CAPÍTULO SESSENTA
RENATO
É hoje, é hoje que vou fazer a surpresa para o Léo. Eu estou nervoso demais, sabe quando você planeja tudo e na sua mente fica aquele negócio, será que vai dar certo? Entende?
Acordei cedo para poder comprar as últimas coisas, ao longo da semana eu fui comprando o que iria precisar e deixava na casa da minha mãe. Estava tudo indo como o planejado, Léo não se lembrava mais que eu iria fazer uma surpresa, ele sabia, mas não lembrava.
Os meninos também estão me ajudando para caramba, graças a Deus, se não, não iria dar conta tem tanta coisa para fazer e ainda não tiramos o Léo de casa. Thaís e Renan ficaram com ele na nossa casa para o loiro não desconfiar tanto.
Eu estou uma pilha de nervos, preciso me acalmar, mas está difícil para mim, temos que fazer muita coisa e bem rápido, mas o Léo ainda está na casa e primeiro precisamos tira-lo de lá. Ainda bem que a mãe dele está nos ajudando também, ela é a responsável por tirar o Léo de casa.
Cheguei na casa da minha mãe já muito nervoso, é sério gente quero que tudo saia perfeito. Marquei com os meus amigos de nos encontramos na casa da minha mãe para eles me ajudarem a pegar todos os objetos e complementos.
– Bom dia, mãe. – Falo assim que estaciono o carro na garagem, minha mãe estava me esperando na porta. Meus amigos, graça a Deus, chegaram no horário, pelo menos é o que está parecendo com o tanto de carros que está do lado de fora da casa da minha mãe, afinal, não iria caber todos na garagem. – Estão todos aí? – Pergunto para ter certeza, mas creio que já estejam todos.
– Bom dia filho, estão todos sim. – Minha mãe fala para o meu alívio, suspiro olhando para ela que sorri de lado. – Nervoso? – Pergunta me olhando e eu assinto sorrindo.
– Muito mãe, espero que dê tudo certo. – Falo com um sorriso empolgado, minha mãe me abraça também sorrindo.
– Fica calmo que vai dar tudo certo sim. – Fala me transmitindo segurança, sorrio assentindo, minha mãe está me ajudando bastante. Ela que está me ajudando nos mínimos detalhes, na verdade meu pai também está me ajudando, os dois estão sendo perfeitos nesse momento.
– Você já ligou para a sua amiga que vai nos ajudar na ornamentação? – Pergunto olhando para ela que assente e respiro em alívio novamente. Minha mãe é foda.
– Já sim, já está tudo certo. – Fala sorrindo, sorrio de volta, cara, estou muito nervoso e olha que nem chegou a hora ainda. – Estou tão orgulhosa de você, meu bebê. – Minha mãe fala toda emocionada vindo me abraçar e a abraço de volta sorrindo muito.
Se não fosse pela minha mãe isso não estaria acontecendo, ela me ajudou bastante em todos os detalhes e sou grato pelo que ela está fazendo por mim e pelo Léo. Falando em Léo preciso ligar para a mãe dele para tirar ele de casa.
– Obrigado mãe, te amo muito. – Falo para ela que começa a chorar e eu nego com a cabeça. – Nada de lágrimas hoje. Hoje é só alegria viu!? – Falo a olhando com um sorriso de lado e a mesma enxuga as lágrimas e sorri para mim.
– Tudo bem filho. Essas lágrimas são de felicidade, saiba disso. – Minha mãe fala e a abraço novamente. Dona Íris é a melhor mãe do mundo.
– Agora deixar eu ligar para a Joana. – Falo quebrando o abraço com minha mãe, ela assente e entra para a casa.
Pego meu celular e ligo rapidamente para a minha sogra para que ela tire o Léo da nossa casa, mas bem discretamente para que ele não desconfie de nada.
– Alô Joana? – Pergunto assim que ela atende.
– Oi Renato. – Responde do outro lado da linha.
– Agora é a sua vez no plano. – Falo com diversão fazendo a mesma sorrir do outro lado da linha.
– Pode deixar. – Fala ainda rindo e assim nos despedimos.
Sorri de lado já imaginado a cara do Léo quando visse o que eu preparei para ele. Guardo meu celular e entro para a casa da minha mãe onde encontro os meninos tomando café da manhã que a minha mãe fez.
– E aí rapaziada? – Pergunto olhando para cada um ali que me olham de volta.
– E aí, Renato. – Todos falam em uníssono chegando até a me impressionar com a sincronia em que suas vozes saíram, tenho certeza de que não foi ensaiado porque a cara que eles fizeram deixava isso claro.
– Vocês são folgados, hein!? – Pergunto olhando para eles com as mãos na cintura, eles negaram com a cabeça e começamos a conversar para nos distrair. Mas a verdade é que eu estava nervoso demais para me concentrar em outra coisa.
– Está muito nervoso, Reh? – Meu irmão pergunta me olhando com os olhos sorridentes, olhei para cada um ali e assenti.
– Pra caramba. – Falo dando um suspiro, meus amigos assentem e logo começamos a conversar sobre o que cada um vai fazer a noite.
Explico em detalhes, claro que com ajuda da minha mãe, para cada um a sua "obrigação" hoje à noite. Os meninos prestavam bastante atenção ao que eu e minha mãe falávamos para cada um.
"O Léo já saiu daqui."
Recebo a mensagem que tanto estava esperando, Renan ficou responsável por me mandar essa mensagem. Olhei para os meninos com um sorriso.
– Chegou a hora rapaziada, o Léo já saiu de casa, vamos lá. – Falo me pondo de pé e meus amigos não fizeram diferente. Envio uma mensagem para o Thales perguntando se ele já havia comprado os salgados e brigadeiros e a resposta foi positiva.
As coisas que eu havia comprado estavam todas em um quarto vazio que tem na casa da minha mãe e, acredite, era bastante coisa. Cada um que estava ali ficou responsável por levar alguma coisa.
– Mano, isso parece até um pedido de noivado. – Miguel fala ao ver tantas coisas dentro do quarto, olhei para ele com um olhar sujestivo, um sorriso de lado e o mesmo arqueou as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa e eu assenti. – Mano eu sabia! – Fala todo empolgado e os outros meninos não foram diferentes. Mas calmem que ainda não vou pedi-lo em casamento.
Cada qual pegou uma coisa e assim nós fomos para casa, com tudo o que precisávamos para fazer daquele dia mais que especial. Léo me aguarde porque hoje você vai ter a melhor surpresa da sua vida.
Estava tudo indo bem, não posso dizer que não estava nervoso, porque eu estava bastante. Na verdade, seria um eufemismo dizer que estou nervoso porque na verdade... Eu estou me cagando nas calças.
Assim que chegamos na nossa casa com todos os preparativos, a correria começou. Foi hilário ver todos querendo ajudar de alguma forma. Sabe quando você fica olhando para o nada pensando em tudo e coisa nenhuma ao mesmo tempo?! Era assim que eu estava nesse momento.
– Renato? – Saio dos meus pensamentos com a voz da minha mãe que me olhava com um sorriso de lado e os olhos curiosos. Balanço a cabeça para que minha total atenção esteja em minha mãe.
– Oi, mãe. – Falo a olhando com os olhos levemente arregalados.
– A minha amiga que vai ajudar com a ornamentação chegou. Você está bem filho? – Dona Íris fala me olhando levemente preocupada. Assenti com um sorriso de lado.
– Estou sim mãe, só estou um pouco nervoso. – Falo com um sorriso sem graça. Dona Íris me olha com a cabeça um pouco pendida para o lado e com um sorriso doce nos lábios.
– Ô querido, isso é normal afinal hoje é um dia especial. – Íris fala segurando as minhas mãos em sinal de apoio e sorri para mim.
Aquele apoio que minha mãe transmitia através daquele toque estava me ajudando bastante, afinal, como ela disse, hoje era o dia que muitos estavam esperando. Fico pensando também nos que shippam a mim e o Léo como um casal. Sim, eles existem e são bastante. Eles iriam a loucura se soubessem, mas por hora é melhor não falar nada. Sabe, o que ninguém sabe ninguém estraga. Não que os fãs que nos shippam vão estragar algo, não estou falando deles e sim de outros, mas não vou querer esconder isso por muito mais tempo além do necessário.
– E se ele não gostar? – Pergunto inseguro e minha mãe nega com a cabeça.
– Ele vai adorar, você se preocupou com os mínimos detalhes de tudo isso. Renato, você conhece os gostos do Léo e sabe que ele vai gostar. – Minha mãe fala com os olhos cheios de lágrimas e com um lindo sorriso no rosto.
Sorri com tudo o que ela falou e a abracei bem apertado.
– Obrigado por me ajudar mãe. – Falo depois que quebramos o abraço, a olho nos olhos e sorrimos um para o outro. Dona Íris estava se segurando para não chorar. Minha mãe é muito sentimental, por qualquer coisa ela já está com os olhos transbordando lágrimas .
– CHEGUEI. – Thales entra na sala de jogos gritando com um sorrisão em seus lábios, Thales consegue contagiar a todos com sua alegria e logo todos rimos dele.
– Então Thales, cadê o que você foi pegar? – Pergunto enquanto ando até o mesmo e logo nos cumprimentamos com um toque de mãos bem animado.
– Oi Thales, como você está? Que bom que está bem... – Fala o mesmo fazendo drama com um sorriso brincalhão. Os meninos e eu rimos demais da maluquice desse Thales.
– Fala logo caramba, você conseguiu? – Pergunto um pouco preocupado e o mesmo me olha com as sobrancelhas erguidas.
– Com quem você acha que está falando? É claro que eu consegui, né?! – Fala presunçoso, nego com a cabeça com um sorriso e nos abraçamos.
– Valeu nêgo. – Falo em meio ao abraço e vejo a amiga da minha mãe que vai nos ajudar com tudo isso.
– De nada, cara. – Thales fala quando quebramos o abraço. – Ô Eduardo e Renan, me ajudem a trazer as caixas? – Thales pergunta olhando para os meninos que assentiram e logo os três foram pegar as caixas de salgados e brigadeiros no carro do Thales.
Olho para a mulher que iria nos ajudar, fui a cumprimentar e logo começamos o detalhe do painel onde estaria escrito: Te amo Léo. As cores dos tecidos foram muito bem escolhidas, um salmão que de longe parece rosa e de uma distância consideravelmente perto ficava em um vermelho bem claro. Pode parecer estranho para vocês, mas foi bem difícil achar essa cor de tecido. Rosa vocês não devem ter ideia do porquê, é simples, é a cor preferida do Leonardo, mas quis misturar um pouco de uma das cores que gosto para deixar tudo do jeito que sei que o Léo vai gostar e eu também, é claro.
Escolhemos não usar os balões no painel, afinal não é um aniversário. Os colocamos nas entradas, como assim? Bem simples, fizemos um arco em cada porta que leva até a sala de jogos, onde acontecereia o que estou pensando, porque a sala é bem espaçosa. Ficou lindo os arcos de vermelho e rosa claro nas portas, o Léo vai realmente gostar disso. Na frente do painel colocamos uma mesa com os salgados, brigadeiros e um bolo que minha mãe teimou em pedir para fazer e devo dizer que ficou lindo.
O bolo não era tão grande, diga-se que é médio com cores em branco e um vermelho bem claro quase pegando o rosa, como a confeiteira fez isso é que não sei, mas estava lindo e em cima do bolo estava escrito: Léo e Renato. Minha mãe mandou ver como sempre. Estava tudo muito lindo e se eu gostei do jeito que estava o Léo também iria gostar tenho certeza disso.
Já eram quase 18:30 e eu estava para ficar maluco de tão nervoso, eu estava suando como nunca na vida, o frio na minha barriga não ajudava em nada e o meu cérebro pensante também não. A todo momento o meu cérebro me fazia pensar que não iria dar certo e eu faltava pirar com isso. Infelizmente tive que subir para o quarto do Renan onde iria me trocar, porque não poderia entrar no meu quarto pois era lá que estava a real surpresa e eu estava com um medo danado de destruir algo de lá, porque sou uma pessoa muito desastrada e poderia fazer uma bagunça.
Eu estava me olhando no espelho do banheiro do Renan.
Tudo estava pronto, os meninos e meus pais estavam se trocando, não posso deixar o nervosismo me tomar. Eu estava pior que no dia em que contei para os meus pais que Léo e eu estávamos ficando. Por que ficamos tão nervosos, hein?
– Renato? – Escuto a voz do Renan me chamando do quarto, sim ele estava no quarto afinal era o dele. Pisco e suspiro fundo para me acalmar. A mãe do Léo já me enviou uma mensagem falando que o Leonardo está ficando chateado porque ela e Nanci estão prendendo o mesmo lá e ele também está desconfiado, o que devo dizer me deixou mais nervoso ainda.
– Oi Renan. – Falo saindo do banheiro e encontro o mesmo todo vestido para a noite, nós estávamos vestidos com roupas simples, mas bem vestidos é claro. Renan me olha com um sorriso de lado.
– O nervosismo é evidente na sua cara. – Renan fala rindo para mim, sorri amarelo para o mesmo. – O que preocupa você? – Meu amigo pergunta me olhando com uma sobrancelha erguida e não consigo segurar mais.
– Eu estou com muito medo do Léo não gostar de nada disso. E se ele não quiser? E se ele me dizer não? E se o Léo não gostar de tudo isso que planejei? Ele vai me aceitar Renan? – Falo de uma vez fazendo meu amigo arregalar os olhos com tantas perguntas, mas no final o mesmo me olha e sorri negando com a cabeça.
– Pare de se preocupar com o que já é óbvio Renato. O Léo te ama e você sabe disso mais que todos nós. E é claro que ele vai aceitar, seu tonto, o amor que ele sente por você é maior que sua incerteza ou nervosismo. – Renan fala me olhando no fundo dos olhos. Eu sorri para o meu amigo e o puxei para um abraço apertado que o mesmo retribuiu de bom grado.
– Obrigado por me ajudar. – Falo em meio ao abraço e o Renan quebra o mesmo para me olhar.
– Não precisa agradecer, sou seu amigo e amigos são para essas coisas. – Ele fala com um sorriso de lado e me dá um soco no braço.
– Ai! – Exclamo colocando a mão no lugar onde Renan socou.
– Agora termine de se arrumar que o Léo já está vindo. – Fala e o olho indignado, o mesmo dá de ombros e sai do quarto como se nada tivesse acontecido, filho da mãe!
Renan estava certo, Léo e a família dele estavam vindo na verdade a mãe, o pai e a avó dele. Não sei como eles se viraram para Leonardo os trazer junto sem ele perceber mais ainda que algo estava errado. Desci às pressas e lá encontrei meus amigos e sua família. Eu estava fazendo algo bem íntimo, mas tinha bastante gente. Até me surpreendi com o tanto, quando pensei em chamar a família dos meus amigos não passava pela minha cabeça que iria ter tantos. Mas não tem problema, eles estão aqui para serem testemunhas do meu amor por aquele garoto de olhos castanhos hipnotizantes e lábios chamativos e deliciosos devo dizer.
Fiz o máximo para cumprimentar a todos, todos me parabenizando como se eu fosse me casar naquela noite e por um momento eu pensei em como seria tal coisa.
– E aí Renato, como está esse coração, nervoso? – Hugo, um amigo de trabalho e ele me cuida de algumas coisas para mim, fala todo sorridente quando vou o cumprimentar e foi impossível não o abraçar.
– Está muito, nunca estive tão nervoso na minha vida. – Falo para o meu amigo e assessor que sorriu assentindo com a cabeça.
– Mas calma que vai dar tudo certo, confia. – Hugo fala me dando um aperto de mão e eu sorri com aquilo, sim, meus amigos realmente me apoiam e sei que posso contar com eles. O que seria de mim sem eles, na verdade.
– RENATO O LÉO CHEGOU. – Escuto a voz do Breno, o meu câmera men e editor de vídeos, um pouco longe de mim, olho em sua direção e vejo o mesmo acenar para mim e depois apontar para a porta, meu coração acelerou como nunca, minha garganta secou me fazendo engolir em seco, senti um pequeno tremor passar pelo meu corpo e minhas pernas ficarem moles como gelatinas. Mas não podia deixar tudo isso me dominar porque Léo havia chegado e não tinha como voltar atrás e eu nem queria voltar.
– ELE CHEGOU PESSOAL. – Falo alto o suficiente para todos ouvirem, olhei para os meus amigos e eles sorriram fazendo um sinal de beleza para mim.
Sorri e me posicionei ao lado da porta por onde Léo teria que passar e o mesmo daria de frente com todas aquelas pessoas, nossos amigos que estavam ali para comemorar junto conosco umas das noites noite mais feliz da minha vida e da dele também.
– Que isso? Que balões são esses?
Escuto a voz de Léo perguntar provavelmente para os pais dele ou para avó que estavam por dentro de tudo, mas ele não teve resposta. Os passos deles são ouvidos e o meu coração acelera em um tanto que achei que teria um ataque cardiáco naquele momento, mas me mantive firme e vi o exato momento em que Léo passou pela porta da sala de jogos e parou com os olhos arregalados com todas aquelas pessoas. Um silêncio se instalou no ambiente e foi quebrado por Léo:
– O que está acontecendo aqui?
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