🔸 Capítulo 7🔸
Melyssa Collins
🔸🔸🔸🔸
Depois de surfar o dia inteiro, o Luke ainda entrou no mar, na tentativa de falar comigo; porém, como eu ainda estava sentindo um turbilhão de emoções ao mesmo tempo, eu neguei. Disse para ele se afastar, que eu queria pensar.
Aquele choque de realidade na sua casa, com a minha agressividade em falar com a moça, com a tal da delegada, não era uma reação comum para a minha pessoa, eu não era assim. Entender o que é que estava acontecendo comigo, estava se tornando cada vez mais difícil com a presença constante do Luke na minha vida. Eu precisava me afastar.
Assim, o Luke me respeitou, como sempre. Ainda bem que ele sabia, quando tinha que me dar um tempo. Logo, eu fui para a minha verdadeira casa e deixei ele lá sozinho na praia, com a sua admirável Fernanda. "Sozinho", entre aspas, não é? Porque era só uma forma de amenizar o real significado daquilo. Logo, eu também não sabia o porquê de me importar tanto com isso.
O Luke sempre teve várias mulheres. O seu jeito brincalhão e esportivo de levar as conversas, sempre as conquistaram e as direcionavam diretamente para a sua cama; além, do seu jeito estiloso e atraente de andar em uma calça Armani social masculina. Maldita bundinha redondinha. Ele bem que poderia me dar ela, não é? Eu sei que eu seria muito mais gostosa que aquela Fernanda. Os peitos e olhos dela eram lindos. Merda! Porque é que eu estava pensando sobre nisso?
Bufo de raiva, ao ver que eu estava mais uma vez com os pensamentos voltados para aquela maldita manhã na praia, do Rio de Janeiro. Eu bem que poderia esquecer aquilo e seguir com o meu trabalho, não é?
— Ih... que gringo te mordeu para você está assim, hein? Parece até o Pumba, bufando de raiva... — A Ravena chega de supetão ao meu lado, logo após ela ter mostrado a um dos hospedes, onde ficava o restaurante com vista panorâmica para o jardim.
— Eu não estou bufando de raiva e nem pareço com o Pumba, do Rei leão! — Olho para ela com cara de quem não fez nada e indignada, por ela ter me comparado a um javali. Não, que eu não gostasse da atração cênica do personagem ou do filme propriamente dito; o que no caso, eu amava; mas era porque eu não queria admitir que estava bufando de raiva e nem o motivo, de eu está realmente fazendo isso.
Contei a Ravena o que aconteceu comigo naquela noite do evento e ela ficou revoltada, por ela não ter percebido antes o quanto aquele cara, o Ângelo, era repugnante e desmiolado. Ele era um doente, só podia. Enfim, graças a Deus que ele não tinha mais nos dado as caras por aqui; pois sabe lá, o que ele poderia falar ou fazer a respeito daquela noite. Logo, eu também não saberia como agir diante dele.
— Você está sim, bufando e parecendo com o Pumba... Só faltava agora, as presas, para ficar ainda mais atrativa. Já sei!!!! O que você acha, de se apresentar no salão e fazer algum tipo de flash mob, representando o bumba, do Rei leão? Eu posso ser o Timão, com a minha cinturinha afinada. — Ela gesticula como se realmente estivesse tendo uma bela ideia naquela hora. — Claro que você seria a atração principal, mas, com certeza eu faria um dueto com você, cantando Hakuna Matata. Já pensou? Seria maravilhoso, as pessoas iriam ficar abismadas conosco!!! — Ela exclama.
— Ravena!!! — Eu chamo a sua atenção e duvido mesmo, que ela não faria exatamente isso que estava falando. Ela era louca, doidinha de pedra. — Eu não estou parecendo o Pumba, porque ele não bufa... Ele é um Javali. E eu não vou me meter nessas suas presepadas, de flash mob; isso já é antigo amiga...
— Ah, qual é? Seria legal... — Ela resmunga balançando o meu braço e parecendo realmente frustrada. — E todo bicho bufa. Olha você? Está agora bufando que nem uma cobra. — Ela insiste mais uma vez, em me comparar com um animal.
— Sua louca!! — Sorrio já perdendo a compostura com ela e desfazendo a minha cara feia. Eu a amava mais do que todos os meus amigos; tirando o Luke, já que ele era bem mais que meu amigo, ele era da minha família. Lembro-me dele e já bufo novamente de raiva.
— Está vendo!! Você já está bufando mais uma vez... O que foi, vai!! Eu juro que vou ouvir caladinha. — Ela faz sinal de rendição e imitando passar um flash invisível na boca.
— Ah... não é nada, é só que... — Quando penso que finalmente eu poderia me abrir com alguém e falar sobre o que é que estava acontecendo, eu ergo a minha cabeça e olho para além das suas costas, notando que eu estava vendo uma pessoa na qual eu não gostaria de estar enxergando naquele momento.
A minha voz trava e não sei mais o que falar. Tudo sumiu da minha mente.
— O quê?? Melyssa... o que você está vendo... — Ela nota que eu observava alguma coisa atrás dela. Logo, ela vira o rosto e segue na direção do meu olhar. — Ângelo. Merda!!! O que será que ele está fazendo aqui? — A Ravena já resmunga um put* que pariu e continua a falar. — Ele deveria já está preso ou internado em algum manicômio da vida. — Ela esbraveja irritada e já perdendo a paciência com ele.
Eu tento reunir todos os meus pensamentos e ligar aquilo a alguma coisa que fizesse sentido naquele momento, mas nada vinha na minha mente. A única coisa que me fazia pensar, era que ele havia vindo até aqui, para tentar se vingar de mim, por ter lhe tacado uma bela de uma tamancada na cabeça.
Por Deus! Esse homem não desistia nunca?
Vejo o Senhor Bartolomeu, nosso supervisor, vindo na nossa direção; e junto com ele, o Sheik Omar, com os seus seguranças e o seu amiguíssimo de negócios, Ângelo Cortês.
O que ele queria vindo com toda essa comissão? Me julgar? Jogar a culpa em mim ou me fazer ser demitida? Dizendo-lhe que eu lhe abusei e depois eu o espanquei, para poder me safar dessa e sair como a inocente da história?
Aquilo parecia tão louco na minha cabeça, que eu não sabia mais o que pensar. Apenas esperei e sentir aos poucos, o meu sangue se esvair do meu corpo. Me segurei fortemente em Ravena e ela, apenas retribuiu a minha força e se pôs na minha frente, na tentativa de me proteger do olhar asqueroso daquele homem.
— Olá, senhoritas! Esse aqui é o Sheik Omar, um dos nossos convidados da semana passada, onde aqui mesmo, no Hotel Golden Palace, organizamos o seu trigésimo aniversário de vida. — O senhor Bartolomeu sorrir, fazendo as formalidades de sempre, na qual não precisávamos.
— Sim, sim!! Sabemos quem ele é, Sr. Bartolomeu. — A Ravena se põe a falar, com as mãos apoiadas na cintura e encarando o Sr. Ângelo Cortês "Rançoso", enquanto alternava o seu olhar entre ele e o nosso querido chefe baixinho; que era elegante e ranzinza, quando queria. — Continue... Estou curiosa para saber qual é o verdadeiro teor dessa nossa conversa.
Eu logo tinha que me pôr na frente da Ravena, se ela ainda quisesse manter o seu emprego no Hotel Golden Palace.
— Ravena... — Sussurro baixinho, ao ver o nosso chefe entortando a própria cara, ao ver o tom exigente e altivo dela. — Se segura, mulher...
Penso em começar a falar, para amenizar o clima daquela situação; embora eu estivesse morrendo de medo e receio, do que aquele idiota iria falar naquela nossa conversa; mas, rapidamente sou interrompida, por uma risada alta e escancarada do Sheik Omar.
— Ora, ora, ora... Todas as suas funcionárias são assim mesmo, senhor Bartolomeu? — Ele encara intensamente a minha amiga Ravena e vejo faíscas, crescendo em seus olhos escuros. Hum... Será que foi dessa vez, que a minha amiga Ravena fisgou um grande Sheik Árabe?
— Não, não... eu... — O nosso chefe tenta falar, mas logo é interrompido por uma debochada Ravena.
— Assim como, Ó grande Sheik Omar?! Decidida? Firme? Ou uma pessoa que não abaixa a cabeça para você, como os seus súditos devem fazer no seu país? — Ela ergue as suas sobrancelhas e parece estar possuída com quem lhe ousasse desafiar. Ravena do céu!
— Talvez. As mulheres costumam ser mais doces e gentis, quando estão submissas ou diante de mim. Não é tão difícil e horripilante assim... — Ele se aproxima dela e consigo ouvir, quando ele ainda sussurra no seu ouvido. — Você deveria experimentar, querida Ravena. Prometo puni-la do jeito certo, se você for tão gostosa quanto parece ser...
Ui!! Me sentir como se estivesse em uma leitura ao vivo do Wattpad, com encenações claras, diante de mim. Minto, estava bem melhor que isso.
— Escute aqui. Eu sou e posso ser quem eu quiser ser... — Ela sussurra de volta, virando o seu rosto de encontro com o dele e tornando o ar escasso, entre os mesmos. — Na cama, ninguém nunca reclamou de mim. Sou brasileira e você não está mais em seu país, para poder mandar e desmandar em ninguém; e você, seria o último homem na face da terra, para quem eu me submeteria a tal ato e daria o meu belo traseiro. — Ela lhe olha desafiadoramente e o vejo se afastar, com o cenho franzido pelo o que havia acabado de escutar.
— Então... dadas as apresentações, o senhor estava querendo nos falar alguma coisa? — Olho para o Sr. Bartolomeu, e ele parece estar tão confuso naquela situação, quanto nós. — Senhor...? — Chamo a sua atenção e tento trazê-lo de volta para a realidade, sem querer prestar atenção no Ângelo que estava logo atrás dele.
— Eu vou querê-lo.
— Mas..., mas Sr. Omar, o senhor nem olhou a parte interna do nosso hotel... — O nosso chefe fica abismado, com a sua decisão tão repentina.
Mas que merda de decisão eles estavam falando? Ele vai querer o quê?
— D-o quê, vocês estão falando? — Fico alternando o olhar entre um e outro, sem saber muito bem o que pensar. Logo, o repugnante Ângelo, se põe na frente dos dois e começa a falar.
— O hotel, querida Melyssa. Eu analisei os rendimentos e a grande visibilidade dele, para o Sheik Omar poder investir. Ele não é tão imenso, quanto as suas outras grandes redes de hotéis no mundo a fora; mas ele também, tem um ótimo potencial para poder crescer. Juntei um mais um, e deu no que deu. — Ele encaixa as suas duas mãos tranquilamente no bolso e o vejo exibir um sorriso debochado, me fazendo notar logo em seguida, um pequeno curativo no seu lado esquerdo da cabeça.
Fico com os olhos arregalados e sem saber muito mais o que pensar. Não, mil vezes não! Eles não poderiam estar vendendo esse hotel... Eu me lembro bem, que o hotel estava indo de vento em popa nos negócios; eles não tinham motivos para quererem o vender logo agora.
— M-as..., mas ele não estava à venda. C-omo, como vocês conseguiram isso? — Olho para o Bartolomeu, em busca de alguma resposta para aquilo.
— Eu... — Ele não consegue responder.
— Nós oferecemos uma proposta maior. Um valor irrecusável. — O Ângelo se pronuncia novamente e deixa todos nós em silêncio.
Um bom tempo se passa, até que a Ravena finalmente da voz as nossas perguntas.
— Então aqui deixará de ser um Hotel? Seremos todos demitidos? — Vejo o medo e a angustia estampados no tom da sua voz. Sabia que ela precisava desse emprego, para poder cuidar da sua querida avó com Alzheimer.
— Não, passarinho de fogo, aqui ainda será a sua casa. Só mudaremos de administração e de dono. — Ele lhe encara e acaricia o seu rosto, demostrando o quanto aquilo tinha sido impulsionado e motivado por ela.
A Ravena entendendo tudo aquilo, tira rapidamente a mão dele do seu rosto e se vira, indo bufando de raiva para trás do seu balcão. Ela ainda não sabia em que merda, havia se metido.
— Ótimo, agora também podem comunicar a todos, que eu serei o novo chefe de vocês. O Sheik Omar, me deixou como o novo coordenador e supervisor do hotel; já que a presença dele, é muito aclamada em vários outros lugares. — O Ângelo exclama todo altivo, mostrando o quanto era soberbo através da sua voz.
Não era possível.
O meu coração fica paralisado com tudo aquilo e me vejo encurralada, presa em uma situação que jamais imaginei estar passando. Era para aquele dia ter sido o meu primeiro trabalho como coordenadora e planejadora de eventos, nada mais do que isso; E depois, talvez, ter saído com um dos caras, no qual eu pensei que fosse ser legal comigo e pronto; mas logo, tudo virou do avesso e se tornou um verdadeiro filme de terror.
Será que eu agora teria que vê-lo todos os dias no meu trabalho? O que ele faria contra mim, por causa desse pequeno ferimento que lhe causei na cabeça? Eu não sabia mais o que fazer.
Logo, depois de ter escutado essas duas grandes notícias, o senhor Bartolomeu se despede de mim e pede para que eu comunique a todos, sobre as novas mudanças do hotel; pois em breve, o Sr. Breno Montini - agora, o antigo dono - iria fazer uma pequena declaração para todos.
Eu rapidamente assenti e me virei, sentindo o olhar do Ângelo nas minhas costas.
Merda!! Como eu iria sobreviver a isso?
🔸🔸🔸🔸
Olá, meu povoo! Cheguei novamente...
Capítulo fresquinho. 😆😆😁👐🏼✨
Eita, que só vem eita, atrás eita... Kkkk.. 😳😂 O que será que vai ser da nossa pequena Mel. O idiota do Ângelo, está querendo fecha o círculo dela. 🙈
E a Ravena.. foi triste o fim kk.. 😏😝 o sheik Omar para ter se encantado pelo temperamento dela. Linda tbm, do jeito que é! Impossível não chamar a atenção dele. 😚💃🏻
Será que a Mel já sacou os seus reais sentimentos? Ela vem pensando muito no Luke. 😶👀 O próximo capítulo é dele..
🔥
Rakuna Matata para vocês! 🌾🌾🌾
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top