🔸 Capítulo 4🔸
Melyssa Collins
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Dizer que eu fiquei encantada com o apartamento do Luke, era pouco, dava para uma família imensa viver ali. Para quem nunca teve nada, como eu, antes de ser adotada pelos Collins, tudo me impressionava e me fazia me sentir nas nuvens, com o que uma pessoa de alta classe poderia ter. Se bem que o Luke vem conquistando tudo isso sozinho, mesmo podendo ter tudo aquilo tão facilmente; isso era o que mais me fazia ter orgulho dele, a sua garra e os seus princípios básicos. O tio Júnior e a tia Karen, fizeram um ótimo trabalho na sua educação.
Contudo, eu posso afirmar que o Luke naquele momento, não estava sendo nada educado em me empurrar com toda a sua força para dentro do seu apartamento e em seguida, para sua cozinha; ele nem havia me dado tempo de olhar mais para os detalhes da sua casa. Eu estava curiosa, ué?! Ele havia escondido aquele lugar de todo mundo, mas havia me deixado entrar. Logo, eu queria saber o que aquele apartamento tinha de tão especial para ele.
Porém, a preocupação do Luke naquele momento, parecia ser o meu corte. Ele me ergueu com as suas duas mãos na minha cintura e me colocou sobre o balcão do seu armário, do lado da pia. As suas sobrancelhas estavam meio que enrugadas e analisando bem o meu ferimento na perna.
- Luke!! É sério, não precisa! - Tento me fazer de uma pessoa modesta, mas ele logo me corta.
- Não. Eu vou limpar isso aqui e você vai ficar aí, quietinha. Eu ainda posso cuidar de você. - Ele fecha a cara e abre o armário, que estava logo em baixo das minhas pernas, pegando uma caixinha de primeiros socorros e a depositando do meu lado.
A sua cara estava tão amarrada, que eu nada disse. Apenas lhe analisei e tentei de alguma forma, entender o porquê de ele estar agindo assim. Ele nunca falou comigo desse jeito. E eu não tinha ideia do que eu possa ter falado ou feito para ele ficar assim. Logo, eu não estava mais aguentando e decidir lhe perguntar de uma vez; eu não iria ficar amedrontada diante dele. Não, com ele.
- Qual é o seu problema, hein, Luke? - Seguro na sua mão e não o deixo passar o antisséptico na minha perna. Eu estava enraivecida com ele. - Eu estou aqui, na minha, sendo uma boa amiga compreensiva e tudo mais, e você aí... resmungando e fechando a cara para mim. Isso, quando foi você quem mentiu esse tempo todo para mim e para todos. É por conta do arranhão mesmo, ou na verdade, é só porque eu te liguei mais uma vez e precisei novamente da sua ajuda? - Solto aquela última indagação, me sentindo sufocada com aquela dúvida. Eu precisava saber.
Logo, quando eu menos espero, o Luke se aproxima de mim e tapa a minha boca com os seus dedos, encostando a sua testa na minha e fechando os seus olhos, como se estivesse refletindo sobre alguma coisa que eu não saberia dizer. Ele ficou respirando fundo e acalmando o seu eu agitado dentro dele. Eu esperei pacientemente e senti o meu coração errar algumas batidas, com aquela ansiedade em querer saber sobre o que era que estava acontecendo com ele.
- E-u... eu posso te ajudar, Luke... o que é que está acontecendo? - Sussurro por entre os seus dedos e vejo ele os encarando, antes de erguer a cabeça e se afastar lentamente de mim.
- Não é você, Melyssa... Jamais diga que eu não gosto de ir atrás de você, para poder te ajudar de alguma forma. Eu faria qualquer coisa por você, você sabe disso. E-u... eu só não gosto de saber que em algum determinado momento, você não irá mais precisar de mim. - Ele pondera as suas últimas palavras e depois continua. - Eu me acostumei demais, com a gente sempre tendo um ao outro para se ajudar. - O seu rosto se abaixa alguns centímetros dos meus e vejo, quando ele desvia os seus olhos de mim.
- Luke, você não precisa se preocupar com isso... - Seguro levemente nas suas mãos e faço um carinho, querendo chamar um pouco da sua atenção. - Eu sempre vou precisar de você. Nem pense que eu não vou mais lhe atazanar de madrugada, querendo a sua ajuda e lhe pedindo para me buscar... Um homem está longe de preencher a minha vida. Eu só tenho você, o vovô e o papai. - Sorrio, notando pela primeira vez que eu só confiava neles, como homens; sei que eles nunca iriam me machucar. - Agora vê se desmancha essa cara e para de ser uma criança birrenta... Você nem era assim. Eu hein!!! - Cruzo os meus braços na minha frente e vejo ele sorri lindamente novamente, acariciando amorosamente a minha bochecha.
Aquilo foi bem... hum, não sei. Deixa quieto.
- Tá bem, senhorita bravinha!! Agora fica aí quietinha e deixa, eu cuidar desse seu machucado.
Ele tira lentamente o seu blazer dos braços e depois o deposita na lateral do balcão, erguendo as suas mangas e abrindo alguns botões da sua blusa. Ele parecia o próprio CEO dos meus livros literários. Aquilo era erótico demais para a minha vista. Por Deus, Melyssa! Ele é o seu primo, o Luke; se controle. Peço a Deus por controle e viro o meu rosto, tentando focar em uma outra coisa, sendo agora, nos detalhes do ambiente em que a gente estava.
- Bonita a sua cozinha... - Balanço os pés, com falta do que fazer. - Me admira ter sido você, a pensar nela. Você me parece ser muito mais do tipo de homem que gosta de cores alegres e alvejantes, devido ao seu grande bom humor... em vez de escuras e neutras, como os de homens sérios e com um passado sombrio. Apesar que tem alguns quadros bem bonitos lá na sala, quando você me empurrou apressadamente até aqui, e eu, ainda consegui vê-los. - Faço cara de paisagem, mordendo os lábios levemente e o Luke começa a me dá um monte de cutucadas nas costelas.
- Muito curiosa, você, hein, dona Melyssa?!! Querendo espionar todo o meu apartamento. - Morro de rir com as suas cosquinhas e logo me rendo, em confessar.
- Aí, pare... seu chato!!! Eu só estava curiosa, ué?! Você passou um bom tempo o escondendo de mim. Vai... quanto tempo faz que você o tem? - Lhe encaro, enquanto ele pousa as suas duas mãos, uma em cada lado de mim, em cima do móvel.
Ele me encara fixamente e depois semicerra os olhos.
- Hum.... deixa eu pensar... uns 6 meses, dois... um... Não sei, talvez duas semanas? - Ele me olha com se estivesse na dúvida e depois sorrir, logo se rendendo, ao me ver fechando a cara para ele novamente. - Está bem. Uns 2 anos... Na verdade, eu só o recebi na semana passada, quando a construtora o terminou e a arquiteta o reformou do jeito que eu queria. Ele estava bem simplesinho no começo, apesar de ser enorme. Mas eu dei o toque final, você sabe. - Ele pisca um olho para mim e dou uma tapinha no seu ombro.
- Luke!!! - O reprendo por ser tão cheio de si. - É sério mesmo. Você mesmo quem o comprou? Digo, com o seu próprio dinheiro?
- Sim, foi financiado..., mas eu mesmo que dei uma entrada. - Ele fica em silêncio por um tempo e depois continua. - Eu fiz uns investimentos na bolsa e logo tive um certo retorno com eles. Eu pretendia mostrar para a nossa família, quando eu tivesse o meu nome mais reconhecido no mercado. Sabe como é, as pessoas nunca acreditam muito bem no trabalho de um pequeno advogado. E você, como sempre, me fazendo abrir uma exceção, em querer lhe mostrar tudo isso aqui... Sei que você acredita em mim. - As suas palavras saem intensas e eu só consigo afirmar.
- Sim... Você sabe que eu sempre acredito em você, Luke. Você é sempre muito honroso com tudo que faz. Sei que nunca faria nada de errado. Eu só falei aquilo no carro, brincando. - Penso se ele não ficou magoado com as minhas palavras de antes.
- Eu sei. Você sempre acreditou em mim... Por isso mesmo, que eu também te trouxe aqui. Você não merecia ser escondida disso tudo. - Ele sorri meio que abobado e depois se ergue novamente, pegando a pequena gaze que tinha molhado para poder lavar o meu ferimento. - Agora para de graça, que eu vou cuidar disso aqui e depois você pode olhar o que quiser na minha casa... sua pequena bisbilhoteira!! - Ele sorri de ladino para mim e começa a dar uma atenção maior para o meu minúsculo corte na perna.
Eu o vejo inspecioná-lo com cuidado e limpá-lo, colocando uma pequena gaze por cima e um pedaço de fita de micropore ao redor, logo depois de ter passado a sua milagrosa pomada.
- Pronto... agora sim, o seu ferimento está bem cuidado. - Ele demonstra um sorrisinho radiante, como se estivesse orgulhoso do seu trabalho.
"Esse Luke!!"
Balanço a cabeça de um lado para o outro, como se não entendesse esse seu jeito de ser.
- Tá bom, o senhor que faz de tudo um pouco... Agora que já terminou com a sua grande operação na minha perna, será que eu já posso descer de cima dessa sua bancada? - Faço menção de descer dela, mas logo o Luke se aproxima.
- Espera, eu te ajudo... - Ele põe as suas duas mãos nas laterais da minha cintura e me impulsiona para cima, deixando os nossos corpos mais colados, para ele poder me descer.
- Aí, minha perna... - Bato sem querer na gaveta e xingo mentalmente, por aquele móvel ser tão alto. "Para quê ele ser isso tudo, se o Luke nem era tão esguio assim?".
-Uôh! Desculpe... - Eu escorrego devagarinho sobre o seu tronco e sinto os pequenos gominhos do Luke, sobre a minha camisa. - Eu... - Ele tenta falar algo, mas a nossa proximidade estava embaraçosa demais, para dizermos alguma coisa um para o outro.
- Nossa, é... eu... - O Luke se afasta um pouco e eu consigo finalmente, dizer alguma coisa depois disso. - Eu acho que um banho, seria um bom começo, não? Depois eu posso olhar melhor a sua casa, sei lá... Eu... Eu devo está fedendo... - Me dou conta pela primeira vez, que eu estava toda suja de terra e pequenos matos pelos meus cabelos. Deus!! Eu devo estar um trapo.
Arregalo os olhos e saio praticamente correndo, para poder me ver melhor em algum espelho nítido. Eu não era fissurada por beleza, mas eu, também não queria estar parecendo um mendigo, "nada contra", andando por aí. Logo, quando eu paro em frente a um espelho no meio do corredor, eu me assusto imediatamente com a minha própria aparência.
Tinha terra até no meu pescoço, descendo por entre os meus bustos.
- Luke!!! Porque você não me disse que eu estava tão imunda desse jeito? - Lhe indago, quase que gritando no meio do corredor.
Ele aparece de supetão no mesmo e se encosta no batente da porta da cozinha.
- Ué... Eu disse; quando você estava lá no meio da rua e falei para você tomar um banho, não lembra? - Ele me indaga com um sorrisinho travesso no rosto e cruzando os braços na sua frente, ao mesmo tempo que fazia isso com as suas pernas.
- Isso não é dizer que estou suja, Luke!! - Faço cara de indignação e olho na sua direção.
- É sim... É o meu jeito educado de dizer que você está suja e fedendo que nem um gambá. Você precisa urgentemente tomar um banho, Mellyssa. - Ele zomba de mim e acrescenta. - Nossa, Mel!!! Será que você passou o Shrek, no quesito de banho e sujeira... - Ele nem termina de falar, quando eu jogo uma pequena bola de decoração, de plástico, é claro, da mesa ao lado; direto na sua direção.
- Seu paspalho!!! Eu não sou tão porca assim... um banho por dia, já acho mais do que suficiente..., mas como hoje, já estou tão mais suja do que o normal, como você diz.... Acho que seria de muito bom agrado, que você me cedesse uma roupa e uma toalha sua, para eu poder me limpar; não acha, seu senhor limpinho? - Cruzo os meus braços do mesmo jeito que ele e o vejo cair na gargalhada, vindo na minha direção.
- Sim, senhora... Dona fiona!! Uma boa hora, para tirar o grude dessa testa. - Ele dá uma tapinha na minha cabeça e depois passa direto por mim, entrando em um dos cômodos daquele grande corredor.
- Argh!!
Irritada, intrigada e curiosa, para poder conhecer os enormes segredos daquela sua casa, eu me viro de costa e vou seguindo na sua direção, tentando capturar tudo aquilo que os meus olhos conseguissem enxergar.
"O quê?? Não me juguem. Um dia o Luke era um menino que gostava de Naruto, e no outro, ele tinha um apartamento enorme, com belos gominhos na barriga." Eu não disse isso no final, deleta.
Deus do céu!!!!! Aquele quarto era gigantesco. A sua quitinete lá no centro da cidade, chegava nem perto do tamanho desse cômodo. Eu acho que vou fazer faculdade de Direito, para poder ter um apartamento como esse. Ops, espera! Foi com investimentos, que ele comprou isso. Preciso urgentemente aprender sobre esse assunto.
Suspiro fundo, pensando no dia em que eu também poderei ter o meu próprio cantinho. Moro com a Stella e a nossa casa também é imensa; não estou reclamando, é claro, mas também não era algo que eu poderia chamar de meu e que eu havia conquistado com o meu próprio esforço. Havia sido os nossos pais, quem havia nos dado de presente, no começo da nossa juventude. Eu queria ter o meu cantinho, mas ainda não tinha coragem de deixar a minha irmã sozinha. Logo, deixei esse meu sonho para um pouco mais para frente.
- Nossa, é lindo. - O Luke se vira para mim e nota a minha presença ali. Ele havia pegado uma toalha e uma cueca, com um uma blusa folgada sua.
- Ah... o apê. - Ele sorri meio que sem graça e depois deposita as suas coisas em cima da cama, se aproximando lentamente de mim, com um ar um pouco mais melancólico do que o seu normal. O seu rosto, que parecia estar perdido no cômodo, finalmente se encontra com o meu.
Ele parecia meio triste, ao me olhar.
- Um cômodo, uma moradia, ou um objeto... não é nada, comparado a não ter ninguém para poder usá-lo, Mel. Não se engane facilmente. Os sentimentos estão nos pequenos momentos... - Ele alisa a minha bochecha carinhosamente, com os seus dedos um pouco calosos e depois passa por mim, acrescentando mais uma coisa, antes de finalmente sair. - O banheiro fica à direita, do lado do closet. Fique à vontade para poder usar o que quiser. O que é meu, é seu também.
Ele logo sai de fininho e me deixa aturdida, com aquelas suas palavras. O que será que estava acontecendo com ele?
🔸🔸🔸🔸
Olá lermores... Cheguei! Uii que esses dois tá demais kkk.. é faísca pra dar e vender!
🙈🤭🔥🔥🔥🔥💥 Não acham?
Será que o Luke já reconhece os seus sentimentos e está tentando controlá-lo?
👀👀 Tadinho. Negar é pior kk ou não. Não sei kkk vamos ver no que vai dá.
Concordam com ele nessa última fala?
🥲🥲❤️🏡
Enfim... Logo mais eu volto com mais capítulos. Não me abandonem.. preciso saber se ainda estarão comigo. 🙈😍✨
Querem cap da Mel ou Luke no próximo...? Prometo não ser tão melancólica como nesse kkk a minha tpm disse oi. Kkkk
fui😘😁
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