CAPÍTULO DOIS

RENATO

Estava no meu quarto vendo alguns vídeos de motocross para gravar um vídeo para o meu canal, é um esporte bem louco e radical do jeito que eu gosto. Para quem me conhece bem sabe que eu gosto de adrenalina e motocross é um esporte que dá muita adrenalina.

– Reh, você tem falado com o Léo? – Renan pergunta entrando no meu quarto.

Pois é galera, já faz quase uma semana que o Léo não aparece em casa. O que é bem estranho se for parar para pensar, porque ele nunca fica tanto tempo longe de casa assim. Ainda mais sem nos falar nada. Até no nosso grupo aqui da casa ele não responde.

– Não mano, o filho da mãe sumiu. – Falo dando de ombros. – Talvez ele ainda esteja na casa da Nicole. – Falo com um certo desconforto em falar isso. Não sei o porquê, mas sinto um desconforto em relação ao Léo com a Nicole. Deve ser preocupação de amigo, sabe? Léo e eu somos amigos há mais de treze anos e eu me preocupo com ele.

Na verdade, não gosto de ver meus amigos sofrendo e algo me diz que Léo não está bem, mas acredito que só deve ser coisa da minha cabeça. Léo deve estar aproveitando essa semana com a namorada e se esqueceu dos amigos.

E para ser sincero, eu já estou com saudade, muita se você quer saber. Léo é a alegria dessa casa e sem ele parece que falta algo, entende? Parece que tem um vazio quando ele não está aqui.

– Na verdade, não tá não. Mandei mensagem para Nicole ontem à noite e ela falou que eles terminaram. – Renan fala e eu paro o que estava fazendo e olho para ele.

Como assim o Léo e a Nicole terminaram? Eles eram tão fofos juntos que chegava a ser ridículo. Mano, alguma coisa aconteceu tenho certeza. Então não era só coisa da minha cabeça, Léo realmente não estava bem.

– Sério mano? – Pergunto de cenho franzido e ele assente.

– Claro que é, acha que eu iria mentir sobre isso?! – Fala e sinto vontade de rir de repente, porém logo me repreendo. Não sei porque, mas senti uma alegria de Léo ter se separado dela, estranho né? Deve ser porque eu percebia que ela não era para ele. Ela não merecia meu amigo.

– Nossa mano. Vou mandar mensagem para ele. – Falo já pegando meu celular em cima da mesa do computador, abro o aplicativo de mensagens e mando uma mensagem para Léo perguntando se ele está bem, mas ele só visualiza e não responde. – Não me responde. – Falo meio indignado e bravo. Já faz quase uma semana que ele nos ignora e isso está me chateando ainda mais depois de descobrir que Léo terminou o relacionamento.

– É mano, ele não responde nenhum de nós. A gente já mandou mensagem para ele, mas nada. Talvez ele precise de espaço. – Renan disse e eu assenti, mas ele não precisava de espaço e sim dos seus amigos para lhe dar força nesse momento.

Eu vou procurar o Léo e já faço uma ideia de onde ele esteja.

Quando Léo precisa de um tempo ou de alguma outra coisa que ele não consegue aqui na nossa casa, ele vai para um lugar e fica lá até conseguir, a casa dos pais dele.

Eu conheço meu amigo como a palma da minha mão e tenho certeza que ele está na mãe dele. Mas o porquê de ele tá ignorando a gente é o que eu não sei.

– Tá bom mano, se você conseguir falar com ele fala pra gente tá. – Renan fala saindo do quarto e eu aceno com a cabeça.

– Leonardo, Leonardo. Você é um filho da mãe. – Falo comigo mesmo e tento mais uma vez mandar mensagem para ele que somente visualiza e não responde, de novo.

De repente sinto algo no meu peito que eu precisava ajudar meu amigo, talvez ele esteja precisando de mim, quer dizer de nós. Nós somos uma família e damos força um ao outro quando precisamos.

Não sei o que aconteceu, mas tenho certeza que a culpa desse término não foi de Léo. Ele amava aquela mulher de verdade o que chegava a ser... Estranho. Sinto uma curiosidade de saber mais sobre isso. Saber o que ela havia feito para Léo ter nos ignorado e se isolado de nós.

Volto a assistir o vídeo, mas não tirei Léo da cabeça e a dúvida do porquê desse término repentino que para mim era uma questão sem resposta. Ele saiu daqui tão feliz para ir até a casa da Nicole e do nada some. Eu vou atrás do meu amigo.

Levanto-me da cadeira, desligo o PC e saio do quarto. Se Léo acha que eu vou deixa-lo passar por isso sozinho ele tá muito engando, não que ele esteja passando sozinho já que o mesmo tá com a família dele. Mas eu preciso falar com meu amigo e é isso que eu vou fazer.

Desço as escadas, vou para garagem e pego as chaves da minha moto, abro o portão e dou de cara, praticamente, com meu pai entrando com o carro.

– Onde você vai Renato? – Pergunta de dentro do carro. Meus pais todo dia estão na nossa casa, porque me ajudam com a minha loja online onde vendo roupas com o nome do meu canal, minha irmã, Thaís, também me ajuda, mas em breve irão conhecê-la.

– Vou dar uma saída pai, avisa a mãe tá. Não demoro. – Falo colocando o capacete e ligo a moto dando partida rumo à casa dos pais do Léo.

Meu amigo deve está decepcionado com isso e eu entendo que talvez ele não queria ir para nossa casa porque nós faríamos perguntas as quais ele não iria querer responder. Mas ele vai levar uma bronca, oh, se vai. O filho da mãe está me ignorando e isso não se faz com ninguém.

Não demoro muito para chegar ao meu destino, buzino na frente da casa e logo alguém abre a porta ao lado do portão. É Joana, a mãe de Léo, assim que ela me vê fica surpresa e sorrir para mim.

– Oi Renato. Espera que já vou abrir o portão. – Fala e some do meu campo de visão, logo o portão se abre para que eu possa entrar e é o que eu faço.

– Boa tarde Joana. – Falo assim que estaciono a moto e desço da mesma. – Desculpa vir sem avisar. – Completo tirando o capacete. Joana sorrir negando com a cabeça.

– Boa tarde Renato, que nada menino você é de casa. Vamos entrar. – Fala guiando-me para dentro me direcionando para o sofá.

– O Léo tá aqui? – Pergunto me sentando no sofá.

– Tá no quarto dele. – Fala ela sentando ao meu lado.

– Cadê o Sandro, ele tá em casa? – Pergunto para ela que nega com a cabeça.

– Não, foi resolver um problema na casa de um cliente. – Fala e eu assinto.

– Posso falar com o Léo? Aquele filho da mãe não dá notícias faz quase uma semana. – Falo e ela sorrir.

– Claro querido, você já sabe onde fica o quarto. – Ela diz e eu me levanto assentindo novamente. – Com licença. – Falo indo em direção ao corredor dos quartos.

Vou até o quarto do Léo e encontro a porta fechada, bato na porta e logo recebo a permissão para entrar. Assim que entro vejo que Léo está concentrado no celular e não levanta os olhos para ver quem havia entrado no seu quarto.

– O que você tá fazendo que é mais importante que eu? – Pergunto o tirando da sua distração e assim que ele me olha parece surpreso.

– Renato? – Pergunta de cenho franzido.

– Não, o príncipe da Inglaterra, claro que sou eu. – Falo brincalhão, porém Léo não exibe sua gargalhada como de costume, ele apenas sorrir um pouco forçado.

– O que você tá fazendo aqui? – Pergunta meio nervoso me fazendo franzir o cenho.

– Como o que eu estou fazendo aqui? Vim te ver já que você tá ignorando os meninos e eu. – Falo colocando a mão na cintura e logo após vejo Léo arquear as sobrancelhas em compreensão. Me sento na beirada da cama. – O que aconteceu, nêgo? – Pergunto o olhado nos olhando e ele abaixa a cabeça.

– Aaah Reh, não quero falar sobre isso, não agora. – Fala com desânimo. Tenho certeza que aconteceu alguma coisa para ele não querer falar comigo e eu vou descobrir.

– Tudo bem então... Então vamos falar de quanta saudade eu tô sentido de você, seu trouxa. – Falo em tom brincalhão e isso o faz soltar um riso um pouco mais sincero.

Isso me aquece o coração, ver meu amigo feliz e com aquele sorriso lindo nos lábios me deixa bem.

– Ah Renato, só você para me fazer rir numa situação dessas. Você é meu herói, sabia? – Fala me olhando com aquele sorriso de lado que o deixa ainda mais lindo, sim, eu acho meu amigo lindo e não vejo problema nisso.

Ouvir de Léo que eu sou o herói dele me faz sentir um calor no peito e uma satisfação muito grande. Abraço meu amigo que retribui com alegria. E sinto o seu cheiro que faz meu corpo arrepiar, mas isso é normal afinal somos como irmãos.

Sinto o coração de Léo acelerar e sua respiração ficar mais forte. Quebro o abraço, o olho e vejo que ele está vermelho mais do que o normal e noto que ele está com vergonha. Mas vergonha de quê?

– Você tá bem Léo?

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