Capítulo XXXVII - Uma Vida por uma Vida (Parte II)
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Alninaram na imagem
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O barulho de explosões se tornavam cada vez mais ensurdecedores. O céu estourava em ferozes trovões, cujo os raios desciam do céu tão ferozes quanto os próprios demônios que ocupavam todo os locais do grande salão. As enormes rachadura nas paredes deixavam a chuvas escorrer sobre sua superfície como pequenas cascatas, molhando tudo e todos dentro a mansão. O mármore outrora claro e belo encontrava-se quase invisível, coberto de sujeira e os longos e grossos galho das árvores que jaziam sobre sua superfície.
Alninaram usava toda sua magia para atacar Elizabeth. Tudo estava em um grande caos. Elizabeth tinhas os olhos tomados pelas trevas que haviam corrompido sua alma a séculos, e o poder que emanava de sua pele era como um veneno que corrompia todo o ar. Todos, de um modo ou de outro estavam sob as asas da morte em sua pior e mais horrenda versão.
Elizabeth projetou em sua mão uma bolha de magia verde, e lançara sobre Alninaram. Ela logo contra-ataca, gerando sua própria magia que desfizera rapidamente a magia de Elizabeth que vinha em sua direção. Elizabeth deixara um pequeno sorriso nascer em seus lábios, mas fora rápida, quando abrira seus braços, gerando magia de dentro de si. Logo logos espinhos em magia verde surgiram ao redor de Elizabeth, que com apenas o movimento de sue braços, lançara-os ferozmente sobre todos os locais que poderia alcançar. Alninaram recebera seu ataque com um escudo de magia branca, que lhe protegera do ataque da outra. Os espinhos rapidamente atingiram o mármore, quebrando sua superfície com seu choque. Alguns servos de luz viraram apenas um pó cintilante, desfazendo-se ao serem atingidos. Elizabeth sorriu rapidamente.
Logo novos servos das trevas adentrava o local pelo portão gerado da magia negra da mais nova onde outrora estivera a longa porta de carvalho negro da mansão. Por outro lado, os seres de luz diminuíam uma vez que Alninaram estava demasiada entretida em destruir aquela a quem acolhera outrora. Mas ela já nem conhecia aquela mulher. Os demônios se multiplicavam rapidamente, chegando mais e mais seres do portal. Alninaram tina de fazer algo o quanto antes, ela sabia. Mas como o faria? Ela não poderia de forma alguma dar as costas para Elizabeth.
Então veio seu erro. Sem que tivesse notado, Elizabeth se aproveitara de seu curto momento de distração, e quando Alninaram voltara novamente sua atenção para Elizabeth, ela já não estava mais lá. Ela então arregalara seus olhos, sentindo seu coração alarmar junto de sua mente ciente do perigo que aquilo significava, mas antes mesmo de toar qualquer atitude, um sussurro antecedeu o preço de sua distração.
— Não deveria estar aqui, Alninaram — a voz da outra disse atrás de si, rente a seu ouvido, mas já era tarde para reagir.
— AHH! — Alninaram gritara de dor ao sentir as mãos de Elizabeth sobre suas costas, o que logo fizera com que o corpo da mesma fosse tomado por uma energia deras forte quanto se tivesse sido atingida pela força de uma explosão. Porém, antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, seu corpo fora arremessado para baixo, fazendo com sua queda fosse tão rápida e forte, quanto inevitável.
Seu corpo descera como um meteorito, batendo contra algo, como se uma bolha invisível, antes que de fato alcançasse o mármore.
Elizabeth, ainda em cima, franziu o cenho ao perceber que algo estava deveras errado. Ela olhara fixamente para um ponto, onde pudera notar rapidamente algo diferente, como se houvesse algo ali, encoberto, mas o tempo inteiro a frente de seus olhos. Por instinto procurara a figura de sua irmã, varrendo todo o mármore com seus olhos a sua procura. Mas ela não estava lá, nem Viktor ou o filho bastardo de Marie. Havia algo errado, ela constatou, logo associando diretamente ao lugar onde o corpo de Alninaram havia chocando-se. No entanto,antes que pudesse fazer algo, logo sentira seu corpo ser atingido por uma longa espada branca que atravessou-a, levando seu corpo junto a queda da mesma. Alninaram fitara de longe, ainda ofegante e se recuperando do ataque que sofrera instantes antes. O corpo de Elizabeth bateu contra a parede da mansão, fazendo com que uma parte de sua construção desabasse, e enterrasse Elizabeth em baixo de seus escombros. Logo, Alninaram notara os servos se contorcerem, fazendo com que os Seres de Luz tivessem oportunidade para atacá-los e destrui-los mais rapidamente. Sem perca de tempo, fora de encontro ao portal por onde novos demônios começavam a surgir, e ela destruiu aqueles que surgiram transformando-os rapidamente em uma fumaça negra que se dissipar no ar.
Ela fitou o portão, cuja luz verde projetava-se sobre si, como uma grande lareira verde em chamas. Ela respirou fundo e fechando seus olhos e luz entrou em meditação com o intimo e sua magia. Novamente puxou o ar para seus pulmões e o expirou rapidamente fazendo com que uma luz fosse emanada de si, formando um circulo de luz no mármore ao seu redor.
— *Cum sol nocte periit — ela começou a invocar imersa em concentração e poder, invocando os Seres de Luz para o fechamento do portal — Alas diu et, cum luce apparuit — enquanto ela invocava os Seres de Luz, ela podia sentir sua magia se expandindo, indo de encontro as bordas do portal — O filiis lux, ad ostium de claudere mala quæ retribuit mihi? Ego flere! — ela clamou com grande voz — Ego Flere! Ego Flere! — ela clamou pela última vez, ainda mais alto do que a anterior, finalizando assim sua invocação. Ao fim de suas frases, ela abriu os olhos em luz, vendo o portal rodeado de magia branca, que as poucos fora consumindo suas bordas diminuindo seu tamanho pouco a pouco.
A alguns metros de si, ela ouviu o som dos escombros onde o corpo de Elizabeth havia sido soterrada se movendo lentamente. Ela olhou para o local alarmada, pois a partir dali ela sabia que seria bombardeada com a ira de Elizabeth, o que poderia facilmente parar o fechamento e selamento do portal. Ela tinha de ser rápida. Ela olhou novamente para o portal e logo percebera novos servos das trevas a tentar sair do portal, mas rapidamente ela os queimou com sua magia, destruindo-os ainda dentro do portal. A magia em volta da passagem consumia ainda mais a magia de Elizabeth. Novamente o som dos escombros ficara ainda mais alto, e as pedras sobre o corpo de Elizabeth despencavam rapidamente ao chão, deixando o tempo de Alninaram ainda mais escasso.
Elizabeth se erguia ainda mais consumida de ódio. A magia ao seu redor formava uma proteção ao seu redor, logo a ajudando a retirar os escombros sobre si. Sua respiração era pesada, furiosa ela se erguia com os olhos cheios de trevas a consumi-los intensamente. Então ela respirou fundo, fechando seus olhos e punhos, logo inspirando o ar devagar. Ela refez o mesmo processo de respiração e inspiração mais alguma vezes, até sentir uma fumaça verde de magia emanar de seu corpo rapidamente e com uma última inspiração, ela abriu suas mãos e os escombros sobre si foram lançados para longe, batendo contra as escadarias e tudo que mais havia em seu caminho, fazendo com que algumas dos pedaços da construção se desfizessem em poeira.
Elizabeth então olhou para sua barriga, onde a grande lâmina ainda estava cravada ardente em magia dentro de si. Ela então posicionou suas mãos sobre a arma, e fechando os olhos usou de sua magia para retirá-la.
— * Quod si vitro demolior! — e questão de instantes, a magia dela fora sendo projetada para a espada m seu corpo, enlaçando-a como uma corda a se enrolar sobre sua estrutura, e logo a mesma começara a vibrar coeducando por a pequena vibração, até que veio a se tornar intensa. Elizabeth sentia a dor em si aumentar de acordo com que a vibração aumentava, mas então a espada se partiu, explodiu em estilhaços de vidros desfazendo-se no ar em seguida. Elizabeth soltou o ar em uma lufada forte e rápida já livre da lâmina embora tivesse um longo corte que varava seu abdômem acabando em suas costas. Mas lentamente sua carne começou a se refazer como se linhas estivessem sendo costurada e seu corte e logo o fechando.
Alninaram esperava sua magia corromper os últimos centímetros do portal quando olhara para trás e vira Elizabeth de pé novamente emanando magia de sua pele e livre a lâmina que estava cravada em si a poucos instantes atrás. Ela olhou novamente aflita para o portal e seu últimos centímetros de existência e pôde se sentir mais aliviada ao vê-lo sumir por completo, deixando apenas a imagem do tempo tempestuoso lá fora. Ela se permitiu respirar melhor e desfazer o círculo de magia que havia ao seu redor, finalmente virando-se para encarar novamente sua inimiga de longa data. No entanto, ao virar-se tudo que encontrara fora o vazio, e o som da agua da forte chuva a cair como uma pequena cascata ao chão do mármore quase invisível aquela altura. Ela varreu o ambiente alarmada, já ciente de que estava a mercê do ataque de Elizabeth que poderia vir de qualquer lugar, a qualquer instante, e que no mínimo sinal de descuido de sua parte, poderia lhe custar sua vida.
Os Seres de Luz que havia invocado haviam sido destruídos, assim como os demônios que Elizabeth havia invocado, igualando ambas. O corpo de Viktor não podia ser encontrado ou mesmo Elena ou Kristen. De fato havia algo acontecendo ali, mas ela não saberia saber se era bom ou ruim. O ambiente era iluminado apenas pelos relâmpagos seguido pelo som feroz de um trovão furioso. A luz dos candelabros e do grande lustre que iluminava-os outrora haviam sido apagadas pelas forte chuva e até mesmo Alninaram estava encharcada.
Tudo tornou-se estranhamente quieto, mas não era uma tranquilidade confiável, ela sabia. Aquele era o tipo de silêncio que antecedia um desastre, ela podia sentir na atmosfera pesada do ar. Alninaram respirava fundo sentindo seus sentidos aguçados pela ansiedade e a constante sensação de estar e perigo. Ela olhava para todos os lados, procurando a figura de Elizabeth com seus olhos queimando em luz, mas não a encontrou em local algum. Aquilo não era bom. Pior do que saber quem é seu inimigo, é não saber onde ele está.
O som era somente da chuva caindo sobre ela e dos trovões ferozes acima de si. O tempo estava escuro uma vez que as nuvens negras que os envolviam tampavam qualquer chance de uma tarde ensolarada ou uma noite sob o encanto da mórbida e solitária lua. Novamente ela se pegou olhando ao redor, temerosa não em ver sua inimiga de longa data, mas de justamente não avistá-la novamente. Mas ela a encontrou. Ou melhor, Elizabeth veio até si.
— Não deveria me subestimar — o sussurro próximo ao seu ouvido novamente antecedeu seu castigo.
— Ahhh! — um grito de dor ecoou da garganta de Alninaram ao sentir uma longa espada negra atravessar seu corpo assim como havia feito com Elizabeth poucos instantes atrás. Logo ela sentira seu corpo queimar enquanto o veneno na lâmina da espada corrompia suas entranhas dolorosamente.
— Cometeste um erro ao pensar que salvará alguém, Alninaram — Ela enfiara ainda mais a espada no corpo da mais velha, que por sua vez gemera em um protesto de dor — O preço de minha morte é alto demais para você, querida. *Eu sou inevitável — ao fim de suas palavras, Elizabeth arremessou o corpo de Alninaram para longe, fazendo com que a magia contida na espada lhe lançasse para fora da mansão, em algum lugar na noite sombria que havia se formado lá fora.
Novamente com a mansão sob seu poder, Elizabeth ainda recordava-se bem que havia algo errado mais próximo de si do que poderia imaginar. Ela olhou ao redor, analisando tudo com muito cuidado, mas ainda não conseguia ver o que exatamente estava acontecendo. Ela então fechou os olhos, novamente sentindo a magia percorrer seu corpo.
— *Fes Matos Tribum, Nas Ex Veras Maquis Dumisa Rotenem! — ela invocou a Sombra Mágica para a localização de Elena, fechando o seu olhos em seguida para que a sombra pudesse lhe mostrar o que sua querida irmã estava aprontando longe de sua visão.
***
O ar entrou pelo seus pulmões como facas a rasgá-la por dentro. Em seu peito o coração de Kristen estava embalado em um ritmo frenético, com se um exercito em marcha fizesse morada dentro de si, prontos para batalhar. Sua respiração estava densa, a ponto de quase não sair, e visto a situação em que ela se encontrava, ela não podia de fato se cobrar respirar melhor do que aquilo.
A sua frente, a imagem de Elizabeth lhe encarava sombria, sem sorriso em seus lábios, mas com um olhar desafiador imerso em trevas, que parecia querer ver o íntimo de sua alma. Kristen sentiu quando um arrepio subiu por sua coluna, algo semelhante ponta fria de uma faca deslizar por sua pele, sem cortá-la, mas ainda assim mantendo sua ameaça.
O cenário que ainda se mantinha como um falso pôr do sol, logo fora sendo desfeito, como se uma cortina estivesse a cair e revelasse tudo o que escondia atrás de si. O céu deixara de ser uma tela pintada com belas cores para se revelar algo tenebroso e escuro, com nuvens carregadas de trevas e sangue. O chão em rochas, estava manchado de sangue, e alguns ossos de aves a muito mortas estavam jogados entre as pedras, deixando tudo ainda mais tenebroso. As árvores a alguns metros se resumiam em galhos secos e retorcidos, alguns tão sombrios que pareciam as mãos frias de mortos que lançavam suas mãos para fora da terra na tentativa de sair de seu túmulo. De fato, ela sentia como se estivesse no covil da própria morte.
— Tenho que admitir que sabes ser bem tola as vezes — A voz de Elizabeth soou, fazendo, por consequência seu peito saltar em susto e alarme.
Kristen nada respondera,não poderia negar que tinha sim um receio crescente dentro si, e que sabia que sua escolha poderia trazer consequências desastrosas para si, mas aquela altura essa não era de fato a sua maior preocupação. E acima de tudo, naquele momento, ela não poderia de modo algum subestimar Elizabeth. Mesmo que tudo ali fosse apenas uma ilusão, mas as consequência poderiam ser bem reais para ela, mas principalmente para Viktor.
Ligeiramente ela olhara para o chão, onde a poucos centímetros de si jazia o corpo de Viktor, tremendo mergulhado na mais ardilosa dor, sem forças sequer para expressar seu sofrimento. Em volta de seu corpo, uma fina camada de magia rosada atrasava a maldição tanto quanto podia, mas Kristen sabia que a magia de Elizabeth era demasiada forte, e não poderia ser detida e nem atrasada para sempre. Ele tinha pouco tempo, e ela também. Ambos estavam dentro de uma ampulheta, e que a medida que a areia descia e o tempo escorria sobre deles, mais afundavam e sufocavam. Eles tinham de sair dali, ela só não saberia como ainda.
— Mas o que mais me intriga, Duplicata, não é o fato de ter optado por ter ficar mesmo sabendo que assinou sua sentença de morte, — Elizabeth retomou sua fala — mas sim o fato de ter sido tão estúpida a ponto de acreditar que Marie queria de fato ajudá-la quando cortou o cordão de prata — No instante seguinte, ela se desfizera de sua espada, deixando que do mesmo modo que sua magia havia projetado sua arma, ela sumisse com ela. Mas as veias negras descendo dos seus olhos pelo seu rosto ainda estavam lá, deixando claro que sua magia maligna ainda a tomava do mesmo modo. No fim das contas, com ou sem espada, a sua magia perversa era a sua maior arma — Diga-me, — Elizabeth lhe disse mantendo seu olhar negro sobre si, com um pequeno sorriso sarcástico implícito e seus lábios — acha mesmo que irá voltar? Realmente acredita que Marie, agora que tem um corpo e voltou a vida graças a seu ato de heroísmo, irá deixá-la voltar a habitar o corpo que agora pertence a ela?
Kristen engoliu em seco, travando sua mandíbula com a clara provocação daquela mulher. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, a outra retomou sua fala destilando seu veneno sem qualquer pudor.
— Ora, sejamos sincera, Duplicata. No fundo tu sabes que caíste em uma armadilha.
— Não conseguirá me envenenar, Elizabeth. Então sugiro que nem tentes — Kristen falou seca, ainda empunhando sua espada, pois no fim ela sabia que mesmo que aquela mulher estivesse aparentemente desarmada, ainda assim ela era uma bruxa. A outra riu de forma breve, mas de forma sonora.
— É um pouco controverso me falar de veneno agora, quando a própria Marie já a envenenou o bastante para ter o que mais ansiava. Sua vida de volta.
— Tuas palavras não surtirão efeito sobre mim. Para uma mulher que dizia amar, mas amaldiçoou seu amado, não posso me dar ao luxo de confiar em tuas falsas palavras — Kristen soltou com tom seco. Ela sabia que suas palavras eram um desafio claro, e que como uma mera humana no universo errado, talvez ela devesse vigiar melhor o que dizia. Mas no fim das contas, por mais temerosa que estivesse, e por mais que seu coração lhe avisasse constantemente que corria perigo, acima de tudo isso ela ainda era Kristen Sartórios, e como jamais havia baixado a cabeça para ninguém em sua vida, não seria ali que o faria pela primeira vez.
A principio a mulher recebera suas palavras com um semblante de desgosto, talvez por esperar outra reação de sua parte. Mas aos poucos seu semblante se tornou divertido, deixando um sorriso nascer em seus lábios pálidos enquanto ela olhava com seus olhos de trevas para Kristen.
— Ora, quê temos aqui? — ela disse sorrindo, batendo algumas palmas breves antes de retomar sua fala — A Duplicata tem uma língua afiada, afinal. Não posso negar que adoro um bom desafio, principalmente de alguém que lembra minha antiga inimiga falecida e agora viva, Marie — Elizabeth fitou a lhe olhar em um desafio claro e silencioso — Que confusão — disse sarcástica.
Ela juntou suas mãos na frente de seu corpo, e de forma lenta de um curto passo, mas que fora o suficiente para que Kristen se agitasse e desse um curto passo para a frente de Viktor, de fato disposta a defende-lo do jeito que pudesse. Mas então Elizabeth lhe dera um rápido sorriso, como se aquele pequeno passo que havia dado a rápidos instantes atrás tivesse sido apenas para testá-la de alguma forma.
— Qualquer um notaria que está disposta a doar sua vida para salvá-lo. Mesmo que já a tenha perdido, de qualquer forma — ela deu uma breve pausa — Tu estás morta, Duplicata, e ao contrário do que havia esperado, não fora eu a fazê-lo.
Kristen nada respondera, mas tinha de admitir que as palavras daquela mulher haviam depositado certo peso sobre si. Mas não poderia se achar enganada. Quando fizera sua escolha de permanecer dentro da ilusão, Marie havia lhe avisado do risco que sua escolha poderia lhe trazer.
***
Ela olhou para a face dele com um grande sentimento de reconhecimento, sobretudo de arrependimento e dor. Ele tremia, tão indefeso quanto ela mesma em seu matrimonio desastroso e doloroso. As veias negras espalhavam-se lentas e dolorosas sobre sua pele pálida e fria, como se os dedos da Morte estivessem acariciando-o e deixando os rastros de suas longas unhas marcadas ali. No íntimo de sua alma, ela sentia o sentimento corrosivo do arrependimento espalhar-se por suas entranhas, tão perigoso e e venenoso quanto as veias negras que corrompiam a beleza melancólica de Viktor.
Marie mantinha sua proteção sobre ele na tentativa de mantê-lo vivo pelo o maior tempo que pudesse, contando com a ajuda de Elena para manter sua magia. Mas no fundo, talvez ela só estivesse ali estática para fita-lo, enquanto suas mãos imploravam para tocá-lo uma última vez, talvez ter a despedida que não tivera a chance de ter outrora. Mas ela não poderia ousar tocá-lo novamente depois de tudo que fizera. Depois de todas as mentiras que o fez acreditar durante séculos, o condenando a amar uma farsa que o corrompeu tanto quanto o peso de sua maldição. Talvez, na verdade, ela mesma tenha sido a maldição de Viktor.
Seus olhos lacrimejavam em uma emoção triste, um grito silencioso de arrependimento que rasgava suas entranhas como se um monstro com longas garras houvesse nascido dentro si, e lhe escalasse rasgando sua carne em voraz fome por sua dor. Ela merecia aquilo em toda a sua intensidade.
— Eu honrarei todos esses anos em que o torturei com minha memória, Viktor — ela disse fitando a face pálida em agonia dele — Tudo ficará bem, tu verás — ela respirou fundo, soltando o ar devagar entre seus lábios em seguida — É o mínimo que posso fazer — encerrou falando mais para si mesma do que para ele.
Então veio o barulho de algo batendo contra a proteção em que estavam envoltas. Elena sentiu o peito saltar logo entrando em alerta.
— Algo bateu contra nós — ela disse direcionando seu rosto alerta para Marie — Acha que ela nos descobriu?
— A magia não fora afetada. Seja o que for, não foi um ataque de magia negra ou mesmo qualquer magia — Marie constatou — Mas é possível que em breve venha a ser. Seja lá o que fora que chocara-se contra nossa proteção, se Elizabeth vira, é bom nos preocuparmos.
Marie então olhara novamente para o rosto pálido manchado com as veias negras de Viktor que ainda se encontrava imerso na maldição que lutava contra a sua própria magia na constante tentativa de levá-lo. Marie sentiu o coração em seu corpo palpitar veloz, na mais frenética batida de medo, insegurança e um constante receio de tudo dar errado. Ela não poderia falhar com ele mais uma vez, ou nunca estaria em paz.
***
— A morte em ti reside, Duplicata, posso senti-la tão vividamente quanto se estivesse em meio a uma pilha de mortos — A imagem de Elizabeth lhe dissera lhe olhando fixamente — Ansiei muito por matá-la, como fiz com a querida Marie, mas de um modo ou de outro, por minhas mãos ou pelas delas, eu já tenho sua morte assegurada. Tu não me serves mais.
— Mataste também a quem dizias amar. Por que ainda o tortura deste modo? Que tipo de amor trás destruição?
— O amor puro e incompreendido — a mais velha lhe respondera olhando em seus olhos com um tom amargo em sua boca — O amor injustamente roubado de mim. Sabes ao menos o que é o amor, criança tola? Sabes a verdade sobre ele? O amor é destruição, do começo ao fim. Primeiro te deixa cego, depois surdo, apaixonado demais para ver a realidade. Te mostra um jardim de flores no ápice de sua beleza, e depois enfia uma adaga em seu peito e arranca seu coração para sempre. Te deixa vazio, um boneco sem alma, uma casca. O amor destrói você até que não reste mais nada que não seja um vazio em sua alma. E você sabe o que acontece com uma alma vazia, Kristen? — uma lágrima fina escorreu pela face de Elizabeth, tão delicada quanto as pétalas de uma rosa. Tão dolorosa quanto seus espinhos — Ela se enche de ódio e rancor, pois é o único abrigo que ela vai encontrar.
— Eu não posso concordar — Kristen respondeu firme — Ódio é destruição, Elizabeth. Se tu o amasse tanto quanto o odeio, saberia disso melhor do que ninguém.
— Eu o amo, — a outra respondera olhando para o corpo inerte de Viktor ao chão, trêmulo, indefeso — amo tanto que não suporto mais tê-lo longe de mim.
— E por isso o matas?
— É a única forma de tê-lo para sempre do meu lado — Elizabeth respondera convicta, se refazendo em sua imagem forte, secando suas lágrimas rapidamente. Kristen sentiu repúdio daquela mulher. Ela era tão cega que seria capaz de matar a quem declarava amar somente para o obrigar a ficar de seu lado. Viktor jamais a amaria depois de tudo que ela fizera com ele, depois de todo o castigo que o fez passar todos os dias, sem descanso, sem amor. Apenas dor e sofrimento. Ela era doente. Mas no fim das contas, ela deveria saber bem disso.
— Eu tenho um acordo para lhe propor — a voz de Elizabeth chamou novamente a atenção de Kristen, que não pôde conter o franzir involuntário de seu cenho em clara interrogação.
— Não posso me dar ao luxo de acreditar que irei gostar dela — Kristen respondeu ávida, ainda com a espada em seu poder.
— Posso garantir que sim — a outra lhe devolveu certa iniciando uma pequena caminhada até a ponta do penhasco dando as costas a Kristen para fitar o o cenário sombrio que criara — Como eu havia lhe dito, tu não me serves mais agora que está morta. Matá-la era de fato minha intenção, mas no fim, já está feito. No entanto, está em meu mundo, e não importa sua natureza, luz ou escuridão, está presa aqui, e não sairá a menos que eu deixe. Sendo assim, sua alma vagará para toda a eternidade aqui, e eu lhe garanto Duplicata, — ela olhara por sobe seu ombro em direção a Kristen — eu posso tornar tudo um verdadeiro inferno para você — ela voltara a observar a tenebrosa paisagem.
Kristen sentira um arrepio lhe percorrer com as palavras daquela mulher. No fim ela sabia que de fato Elizabeth poderia tonar tudo insuportável para si. Mas ela sabia do risco e mesmo assim optara por estar naquele lugar. Contanto que Viktor estivesse a salvo, não importava o que viesse a lhe acontecer.
— Presumo que o preço deste acordo seja mais do que estou disposta a pagar — Kristen dissera de fato ciente da veracidade de suas palavras.
— Presumo que para salvar sua alma, qualquer preço será baixo — a outra respondera dando meia volta para novamente fitá-la — Eu não a odeio Kristen, ou melhor, não mais. Tua morte já me é segura, isso é um fato, mas ainda tenho algumas coisas pendentes com o corpo que tolamente permitiste ser ocupado por minha querida inimiga de sempre — ela respirou fundo soltando o ar em sua fala — Mas enfim, Kristen, o que quero dizer é que Viktor virá comigo, e isso pode ocorrer de dois modos: ou tu abres mão de uma peleja inútil em que nós mesmo já sabemos o resultado e eu a deixo partir para seu descanso, ou posso usar do pior modo e levá-lo a força além de lança-la por toda a eternidade de sua morte aos meus demônios que eu posso assegurar, querida, não será agradável.
Elizabeth analisou Kristen que por sua vez ainda empunhava sua espada. Kristen deixou o azul de seus olhos recaírem sobre o corpo inerte de Viktor. Sua face pálida se mostrava sôfrega, mergulhada em uma dor intensa e silenciosa, deitado sobre uma linha ténue entre vida e morte. O coração dela apertou em seu peito, quebrando-se em pequenos estilhaços pontiagudos. Seus olhos lacrimejaram inevitavelmente, numa dolorosa canção de Réquiem. Kristen nada respondera, apenas abaixou-se ao lado do corpo inerte dele, aproximando sua pala da face dele, mas logo recuara seu gesto ao sentir uma leve vibração e sua pele, em um aviso de que a maldição ainda poderia machucá-la.
— O que fará com ele? — ela perguntou monótona, ainda ao lado dele sem retirar seu olhar um segundo sequer.
— Ele me servirá. Aprenderá a me amar com a convivência. Eu ainda sou Elizabeth, afinal. E não há nada que eu almeje e não possua.
— Não irá mais machucá-lo?
— Não será mais necessário uma vez que ele só terá a mim.
Kristen ficara em silêncio, envolta em uma bolha em que somente Viktor importava. Tantas vezes ele lhe salvara, ela recordava-se bem. E ela sabia que ele seria capaz de machucar a si mesmo do que deixar que algo a machucasse.
— Me dê uma prova de sua palavra — Kristen dissera logo levantando-se olhando firme para Elizabeth — Disse-me que não o machucará, então me prove isto agora.
— Não tenho de provar-te nada, Duplicata — a outra respondera tranquila.
— Então receio que tenhamos um impasse — Kristen respondera novamente erguendo sua espada. Elizabeth revirara os olhos impaciente.
— Tu és insuportavelmente pior que Marie — dito isso Elizabeth andara em direção a Kristen, que erguera sua espada em modo de ataque, sentindo imediatamente as batidas de seu coração. Mas Elizabeth ignorara sua presença, abaixando-se ao lado de Viktor, gerando em sua mão uma rala energia verde, passando sobre o rosto dele seguido de suas palavras.
— Liberabo-te — Ela disse baixo. Imediatamente ela levantara-se — Não abuse de minha paciência, Duplicata — disse rapidamente novamente indo a ponta do penhasco, observando Kristen de lá. Imediatamente os olhos ansiosos de Kristen recaíram sobre o corpo de Viktor. Então seu coração saltara do peito ao velo suspirar profundamente, enquanto as veias negras em seu corpo recuavam lentamente. Ele mexera-se lento, logo respirando variadas vezes, como se recuperasse o ar, em seguida iniciou uma pequena tosse. Mas ele estava vivo, Deuses, ele estava bem.
***
Marie mantinha seu olhar aflito sobre Viktor, preocupada com o avançar de sua maldição. Kristen estava demorando demasiado em sua missão e Marie receava que tudo tivesse ido por água abaixo. A proteção que mantinha junto de Elena sobre eles se tornava cada vez mais um fardo pesado de se carregar. Quanto a si, o mostro do fracasso estava ao seu lado, deslizando seus dedos sobre sua pele, cercando-a prestes a envolve-la em seu abraço frio e triste. Por mais que quisesse negar, ela temia que sua missão também estivesse fadada ao fracasso, e em seu íntimo sabia o quanto aquela possibilidade poderia custar a todos, mas principalmente para Viktor.
— O que achas que estar a acontecer com Kristen? — Elena pergunta em um com triste, em um misto de preocupação e medo.
— Não saberia dizer. Seu espírito jaz longe de nós, nem mesmo saberia dizer se ao menos Viktor ainda se encontra conosco, ou apenas uma casca vazia — Marie respondera sem retirar seu olhos dele.
— Achas que ela poderá retornar? — Elena novamente indagara, temente da resposta que poderia vir a ouvir.
— Verdadeiramente eu espero que sim.
Elena nada respondera, apenas ficara e silêncio, pesarosa, mas tentando alimentar algum fio de esperança em si. Então, algo pareceu mudar. O corpo de Viktor que se encontrava trêmulo e inerte, se tornou sereno. Algumas das tenebrosas veias negras recuaram de seu rosto, não sumindo completamente, mas ainda assim se mostrando mais fraca. Marie sentira o coração bater contra seu peito em um disparo rápido, quase pulando atravessando seu seio e pulando para fora bem na frente de seus olhos.
— Elena — ela chamara a atenção da outra que concentrava-se em manter a proteção sobre elas. A mais velha lhe olhara rapidamente com olhos ansiosos — algo estar a acontecer.
Elena de pronto se aproximou do corpo de Viktor, logo sentindo um pequeno fio de esperança a lhe fazer cócegas em seu estômago.
— Ela conseguiu? — perguntou sem conter o tom esperançoso que saltara de seus lábios.
— Ainda não — ela dissera sem retirar seus olhos meticulosos de cima dele. Rapidamente ela erguera a mão, deslizando a alguns centímetros da pele pálida, fazendo uma análise rápida da progressão da maldição sobre ele — A maldição ainda está aqui, mas se mostra mais lenta — terminou sua frase sem conseguir conter que um largo sorriso desenhasse o seus lábios.
— Que os Deuses da Luz sejam louvados — a outra dissera suspirando em alívio, deixando um sorriso nascer em si.
— Ainda é demasiado cedo para comemorar, mas pelo menos agora sa... — antes que pudesse terminar sua frase, uma explosão ensurdecedora caiu sobre a bolha de proteção que os envolviam
Marie sentira a magia que exercia ser afetada pela magia lançada contra elas, fazendo com que a proteção que mantinha até então entrasse em um estado de instabilidade perigosa. Elena, por sua vez sentira a magia pesar em seus braços quando outra forma de magia as atingiu repentinamente, o que deixou claro que Elizabeth sabia que elas estavam ali.
— Ela nos localizou — Elena declarou, ainda sentindo o peso sobre seus braços, como se carregasse algo pesado que não conseguiria segurar por muito tempo. Marie olhou alarmada para Viktor, ciente de que ela não poderia deixá-lo sem sua proteção e também de que Elizabeth não abandonaria a chance de bombardeá-las o quanto pudesse. Então novamente um bombardeio de magia as atingiu, e a bolha de magia que as envolviam já não estava invisível, qualquer um agora podiam as ver claramente.
Elena sentiu sua magia fraquejar, abrindo uma pequena brecha na proteção que ajudava a manter junto de Marie, que também se esforçava tanto quanto poderia para conseguir manter sua proteção sobre Viktor. Marie olhou novamente para Viktor, que embora não estivesse tremendo como antes, comprimia seus olhos como se estivesse vivenciando algo, mas ainda assim estava fraco demais para resistir a algum ataque.
— Marie — a voz de Elena se tornou urgente. De pronto Marie olhara para onde a outra estava, e logo entendera o motivo da urgência em sua voz.
A alguns metros delas, Elizabeth lhes fitava com os olhos consumidos pela negritude de sua alma perversa. Abaixo de seus olhos veias negras desciam pelas bochechas pálidas. Em suas mãos, as mesmas veias negras pintavam desde seus dedos até seus cotovelos como uma luva, e na palma de sua mão sua magia se manifestava. Seu rosto estava sério, em uma fome clara pela vida de ambas. Ambas levantaram-se rapidamente, cientes de que tentar se manter invisível não era mais uma opção. Assim que a bolha de proteção que estava sobre elas a poucos instantes fora desfeita, logo seus corpos foram recebidos pelas grossas gotas de chuva, que mantinha-se continua acompanhadas dos trovões incessantes e estrondosos. Marie, por instinto, se pusera a frente do corpo de Viktor prontamente.
— Ora, Lena — ela falou em um tom macabro — parece que perdeu o medo de se juntar aos ratos — os olhos delas ficaram fixos sobre a face de Marie, encarando-a em um misto de desafio e ódio do mais puro e real — Então irá sofrer com eles.
Em seguida das mãos de Elizabeth um grande poder fora gerado, em labaredas alas na cor verde, como se ela carregasse em si o próprio mal. Marie e Elena sentiram o calor da energia gerada por Elizabeth, e sem perder nem mesmo um segundo Marie acendeu na magia que fora confiada a si, ciente de que o resultado da sua missão estava mais próximo do que esperava.
— Proteja-o, Elena — Marie dissera sem retirar seus olhos de Elizabeth. Elena acatara de pronto, gerando magia o suficiente para envolver Viktor e a si, fazendo ambos sumirem no ar.
— Voltará de onde nunca deveria te ousado sair, Marie Livian. E desta vez eu me certificarei de que jamais volte — Elizabeth dissera em tom de ameaça ardendo dentro de sua própria magia.
— Não desta vez, Elizabeth — Marie respondera logo gerando longos espinhos de magia lançando-o com um grito de ataque sobre a outra.
***
Kristen deixara seus joelhos dobrarem ao se joga ao chão abraçando o corpo de Viktor. As lágrimas escorreram por sua face em uma emoção que não pôde ser contida.
— Pelos Deuses, tu estás bem, Senhor Greembell, tu estás bem — ela disse com a voz embargada enquanto suas lágrimas caíam sobre as vestes sujas dele. A imagem de Elizabeth virara-se de costas, olhando para o penhasco visivelmente incomodada coma cena. Kristen preferiu ignorar a presença da outra.
Viktor estava confuso, não sabia ao certo o que estava acontecendo. Ele sentia sua visão turva e sua garganta ainda lhe obrigava a tossir sem que pudesse conter. Em seu corpo sentia um leve formigamento, e uma fina camada de uma energia rosada estava sobe si. Ele franziu o cenho. O que diabos estava acontecendo afinal? Ele se encontrava confuso com tudo, suas memórias eram quase que por completo um borrão, algo longuíquo e embaçado. Em meio a toda sua confusão, mais uma dúvida toou sua mente quando repentinamente braços lhe enlaçaram-o em uma abraço inesperado e caloroso, seguido por uma voz doce a chorar de emoção.
— Pelos Deuses, tu estás bem, Senhor Greembell, tu estás bem — a melodia de sua voz feminina disse próximo a seus ouvidos. Viktor de pronto não soubera o que fazer, mas a medida que a mulher lhe acolhia em seus braços ele se sentia cada vez mais rendido e entregue ao acalento daquela mulher. Em frente aos seu rosto os cabelos em brasa faiscaram em frente ao seus olhos. Ali, ele se rendeu totalmente, abraçando o corpo dela, envolvendo sua cintura entre seus braços e fechando seus olhos mergulhou no aconchego e na familiaridade daquele toque. Ele suspirou, sentindo uma grande sensação de alívio.
— Kristen... — ele soltou o nome dela entre um suspiro, apertando-a ainda mais em seu abraço. As lágrimas de emoção que saltavam dos olhos dela repousavam sobre o tecido da roupa que cobria o ombro dele, nos lábios dela um sorriso enfeitava sua face mergulhada na mais pura felicidade em vê-lo bem. Viktor não tinha muitas lembranças do que havia acontecido ou o que estava acontecendo, mas e seu íntimo somente tê-la ali entre seus braços parecia ser o bastante.
— Eu nunca o abandonarei, Sr. Greembell — ela disse ao pé de seu ouvido, m um sussurro doce que acalentou seu coração como se o abraçasse. Ele de fato não entendera porquê ela havia dito aquelas palavras, mas não importava. Nada mais importava.
No entanto, um pigarro fora ouvido, e Kristen se desvencilou de dentro de seu abraço rapidamente. Ele, por sua vez, procurara o pigarro o qual fizera com que ela desfizesse o abraço de forma tão rápida, encontrando em sua frente o rosto pálido de Elizabeth, seu pesadelo de longas datas.
— Elizabeth...? — ele deixou escapar confuso, enquanto Kristen se erguia — Tu deverias estar morta, eu a vi morrer — ele disse incrédulo no que seus olhos lhe mostravam. Lentamene ele começou a se erguer, sem conseguir retirar seus olhos da mulher a alguns metros de si, a ponta de um grande penhasco. A mulher nada lhe dissera, apnas manteve-se tranquila observando-os.
— Eu já lhe dei prova o suficiente de minha palavra, Duplicata — Elizabeth disse olhando somente para Kristen — hora de cumprir com... — antes que ela pudesse terminar sua frase, sua voz falhara em sua garganta, e ela gemeu de dor contorcendo-se rapidamente, fazendo com que sua imagem oscilasse por alguns instantes.
Kristen franzira o cenho com a reação de Elizabeth, analisando cuidadosamente o que estaria acontecendo.
— Ah! — a outra gemera novamente, fazendo com que novamente sua imagem se tornasse vascilante.
— Deve ser um sinal — ela dissera para si mesma, convencida de que aquela poderia ser sua grande chance de levar Viktor para o portal na mansão. Em seguida ela novamente segurou sua espada firmemente, se posicionando a frente de Viktor — Eu preciso que confie em mim, Viktor, e quando eu mandar correr, corra sem mesmo hesitar — ela dissera rapidamente olhando para Elizabeth que parecia ter um pouco de melhora uma vez que a dor parecia diminuir.
— Kristen, o que estás a fazer? — ele ficara na frente do corpo dela, olhando-a sem entender o que estava acontecendo — Por que ela está viva? Como viemos parar aqui?
— Viktor, — ela dissera rapidamente, olhando para Elizabeth sobre o ombro dele — Ela nunca estivera morta, mas eu não posso explicar nada agora. Apenas prometa que irá fazer o que eu mandar quando eu mandar. Sem perguntas, sem hesitar.
— Senhorita Sartórios... — ele tentara falar, mas ela rapidamente o abraçou rapidamente, girando ambos os corpos o obrigando a ficar atrás.
— Sem hesitar, apenas confie em mim — ela ressaltara rapidamente, logo desfazendo o abraço, e virando-se de costas para ele.
— Espero que não tente brincar comigo — a voz de Elizabeth saira falha, entre variados pigarros, como se ela estivesse recuperando seu fôlego.
— Pediu para que eu cumprisse minha parte — Kristen iniciara — mas eu não disse que o deixaria partir junto ti.
A outra logo sorrira rapidamente, em um misto de sarcasmo e raiva. Ela inclinara sua cabeça.
— Do pior modo então — ela dissera, logo fazendo veias negras crescerem pelos seus braços e descerem pela suas bochechas, no entanto, novamente ela pareceu sentir algo, e caiu ao chão com um grito. Sua imagem novamente se mostrara vacilante. Kristen não tinha tempo a perder. Rapidamente ela correra até onde o corpo de Elizabeth se encontrava e sem medir qualquer esforço empurrara o corpo a outra que logo precipitara-se no penhasco. Viktor estava estático, atônito sem entender o que estava acontecendo, e o que se desenrolava em frente a seus olhos, mas não tivera tempo para pensar ou questionar, uma vez que Kristen correra ao seu encontro puxando-o pelo braço o obrigando a segui-la em sua corrida.
— Kristen — ele tentara perguntar, mas Kristen o obrigava a correr rapidamente, fazendo ambos rapidamente adentrarem na floresta de galhos mortos e retorcidos.
— Ela pode voltar a qualquer instante, — ela dissera ofegante embalada em uma corrida contínua e urgente — mas não importa o que venha a acontecer Viktor, não pare até que esteja na mansão e tenha bebido a água da fonte no salão de dança.
Novamente ele quisera questionar, saber porquê aquela mulher estava viva, onde estava, o que estava acontecendo, mas não havia tempo.
No instante seguinte um alto e furioso grito se fizera ouvir, e grandes trovões soaram tão ferozes quanto aquela que se erguia do penhasco ardente em magia e ódio. O coração de Kristen saltara em seu peito tão forte que ela poderia jurar que em breve ele romperia seu peito e cairia ao chão. Eles não tinham mais qualquer tempo ou chance, era vencer ou falhar.
— MALDITA!!!! — a voz feroz de Elizabeth se fez ouvir por toda a floresta.
— Corra, Viktor, corra!!! — Kristen gritara sem parar um segundo sequer. Viktor não tinha opções que não fosse confiar naquela que lhe guiava. De fato, o constante sentimento de perigo era tão latente e papável que poderia ser comparado a uma grande parede cuja altura era impossível medir. Os pés de ambos disparavam em um ritmo acelerado, quebrando os galhos secos ao chão formando uma contínua trilha sonora. O céu os devorou em seu trovão, fazendo com que tudo se tornasse ainda mais aterrorizante. Deuses, a mansão parecia ter se tornado mil vezes mais distantes deles naquele momento!
A voz de Elizabeth parecia ter se tornado os próprios trovões, e Kristen poderia jurar que se prestasse um pouco mais de atenção, conseguiria ouvir o urro de ódio a cada trovoada. O cenário havia se tornado sombrio e tenebroso, como se aquela floresta pertencesse ao jardim macabro da morte, e eles fossem uma praga em meio da plantação que deveria ser destruída o quanto antes.
Kristen corria sem se permitir soltar a mão de Viktor um segundo sequer, ela não poderia sob hipótese alguma perdê-lo de sua visão. E a cada vez mais eles corriam o quanto podiam, sem parar, sem olhar para trás, apenas correndo rumo a única esperança que poderiam agarrar. Viktor a seguia sem mais contestá-la, sentindo o aperto de suas mãos sempre firmes. Ele sentia os pés esmagarem os galhos sob seus pés em uma constante sincronia, a verdadeira melodia do desespero. Os cabelos em brasa dela esvoaçavam em frente a seus olhos em constante movimento. O aroma doce emanava o mesmo. Naquele instante, talvez só estivesse seguindo-a pela sensação de aconchego que aquele aroma adocicado que atingia seu nariz lhe proporcionava, mesmo ambos estando em uma situação temerosa.
Os trovões e tornavam cada vez mais fortes e barulhentos,, talvez um sinal da proximidade daquela que os perseguia na mais verdadeira ânsia por suas vidas. A floresta estava escura e ao avançar de seus corpos em meio ao breu se tornava ainda mais difícil desviar do galhos retorcidos. O espaço entre uma árvore e outra se tonava cada vez menor, e Kristen implorava aos Deuses em seu íntimo que conseguissem passar por aquela floresta o quanto antes.
A floresta parecia se fecha ainda mas para eles, como mãos a tranca-los em sua palma. Cada vez mais ambos tinham de desviar das árvores, e a sensação que eles tinham era de que a mansão estava se tornando cada vez ais distantes deles. Deuses, quanto tempo ais levaria a aflição que morava em seus corações?
No momento seguinte eles podiam ouvir o som das árvores a terem seus galhos quebrados, como se estivesse sendo destruídos por alguma coisa. Kristen sentia a adrenalina correndo pelo seu corpo como se fosse seu próprio sangue. Seu coração ela realmente não entendia como ainda não havia explodido dentro de si. Cada vez mais os estalos nas árvores se tornavam próximos, passando a impressão que talvez fosse atrás de si, ou mesmo ao lado deles.
— Há algo de errado com as árvores! — Viktor gritou, olhando para trás rapidamente sem diminuir a velocidade de seus passos. Ele via o alto das árvores que ficavam para trás se moverem estranhamente. Havia algo muito errado acontecendo ali. Kristen também sentia que algo estava acontecendo, e sabendo do fato que Elizabeth estava bem atrás deles seus instintos lhe diziam para não parar, apenas correr o quanto seus pés suportassem.
— Não pare, Viktor, por favor, não importa o que aconteça, não pare! — ela gritara sentindo cada vez mais a árvores se tornarem mais juntas e mais difíceis de penetrar. As árvores atrás continuavam se movendo de forma estranha, fazendo com que os estalos se tornassem cada vez mais altos e próximos.
Não havia mais tempo para eles.
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7649 palavras
Olá, olá Jubinhas do meu ❤ ❤
Não aguentei e soltei a segunda parte do capítulo ❤❤ lembrando que terá a terceira e última parte em breve, então fiquem de olho ❤❤❤
Agora vamos para o surto, me contem TUDOOO sobre o que acharam sobre o capítulo, não me escondam NADA! Não aceito nada menos que um surto dos bons ❤❤❤❤
Façam uma guerra nos comentários 🎉
Aguardo manifestacões 🎉🎉
Até logo ❤❤
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