passou sim, mas eu sempre achei que seria impossível.
Mas eu vi que não, ontem vi que Renato realmente me ama, não que eu tivesse dúvidas sobre isso, mas ontem ele deixou não só claro que me ama, mas falou a todos os nossos amigos que estamos namorando. Cara, ele fez um discurso super apaixonante na frente de todos os que estavam presentes ontem à noite.
Cara, parece até um sonho o que está acontecendo comigo. Neste momento estou deitado olhando para o moreno ao meu lado que dorme tão tranquilamente que parece um anjo, o meu anjo.
Estou pensando em tudo o que aconteceu até chegarmos aqui, tudo isso começou com aquele beijo na balada, na verdade bem antes disso, afinal como vocês já sabem o meu amor pelo Renato já é antigo, mas tudo realmente aconteceu naquela noite, naquela boate e através daquele beijo.
Parando para pensar agora, foi tudo muito louco e... Rápido. Mas um rápido bom, porque se não tivesse acontecido aquele beijo, nada disso estaria acontecendo agora e de certa forma eu agradeço muito a bebida naquele momento. Porque se eu não estivesse bêbado, tenho certeza que não teria feito nada do que fiz naquela boate.
Sorri de lado com os pensamentos, como a vida é maluca, como tudo é tão peculiar e indefinido. Mais uma vez eu falo para vocês que: eu nunca imaginei que teria esse moreno ao meu lado dessa forma, tanto que falei que iria tentar de todas as formas possíveis matar o que sentia por Renato, mas veja só como as coisas são.
– Por que você está me olhando com cara de bobo? – Renato pergunta me tirando dos meus devaneios, o moreno estava com os olhos cerrados e levemente inchados.
Olhei para ele com um sorriso de lado.
– Não estraga o clima, vai. – Falo o fazendo sorrir e me puxar para os seus braços, ficamos nos olhando por um instante.
Olho no olho e sorrisos bobos em nossos rostos.
– Você é lindo, sabe disso, não é? – Renato fala passando o dedo indicador no meu rosto e fecho os olhos recebendo o seu carinho. Resmungo manhoso, porque eu posso.
– E você gosta de me deixar com vergonha. – Falo sentido meu rosto esquentar um pouco, acho que nunca vou me acostumar com os elogios do Renato. Ele me olha profundamente e sorri de lado.
– Eu amo quando suas bochechas ficam vermelhinhas desse jeito. Na verdade, eu amo tudo em você. Principalmente sua bunda. – Ele fala muito naturalmente e aperta minha bunda me fazendo gargalhar com as suas maluquices diárias.
– Sai seu doido. – Falo dando um tapa leve em sua mão que ainda está em minha bunda e o mesmo ri comigo. – Falando em bunda, como você está se sentindo aí atrás? – Pergunto olhando para ele um pouco preocupado, pois eu sabia como era doído perder a virgindade, principalmente no dia seguinte.
– Só um pouco dolorido, mas nada que não seja suportável. – Ele fala, mas sei que está mentindo. Eu provei dessa dor "suportável" e não foi nada legal. Vocês sabem o que eu passei.
– Tem certeza? Por que o Renan ainda deve ter aquele remédio que ele me deu para tomar quando você acabou comigo. – Falo colocando a mão no rosto do moreno e circulo seus lábios que, para mim, são perfeitos.
– Não vou pedir remédio do Renan, você está louco? – Ele pergunta me olhando com os olhos levemente cerrados e uma expressão engraçada, não consegui me segurar e acabo gargalhando, porque sei que ele está com vergonha de pedir remédio para o Renan. Renato me olha com uma sobrancelha erguida. – Do que você está rindo?
– De você, ué. – Falo com diversão olhando para aquele bobo do meu namorado, ele me olha de olhos cerrados e começa a fazer cócegas em mim, me causando uma onda de risadas, na verdade, gargalhadas.
– Ah, é? Você está rindo de mim, então agora você vai ver. – Ele fala subindo em cima de mim e faz mais cócegas quase me deixando sem ar, mas o mesmo parou e me beijou ternamente. Os lábios macios de encontro ao meu me deixaram leve. Renato é o meu vício.
***
A tarde com os meninos estava mais que boa, na verdade, estava maravilhosa. Depois que Renato e eu saímos do quarto, os meninos nos receberam tão bem. Eles comemoravam até hoje o acontecido de ontem à noite.
Aquilo foi com certeza inesquecível, tenho certeza que nunca irei esquecer o dia em que Renato, meu melhor amigo e agora namorado, me pediu em namoro na frente dos nossos amigos e familiares. Nunca imaginei tal coisa, mas fazer o que, né? Tudo acontece de repente, é inesperado e quando nos damos conta, já estamos em meio a um acontecimento que para nós é impossível.
Isso se chama destino, não se pode mudar por mais que tentemos, ele sempre vai dar um jeito de trazer tudo à tona novamente. O que se você for parar para pensar é até engraçado, porque eu estava decidido a matar aquele sentimento que sentia pelo meu moreno, mas como vocês puderam ver as coisas não foram como eu queria. Ainda bem, não é mesmo?
– Em que você está pensando? – Renato me pergunta dando um beijo no canto da minha boca, o que me fez ficar corado, quer dizer mais corado que o normal, porque nossos amigos estavam nos olhando. Sorri de lado olhando para o moreno que me olhava curioso.
– Em tudo o que aconteceu ontem e também em coisas que falei para mim mesmo antes de tudo isso acontecer conosco. – Falo olhando para ele que assente em compreensão e o mesmo morde os lábios, um sorriso travesso nasce em seus lábios rosados que tanto gosto de beijar.
– Um beijo pelos seus pensamentos. – Ele fala com aquele sorriso que me mata em segundos, aquele com o lábio inferior preso nos dentes o que deixa sua boca ainda mais rosada. Olho para sua boca e engulo em seco, droga esse homem ainda vai me matar de tanta tentação. Nossos amigos fazem um "huuuuuuum", o que me faz coçar a sobrancelha com o dedo mindinho, totalmente desconfortável. Fingi pensar por um instante.
– É pouco. – Falo com um sorriso de lado e um olhar sugestivo, Renato me olha por um instante e depois olha para os nossos amigos que nos olhavam com sorrisinhos maliciosos. O moreno engoliu em seco e sem pensar duas vezes, puxou minha cabeça e selou nossos lábios em um beijo macio e profundo.
Não devo dizer que os meninos fizeram aquela algazarra, não é? Eles gritaram, bateram os pés e assobiavam em total zoeira, mas uma zoeira boa e feliz. Quebrei o beijo e rimos juntos com os malucos que eram nossos amigos. Eles estavam felizes por nós, e isso sem dúvida era gratificante, pois com o carinho, apoio e compreensão deles tudo fica mais divertido e verdadeiro.
Olhei para Renato e o mesmo me olhou nos olhos com um sorriso de lado, eu me peguei suspirando como uma menininha apaixonada. Renato foi a melhor coisa que me aconteceu em toda a minha vida, ele não foi minha primeira paixão, mas posso dizer que o moreno foi o meu primeiro e único AMOR.
– Agora vai me contar os seus pensamentos? – Renato pergunta me olhando e eu mordo os lábios.
Olhei para os meninos que me olhavam em expectativa.
– Conta logo Léo. – Renan fala com uma certa empolgação, logo os outros começaram a pedir para eu contar e não tive escapatória.
Eu contei tudo para eles, contei dos meus planos de esquecer aquele sentimento que havia em mim pelo Renato, contei que fui embora para São Paulo para tentar esquece-lo, porém não consegui, falei o porquê e por quem eu decidi esquecer o que sentia pelo moreno e contei o principal, que quanto mais eu tentava o esquecer mais eu me sentia atraído por aquele ser que, para mim, é perfeito. Falei que naquela boate foi onde tudo realmente mudou e naquela noite foi onde eu tive certeza de que Renato sentia o mesmo por mim, mesmo que ele ainda não soubesse.
No final de tudo isso, meus amigos e Renato me olhavam em silêncio, o moreno sorria bobo para mim e em seus olhos eu via um brilho, um brilho lindo e puro.
– Fala alguma coisa gente. – Falo com um sorriso sem graça, os meninos balançaram a cabeça como se tivessem saído de um transe.
– Nossa, essa história dá um livro, hein. – Eduardo fala nos olhando e nego com a cabeça.
– É verdade Edu, mas cara, como a gente não percebeu? – Thales pergunta olhando para os outros meninos que assentiram em concordância.
– Não perceberam porque vocês não prestavam atenção nos entrejeitos, nos olhares, na maneira de falar e de tratar um ao outro. O cuidado que os dois tinham. – Renan fala nos olhando com um sorriso de lado, eu sorri de volta para o meu amigo que sempre soube, mas preferiu ficar calado e deixar tudo acontecer naturalmente, porque ele sabia que um dia iria acontecer.
– Vai dizer que você sabia? – Renato perguntou de olhos cerrados e Renan deu de ombros, porque sim Renan é esperto e observador o suficiente para ter enxergado o que estava acontecendo.
– Sim, ele sabia. – Falo olhando para o meu moreno que me olhou e assentiu.
– Bom, já que estamos comemorando, o que vocês acham de voltarmos aquela boate novamente? – Renato pergunta olhando para cada um ali presente e pausa seus lindos olhos castanhos em mim.
– Eu estou dentro. – Thales é o primeiro a falar.
– Pode contar comigo. – Eduardo fala empolgado.
– Comigo também. – Renan fala.
– Estou com vocês. – Diego fala e assim só falta a minha resposta.
– Eu topo. – Dou de ombros e sorrio para os meus amigos, acho que seria bom voltar lá. É sempre bom voltar onde a sua maior felicidade começou.
– Então está resolvido, ás 20:00 horas nós iremos. E sem atraso. – Renato fala e na última parte ele olha para mim e eu arqueio a sobrancelha.
– Por que você olha só para mim? Você também demora uma eternidade para se arrumar. – Falo o olhando de olhos cerrados.
– Porque eu posso bebê. – Fala empinando o nariz e eu nego com a cabeça e o olho incrédulo.
– Até parece palhaço.
***
Sabe quando você sente que algo vai acontecer, mas não sabe o que é? Eu me encontrava assim naquele momento, estava calçando meus tênis para sairmos, mas algo dentro de mim, me dizia para não ir. Porém eu não podia desapontar meus amigos.
Sabe uma sensação de aperto no peito? Alguns de vocês já devem ter sentido isso, essa sensação é horrível porque você não sabe o porquê a está sentindo. É aquele momento em que seus sentidos de medo são ativados e você não sabe o porquê.
É um desconforto no peito que não tem explicação, e então eu lembrei de algo, a última vez que senti essa sensação ruim foi quando meu avô passou bem mal. Logo, pego meu celular e ligo para o meu avô e cai na caixa postal, o meu coração acelera e a sensação de aperto parecia maior a cada segundo.
Liguei para minha avó já com o coração aflito, chamou a primeira vez, a segunda, a terceira e meu coração estava a ponto de ter um ataque, eu estava roendo as unhas sem nem perceber. No sétimo toque a minha avó atendeu.
– Oi, vó? Vocês estão bem? – Pergunto sem deixar que ela fale qualquer coisa antes de mim.
– Oi, Léo. Estamos bem, por quê? – Dona Nanci fala do outro lado da linha o que me proporciona um alívio imediato, mas o aperto não passou, ainda estava ali.
– Por nada vovó, só liguei para saber se você e esse seu velho, que não atende o telefone, estão bem. – Falo com um sorriso de lado, minha vó gargalha do outro lado da linha.
– Seu avô já está deitado, acho que não ouviu o celular tocar. – Ela fala, eu assinto e só então lembro que ela não pode me ver.
– Tudo bem então, amo vocês meus velhos. – Falo com sinceridade para a minha avó.
– Também te amo moleque. – Dona Nanci fala com ternura e aquele pingo de diversão que só essa senhora tem.
– Tá bom, beijo vovó.
– Outro meu amor.
Assim nos despedimos, não posso dizer que aquilo aliviou aquele aperto no peito, mas que coisa estranha. Eu estava me sentindo tão bem a tarde, mas agora pela noite esse incômodo começou. De repente penso em ligar para os meus pais, nunca se sabe, não é?!
Pego meu celular mais que depressa e ligo para a minha mãe que me atende no segundo toque. Nos falamos bem pouco, só perguntei se estava tudo bem por lá e, graças a Deus, estava tudo bem. Falei que estava sentindo uma sensação ruim, não iria esconder isso da minha mãe, nunca escondi nada dela e não seria agora que eu iria esconder.
– Nossa Léo, toma cuidado filho, por favor. – Mamãe fala do outro lado da linha meio preocupada.
– Tá mãe pode deixar, te amo minha velha. Fala para o pai que mandei um beijo e que o amo muito. – Falo para minha mãe que ficou alguns segundos calada do outro lado da linha. – Mãe? – A chamo e ela volta a falar.
– Oi Léo, tudo bem filho. Nós também te amamos muito e toma cuidado. – Fala ela.
– Tudo bem. Até logo mãe. – Falo e desligo a ligação, a sensação sumiu de repente. Talvez não fosse nada.
– VAMOS LÉO. – Renato grita da porta do meu quarto, reviro os olhos e nego com a cabeça com um sorriso de lado.
– ESTOU INDO. – Grito de volta me olhando uma última vez no espelho que coloquei a pouco tempo na cabeceira da cama, coloco meu boné me dando por satisfeito.
Saio do quarto me encontrando com um Renato a minha espera escorado na parede. Ele estava lindo, como sempre esteve e sempre estará, pelo menos para mim. O moreno me olha de cima a baixo e por fim sorri de lado e me puxa para os seus braços.
– Pensei que não iria sair mais desse quarto. – Fala me olhando nos olhos, sorrio para o mesmo e umedeço os lábios com a língua.
– É sempre bom fazer você esperar um pouco, paciência é uma habilidade que poucos têm. – Falo colocando minha mão em sua bochecha e acaricio o dito local. Renato me olha com o cenho franzido e um sorriso de meio escárnio.
– Quando você ficou tão esperto ao ponto de falar dessa forma? – O moreno pergunta com o seu tom elevado ao escárnio, assim como sua expressão. Não me seguro e acabo por rir de sua ação, esse cara me testa quase sempre e eu o amo por isso. Renato é alguém que amo por ser diferente, ele não conquistou meu coração por ser bonito, claro isso contribuiu, mas o que realmente me conquistou foi sua sinceridade, humildade, confiança, determinação, o carinho, a generosidade e o maior de todos... A lealdade.
Não posso perder a oportunidade de ser um pouco safado, afinal, sempre levamos algumas ações para a segunda intensão. O olho com um sorriso malicioso nos lábios e sussurro no seu ouvido para que somente ele ouvisse.
– Talvez no dia em que fodi essa bela e farta bunda.
Aperto a bunda do moreno com força, fazendo o mesmo arfar com meu toque e aproveito do momento para beijar o seu pescoço arrepiando o mesmo que engoliu em seco.
– Agora não é momento para fazer isso caras, estamos esperando vocês lá embaixo. – Nosso momento é interrompido por uma voz que nos é conhecida a muito tempo, olhamos para Renan que nos olhava em acusação e negava com a cabeça.
– Qual é Renan, bem no momento em que estava rolando um clima?! – Renato fala e tira a minha mão da sua bunda, sim, ela ainda estava naquela região. Sorri safado para o mesmo e assim que ele saiu de meus braços, senti uma pontada no peito que me fez colocar a mão em cima do mesmo.
– Andem logo seus safados, estamos atrasados. – O de olhos azuis fala nos dando as costas.
Que estranho, algo me diz que não devo deixar o Renato ir.
– Léo, vamos. – Renato fala me olhando com o seu lindo sorriso, e foi através daquele sorriso que me convenceu de que tudo iria ficar bem e que nada iria acontecer com ele.
– Vamos, claro. – Falo com um sorriso nascendo em meus lábios, Renato pega em minha mão e me puxa para descer para onde nossos amigos estão nos esperando.
Hoje à noite vamos comemorar e nada vai nos impedir.
***
O som estava a mil por hora naquela boate
Renato, nossos amigos e eu estávamos na pista dançando, quer dizer, tentando já que somos um desastre dançando. Nós tentamos, mas acaba sendo muita palhaçada no meio da dança o que nos resulta em diversas gargalhadas das nossas trapalhadas.
A felicidade entre nós era evidente, as gargalhadas e brincadeiras deixavam isso muito claro. Nós pulávamos, ríamos e tentávamos a todo custo fazer uma coreografia decente da música eletrônica que estava a toda nas caixas de som.
– VAMOS RENAN, VOCÊ TÁ IGUAL A UMA ESTÁTUA AÍ. – Grito no ouvido do meu amigo, devido a música alta, o mesmo faz uma careta e coloca a mão no ouvido, opa, parece que gritei alto demais.
– Quer me deixar surto miserável?! – Ele grita de volta me fazendo gargalhar da sua cara, logo estamos mais uma vez tentando dançar no ritmo da música. Me atrevo a dizer que Thales e eu éramos os que mais dançávamos. Porém, vocês já sabem que Renato é um desastre dançando, Eduardo então nem se fala, Miguel também não dança nada mal, porém danço muito melhor. O quê? Amor próprio é tudo.
Passamos horas e mais horas na pista, mas em um determinado momento saímos da pista de dança e fomos descansar um pouco, na verdade, fomos comprar bebidas. Renato estava ao meu lado, com a mão na minha cintura e vez ou outra levava sua mão até a minha bunda e a apertava me fazendo pular um pouco com o aperto.
– Já falei que amo a sua bunda? – Renato pergunta no meu ouvido, deixando um beijo no pescoço logo em seguida, eu o olho com os olhos cerrados.
– Sempre quando tem uma oportunidade, mas é bom saber que você só ama a minha bunda. – Falo com um biquinho nos lábios, Renato me olha, desce seus olhos castanhos para os meus lábios e engole em seco.
– Você me provoca de todas as formas, não é? Só porque não posso beijar você aqui na frente de todos, ainda, você faz esse biquinho porque sabe que minha vontade de tirar ele da sua boca com um beijo é grande. E em relação a amar somente a sua bunda, ficou claro noite passada que não é somente isso. – Renato fala no meu ouvido de uma forma sedutora, pelo menos ao meu entender. Ele apertou meu pau discretamente quando falou a última parte, o que me fez arregalar os olhos em surpresa com o seu ato. Olho para os lados para ver se alguém viu algo, mas pelo visto não.
Não entendam mal, porém decidimos ir com calma em relação a sair do armário com os fãs, quer dizer, o Renato decidiu ir devagar por muitos dos seus fãs ainda o quererem com a Dayana, mas isso não me incomoda porque sou eu que o tenho agora e pretendo não o deixar ir, tipo, nunca.
– Eu sei seu doido, só estou brincando com a sua cara. – Falo o olhando brincalhão e o mesmo pisca para mim e mais uma vez aperta minha bunda, o que me fez negar com a cabeça.
– Já que o casal está se esfregando e praticamente se comendo aqui. Que tal irmos para casa? Já está muito tarde. – Renan fala olhando para todos que estavam na nossa rodinha.
Nos olhamos para ver se compartilhávamos a mesma ideia e confesso que eu já queria ir embora, meus pés já estavam doendo e também a maioria de nós já estavam alterados. Menos Renan e Thales que ficaram responsáveis por dirigir de volta.
– Já que estamos de acordo, vamos indo então. – Thales falou e sem reclamar fomos andando em direção a saída daquela boate, Renato passa seu braço por cima do meu ombro e, apoiados um no outro, saímos do prédio.
– Estou louco para chegar em casa com você meu bebê. – Renato sussurra no meu ouvido em um tom um pouco arrastado devido a bebida. Meu coração acelerou e aquele frio estranho tomou conta do meu corpo me fazendo arrepiar, mas não de uma forma boa.
Sabe que eu falei para vocês que quando sinto isso, é porque algo vai acontecer ou está acontecendo? Então, os nossos carros estavam do outro lado da rua, ou seja, teríamos que atravessar a rua para podermos pegar os mesmos. Foi aí que tudo aconteceu, Renato e eu erámos os últimos na fila para atravessarmos, a movimentação dos carros estava mais ou menos tranquila, engraçado como tem pessoas que ficam até tarde com carro nas ruas, não é?
Porém, nós não temos controle do que pode acontecer conosco, quer dizer, não tudo. Em meio aquela noite fria, um carro vinha em alta velocidade, com certeza, alguém bêbado. Advinha quem estava atravessando a rua nesse exato momento?
Sim, são esses mesmo que você pensou. Renato e eu. Foi tudo tão rápido e inesperado, o barulho do carro ganhou a nossa atenção, eu arregalei os olhos e sem pensar duas vezes olhei rapidamente para o Renato e o empurrei com todas as minhas forças, nós fazemos de tudo para proteger quem amamos, até dar a nossas vidas por este alguém.
– NÃÃÃÃÃÃO!
– LÉÉÉÉO!
Foi tudo o que ouvi antes do carro se chocar com o meu corpo, causando grandes dores pelo mesmo, me fazendo voar com toda a força do impacto e do meu peso, se você não sabe o seu peso fica o dobro do que realmente é em uma situação como esta, no caso, voar com o impacto do carro. Meus olhos se fecharam automaticamente e senti outro impacto do lado direito do meu corpo, como se estivesse quebrando todos os meus ossos e bati a cabeça com tanta força que tenho certeza que uma rachadura havia se aberto no local.
Ser atropelado é péssimo, mas ser atropelado, quebrar vários ossos, a cabeça e permanecer consciente é uma sensação indescritível, porque você sente todas as dores, vê o desespero dos seus amigos e sente a morte se aproximando lentamente de você.
Eu não conseguia falar e muito menos respirar, meus pulmões pareciam que estavam cheios de água e aquilo estava me afogando, sangue sai pela minha boca e nariz e minha cabeça estava latejando como nunca antes. Estava acordado vendo tudo e ouvindo também, não conseguia mexer nada e o desespero e falta de ar me rodeavam.
Meus amigos já estavam ao meu redor há alguns segundos, eles estavam desesperados e a cara que eles faziam quando me viam já deixava claro a minha condição.
– ALGUÉM LIGA PARA A AMBULÂNCIA! – Renato grita se jogando ao meu lado e me olha nos olhos, os olhos do meu moreno estavam transbordando de lágrimas. – Não, não, não, não e NÃO. – Ele murmurava, ele queria me tocar, mas não o fazia com medo. Era evidente o medo em seus olhos. Escuto alguém falando com a ambulância.
Eu sabia o que viria a seguir, nós sabemos quando vamos morrer e naquele momento eu tinha certeza, não havia o que fazer. Reunindo minhas últimas forças olhei para o Renato que chorava ao meu lado como uma criança, se eu pudesse pegaria em sua mão, mas meu corpo não obedecia.
– E-E-E...
– Não fala nada, você não pode se esforçar. Fica comigo Léo, por favor. – Renato suplica em meio as lágrimas, mas eu precisava falar que o amo e a minha família também.
De repente eu senti um sono pesado cair sobre mim, minhas pálpebras estavam pesadas, meus pulmões transbordavam, eu sentia que eles estavam cheios. Tudo em mim doía a um ponto nada suportável.
– ABRE OS OLHOS LÉO! – Escuto Renan gritar e sinto leves tapas no rosto, mas espera, quando eu fechei os olhos? Eu pensei que ainda estavam abertos. – CADÊ ESSA AMBULÂNCIA QUE NÃO CHEGA MERDA. – Ele grita revoltado e como ele entende dessas coisas o mesmo sabe que vou morrer. Os outros estavam ao redor alguns chorando e outros em choque, havia outras pessoas e Renato não parava de chorar. Eu queria falar que estava tudo bem e que iria ficar tudo bem, mas nada saia da minha boca.
Sabe o que dizem sobre passar um filme da sua vida no momento que você está morrendo? Então, isso não aconteceu comigo porque a minha mente só estava focada em tentar falar que amo minha família e Renato, mas nem isso eu conseguia.
Meus olhos ficavam cada vez mais pesados, minha mente estava se perdendo e foi quando eu vi a minha mãe ao meu lado, mas ela estava diferente, ela sorria para mim e me olhava com aqueles olhos verdes cheios de ternura. Em meio toda aquela dor e sufoco eu consegui sorri.
– Mãe. – Consegui liberar involuntariamente e foi quando minha mãe ali diante de mim tocou no meu peito, toda a dor foi sumindo e uma calma tomou conta de mim.
– NÃÃÃÃÃÃÃÃO. LÉÉÉÉÉÉO!!!!
Foi tudo o que ouvi antes da imagem da minha mãe sumir, minha visão perder o foco e uma escuridão me tomar. Tirando assim toda a minha dor e sofrimento.
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