Capítulo 4

Meus parabéns, meninas!!! Desafio cumprido, capítulo postado! Hoje teremos momentos emocionantes por aqui. E amanhã tem o que? Mais capítuloooo :) 

"Isso aqui tá muito, isso aqui tá bom demais..." hahaha

Espero que estejam gostado, lindezas. Comentem e falem com as amiguinhassssss

Um beijo grande! AMo tus ;)

― Paulinha, eu juro que eu não sabia que o Maurício estava voltando para Angra!

― Não sei por que não consigo acreditar em você, Amanda. Você é prima dele!

― Mas meus tios não têm comentado nada com os meus pais ultimamente! E nem eu tenho falado com o Mauricinho. Quando eu disse, aquela vez, que ele não tinha vida, não estava mentindo, Paula. Ontem que eu fiquei sabendo de tudo porque encontrei com ele saindo da casa dos meus tios para ir no Curral.

Amanda termina de preparar o café e me serve uma xícara. Eu não consegui me controlar quando ela chegou na loja e resolvi tirar tudo a limpo.

― Mas me conta... você se resolveram? Diz que sim, Paulinha! Vocês eram tão lindos juntos. Uma amizade daquelas não pode ter acabado para sempre.

A não ser Matheus, ninguém sabe que um dia fui apaixonada pelo meu melhor amigo. Na época, minha família e meus colegas não sabiam que, além de sofrer pela amizade perdida, eu sofri por um amor não correspondido. Como dizem: matei dois coelhos com uma cajadada só.

― Ainda não deu para conversar direito, Amanda. Ontem foi rápido, tinha o show rolando...

O fato é que quando Matheus me deixou em casa, só deu tempo de abrir a porta do apartamento e começar a chorar. Meus joelhos dobraram e espalmei minhas mãos no chão, desolada. Chorei tudo o que precisava e que estava preso desde o momento em que vi Maurício. Imagens de quando éramos inseparáveis, sorrindo, brincando, brigando, não paravam de chegar em minha mente. Despejei toda a minha saudade, a vontade de abraçar apertado, nas minhas lágrimas. Acordei hoje de manhã, no chão da sala, com o rosto inchado, porém aliviada. Eu precisava daquele momento.

Fábio começa a me ligar. Droga! Não poderia ligar numa hora pior?

― Já volto ― digo para minha funcionária.

― Tudo bem.

Vou para a porta da loja e atendo.

― Oi.

― Paula. Bom dia! Tudo bem?

― Tudo ótimo. E você?

― Tudo bem. E como foi no Curral ontem? Fiquei sabendo que lotou.

― Estava cheio mesmo. Me diverti bastante.

― Hum... que bom. Alguma novidade?

Merda de cidade pequena. Além disso, tem os amiguinhos dele da Polícia que são piores que aquelas vizinhas fofoqueiras. Aposto que já foram bater com a língua nos dentes sobre minha noite.

― O que você quer saber de verdade, Fábio?

― Nossa... Não precisa ser grossa, Paula.

― Eu sei muito bem que te falaram alguma coisa, Fábio. Então seja direto.

A linha fica em silêncio por alguns segundos e ouço sua respiração pesada, antes de falar:

― Disseram que te viram com um cara lá. Que ficaram conversando por um tempo...

Eu sabia!

― Disseram, é? Eu dancei com alguns caras, Fábio. ― Eu não vou comentar sobre o Maurício com ele. Não preciso ficar me explicando.

― Paula, não precisa ser assim, você sabe. Eu sei que você é uma mulher pra frente, que não se apaixona por ninguém, mas nós estamos juntos, não estamos?

"Não se apaixona por ninguém..." Minha vontade é rir e dizer que não me apaixono por caras traidores como ele, mas deixo quieto. Não estou a fim de gastar meu tempo e nem energia.

― Fábio, nós estamos juntos, porém nos meus termos. Lembra do que você fez? Então se não quiser que a gente pare de sair de vez é melhor baixar a bola.

― Porra, você me deixa louco, mulher. Eu queria não me preocupar tanto, mas o fato de você não ser nem um pouquinho minha me deixa doido!

Sua sinceridade faz com que eu feche os olhos e respire fundo.

― Fábio, eu nunca serei sua. Você sabe bem disso...

― Eu sei. Eu sei. Posso te ver mais tarde?

― Pode ser. Saio às 20h hoje.

― Tudo bem, passo no seu apartamento às 21h.

― Ok. Até mais.

― Até, Paula.

O que eu fico abismada é o fato do Fábio continuar alimentando esperanças com relação a mim. Ele é um cara lindo de 32 anos, tem 1.80m de altura, estrutura de um lutador de Jiu Jitsu, olhos e cabelos castanhos, com um cargo público, estável. Poderia ter a mulher que quisesse, mas insiste em comer minhas migalhas. Eu não fico feliz com isso, mas sua companhia sempre foi bem-vinda. Ele é inteligente, sabe conversar, me faz rir, além de ser ótimo na cama. Contudo, meu coração parece não ver nada disso.

Volto para o interior da loja e Amanda me intercepta:

― Você e o Maurício não marcaram de conversar? E a festa da semana que vem? Chegaram a falar alguma coisa?

― Não, Amanda. Não deu para falar muita coisa. Não marcamos nada. Só sei que ele vai na festa.

― E você vai? ― ela me pergunta, as sobrancelhas erguidas, aguardando minha resposta.

― Ainda não sei. Só vou definir depois do final de semana.

― Ah, entendi. Espero que você decida ir. Você pode não achar, mas é um caso de sucesso também, Paulinha. Tem conquistado cada vez mais seu espaço na cidade. Não se diminua só porque não conseguiu estudar fora ou qualquer coisa do tipo.

― Obrigada, Amandinha. Vou pensar a respeito.

*

O dia da festa de 10 anos pós-colégio finalmente chegou e passei a noite em claro pensando se eu iria ou não. Além de Amanda, Matheus também está me enchendo o saco querendo saber o que eu decidi.

Não vejo Maurício desde a noite no Curral. Achei estranho ele não se manifestar, mas vai saber se ele ficou chateado com o nosso papo ou se quis me dar um tempo para assimilar seu retorno. Quanto mais eu penso na probabilidade de reencontrá-lo, mais nervosa fico.

O pior é que se eu for nesse evento terei que levar o Fábio comigo, porque na última vez que nos vimos, ele estava tão para baixo que ofereci a primeira coisa que me veio à cabeça. Mas agora já não tenho tanta certeza se esta é uma boa ideia. Que merda!

Resolvo ligar para o Matheus. Ele pode me dar uma luz.

― Theus?

Bom dia, deusa. Tudo bem?

― Tudo! Só estou com dúvida ainda...

Caraca, Paulinha. Ainda? Mas a festa é à noite já.

― Eu sei!!! Mas não consigo definir o que fazer, Matheus. Ao mesmo tempo que não quero ir, eu quero ir só para ver o Maurício de novo. Eu quero voltar a ser sua amiga, sinto tanta falta dele, mas estou com medo dos meus sentimentos adormecidos acordarem. Estou com muita coisa na cabeça.

Paula, isso não é algo que dê para evitar. Se você quer voltar a ser amiga dele, siga o seu coração. Se eu fosse você, eu iria, conversaria, pelo menos seria uma tentativa e não ficaria apenas no "E se". A pior coisa é ficar se perguntando o que teria acontecido se tivesse ido e tal...

― Então eu vou! Eu vou, Matheus.

Opa, isso aí! E já tem um vestido arrasador para ir?

― Tenho um que ainda não usei. Comprei em um dos pedidos que fiz para a loja.

Ótimo! E o "bola murcha" vai com você? Me diz que não.

― Eu tinha falado que se fosse ele poderia ir comigo. ― Se arrependimento matasse.

Puta que pariu, Paula. Você está mais para Madre Teresa de Calcutá, viu? Ficar fazendo caridade não vai te levar para o Céu, não, mulher! Fora que aquelas mulheres que não têm o que fazer não vão perder a piada...

― Não é caridade, Matheus. Eu... Ok, foi caridade. Eu fiquei com pena por ele ter ficado chateado porque fui no Curral e dancei horrores por lá. E não estou nem aí quanto às piranhas que podem fazer piadas.

Bom, você já é uma mulher crescida. Só quero ver como você vai fazer para conversar com o Maurício tendo o Fábio no seu pé...

― Ah, mas aí vou ser bem direta, Theus. Ele vai ter que entender, oras.

Vamos ver. Agora vá se aprontar porque quero ver a minha loira preferida muito bem produzida, ouviu?

― Pode deixar, meu querido. Espere e verás.

Desligo a ligação e fico olhando para o teto do quarto. Ok. Eu vou no encontro. Tento absorver o que isso implica na minha vida. Inspiro. Expiro. Levanto da cama e me olho no espelho. Vou ter um longo trabalho pela frente para arrumar essa cara que mais parece que foi atropelada por um bonde de duendes.

*

O interfone toca e eu caminho para atender. Fábio chegou e peço para esperar na portaria. Dou o último retoque na maquiagem e resolvo tirar uma foto do espelho. O vestido ficou lindo no meu corpo. Apesar de ter comprado há um tempinho, estava esperando o momento certo para usá-lo. Ele é vinho, justo e bate dois dedos acima dos meus joelhos. A peça tem uma abertura em cada lado da minha cintura, deixando um pedaço da minha pele exposta, prende no meu pescoço e um decote bonito valoriza os meus seios que não são grandes. Mas o que chama ainda mais atenção nele são os bordados de pedrarias localizados um pouco acima da cintura, na região do decote e nas costas, junto ao zíper.

Meus cabelos descem em ondas bem delineadas até a metade das costas, obra de muita paciência durante toda a tarde. Coloquei brincos combinando com o vestido, estilo gota imitando cristal, e uma sandália de salto prateada.

Chamo o elevador e quando chego na recepção, Fábio que estava sentado no sofá levanta rapidamente, com as sobrancelhas levantadas e olhos surpresos.

― Uau! Você está linda, Paula.

― Obrigada, Fábio. Você também está muito bonito. ― E é verdade. Ele está com uma camisa social salmão, por dentro de uma calça social slim preta, e sapatos pretos lustrados. Três botões da sua camisa estão abertos, deixando à mostra a gargantilha de ouro que ele sempre usa e uma parte do seu peitoral musculoso.

― Obrigado! Vamos? ― pergunta, estendendo a mão para mim.

― Vamos!

Como em toda cidade pequena há vantagens e desvantagens, neste caso a vantagem é que da minha casa para o clube que está acontecendo o evento são apenas dez minutos de carro. Ele fica próximo à Praia do Anil, no centro de Angra, e eu moro no Parque das Palmeiras.

Logo que chegamos, Fábio estaciona a Hilux 4x4 ― carros grandes estão na moda por aqui ― e antes que eu abra a porta, ele já está correndo para abrir para mim.

― Obrigada ― digo, abrindo um sorriso.

De mãos dadas, ele me ajuda a andar no chão de paralelepípedos e agradeço a Deus quando chegamos na entrada do salão onde o chão é liso, sem perigo para os meus saltos altíssimos.

Na entrada, uma moça pergunta meu nome e eu respondo, dizendo o do meu acompanhante em seguida.

― Podem entrar. Tenham uma ótima noite.

― Obrigada.

Eu pensei que tivesse chegado cedo demais, mas me enganei. O salão está cheio e na pista de dança vejo algumas pessoas se mexendo ao som do DJ que está no palco. Já vim em casamentos aqui, lindos, mas a decoração de hoje está impecável. Há bolas metálicas de cores variadas pendendo do teto, algumas cadeiras brancas e pufes, um bar localizado na parte externa, em um deck que tem o mar como pano de fundo. Mesmo sendo noite, a vista é linda. O movimento de garçons para lá e para cá, servindo canapés e comidinhas, é constante.

― Legal, hein? Pensei que seria algo mais simples ― Fábio comenta, analisando parte por parte do espaço.

― Pois é. O povo gosta de uma festa. Também não esperava algo tão... grandioso.

Alguns rostos eu não vejo há exatos 10 anos e cumprimento em reconhecimento, conforme vou caminhando com Fábio ao meu lado. Outros eu vejo quase sempre e logo começam a cochichar como se não tivessem nada para fazer a não ser fofocar em plena festa. Olho para os lados mas não encontro Matheus e decido sentar em uma das cadeiras com mesas altas.

― Quer alguma coisa pra beber? ― Fábio pergunta.

― Acho que vou esperar os garçons servirem.

― Deixa que eu pego pra você no bar, assim evita enfiar esses lindos saltos nas aberturas do deck. ― Nós dois rimos. ― Quem sabe eles não têm sua caipiroska preferida?

― Duvido que tenham lichia. Seria bom demais para ser verdade. Se realmente não tiver, pode ser uma outra nem tão cítrica nem tão doce.

― Exigente, como sempre ― ele fala, rindo. ― Espere aqui que já volto.

Pego meu celular e vejo se há alguma mensagem do Matheus. Nada. Ele tem um estacionamento perto do cais que fica no centro da cidade, pertinho daqui, e o movimento é constante. As pessoas deixam seus carros lá para pegarem barcos rumo às ilhas. Theus passa suas tardes no escritório, mas hoje disse que sairia cedo para não se atrasar. Onde esse cara está?

Assim que levanto minha cabeça eu preciso piscar várias vezes para confirmar se o que estou vendo está acontecendo de verdade. Sentada de frente para a entrada, eu tenho visão privilegiada de quem entra e quem sai.

Minha respiração fica acelerada repentinamente e a necessidade de ter qualquer coisa para molhar minha boca é quase urgente.

Cadê o Fábio com a minha bebida, caralho?

Fico em pé, de costas para quem está chegando, querendo fugir para qualquer lugar. Olho de esguelha para ver se já passaram, mas... Puta. Que. Pariu! Vou matar meu amigo.

― Paulinha, minha deusa, você está espetacular! ― Matheus já chega fazendo estardalhaço.

― Obrigada, Theus! ― respondo e ele me dá um abraço e um beijo no rosto. Um sussurro: ― Não fique brava comigo.

Não entendo muito bem o motivo, até ele começar a falar:

― Olha quem chegou comigo! Ela não está linda, Maurício?

Faço uma cara feia para o Matheus e vou girando meus tornozelos devagar até ficar de frente para o homem mais lindo que já vi em toda minha vida... E, ao seu lado, uma mulher deslumbrante que poderia ser capa da revista Vogue.

― Ela sempre foi linda, mas hoje está incrivelmente maravilhosa, Matheus.

Ah, meu Deus!

Tento sorrir, o nervoso fazendo com que eu fique uma careta bizarra sem querer, e digo:

― Ei... Olá, Maurício.

Ele está o pecado em forma de homem. Os cabelos castanhos despenteados propositalmente, uma camisa preta de botões por baixo do blazer igualmente preto, moldado perfeitamente em seu corpo imponente, os olhos azuis mais claros do que nunca, a boca rosada. Lindo pra porra!

― Olá, Paula... ― Ele me olha profundamente, disfarçando ao analisar meu corpo dos pés à cabeça por alguns segundos, antes de dar dois beijos no meu rosto. Impressão minha ou ele demorou mais tempo que o normal em cada bochecha? Eu só posso estar ficando louca.

Maurício parece se lembrar de algo e emenda:

― Dani, esta é a Paula, minha melhor amiga na época do colégio. Paula, esta é Danielle... Minha namorada.

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Amanhã veremos o desenrolar dessa bomba... kkkkkk Corriiiiiiiii

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