🔸Capítulo 23🔸
Melyssa Collins
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É como dizem, não é? Um dia de cada vez. Era o que eu estava tentando fazer. Todos os dias eu estava indo para o trabalho e tentava dar o meu melhor no que fazia, as vezes a tristeza me abatia, mas eu tentava pensar que o amor era bem mais do que se estarmos juntos, e sim, de querer ver o bem do outro. Se o Luke estaria bem melhor sem a minha presença, que assim fosse, eu só queria o melhor para ele.
Com o passar dos dias, eu pude ver que a minha recusa, em nós revelar para todos, era o que mais lhe machucava. Eu não queria aceitar que viver de forma escondida com ele, só iria piorar ainda mais o nosso relacionamento. Porém, hoje eu vejo que não tinha como isso ir para frente do jeito que estávamos. E o que mais me doía disso tudo, era o fato de não poder ter mais a sua presença constantemente na minha vida. Sentia falta do seu sorriso e do seu apoio nas minhas lutas diárias.
As investigações do meu passado e quem havia sido o meu verdadeiro pai, haviam parado. Eu não tinha mais interesse de investigar isso mais profundamente. Sei que eu poderia acabar me machucando e ferindo uma outra pessoa, no meio desse caminho. Logo, preferir deixar o passado onde ele realmente deveria ficar. Porém, eu não esperava que ele pudesse bater bem na minha porta. Sendo mais específica, na porta do meu trabalho.
- Senhorita Melyssa... Esse senhor diz que já a conhece há muitos anos atrás. Faz dias que ele vem aqui, tentando encontrá-la no seu ambiente trabalho. - O segurança do Hotel Golden Palace me comunica, antes que eu finalmente pudesse chegar ao portão.
Os meus olhos caminham até o local onde o segurança disse que ele estaria e imediatamente o meu corpo trava, trazendo memórias e flashback de situações vivida no meu passado, que eu nem me recordava mais. Esse senhor que estava a pouco metros de mim, era na mais e nada menos do que o meu antigo padrasto.
Lembro-me que os policiais o haviam procurado, quando a minha mãe morreu, mas ele simplesmente havia sumido. Ele em nenhum momento quis saber de mim e nem como eu estaria após o acidente. As lembranças que eu tinha dele, eram muito poucas; mas uma que ainda estava viva na minha cabeça, era que ele sempre tentava me agradar de alguma forma, principalmente quando a minha mãe não estava. Porém, eu nunca gostei muito de ficar sozinha com ele, mesmo eu sendo carente de atenção ou de uma figura paterna.
No fundo, as minhas memórias sobre ele parecem ser boas, mas algo me diz para não confiar totalmente nele. Logo, eu aceno para Charles, dizendo que está tudo bem em deixar o senhor passar e pergunto se ele também poderia leva-lo lá para a minha sala. Eu precisava respirar um pouco. Assim, o segurança fez e eu tomei rumo para o banheiro.
Me encostei na porta e tentei pensar em um bom motivo para ele aparecer aqui, no local do meu trabalho. Será que ele queria dinheiro? Ou queria saber sobre mim e como eu estava? Será que ele se arrependeu de ter sumido por tanto tempo? E na mamãe, será que ele pensava muito nela? Ou já teria superado?
São tantas coisas passando na minha cabeça, que eu só queria poder ligar para alguém e conversar. Luke. Ele sempre seria uma boa pessoa para eu poder desabafar e contar com a sua ajuda nesse momento. Porém, até então, não estávamos nos falando direito. Assim, não tinha ninguém para quem eu pudesse ligar e falar a respeito do meu passado.
Logo, respirando fundo eu saio do banheiro e me encaminho para minha sala. Eu precisava enfrentar de uma vez por todas e saber o que ele queria de mim. Talvez eu só estiver com essa sensação ruim, por ter passado tanto tempo se ter lhe visto. E tentando trazer um ar cortês para a minha voz, eu o cumprimento.
- Olá! Senhor... Valdemir? Não é isso? - Eu indago curiosa e ao mesmo tempo em expectativa, sem saber ao certo se a minha cabeça não estava pregando uma peça em mim, e me fazendo confundir as pessoas.
Embora esse senhor tive um cabelo maior e algumas rugar a mais, o seu bigode era o mesmo, comparado com o do meu antigo padrasto.
- Olá, mocinha! Pelo visto ainda se lembra de mim. - Ele retira o seu chapéu humildemente e parece fascinado com a minha presença.
- Hum... Acho que o senhor não mudou muito, desde que eu me lembre do último ano. - Fico meio sem graça de lhe encarar e olho para todos os lados. - E então, quer se sentar? - Boto a alça da minha bolça na minha cadeira e indico a poltrona em frente a ela.
O mesmo aceita e se senta, olhando a sala igualmente eu fiz.
- Você parece ter crescido e se dado bem na vida. Esse escritório é seu? - Eu assinto com a cabeça e ele continua. - Ele me parece bem melhor do que aquela casa caindo aos pedaços que a gente vivia. - Ele sorri de uma forma um pouco debochada e eu não gosto disso.
A casa da minha mãe era simples, mas era a nossa casa e era limpinha. Era o que ela podia pagar na época. Alguns flashs vêm na minha cabeça e lembro-me do mesmo chegando em casa e tocando em tudo, com as suas mãos toda suja de graxa. A minha fazia vista grossa, mas lembro-me que ela parecia não gostar.
Logo, eu me sinto reativa ao seu comentário de agora.
- Mas era a casa da minha mãe.
- Claro. Não quis ofendê-la. - Ele sorri e me encara por um longo tempo. Eu não estava gostando daquilo.
- E então, decidiu vir me procurar porquê? Já faz tanto tempo. Era para ter feito isso no dia que a minha mãe morreu, não acha? E não ter fugido como fez. - Sento-me na minha cadeira e cruzo os dedos, entrelaçando-os na minha frente.
Sorrio do mesmo jeito que ele. Sei agir dessa forma, quando alguém está tentando me ludibriar com coisas falsas.
- Boa menina. Pelo visto você não se esqueceu de muitas coisas... - Ele abaixa o olhar, catucando no seu chapéu e depois o ergue, como se tivesse tomado coragem. - A sua mãe morreu e eu não havia visto motivos para ficar. Namoramos, nos juntamos e ela se foi. Pronto. Não tinha porque eu permanecer aqui e criar uma garotinha órfã de pais. Não estava nos meus planos, entende? - Ele faz uma pequena pausa, me analisa mais uma vez e continua. - Mas hoje, vendo como você está agora, eu me arrependo de não ter feito isso antes. Você se tornou uma linda mulher, Melzinha!
Esse apelido rapidamente arrepia a minha espinha e o seu rosto, misturado com o som da sua voz, aparecem em uma vaga lembrança na minha cabeça, com ele se aproximando de mim e eu me afastando.
A minha boca automaticamente seca e sinto o meu instinto pedindo mais uma vez para eu tomar cuidado com ele. "Por que será que eu tinha tanto medo dele assim? Ele era o meu padrasto. Não era para eu me sentir segura com ele? Eu convivi com ele por 4 anos." Perguntas inundavam a minha cabeça e eu não sabia mais discernir o que era uma verdade ou uma precaução.
- Tem razão, o senhor não tinha nenhuma obrigação comigo. Contudo, assim eu conseguir me virar sozinha e encontrar pais maravilhosos para cuidarem de mim. Não se sinta tão mal por isso. Estou bem e não precisa mais se preocupar comigo. - Tento soar tranquila e equilibrada.
- Claro. Você sempre encontrou pessoas certas para lhe proteger. Você realmente tem uma divindade que gosta de você e que tem um apresso maior pela sua pessoa. - Ele dá um meio sorriso com escarninho e completa. - Só cuidado para não acabar escorregando das mãos dele e tropeçando em algum lugar errado.
- O que o senhor está querendo me dizer com isso? - Indago, sentindo aquilo como se fosse uma praga ou uma ameaça escondida.
- Nada, nada demais! Desconsidere a minha fala. É só um cuidado excessivo de um familiar querido. Falei só por falar. - Ele faz um pequeno gesto de coçar a barba e pergunta, querendo mudar de assunto. - E então, se o passado para você já estar tudo bem, você não vai se importar se eu vir mais uma vez lhe ver, não é? É só pra saber como você está e não perder o contato novamente. Família é pra se manter por perto, não acha? - Vendo que eu estava preste a recusar a sua oferta, ele acrescenta. - A sua mãe iria querer que eu cuidasse de você também.
Aquilo me faz pensar por mais um tempo e moderar realmente o meu cuidado extremo. Talvez fosse só paranoia mesmo da minha cabeça. A minha mãe, Margarete, não iria namorar um doido psicopata, iria?
Assim, eu tomo por aceitar o seu pedido e não ver nada demais em ele querer vir no meu trabalho de vez em quando, me procurar e querer saber como eu estou. Não tinha nada de assustador nisso.
Focalizo esse pensamento na minha cabeça e aceito.
- Claro! Pode vir quando quiser. Talvez você me conte um pouco mais sobre ela, para relembramos carinhosamente da sua pessoa. - Tento esboçar um sorriso, enquanto o meu corpo reagia de uma forma diferente das minhas palavras.
Então, ele logo se levanta e estende a sua mão na minha direção, finalizando o nosso acordo e me cumprimentando para uma breve despedida ou um até logo, se posso dizer assim. A sua felicidade era evidente no rosto, enquanto balançava afirmativamente a sua cabeça para frente e para trás.
- Oh, maravilha ouvir isso! Então não me faltarão motivos para vim aqui. Agora estamos juntos novamente, Melzinha. Retornaremos finalmente ao que tínhamos antes. - Ele beija a minha mão demoradamente e sinto uma pequena promessa se forma no seu olhar.
E como se a sua babar estivesse arranhando a minha pele, eu retiro imediatamente a minha mão da sua.
- Claro! Mas vamos devagar, não acha? Não o conheço plenamente. Não, até aonde a minha cabeça consegue lembrar. - O alerto, para diminuir a sua empolgação. Eu também não queria que aquilo tudo explodisse de uma vez só e fosse parar bem nos ouvidos dos meus pais atuais.
- Sim, sim! Com toda razão. Até mais garotinha. - Ele acena levemente com a cabeça e demora um pouco mais o seu olhar em mim, antes de se virar e sair.
"O que foi tudo isso, hein?"
Relaxo totalmente a minha postura e jogo os meus braços para fora da poltrona, soltando todo o ar que estava preso nos meus pulmões. O meu dia não poderia ter começado ainda mais confuso.
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E aí, meus Lermores! Cheguei hehe😁
(Estava de lua de Mel, por isso esse pequeno atraso .. fui para o RJ-Buzios) E em falar nisso, eu conheci a famoso pier do Sr. Collins, onde ele levou a kitKat e disse que lembrava da mãe.
Eu só lembrei de vcs! 😍😍✨👐🏼
Vivencie várias cenas, assim como a da Stella.. para quem leu os outros livros. Hihi
Enfim, voltando a nossa querida Mel.. oq acharam dessa aparição do seu padrasto Waldemir? Será que ele é todo inocente mesmo ou tem alguma coisa por trás? A Mel pode estar sendo apenas precavida ou tem motivos para tudo isso?😟😬
Vcs acham que ela deveria procurar o Luke e pedir ajuda? 👁️👁️🙈👅
Até a próxima.. vou correr para escrever mais um cap. 😚❤️
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