Meu filhote não é humano?


Volteiii depois de muita prova, e muito estresse estou aqui com mais um capítulo quentinho pra vocês ^-^

Se virem algum erro é só me informar!

Boa leitura para todos vocês!!


— Eu ainda não acredito que aquele gato rosnou para mim! — Resmungou o híbrido de lobo no carro e como resposta o humano riu da sua situação.

Ao chegarem na CGA, o rosado saiu correndo à procura de informações sobre onde ficava o abrigo de animais, o híbrido de lobo riu do mais novo e falou que os animais ficavam mais próximos da área de naturezas da empresa. Confuso com o que o outro disse, o alfa deu uma breve explicação sobre a organização daquele lugar.

— Cada setor é separado por áreas do conhecimento do antigo mundo, como, por exemplo, em ciências da natureza, onde estamos indo, podemos separar a física, a química e a biologia, na parte de biologia, a qual é aonde vamos, podemos acessar os hospitais, para cuidar da nossa saúde onde você já foi, infelizmente, mas também podemos estudar outros seres vivos, ou até mesmo cuidarmos deles, e é por lá que os abrigos de animais ficam!

— Então é por aqui que também temos os abrigos humanos? — Perguntou — lembro de já ter passado por esses corredores antes de nos conhecermos, eu estava a procura de abrigo para não continuar vivendo com frio nas ruas, mas enquanto faziam testes em mim, me falaram que os abrigos já estavam com superlotação, e aí fui levado para onde você sabe...

Jimin tinha sorte de não estar olhando para a cara do Jeon naquele momento, e estar mais preocupado em decorar o caminho daqueles corredores que estava passando.

Vai que esse grandão se perde, e depois serei eu que terá que nos levar de volta para casa!

Jungkook passava todas as suas memórias com o outro em retrospecto, ele estava com muita vontade de abraçar o seu filhote, por lhe contar alguns demônios do seu passado, queria lhe mostrar que estava sentido por aquilo que falava e que estaria com aquele em qualquer coisa da sua vida, então assim o fez.

— Eu só queria te pedir desculpas, desculpas de verdade, desde quando você chegou até mim só te tratei como um babaca, e quanto mais convivemos juntos, mais eu sei que preciso melhorar contigo — uma lágrima começou a escorrer pelo seu rosto — Ji, você não sabe o quanto estou arrependido de como te tratei no começo, tento cada dia aceitar as broncas que o meu lobo me dá sobre como poderíamos tratar o nosso filhote melhor, e quando escuto sobre o seu passado é como se, aish perdoa esse alfa estúpido que está tentando melhorar como um ser?

— É claro que te desculpo, Kookie bobão! — Selou a sua boca e sentiu sua marca no ombro queimar eita que de noite terei problemas — confesso que de início estranhei aquela sua bondade toda, mas depois percebi que você ficou realmente sentido em ter cometido o erro de agir por impulso, sério Jungkook, se você tivesse continuado me tratando mal, uma hora eu iria ficar tão estressado que faríamos uma competição sobre quem é o mais forte! — O mais novo riu do seu comentário — agora vamos para o abrigo, preciso ver um gatinho!

O casal de amigos se perdeu no meio do caminho, mas no final, perguntaram para uma beta sobre o local e ela os direcionou até lá. Antes de entrarem, tiveram que abrir uma ficha para cada um, e depois que toda a burocracia havia sido finalizada, o mais novo finalmente poderia rever o bichano que resgatou.

Quando entraram no abrigo, o rosado ficou impressionado com a quantidade de animais resgatados e sendo cuidados no lugar, mas não quis perder tempo reparando no ambiente que estava, e tentou usar os seus instintos para procurar o gato que estava com saudade.

Qualquer coisa, se nos perdemos, poderei observar melhor aqui.

Durante sua caminhada, o Park sentiu um cheiro familiar, e foi seguindo ele até reencontrar o animal, o gato, ao reconhecer o humano que estava em sua cola, permitiu que o garoto o acariciasse e subiu no seu colo.

— Olha Jungkook, como ele é bonzinho! — O híbrido foi tentar acariciar a cabeça do bichano, mas foi somente o gato sentir o cheiro de lobo que o mais alto emitia, que soltou um rosnado e arranhou a mão do acastanhado — eita, parece que ele não gostou muito de você... — o felino concordou com o Jimin e raspava a sua cabeça no peito do baixinho.

Depois daquela cena, somente o rosado podia mimar o animal, e qualquer tentativa do alfa se aproximar e conquistar o coração do gatinho, era retribuído com rosnados alertando para não mexer com ele. O Park achava engraçado a situação do seu amigo, e quando sentiu que já estavam demorando tempo demais por ali, resolveu voltar para casa.

Mas antes de ir, não se esqueceu de deixar um beijo na cabeça do gato, prometendo voltar outro dia.

Bom mesmo humano, você me salvou e me trouxe para cá, agora tem que cuidar e me visitar!

Jimin olhou espantado para o gato, será que ele estava ouvindo coisas? Mas recebeu somente miados como resposta, e um Jeon ansioso do seu lado.

Já em casa, o casal de amigos estavam com fome, e decidiram preparar alguma coisa para jantar, afinal, precisavam de energia para sustentar aqueles corpos, e somente os alimentos poderiam fornecer aquilo que estavam necessitando.

— Kookie que tal fazermos bibimbap hoje? — O outro estava prestes a negar, falando que aquilo poderia lhe fazer mal, e que se o Seokjin soubesse do que o menino andava comendo, ele iria ser caçado até o outro lado do mundo por estar dando coisa que não deveria para o mais novo.

Porém, foi somente observar suas íris cinzas brilhando igual uma lua cheia, e aquele biquinho irresistível, que decidiu acatar aquele pedido só mais uma vez.

— Sei que você não está atrás do bibimbap, e sim da minha carne meu filhote maluquinho! — Ambos riram da brincadeira.

O alfa ficou responsável por preparar a carne para a refeição, já o outro, preparou a base da comida e realizou o arroz servido com o alimento. Quando tudo ficou pronto, o híbrido de lobo levou o humano até a mesa, e depois trouxe a janta daquele dia.

— Vamos comer? — Questionou Jimin animado já pegando os seus hashis.

O Park estava na escola conversando com os seus amigos enquanto a aula não começava. Naquele dia, Jackson estava animado, pois treinaria sua comunicação com a sua raposa, e poderia transformar-se no seu lado animal para impressionar o seu amigo humano.

Que o Universo abençoe aquele híbrido, pois se o Jungkook souber, talvez ele não vá querer que o rosado esteja perto do ruivo alaranjado.

— E aí, raposa? Por que está tão eufórica hoje? — Questionou Aisha — olá, humano, tudo bem? — Park confirmou com a cabeça.

— Hoje é dia de prática, a sua turma já foi, loba? — Contou o motivo da sua animação.

— A minha foi no início da semana, parece que uma menina teve que ir para a enfermaria ao perder a cabeça por acidente, pena que faltei, queria ter visto como ela tinha ficado com a nova costura — soltou um suspiro com pena.

— Você está falando dá zumbi Morgan? Ela costurou o pescoço com uma linha de ouro africana? Da última vez que a vi, aquela morta-viva havia dito isso para mim caso perdesse a cabeça de novo — Jackson perguntou com interesse no final da fofoca.

— É, ela vive dizendo isso, que os fios de ouro são mais resistentes e tudo mais, mas por enquanto só percebo o corpo dela carregando a sua cabeça por todos os lugares, parece que os fios de ouro se tornaram mais caros ultimamente...

O sinal de início às aulas é tocado, Jackson e Jimin se despedem da amiga, e caminham em direção do campo de treinamento.

— Creio que o ouro não seria uma ótima aposta para fazer a costura... — a raposa olha o humano com interesse na sua linha de raciocínio — ele é um metal muito maleável, o que é bom de certa forma, mas acho que um metal mais pesado seria melhor para deixar a cabeça fixa no pescoço.

— Acredito que ela goste de ficar perdendo a cabeça, e que ela queira usar o ouro só para destacar o seu pescoço, e dizer que tem dinheiro — o amigo respondeu.

— Bom, mas ela já devia ter dinheiro o suficiente para ficar colocando e re-colocando aquilo de volta, se for apostar em um material diferente para a costura, eu preferiria colocar algo que não me deixasse perder novamente, assim teria mais chance de não ficar gastando em cirurgia de recolocação de corpos.

— Cada um faz o que quer com o seu dinheiro, não adianta ficarmos opinando...

— De qualquer maneira, você sabe como vai funcionar o treinamento dessa vez? Não quero ficar sentado escrevendo o que cada um sabe fazer em um papel, e não poder treinar com vocês também.

— Faço a mínima ideia, não dá para ler o professor Cha muito bem, às vezes ele é muito legal e deixa a gente fazer o que quiser, e às vezes não.

— É, na hora que chegarmos iremos descobrir...

Ao atravessarem o portão em direção à sala de treinamentos, o Park observa sua amiga Jieun treinando alguns feitiços de fada, alguns vampiros treinando suas habilidades ou sua sede de sangue, os híbridos de predadores lutando entre si, um raça nova tentando manipular os seus poderes de água junto dos seus amigos...

— Jackson para onde vou? — O rosado olhou para a sua direita, mas o seu amigo não estava mais ali, no seu lugar havia uma raposa que quase batia na sua cintura — nossa, você é grande, viu? — Acariciou a cabeça do colega — nunca vi uma raposa pessoalmente, mas acredito que sejam menores, isso é porque tu é um híbrido, por isso fica com o tamanho fora do comum dos animais? — A raposa acenou — ah, entendi, e você sabe onde posso ir? Queria treinar meu porte atlético, mas não estou vendo muitos fazerem isso...

O híbrido parou e observou, queria poder ficar com o humano e ajudá-lo no treinamento, mas sabia que se o senhor Cha não o visse lutando com os outros híbridos, ele levaria uma bronca. Lembrava que ainda existiam alguns raças novas que não tinham total controle dos seus poderes e por isso lutavam corpo a corpo, com essa ideia em mente, levou o garoto para onde eles provavelmente estariam.

— É aqui que a gente se despede, né? — A raposa acenou em muxoxo — vai lá, pode ir, eu sei me virar com eles — Jimin sorriu para o amigo em forma de encorajamento, e esperou ver o Jackson brigando com os outros animais para terminar de seguir seu rumo.

Mais a frente, pôde observar humanos desumanos lutando sem o uso de suas habilidades, antes de se aproximar, admirou alguns dragões que jogavam uma espécie de tênis com bolas de fogo, sendo a raquete do jogo as suas caudas que rebatiam cada bola.

— Olá, posso ficar com vocês?

— Oi, humano que vê áureas, pode sim, a gente está lutando em grupo para ativar nossas habilidades. Alguns antes de sairmos de você sabe onde, tiveram treinamentos para poder manipular os poderes e viver escondido no antigo mundo, o que não foi muito bem o nosso caso, então tentamos usar o estresse da luta para poder conseguir manipular o que quer que tivermos! — A garota a sua frente soltou uma risada para poder disfarçar o nervoso — então, vamos lá?

O Park se divertia com aqueles seres parecidos consigo, pelo menos com eles o garoto poderia mostrar algo que era realmente bom sem se preocupar em estar quebrando alguma regra. Afinal, ele estava treinando, correto? O que havia de mal nisso?

Alguns meninos do time adversário perceberam que o rosado sabia lutar e se defender muito bem, por isso era a peça de ouro daquela equipe e começaram a levar o Jimin para um canto mais isolado para o garoto somente treinar com eles.

Eles pensam que cinco contra um vai me afetar, coitados...

O que os seis não prestaram atenção, é que se afastaram demais da zona segura, e estavam mais próximos dos dragões.

— BOLA DE FOGOOO — um dragão rugiu avisando os garotos para fugirem.

Os cinco meninos não demoraram para correrem daquela flama, mas o rosado ficou inerte, olhando aquela esfera se aproximar, lembrando-se de um fragmento de memória.

Lembrança essa que teoricamente não deveria ocorrer entre os humanos, mas não é como se o Jimin fosse um humano comum.

No exato momento em que estava inerte pelas inúmeras sensações daquela bola vermelha, o anjo gritou de dor.

A bola de fogo atacou o seu peito.

Começando a sentir o calor daquela chama que caía em sua direção, o Park olhou para trás para observar sua amiga raposa, e sua amiga fada olhando preocupados para si. O humano pediu perdão com os olhos e sorriu em forma de consolo para eles não se sentirem mal.

Agora finalmente todo esse tormento irá acabar. Woobin não mandará mais em mim, não terei mais regras para me preocupar, ou segredos para esconder. Posso não ir para o além, mas pelo menos estarei livre desse estresse que me atormenta.

Quando o fogo atingiu o Jimin, o garoto não gritou em dor, ele sentia seu corpo se desfazendo, e virando cinzas. Ao terminar aquele fogaréu, os sobrenaturais só conseguiam ouvir os gritos do híbrido, que sentia a perda pela morte do rosado.

— Não! — Gritou — por que vocês não fizeram nada? — Apontou para o grupo de raças novas com o poder de manipular as águas — vocês controlam a água, poderiam muito bem acabar com aquele fogo!

— Não, nós não poderíamos — afirmou a líder do grupo — todos aqui estamos em choque com o acontecimento, mas você viu o tamanho daquela bola, raposa? Olha como ela era poderosa, queimou até os ossos daquele humano. Nós não teríamos chances contra aquilo, seria um gasto de energia que não ajudaria em nada. Não é como se tivéssemos poder suficiente para criar uma onda de uma hora para outra, ainda não temos esse treinamento — explicou — aquele humano não era igual aos outros, e nós gostaríamos de ajudá-lo, mas não é como se tivéssemos poder o suficiente para isso. Querendo ou não, vocês que nasceram com poderes tem mais energia para isso do que nós, agora você quer culpar a gente que acabou de descobrir que pode fazer água que não ajudamos seu humaninho porque não jogamos água no fogo? Ah, faça-me o favor, e fala com a amiguinha fada dele o porquê dela não ter ajudado também!

— Onde eu estou? — Jimin olhou ao seu redor e não reconheceu aquele cômodo em que se localizava, mesmo ele lhe trazendo muito conforto.

— Você está no seu interior — o humano olhou para cima, e observou um imenso pássaro negro, no qual a ponta de suas penas tornavam-se vermelhas e depois laranjas, como se estivessem crepitando no fogo.

— Quem é você? — Park questionou, estava deslumbrado diante daquela ave, já tinha visto em alguns bestiários imagens parecidas com aquela, mas não recordava de qual espécie ela pertencia, e mesmo que se lembrasse, a figura a sua frente parecia muito mais impotente e poderosa do que qualquer outra jamais vista.

— Eu sou uma parte de você, ou melhor, agora sou — a ave observou a careta confusa do menor e tentou explicar melhor — creio que aquele demônio explicou como você foi formado — o rosado acenou a cabeça e o pássaro voltou a falar — Woobin foi muito burro de querer te mudar no laboratório de elite, mas no pouco que me recordo, você tem uma alma muito forte, então talvez tenha sido por isso que tudo ocorreu por lá... — divagou.

— Como assim? O que a minha formação tem a ver com você?

— Quando as cinzas e os chifres caíram em ti por acidente, aquele demônio se viu na obrigação de te educar, até porque, se ele quem fez a burrada, ou ele cuida de ti, ou ele tem que se resolver com o lúcifer. E o rei detesta ter que lidar com alguns sem noção igual o Woobin — a ave lembrou-se de outra coisa importante que deveria falar — Esse ser repugnante, não sabe exatamente até que ponto os seus poderes conseguem ir, mas esse não é o caso comigo e com a Beth, nós sabemos de tudo o que ocorreu conosco, mas preferimos tentar fazer você viver o mais próximo da sua humanidade possível.

— Ainda não entendi direito onde você quer chegar...

— O que estou querendo dizer, humaninho, é que nós três não queríamos estar juntos, mas as mãos daquele demônio nos uniu. O poder da Beth esteve sempre presente no seu cotidiano te auxiliando a se curar, e hoje farei a minha parte. Sou uma fênix, mas não uma qualquer, fui a líder do melhor grupo de aves e conquistamos diversas terras durante o nosso reinado, até aquele demônio vir e argh... De qualquer maneira, não tenha medo do Woobin, nós juntos somos melhores que ele, tem muita gente te esperando lá fora.

Enquanto Jackson discutia com os raças novas, as cinzas do Jimin começaram a voar em redemoinho, assustando os sobrenaturais com o indício daquele tornado. Aquela poeira começou a tomar forma, os seres ali não sabiam o que fazer e como poderiam acabar com aquela ventania que surgia de repente.

Um galho foi arrancado de uma árvore, e correu em direção a uma alcateia que estava feliz com a morte humana. A madeira atingiu um alfa que não prestava atenção ao seu redor, quebrando dois pares de costelas, o lobo uivou de dor, e todos daquele recinto começaram a se afastar daquele furacão.

No instante seguinte, o ciclone começou a girar no sentido contrário, levando consigo alguns gnomos que tentavam fugir da ventania com as suas pernas curtas. Gradualmente, o tornado diminuía e as coisas se aproximavam do solo. Naquele momento as cinzas uniam-se, e formavam o formato de uma pessoa, quando todas estavam unidas, uma rocha irregular havia sido criada.

Creck.

Creck.

Creck.

— O que é isso? Socorro, mamãe! — Um gnomo que havia caído no chão, gritava correndo para longe daquela pedra.

Creck.

Creck.

Creck.

Rachaduras estavam sendo criadas na rocha que estava sendo quebrada, alguns sobrenaturais correram para mais longe, temendo aquilo que fosse sair de lá, outros, estavam parados como estátuas, curiosos com o que viria dali em diante. Depois da primeira rachadura, as outras vieram mais rapidamente, até que aquele casulo de pedras fosse finalmente rompido, e desabasse no chão levantando poeira, dificultando a visão de alguns seres para descobrir o que estava ali dentro.

A energia daquele local havia mudado, a áurea pesada que aquilo exalava intimidava os outros sobrenaturais ao seu redor que só conseguiam ver uma leve luz rocha vindo em suas direções. Jieun logo percebeu a mudança de ar naquele ambiente, e quando as peças do que estava acontecendo se encaixaram, sorriu para a criatura que caminhava na direção deles. Finalmente ele está mostrando suas naturezas.

Em contrapartida, um certo lobo não estava nada feliz com o que se passava à sua frente, ele gostaria que aquela aberração partisse logo e que nunca voltasse a vê-lo durante sua existência.

— Olá, amigos, quanto tempo! Acredito que nem todos estão conseguindo me ver direito com essa poeira, me desculpem, vou ajudá-los — bateu palmas, e com a energia da água que adquiriu durante seu convívio com um dos seus colegas fez uma chuva surgir, abaixando o pó ao seu redor.

Com a sua visão aperfeiçoada, o Park pôde observar sobrenaturais com habilidades inferiores arregalarem os olhos diante de si, o não tão humano, por consequência, dirigiu um sorriso sarcástico para eles.

— Acho que já está bom, nem todos aqui são à prova d'água e seus poderes se limitam diante dela — Jimin olhou em direção aos dragões — aliás, gostaria de saber qual de vocês atingiu a bola na minha direção — os dragões se afastam, e um dragãozinho encolhido aparece para o rosado — gostaria de te agradecer, não tinha a intenção de aparecer agora — na verdade, nunca se eu não tivesse conhecido a dona fênix — mas gostaria que você prestasse mais atenção onde joga as coisas, sua sorte é que foi em mim, porém se fosse outro ser a coisa poderia ser diferente, tu é só um baby dragon, para um ser da água te detonar é em um, dois.

— Hum... vamos ver o que vou querer comer — percebeu que agora estava na sua vez de efetuar o pedido — olá, dona bruxa, vou querer beber água destilada energizada pela lua nova, e um jjamppong bem picante e com bastante frutos-do-mar — olhou de relance para os dragões que se divertiam comendo sua sopa de lava, e se imaginou comendo eles naquela sopa de macarrão e os derrotando com seus poderes marinhos — obrigada senhora, até amanhã!

Preciso comer algo bem nutritivo para repôr minhas energias...

Não muito longe dali, uma fada de asas amarelas percebe que o rosado estava indo em direção à mesa dele com uma refeição maior do que o comum. Prevendo que o Park estava fazendo isso por utilizar os seus poderes, Jieun pede uma bebida extra e caminha em direção da mesa que o humano sentou.

— Licença, posso sentar aqui com vocês? — Os sobrenaturais à mesa estranham, mas permitem que a de asas amarelas lanche com eles — obrigada — a fada percebe que ambos os lugares ao lado do amigo estavam ocupados, então a alada arrasta Jongsu para a esquerda e senta ao lado do garoto — Jimin depois daquele susto que você passou, sua pressão deve ter abaixado, toma esse suco aqui que vai te ajudar a melhorar!

O mais alto aceita a bebida oferecida pela amiga, e bebe um gole. O humano sorri de canto percebendo que os efeitos do líquido já estavam acontecendo tirando aquele cansaço de si. Os amigos do mais novo estranhavam a interação daquela fadinha egocêntrica com a sua pitaya, mas preferiram não dizer nada por enquanto e observar o que ela realmente quer com o rosado.

— Jimin como assim sua pressão baixou? O que aconteceu hoje mais cedo? — Perguntou Lisa preocupada.

— Ah, não foi nada de mais... — lembrou do que a ave havia dito para si, e que não precisava temer o Woobin — eu só, acho que estou me encontrando, entende? Querendo ou não, vim aqui para descobrir o que sou.

— Jackson tu é da sala do Jimin, acaba logo com esse suspense! — Aisha exclama para o amigo, em contrapartida, a fada solta um risinho — o que quê tem Jieun?

— Vocês não souberam das notícias? Achava que a fofoca rolava à solta por essa escola! Hoje na sala de treinamentos, enquanto eu estava com algumas fadas fazendo uma árvore crescer mais forte, os híbridos lutando, os raças novas sem poderes brigando entre si, um filhote de dragão matou um aluno por acidente...

— Isso é verdade? E ele não foi advertido? Que eu saiba pode acontecer qualquer coisa na sala de treinamento, menos a morte de alunos... — comentou Doyun

— Então, o mais esquisito está aqui, parece que a espécie extinta ressurgiu das cinzas — a fada tornou a falar — tecnicamente, ninguém foi assassino de ninguém.

— Não entendi aonde o humano entra nessa história, Jackson fala logo, por favor! — a raça nova de metamorfo suplica.

— Espera, aí! — Jongsu exclama percebendo aonde a garota ao seu lado queria chegar — ele não é o que estou pensando, é? — Perguntou para a fada, deixando Lisa cada vez mais curiosa.

— Não, ele não é isso daí, porque se fosse ele não poderia criar uma chuva de repente, isso é uma habilidade dos aquáticos.

— Mas ressurgir das cinzas é habilidade somente deles — o telecinético rebateu.

— O menino é muito novo para sair do ovo de uma, toda a sua espécie foi extinta na era demoníaca, então a opção de híbrido já está excluída. Agora, se for um talento que já estava na família, mas por ser um gene recessivo, o Jimin só teve a sorte de adquiri-lo... — Jieun e Jongsu viram suas cabeças para perguntar ao rosado.

— Nem inventa, meus pais eram dois humanos, humanoides, humanóculos, — e um demônio desastrado que corrompeu a minha alma e elaborou mais sei lá o quê comigo completou na sua cabeça — a única coisa que me trouxeram de especial foi o treinamento para a guerra.

— Como foi a aula prática com o professor Cha, queridos — a professora Kim perguntou — sinto a mente de vocês eufóricas, querem me contar o que houve de interessante?

Os alunos se entreolhavam em expectativa, não sabendo quem contava, ou se falavam alguma coisa.

— O humano não é humano! — Uma bruxa soltou a fofoca animada.

— É verdade professora, sem querer o baby dragon atingiu o Ji com uma bola de fogo, e ele virou cinzas! — Uma raça nova que estava lutando no time do Park complementou, deixando o garoto desconfortável com o rumo da conversa.

— Depois o Jackson ficou brigando com a Lee, sobre ela e o grupinho delas terem usado ou não o poder da água delas para apagar a bola de fogo, mas todos sabemos que os raças novas não têm poder suficiente para nada, elas mal devem conseguir encher um copo d'água — os amigos do baixinho riram do comentário maldoso — de repente começou um tornado que levou eu, e os hyungs!

— No começo até pensei que fossem as fadas que controlam a natureza, mas elas não deixariam a árvore delas ser quebrada... — uma aluna comentou.

— Sim! O galho de vocês quebrou algumas costelas do alfa do grupinho do Hyuk — conforme os alunos fofoqueiros falavam, mais pessoas que eles deixavam desconfortáveis apareciam no meio do caminho.

Jimin ainda não queria que os outros falassem sobre a sua suposta espécie, o baby dragon não estava feliz com o acidente, Jackson não quis brigar com a Lee, mas com seus ânimos aflorados não pôde evitar, as raças novas podem ainda não ter muita força nos seus poderes, porém eles acabaram de conhecer o seu dom e com prática poderiam melhorá-lo, as fadas, mesmo que ocasionalmente gostem de praticar travessuras, nunca quiseram criar um desastre natural por diversão. A professora telepata, prevendo como a turma ficaria no final de toda a conversa, resolveu acabar com aquilo e iniciar logo a aula.

— Está bem galera — a telepata, sem querer lê a mente de um aluno que estava pensando sobre o que o Park fez na aula prática, e arregala os olhos — Hoje iremos falar sobre a era demoníaca. Para conseguirem o seu poder diante dos sobrenaturais daquela época, eles extinguiram diversas espécies, como as ninfas, fênix e dragões d'água, alguns povos conseguiram se recuperar e sua população está deixando o estado de extinção como os unicórnios, elfos e a kitsune que essa em especial falta pouquíssimo para voltar ao seu estado populacional adequado.

— Professora, mas como os demônios matavam essas espécies? Eles escolhiam aleatoriamente?

— Claro que não! Eles buscaram as espécies mais poderosas para abalar a população, e depois as mais populosas. Se você é uma criança e perde os seus pais que são as figuras mais fortes e protetoras para si, depois perde seus amigos e familiares que poderiam te ajudar caso qualquer coisa acontecesse contigo, a criança ficaria abalada porque não teria mais ninguém para cuidar dela, e ela deveria aprender a fazer isso por conta própria — Jimin respondeu, lembra de ter ouvido isso do Woobin, e dele se vangloriando de como aqueles tempos os sobrenaturais os respeitavam mais.

— O Park não está errado, com as camadas mais populosas e as mais poderosas aniquiladas, era mais fácil convencer a classe mais frágil, já que eles não teriam para onde correr.

— E onde estavam os anjos? Eles não deveriam ter o trabalho de segurança? — Perguntou um vampiro.

— Sim, atualmente alguns seres como os anjos têm trabalhos obrigatórios, naquela época, estavam no céu resolvendo questões internas lá de cima, mas quando terminaram, viram a catástrofe que aqui via se tornado.

— O que aconteceu? — O gnomo perguntou.

— Escravidão, e serzinhos insignificantes como vocês que só servem para esconder um pote de ouro. Ah, não, espera, esse é o trabalho dos duendes, seus primos ricos! Então vocês eram usados para coçar os pés e os dentes dos demônios, já que até os jardins não servem para enfeitar, por ficar tudo feio! — Jieun responde, ela ainda não superou o que aquele demônio falou para os raças novas, aqueles seres pelo menos manipulam a água, e eles que não faziam nada, só eram nanicos que mal enfeiavam as plantas sendo expulsos pelas fadas por isso.

— Ora, sua...

— Vai fazer o quê? Cuidado que eu e as minhas amigas fazemos um tornado, e você e sua trupe de 50 cm vão voando até o Alasca! — O resto da turma começa a rir.

— Gente, ordem, vamos voltar para a aula...

— Vocês souberam da novidade de hoje? — O senhor Cha entra na sala querendo contar a notícia do dia.

— Você vai falar sobre o garoto que não é humano, mas dizia que era? — Soo ah corta a graça do mais novo.

— Ué, como souberam? Isso aconteceu faz algumas horas — o semideus soltou em muxoxo.

— Senhor Cha, você entrou aqui faz pouco tempo, mas daqui a pouco irá aprender que aqui a fofoca rola a solta! Quando o Jimin entrou na escola, eu e a ogra ficamos conversando sobre como iríamos ensinar um humano que não sabe o básico do nosso mundo. — A Kim explicou.

— No terceiro dia aqui, ficamos fofocando sobre como esse garoto conseguiu demitir a outra professora da prática, que fez você ser contratado no lugar dela.

— Também ficamos chocadas quando descobrimos que aquele humano conseguiu acalmar o Jackson para não bater no Hyuk, aqueles dois não precisam de muito para saírem no soco!

— De qualquer forma, diga a sua descoberta, que não é mais descoberta — a telepata ri do próprio comentário.

— Creio que vocês então já sabem, que o Park foi atingido por uma bola de dragão, virou cinzas, criou um tornado, ficou preso em um casulo de rochas, quebrou aquilo e saiu de lá com os olhos roxos, sua áurea deixaria até Zeus intimidado e depois criou e acabou com uma chuva como se fosse filho de Poseidon.

— Espera aí, minha turma só disse que o menino havia criado uma chuva, essa parte dele ser filho da fênix eu não sabia não, e você telepata? Se bem que tu devia saber da história inteira, hoje deu aula pro Jimin — A ogra comentou.

— Pior que não Soo ah, aquele serzinho bloqueou a minha passagem na mente dele.

— Mas quem pode fazer isso não é somente os seres mentais professora Kim? — Questionou o semideus.

— Isso que não faz sentido na minha cabeça, historicamente, o menino nem poderia ser filho de uma fênix, pois foram extintas a praticamente um milênio atrás, a ressurreição dele não bate com nada parecido escrito nos bestiários, e não é como se tivéssemos muito dados sobre essas aves, pois durante a era demoníaca muitos arquivos foram perdidos. Tudo nesse menino não faz sentido, ele lê áureas, cura mais rápido do que o normal, pode controlar a água, tem um conhecimento sobre nós, fora do comum, e agora também é uma espécie de fênix? Parece que ele está brincando conosco, quando cada vez pensamos que estamos chegando a uma conclusão sobre o que ele realmente é, depois voltamos para a estaca zero. — A Kim solta um suspiro sôfrego.

— Oi filhote, como foi o dia hoje? — Jungkook pergunta assim que pega o mais novo da escola.

— Hoje o dia foi legal, tivemos aula prática e fiquei lutando com alguns raças novas que ainda não descobriram o seu dom, e também começamos a ver sobre a era demoníaca...

— E não teve mais nada de interessante? — Abriu a porta do carro e sentou no banco do motorista.

— Hum... será que eu conto? — O rosado fez suspense — acho que se eu for falar agora é capaz de você causar um acidente com esse cômodo ambulante — deu risada — me conta como foi o seu dia.

— Hoje eu e os meninos treinamos para manter o nosso corpo em forma — tirou um braço do volante — olha como está o meu bíceps!

O Park toca no braço do amigo e exclama:

— Ele está durinho! Vocês treinaram bastante hoje, né?

— Depois ajudei um pessoal com um negócio do serviço, mas estava pensando de comer fora hoje, o que acha? — Sugeriu para o mais baixo, não estava com paciência de fazer comida hoje, e não queria que o seu filhote fizesse a janta sozinho — aí você só deixa a sua mochila em casa, e tira o uniforme e podemos sair, tudo bem?

— Ok, hoje vamos comer fora! — Cantarolou feliz.

O resto do trajeto ocorreu tranquilamente, Jeon dirigia com cuidado e o garoto ao seu lado falava sobre as coisas que avistava pela rua chamando a atenção do híbrido de lobo.

Quando chegaram em casa, o humano foi até o seu quarto e deixou sua mochila em cima da cama, abriu o armário de roupas, escolheu uma camiseta branca de algodão com um jeans rasgado no joelho e uma jaqueta peluciada na cor creme. Enquanto descia as escadas, Jungkook o esperava na sala respondendo algumas mensagens no seu telefone.

Assim que o alfa observou o seu amigo com as roupas trocadas, lançou-lhe um sorriso e dirigiram-se para fora de casa.

— Kookie, estava aqui pensando, os cômodos ambulantes diminuíram quando os aéreos puderam voar sem preocupação de serem vistos como estranhos, né?

— Sim, antigamente a cidade vivia lotada de carros, quando alguns seres puderam usar as asas para se locomover auxiliou na diminuição do trânsito e na saúde do ar, já que não precisavam mais depender dos veículos para chegar mais rápido nos lugares.

— Isso também ajudou para os seres que têm supervelocidade, certo? Assim não precisariam mais ficar correndo devagar para ser aceito em uma velocidade humana.

— Sim, sim, o Usian Bolt deve amar essa notícia quando vier para a Coreia.

— Como assim vier para Coreia? Achava que todos os países estavam iguais ao nosso.

— Não, a grande revolta aconteceu somente entre as duas Coreias, depois elas se uniram em uma só, e por fim aqui ficou conhecido como o país que você pode ser livre e mostrar quem tu realmente é. — Jeon explicou.

— Pena que aqui os humanos não são muito bem respeitados... — Jimin soltou, e o outro entendeu, mesmo que ele não fosse mais um humano.

— Chegamos — o alfa falou para mudar de assunto — vamos entrar?

— Sim, sim — o rosado saiu do veículo.

Na entrada do restaurante, um funcionário impediu a entrada do casal de amigos dizendo que o chefe do local não permitia a entrada de animais de estimação no estabelecimento.

— Sinto muito senhor, acredito que você cometeu um erro — Jimin começou a falar — eu sou tudo, menos um animal de estimação — olhou o ser a sua frente de cima a baixo — hoje eu já fui atingido por uma bola de dragão, não estou com muita paciência para essa chatice numa hora dessas — desejou que o cabelo daquele tritão começasse a pegar fogo, e no instante seguinte aquilo estava sendo realizado — nossa detesto sereias e tritões. Ai, ai, que dia bom para comer peixe assado, você não acha Jungkook? — Começou a entrar no restaurante.

— Jimin deixa eu saber se eu ouvi bem — o mais baixo olhou para o rosto do acastanhado enquanto continuava caminhando em direção da mesa escolhida — hoje você foi atingido por uma bola de fogo? De um bendito dragão? Eu ouvi isso direito?

— Ah, foi isso sim Jungkook, eu ia contar isso pra você em casa, mas tudo bem falar por aqui! — Sorriu para o mais velho e sentou na mesa escolhida. Durante o trajeto, o humano modificava a mente dos sobrenaturais ao seu redor para não se lembrarem do ocorrido na entrada, e acreditarem que ele era um humano.

— O cardápio, senhores — o garçom entrega o menu, e vai para um lugar próximo para o casal chamá-lo quando decidissem o que comer.

— Obrigado — o rosado sorriu, e voltou a falar com o amigo — bom, acredito que você vá se espantar, mas depois tu ficará feliz, afinal, eu estou inteiro, não estou? — Jungkook não gostou muito do rumo da conversa, e o Jimin começou a folhear o cardápio despretensiosamente — se lembra da outra vez que eu disse que a minha alma foi corrompida? — O alfa concordou, e ainda não se sentia bem do seu filhote não ser algo estável, pois almas que se conhecem de vidas passadas se reconhecem mais facilmente nas vidas futuras quando não são modificadas, para poderem continuar juntas nas vidas atuais, quando alguma alma é corrompida o caso difere, e o amante que era da sua vida anterior pode se tornar o seu pior inimigo da atual — hoje tive uma lembrança do além, quando ainda não fiquei desse jeito.

— Como você conseguiu se lembrar de algo que aconteceu antes do seu nascimento? — O híbrido de lobo questionou curioso.

— Acredito que isso aconteceu por eu ser do jeito que sou — soltou uma risada — quando a bola de fogo vinha em mim, fiquei preso na mesma cena de quando ainda era um anjo, quando voltei para mim, sentia até os meus ossos virarem cinzas — o rosado parou na parte do cardápio que servia peixes — será que aqui servem carne de sereias? Acho que não, se na escola não dão carne de lobisomem porque é canibalismo, acredito que com as sereias seria o mesmo, poxa... — fez um bico.

— Jimin, as pessoas estão olhando!

— Deixe elas olharem, não tenho culpa que o dono daqui não sabe escolher bons funcionários — fechou os olhos e suspirou, e com o seu convívio com a professora Kim, modificou a cabeça de todos para fingirem terem ouvido uma piada sem graça — de qualquer forma, quando restaram somente as minhas cinzas espalhadas pelo chão, conheci um pássaro que me fez voltar a vida, mas quando meu corpo havia voltado em carne e osso, me vi preso em um casulo de pedras, mas a voz do pássaro dizia para eu bater naquilo e assim fiz — fechou os olhos e suspirou novamente fazendo com que as suas íris voltem para a coloração natural — garçom! Poderia me entregar um copo de água por favor? Nossa, a minha garganta secou agora!

— Filhote, desde quando os seus olhos mudam de cor? — Jeon perguntou surpreso com o que vira.

— Você não se lembra? Ah, verdade, da outra vez deixei meus olhos fechados para ninguém perceber a minha mudança nas íris — o garoto deu uma risada — depois da minha ressurreição estou testando coisas diferentes...

Ou esperando que certo alguém apareça logo para acabar com ele quanto antes...

— Enfim, estou considerando pedir o rodízio, você me acompanha? — O rosado sugeriu.

Jungkook concordou com o amigo, mas imaginou que a conta no final do dia não seria nada empolgante. O mais novo se deliciou com o cardápio de proteínas e carboidratos, e o híbrido de lobo imaginou como que aquele pitico de gente aguentava tanta comida na sua barriga, quando terminaram de comer, se dirigiram para o caixa, mas foram parados por uma voz.

— Pitaya, você por aqui? E quem é o grandão ao seu lado? — Jongsu abraçou o amigo, e o alfa ao seu lado segurou um rosnado.

— Oi, o Kookie me trouxe hoje para jantarmos fora, estávamos indo para o caixa agora, você veio comer também? — Cumprimentou o amigo.

— Que nada! Esse é o meu restaurante, espero que a janta tenha lhe agradado, tentamos oferecer comida para todos os seres! — Sorriu — de qualquer forma, não precisam pagar não, veja isso como o meu presente pela ressuscitação!

— Obrigado Jong, a refeição estava ótima! Até amanhã — Jimin agradeceu e o casal saiu do restaurante.

— Quem era ele? — O alfa perguntou no carro.

— Jongsu, ele é um telecinético, e já está em uma turma mais avançada, mas a gente senta junto no recreio — Park explicou — ele é legal, mas às vezes sinto a áurea dele meio estranha, e fico na dúvida se é porque ele está sobrecarregado, ou é um raça nova que nem você — Jungkook para o carro de repente.

— Desde quando você sabia que eu era um raça nova? — O acastanhado pergunta para o rosado — acho que nem o Jin sabe que sou um, e só os mentais conseguem ler isso. De onde você descobriu?

— Como que o Jin saberia sobre isso? — O garoto parou um tempo para raciocinar — ah, é porque estaria escrito na sua ficha hospitalar, verdade. Mas eu meio que descobri isso quando estava na escola, que os raças novas tinham a áurea parecida com o dom dele, mas era como se não estivesse exatamente completa, já que vocês não nasceram assim, foram transformados então acaba que vocês não são mais naturais... é, somos parecidos de certa forma, somos o casal de mudados — deu uma risada para aliviar o clima.

— Um casal de mudados... — testou as palavras na sua boca, por fim, gargalhou também.

Em casa, Jimin apressou-se para entrar no próprio quarto e gravar um vídeo na sua câmera contando com todos os detalhes como foi o seu dia e o que aconteceu consigo, depois que terminou a gravação, arrumou as coisas para o dia seguinte, colocou o seu pijama, e foi para o quarto ao seu lado fazer companhia ao seu amigo.

— Kookie — pulou na cama do mais alto — hoje posso dormir no seu quarto?

— Claro filhote, mas aconteceu alguma coisa? — O mais velho questionou preocupado.

— Não se preocupa alfa bobão! Só quero dormir com você, e mesmo se acontecesse qualquer coisa comigo, sei que tenho você para me ajudar — sorriu.

— Aish garoto fofo! — Abraçou o mais novo — então vamos dormir, se não morderei uma fofura dessas! — Jungkook apagou o interruptor, e os amigos dormiram abraçando mutualmente.

Jimin acordou com fungadas no seu pescoço.

— Jungkook o que você está fazendo? Faz cócegas! — Colocou suas mãos no peito do amigo, e o afastou de si para não ter uma crise de risos.

— Você saiu de madrugada para comer? — O fungador perguntou.

— Não, por quê? — O rosado lhe encarou com uma carreta confusa.

Antes de responder o mais novo, Jeon respirou fundo e falou:

— Você está cheirando a bolos e marshmallows. Tem certeza que não fez nada de madrugada? — Questionou novamente.

— Não, Jungkook, não sai de madrugada, a não ser que agora eu tenha virado sonâmbulo, e ando fazendo coisas enquanto estou dormindo! Mas e se eu tivesse realmente ido comer de madrugada, tem algum problema?

— Problema não tem, só não é muito legal comer nesse horário porque você está dormindo, eu só estava curioso mesmo, e quis perguntar! — O alfa coçou a sua nuca.

— Bom, vou tomar o meu banho, daqui a pouco tenho aula, e você deveria começar a se arrumar também, tu também trabalha! — Jimin saiu do quarto e foi até o próprio banheiro se preparar para o colégio.

— Tchau, Kookie! Te vejo mais tarde — beijou a bochecha do alfa, e esperou ele ir embora para seguir caminho até a sua classe.

O que o garoto não imaginava, é que durante o seu trajeto, atraía o olhar de diversos híbridos para si, alguns fascinados por ser o garoto que reviveu, já outros, dirigidos principalmente por alfas e betas pelo perfume que o seu corpo exalava.

— Pitaya! Tudo bem? — Jackson fungou — passou um perfume novo? Você está cheirando a bolos e... marshmallows?

— Você também Jackson? Hoje de manhã o Kookie estava jurando que comi isso de madrugada porque para ele eu estava cheirando isso.

— E não está? Se duas pessoas te disseram o mesmo, isso já é um sinal, quer ir à sala do Doyun confirmar? — O híbrido propôs.

— Podemos sim — concordou.

Durante o caminho, Jackson percebeu que muitos híbridos observavam o Park com outros olhos, tentando evitar tal constrangimento para o seu amigo, colocou seu braço por cima dos ombros do mais baixo. Jimin estranhou de primeiro momento, mas não fez questão de perguntar o motivo, imaginou ser um abraço entre amigos, portanto, abraçou a cintura da raposa com a sua destra.

— Jackson! Pitaya! Como estão? — Doyun cumprimentou os amigos que haviam acabado de entrar na sua classe — Jimin desde quando tu começou a cheirar igual a ômega?

— Há! Está aí a sua resposta pitaya — Jackson exclamou.

— Resposta? Resposta de quê? — O híbrido de leão perguntou confuso, já que não sabia o que estava acontecendo entre os dois.

— Quando acordei, o Kookie falou que eu estava cheirando diferente, mas não dei muita importância, quando o Jackson me viu disse que passei perfume, e agora vindo aqui você só confirmou o que eles já andam dizendo — o rosado explicou.

— Será que você é um híbrido? Tipo, sei lá, de lobo com sereias? — Doyun sugeriu.

— Eca, detesto sereias — Park fez careta, o que aos olhos dos dois híbridos, só o deixou ainda mais fofo — e outra, meus pais eram humanos, não tinha como isso acontecer — repetiu o que havia dito no dia anterior.

— E se tu for adotado? Seus pais verdadeiros poderiam ter te deixado por não conseguirem te sustentar, e aí seus pais humanos cuidaram de ti... — a raposa teorizou.

Sem chances, meus pais me quiseram tanto, que até fizeram um pacto com o demônio para isso acontecer!

— Se esqueceu que vim do final da antiga era e vocês ainda viviam escondidos? Se meus pais fossem sobrenaturais, eles não poderiam me enviar para um casal de humanos qualquer!

— Mas e se eles conhecessem os seus pais, e pudessem contar para eles o que acontecia?

— Difícil, a minha infância inteira vivi trancado em casa treinando para uma guerra que estava prestes a ocorrer com os meus pais, não via eles saindo de casa para conversar com supostos pais sobrenaturais para falar como estou.

Na verdade, vi, sim, e ele tem nome e sobrenome: Kim Woobin.

— Mas se seus pais eram humanos, a sua parte sobrenatural surgiu do meio de Judas? Você tem que ter uma linhagem sobrenatural aí pitaya, pensa bem, nenhum deles agia meio estranho? — Doyun perguntou.

— Os dois para mim já eram estranhos quando acreditaram na previsão de uma vidente que dizia que uma guerra iria acontecer e me privaram de sair de casa, e em todos os anos que aquilo não acontecia, eu acreditava que ela era uma charlatã — o sinal de início às aulas é tocado, e os três são obrigados a se despedir — tchau Doyun, até mais tarde!

— Até!

Os dois amigos caminham até a sala de aula, depois sentam nas suas carteiras. Jieun espera o rosado arrumar sua mesa para falar:

— Olá, falso humano, vejo que hoje você está com um perfume novo!

— Falso humano? — Park se virou de costas para encarar a fada — como assim?

— É, ué. Tu não é um humano, não é? E isso eu já sabia desde o começo, só ficava na dúvida para descobrir se você era um ser inútil como um gnomo que não serve para nada, e como você já sabia disso preferia ser tratado como humano, ou se tu era alguém muito poderoso e que queria esconder isso de todos para não ser descoberto — a de asas amarelas sorriu — e eu sabia desde o primeiro dia que você entrou nessa sala, que você não era nenhum sobrenatural que a gente pode jogar no Alasca e que você não fará falta.

— E o que te fez acreditar nessa ideia? — Jimin questionou curioso.

— O Hyuk é chatinho, mas ele não mexe com qualquer um que dá na telha, ele sabe que só pode brigar com híbridos predadores nas aulas práticas, também teve o fato de você conseguir ler áureas e saber de quais espécies somos, fingir não saber nada quando já sabia de tudo, seu jeito de se portar como se estivesse tendo que se controlar para não se prejudicar... tudo em você indicava estarmos tratando com uma espécie superior, agora vem a questão: O que você é Jimin, o que você realmente veio fazer aqui?

Diferente dos seus amigos, Park não fez questão de reparar na quantidade de olhares fora do comum que eram direcionados para si.

— Aish, parece que esse povo acabou de encontrar o balde de ouro por detrás do arco-íris — Lalisa reclamou quando foi sentar na mesa com a sua refeição — Jimin, você não se incomoda?

— Me incomodar com o quê? — O garoto olha para a sua amiga em confusão.

— Com esse bando de seres olhando para ti como se essa fosse a sua primeira vez na escola! — A garota suspirou em desânimo — aff, quando você chegou as pessoas não queriam nem saber de chegar perto de ti, agora, depois de ontem, parece que tem uma placa em cima da cabeça delas escrito "onde está o Jimin?" — a loba ri do comentário da metamorfa — concorda comigo Aisha, que esses daí tinham que procurar mais o que fazer?

— Confesso que está sendo irritante, mas também é um pouco interessante ver como os outros mudam da água pro vinho, mas não se preocupa tanto não! Creio que logo, logo esses daí se acalmem e tudo volte a mais ou menos como era antes. Isso está assim porque é novidade, e todo mundo acreditava que o Ji era um humano — a loba analisa o mais novo de cima a baixo — o que não é o que parece, daqui a um tempo tudo se ajeita!

Nesse exato momento o rosado estava esperando o Jungkook chegar na escola para voltarem juntos para casa. No começo, o garoto não estava se importando com os outros lhe observando, para ele, era melhor olhar e não fazer nada do que ficar querendo arrumar briga consigo, mas quando os seus amigos começaram a se mostrar incomodados, o humano preferiu que aqueles seres fossem mais discretos.

Não queria testar novamente se conseguiria mudar a cabeça dos outros sem ativar o seu lado mágico, afinal, do que adiantaria de qualquer maneira se nem todos os alunos estavam no colégio? Quando realizou isso ontem no restaurante, teve que comer mais do que o habitual para repôr as energias, então decidiu usar suas habilidades na personificação de humano somente em casos extremos em momentos que necessitasse ficar escondido.

Jungkook quando chegou no colégio e viu o Park na entrada perdido em pensamentos, decidiu assustá-lo e cheirou os fios da sua cabeça que lembravam algodão-doce.

O alfa só não esperava como resposta levar um soco no seu peito...

— Ai, Jimin, isso dói! — Choramingou o acastanhado.

— Isso, quem mandou me dar um susto! — Cruzou os braços, e fez um biquinho emburrado, só não percebeu que o amigo à sua frente começou a encarar a sua boca e que o seu lobo estava louco para beijar aqueles lábios.

Mas, espera aí, ele não era o nosso filhote?

Que filhote o quê! Esse ômega está longe de cheirar igual ao nosso filhote!

Lobos! Mas até ontem-

Até ontem esse corrompido estava escondido no casulo e fazendo bagunça na minha cabeça, acredite em mim Jungkook, eu conheço esse cheiro de algum lugar, e eu sei qual cheiro meus filhos lupinos teriam, e está longe de ser... bolos, e marshmallows...

— Jungkook? Ei, Kookie? Você está perdido em Marte alfa? — Estalou os dedos pequeninos na cara do Jeon — Finalmente você acordou Kookie! Estava prestes a chamar os deuses para virem me ajudar a te fazer acordar — deu risada — estava pensando em quê?

— Em como quero te bei- — parou de falar ao perceber que iria dizer coisa que não devia — em como quero continuar sentindo o seu cheiro, Jimin tem certeza que você não comeu bolos e marshmallows?

— Não alfa — deu risada — agora vamos para casa, não vejo a hora de jantar! — Caminhou em direção ao seu cômodo ambulante, porém sentiu a falta de alguém ao seu lado, e observou o alfa parado olhando na sua direção — você não vem? Olha que como tudo sozinho!

Jungkook riu, e se aproximou do Jimin para levá-los para casa.


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Demorei para voltar, no entanto trouxe um capítulo bem recheado para vocês heheh

A partir daqui eu sinto que as coisas vão ficando cada vez mais interessantes... aiai kakakakakak

Se tudo der certo, vejo vocês na próxima semana, até mais!! ^-^

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