🔸Capítulo 20🔸

Melyssa Collins
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Nem acredito que tinha chegado o dia do desfile da Vitória. Os últimos ajuste com a Ravena foi essencial, ela me ajudou com as escolhas das músicas e com os detalhes da decoração. E em uma outra reunião, na qual eu tiver com a contratante dos meus serviços, ela ficou encantada com a beleza da Ravena e lhe inqueriu, querendo saber se gostaria de ser uma das modelos do seu desfile. A Ravena quase surtou com a sua proposta e só faltou pular no seu colo, de tanta euforia; o que não me surpreenderia nenhum pouco. Eu sabia que ela tinha potencial. Por isso, eu mesma que tinha dado um jeito da Ravena aparecer no meio da reunião. Bingo, marquei em cheio.

Se havia algo que eu pudesse contribuir para a carreira da minha amiga, eu contribuiria; embora ela negue e diga que seria muito mais fácil se tivesse dinheiro. Assim, eu estava lhe mostrando outros tipos de oportunidades, contatos e potencial. O que o primeiro eu tinha e ela vinha com o segundo. Sei que ela iria arrasar no desfile.

- Ai, amiga! Eu estou nervosa. Não sei... Eu, eu acho que vou cair e me "estabanar" inteira naquela piscina. Você viu quantas pessoas tem naquelas cadeiras? E o vidro? Você tem certeza que são fortes o bastante para nos aguentar ali em cima? Você sabe que eu não sei nadar, não é? Eu quase morri afogada, quando o Vicente me levou para o mar... Deus! Quero nem lembrar da sensação da água invadindo os meus pulmões. - Ela faz o sinal da cruz no coração e beijando a sua correntinha.

- Calma, amiga! Você está linda. Olha esses biquinis e saídas de banho. A Vitória arrasa! Tudo isso, esse tecido e os cortes em cores, são puro luxo. Ela sabe o que faz. Se escolheu você, é porque ela viu um grande potencial em você. E sobre a passarela de vidro, pode confiar em mim. Eu me certifiquei pessoalmente sobre a resistência dele. - Agarro as suas duas mãos e aliso os seus antebraços. -E se tudo dê errado, pode contar comigo ou com o seu Sheik árabe... que não para de olhar para cá, com uma cara emburrada. - Sorrio, quando a Ravena revira os olhos e dá de ombro pra ele, virando a sua bunda para ele e mexendo o quadril, com o seu salta de 9 cm.

Ela sim sabe provocar e mexer com o juízo daquele homem. Não sei como ela conseguiu essa proeza. Sorriu para ela e digo:

- Acho melhor você parar de provocá-lo, antes mesmo que ele te erga nos ombros dele e te tire daqui. Você sabe com a paciência dele e do seu povo, é mínima. Ainda mais, com você usando peças tão íntimas como essa.

- Ah! Ele que se dane. Não sou propriedade dele. Não temos nada. Esse Sheik se acha demais, só porque lhe cedi uns beijinhos e uns amassos na bunda. -Ela faz de conta que não foi nada e eu abro ainda mais os olhos, esperando que ela confessasse logo. - Tá bem, tá bem! Ele tem mais grandes e uma boca maravilhosa. Foi inevitável, mas não vai mais acontecer, ok? Ele que tire o seu cavalinho da chuva, se acha que pode manda em mim em alguma coisa. E dane-se, se ele é nosso chefe. Eu vou desfilar e pronto. - Ela ergue o queixo em demonstração de imponência e eu lhe incentivo.

- Isso aí, amiga! Você está maravilhosa. Você vai arrasar. - Uso aquele seu sentimento, para lhe incentivar. - Ela joga cabelo para trás e põe as mãos na cintura, simulando as suas poses.

(Só pra ressaltar a beleza da Ravena)

Ela se volta para onde as outras modelos estavam e a Vitória Prado, vem ao meu encontro.

- Olá, amore! Está tudo um arraso. Adorei aquelas palmeiras e flores de fundo. - Ela me cumprimenta com um sorriso radiante e depois deposita dois beijinhos na minha bochecha, um de cada lado. - O Omar tinha razão, em fazer o meu desfile com você. Ele só fez elogios, sobre a festa de aniversário que você organizou para ele aqui no hotel. Estou encantada com tudo. Espero que a grande surpresa que você me planejou, seja tão boa, quanto o da festa do Omar. - Ela bate palminhas no ar e sai em despedida.

Eu sinto o meu coração se acelerar, mas logo noto o meu celular vibrando no bolso. Me apresso em pegar. Era uma mensagem do Luke.

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"Eu só não lhe desejo sucesso nesse evento, porque eu já se do quanto você é capaz, meu doce Mel. Sei que você vai impactar todos, com a sua mente brilhante. O meu único desejo, era poder estar aí, para poder te aplaudir de pé e te beijar quando as câmeras se virarem para você. Você é a minha luz, meu amor.

É só pedir para eu ir te ver agora, que eu vou.

Seu Luke."

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Sorriu com aquela mensagem e não pensaria em nada melhor do que ter o Luke comigo naquele momento, mas sabia que o Ângelo poderia aparecer a qualquer momento e fazer uma cena na frente dele. Eu não saberia o que fazer. Assim, era melhor deixar tudo do jeito que estava e manter o Luke afastado daqui.

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"Você não existe. Luquito. Eu amo você! <3

Você sabe que eu adoraria te ter aqui, porém, aqui ainda é o meu ambiente de trabalho. Não conseguiria trabalhar, sem querer estar com você o tempo todo. Além, de que ninguém ainda pode saber da gente, lembra?

No entanto, saiba que você sempre estará comigo. Estou o usando o tempo todo, a correntinha que você me deu de aniversário há anos atrás. Ela sempre me lembra você. Prometo comemorarmos logo depois daqui. Só nós dois.

Obrigada por tudo, amor."

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Envio a mensagem e guardo novamente o meu celular no bolso. Inspiro profundamente e olho ao meu redor, notando que as pessoas já estavam chegando. Logo, logo, aquele salão iria lotar e teríamos que transferir todos, para a área principal da piscina. Onde realmente, iria acontecer o desfile.

A banda já estava tocando uma música animada e tropical. Graças a Deus, que o tempo havia colaborado conosco. Caso chovesse, já havia planejado uma lona transparente, para passar pôr encima do palco e das pessoas que estavam sentadas nas cadeiras. Estava tudo nos trincos. Sorrio e me encaminho para o lado de fora, para terminar de fiscalizar toda área do evento.

Libero a entrada dos convidados, através do rádio que estava conectado no meu ouvido e a entrada de bebidas, já começaram a circular pelo ambiente. Tudo parece está perfeito. Os convidados se acomodam e tudo começa acontecer.

De fundo, tocava a música de "Halsey - Without Me". As apresentações foram feitas e as primeiras modelos começaram entrar. Cada uma com um biquini mais lindo que o outro. O fim de tarde, com as cores que se sobressaiam dos tecidos, era encantador. Eu não tinha aquele corpo todo das modelos, mas já queria uma peça daquela para mim.

(Escutem essa música com fones de ouvido e se sintam no desfile, juntamente com os personagens ) 😍😍

Fotos eram disparadas e bolhas de sabão eram soltadas na direção das modelos, circulando no fim, por toda a área externa no hotel. O vento era um bom agrado naquele momento. E me certificando que a surpresa já estava por ali, eu me apresso em falar com o Sr. Omar. Me aproximo da sua cadeira, no qual tinha o Ângelo, o senhor rançoso do seu lado e tento não chamar tanto a atenção.

- Senhor, o seu presente acabou de chegar. - Falo ao seu ouvido e ele apenas assente.

- Pode liberar, senhorita Melyssa. Espero que a sua amiga, aprecie a apresentação. - Ele cruza as pernas de forma imponente e põe os óculos escuros, encerrando aquela conversa.

No fundo, eu sabia que ele só havia organizado tudo aquilo, para presentear a Ravena. O cantor que o Sr. Sheik Omar havia contratado, era nada menos, que o Shawn Mendes. A minha amiga era louca por ele. Dizia que um dia ainda iria conhecê-lo ou ir a um show dele. E ali estava, o homem que ela tanto insistia em negar sentir algo, tentando realizar os seus sonhos. Eu não sei vocês, mas eu achei isso fofo. Era um presente para a senhora Vitória, mas quem receberia era a minha amiga, Ravena.

As cortinas do nada caem e o Shawn Mendes se revela, cantando "Lost in Japan". A plateia vai logo a loucura e as modelos se surpreendem. E nesse exato momento, é quando a minha amiga entra desfilando. Quando ela pensa que era uma simples banda se apresentando, ela nota que na verdade era o seu cantor favorito cantando.

(Fones de ouvido) hihi

Mio dio! Ela vai ter um infarto. - Vejo os seus passos falharem e os seus olhos se encherem de lágrimas, querendo levar as mãos ao rosto. - Força, amiga! - Tento mandar energias positivas para ela.

Porém, uma voz atrás de mim, me faz sobressaltar.

- Por aqui de novo, docinho? Nos esbarramos mais uma vez em um evento, não é? Será que dessa vez teremos um desfecho diferente? - Ele pousa a mão na minha cintura e eu me viro com rapidez, tirando-a de cima de mim.

- Ângelo, o que faz aqui? Eu estou trabalhando. - Tento ser ríspida, mas sem ser grosseira na frente de todos. Ele ainda é o meu chefe. Merda!

- Não sei, querida Mel. Talvez eu esteja me certificando, se você está fazendo o seu trabalho direitinho. - Ele aproveita que estamos em público, para me provocar. O seu sorriso sai com um duplo sentido e eu engulo em seco, tento manter o controle daquela situação.

- Sim, está correndo tudo certinho. Gostaria de acrescentar algo? - Tento encerrar o assunto.

- Gostaria de acrescentar que você está uma gostosura nessa sua roupa curta. Quem sabe eu não a arranque depois, para ver o que você tanto quer esconder de mim. - Ele se aproxima da minha orelha e sussurra com a sua voz asquerosa. - Lembre-se, eu agora sou o chefe e você, uma simples funcionária que me deve obediência. Não venha fazer gracinhas, porque o seu emprego já está na reta. A sua amiga logo cairá nas graças do Omar e não estará mais aqui para te proteger. - Ele tira uma mecha do meu cabelo da frente do rosto e toca a ponta da minha testa. - Uma tamancada não vai funcionar dessa vez.

Ele diz isso e se afasta, acenando para mim.

- Estou de olho em você. Até daqui a pouco, querida.

Fico paralisada com tudo aquilo e não sei como vou escapar das suas garras novamente. Sair antes do evento acabar, está fora de cogitação; eu sou a organizadora, não tem como. Ele logo me encurralará e não terei como fugir.

A tensão se apodera de mim e passo a tarde toda, remoendo o que eu poderia fazer.

Todas as modelos agora desfilam em linha reta, acompanhadas da Vitória Prado e vejo quando a mesma, me chama para agradecer e divulgar o meu trabalho, como coordenadora de serviços e planejamento de eventos. Vários fleches são disparados na nossa direção e eu me sinto meio que acuada, com toda aquela atenção; porém, eu sabia que aquele era um grande passo para a minha carreira. Todos que estavam ali aplaudem e eu desço do palco, tentando me esconder o máximo possível. Logo, lembro-me que ainda precisaria fazer os pagamentos dos seguras e da equipe iluminação.

Assim, desconecto os fones do meu ouvido e me encaminho para a minha sala, em busca dos envelopes com o dinheiro e dos cartões, que continham as minhas informações para divulgações. Porém, assim que passo pelas portas duplas do pátio, eu me deparo com ele, o Ângelo Rançoso. Ele estava ali, atrás das portas encostado na parede, com os braços cruzados.

- Pensando em fugir de mim, bebê? O que tanto te amedronta assim? - Ele se aproxima e eu já estava preste a sair correndo dali, contudo, ele é ainda mais rápido e me puxa pelo braço. - Não com tanta pressa assim, amor.

O desespero toma conta de mim e eu começo a me debater. Não tinha ninguém por ali, para me socorrer.

- Ângelo, me solta! Eu vou grita. Você não pode me obrigar a ficar com você. - Ele me impressa na parede e vejo que ele já estava ficando louco, em fazer aquilo em um ambiente aberto, onde todos poderiam passar e ver.

Ele deixa uma das suas pernas por entre as minhas e agarra as minhas mãos, cheirando profundamente o emaranhado dos meus cabelos.

- Eu já lhe disse que gosto das difíceis? Histeria não me incomodam. Eu até gosto do jeito selvagem que as mulheres agem; parecem tão primitivas e leoas. - Ele morde o meu pescoço e passa a língua. Eu sinto nojo desse homem.

E sentindo que eu não escaparia ilesa dessa vez, eu gritei.

- Socorro!!!! Alguém!! Por favor! - A minha voz sai falhando e me sinto terrivelmente arrependida, por não ter contato ao Luke ou ido embora desse hotel. Hoje talvez não estivesse aqui, passando por isso. Droga!

Sinto as lágrimas querendo me invadirem com força. Eu não queria que aquele homem me tocasse novamente. O único que deixei realmente se aproximar de mim, foi o Luke. Ele sabia cuidar de mim; ele me respeitava. Me debato mais uma vez, quando ele tenta virar o rosto na minha direção, para beijar a minha boca. Contudo, uma voz se sobressalta naquele meu pesadelo.

- Seu... Seu idiota! Solta a minha amiga, Ângelo!!! - A silhueta da Ravena aparece na entrada do salão, juntamente com uma masculina, se pondo bem ao seu lado. Quando ergo o meu olhar, noto de quem se tratava.

Luke.

O meu coração para e esbugalho os meus olhos, sem saber se eu estava grata ou com medo do que ele poderia pensar.
Imediatamente o imbecil que agarrava as minhas mãos a força, soltas elas e rosna alguma coisa, por ter sido interrompido mais uma vez. Rapidamente eu me desvencilho dele e corro até onde o Luke e a Ravena estava. E antes de eu chegar até ele e lhe abraçar, ele me questiona.

- Ângelo? Esse o cara que tentou te agarrar a quase 2 meses atrás? - Ele me pergunta, como se estivesse paralisado com aquela descoberta. Merda! Não era bem assim que eu queria que ele descobrisse.

- Luke... eu... - Tento me explicar, mas ele não deixa.

- É ou não Melyssa?

Se ter muita coragem para falar a verdade ou inventar alguma outra mentira, eu afirmo, balançando a cabeça. Eu não queria mais esconder aquilo do Luke. Olha onde isso tudo tinha me levado. Dane-se o evento e o meu emprego, eu não queria mais ter que passar por isso. Porém, temo que já seja tarde demais. O Luke estava revestido de raiva.

- E quem é você, mauricinho? - O Ângelo se aproxima, como se estivesse odiando ter sido interrompido.

- Eu vou dizer daqui a pouco quem eu sou, seu filho da put*!!! - O Luke mete logo um soco na cara do Ângelo e parte para cima dele, entrando em uma briga, atraindo a atenção do povo lá fora.

Alguns se aproximam, tentando ver o que estava acontecendo e eu, tento separar aqueles dois. A Ravena corre para chamar os seguranças, até que vejo o Ângelo acertar o Luke, em cima do seu supercílio, abrindo um grande corte e com bastante sangue. O mesmo que havia feito isso, também não se encontrava por menos. Um hematoma enorme se encontrava na sua região ocular do lado direto e o seu nariz, parecia está meio torto, jorrando sangue por ele. O Luke o havia acertado em cheio também.

O Sheik Omar chega com pouco tempo depois e nota o estado precário, em que se encontrava o seu amigo fiel. "Fiel, só se for na cabeça dele, porque tenho certeza que o Ângelo já o havia traído também".

- O que está acontecendo aqui? - Ele indaga, se pondo entre os dois; onde um dos seguranças segurava o Ângelo e eu, o Luke. As suas sobrancelhas estavam arqueadas e o seu semblante, estava raivoso pelo o que estava acontecendo. - Alguém pode me falar alguma coisa? - Ele esbraveja querendo ouvir alguma resposta, porém todos tinha medo dele.

E como a única que não tinha medo dele, a Ravena se prontificou a falar.

- Não está vendo? O seu querido amigo, estava agarrando a força a minha amiga, a sua funcionária, Omar. E isso não é de hoje, ele já havia feito isso outra vez. - A Ravena esbraveja, lhe olhando furiosamente com as mãos na cintura. - Isso é assédio, sabia? Ele é o chefe dela.

"Pelo amor de Deus, Ravena! Não ferra mais comigo. O Luke vai pirar, achando que ele ainda estava me agarrando por aí." Repreendo-a em pensamento e sinto o Luke se enrijecer com as suas palavras.

- Chefe? Ele... Ele é o seu chefe? - Ele se vira abruptamente para mim e inevitavelmente os meus braços o afrouxaram.

Não tinha como eu inventar uma outra desculpa. A minha mentira ou melhor, o eufemismo dela, sendo a omissão da verdade, estava sendo revelada. E como se o olhar pudesse me julgar por inteira, eu me encolhi, abraçando o meu próprio corpo.

- Luke... não é bem assim como você está pensando. A gente precisa conversar... em particular, por favor. - Lhe suplico com o olhar e espero que ele atenda aquele meu pedido.

Os segundos seguintes, pareceram uma eternidade, ele me olhava e eu não sabia mais o que ele estava pensando. Porque ele estava me olhando daquele jeito? Será que ele estava pensando que eu estava gostando de ser agarrada por aquele homem?

- Luke? - Peço mais uma vez, sentido as lágrimas querendo brotarem nos meus olhos. A minha voz havia saído rouca e quase em um sussurro.

- Então era por isso, que você não queria que eu viesse aqui hoje? Para não descobrir o seu segredo? - Ele cospe aquelas indagações, como se tive nojo do que poderia ouvir. - Pensei... pensei que você não gostasse de segredos; e que "EU", fosse o seu único segredo. - Ele falar aquelas últimas palavras um pouco mais baixas. - Porra, Melyssa!! Eu..., Merda! Eu devo ser um idiota para você mesmo, não é? - Ele me encara, decepcionado consigo mesmo e eu sinto o meu coração se destroçar com aquilo.

- Luke... Não é isso. Eu não tenho nada com ele. - Me aproximo, para que só eu e ele escute. - Eu não te contei que ele era o meu chefe, porque sabia que você iria pedir para eu sair do emprego ou viria tirar satisfação com ele. Eu... eu não queria sair daqui agora, eu estava com uma ótima oportunidade. - Tento me explicar e seguro na barra do seu casaco, para que ele não me escapasse.

- E por isso, preferiu mentir? Enganar-me e me manter afastado daqui? - Ele franze a testa, como se aquilo fosse uma péssima justificativa. E talvez fosse, mas eu não poderia ter lhe contado logo de primeira, sei que ele não ouviria facilmente. - Você ao menos poderia ter me contado... Nós conversaríamos e pensaríamos em algo para isso. Mas não, não é? Você não confia em mim para isso. Talvez eu não seja digno da sua pessoa e por isso, não me queira assumir para todo mundo a sua volta; principalmente para a nossa família. Eu não valo o sacrifício, não é?

Nesse momento, os meus olhos já estavam banhados em lágrimas.

- Não, Luke! Não é isso. Por favor, me escute. - Tento o segurar, para que não se afaste de mim.

- Eu estou escutando, Melyssa. Eu só não estou crendo que você preferiu mentir para mim, como vem fazendo para todo mundo a respeito de nós. Talvez agora seja eu, que não queira viver nessa mentira. - Ele segura nos meus pulsos e os retira, como se o meu toque o incomodasse.

Ele se volta para o Ângelo e esbraveja perto dele.

- Talvez você não saiba, mas eu tenho como ter as belas gravações desse pátio, comprovando o assédio sexual que você cometeu contra a Senhorita Melyssa Collins em seu ambiente de trabalho. Isso, sem contar os áudios da ligação que ela havia me feito desesperada, após ter sido agarrada a força por você um outro dia. Perseguição também é crime, sabia? - Ele dá uns toquinhos no peito dele e continua. - Agora se atreva a se aproximar dela novamente, que eu mesmo, farei da sua vida um inferno. Nem que eu desista da minha própria vida para isso. - Seu tom é ameaçador e todos ficam atentos aos seus movimentos.

E como se não tivesse mais nada para fazer ali, ele se vira para a Ravena, para pegar o buquê de flores que estava no chão. Merda! Eles eram para mim?

- Luke!!! - Eu ainda o chamo, para tentarmos conversar. O meu coração batia descompensadamente, tentando alcança-lo. A gente não poderia termina assim.

Os meus olhos ficam embasados com as lágrimas e eu nem me importo de enxugá-las. O homem que havia me feito se apaixonar e delirar de desejo por ele, estavam partindo sem mim.

- Luke, por favor! Me espera.

- Não, Melyssa, para mim já deu. Eu não consigo conversar agora. Já vi e ouvir coisas demais para hoje. - Ele se vira para mim, para tentar dar o nosso papo por encerrado.

- Mas..., mas eu te amo, Luke. Por favor, não faz isso comigo. Me perdoa! - Eu o abraço, tentando tragar mais uma vez o seu cheiro; aquele cheiro inebriante que só ele tinha. - Eu não quero te perder. Você sabe o quanto eu preciso de você; nós somos um só, lembra? Eu não vou te esconder mais nada, eu prometo. - Eu ergo o meu rosto, para poder lhe ver melhor.

O seu semblante parecia ter suavizado, mas não o suficiente, para me abraçar e me beijar apaixonadamente como ele sempre fazia. Porém, o seu corpo parece relaxar um pouco mais e me analisar com cautelar, com os seus profundos olhos.

Ele fica me encarando por um tempo, enquanto tira o meu cabelo do meu rosto e secar algumas lágrimas que ainda caiam dos meus olhos. O seu polegar escorrega na minha bochecha e ele ergue o meu rosto, para aproximar a sua boca da minha. Ele umedece os lábios e encosta a sua testa na minha, respirando fundo.

- Ah, Mel!! Porque você faz isso comigo; conosco? - Ele especificar ainda mais, erguendo a cabeça e olhando para os lados. Não havia ninguém ao nosso redor, o povo ainda estava lá dentro do salão, fofocando. - O que aconteceria se eu te beijasse aqui, agora? Você se importaria? - Olho mais uma vez ao redor e vejo alguns funcionários passando, me fazendo abaixar um pouco a cabeça. O Luke parece ter percebido e faz um som grutal com a garganta. - Entendi. Você ainda não contaria para ninguém sobre nós, não é? Você ao menos tem a intenção de contar algum dia, Melyssa?

Eu não sei se era o som da sua voz ou o que eu lhe responderia, que me fazia tremer dos pés a cabeça. No fundo, eu sabia o que o Luke queria ouvir de mim, porém, eu não sabia se estava preparada para isso. Eu o amava, mas tinha muita coisa em jogo. Eu poderia perder a minha família e admiração que eles tinham por mim. Como chegaria em meu pai e diria que estava apaixonada pelo Luke, o meu primo, que havia crescido e sido criado comigo e a Stella? Não tinha como. Seria uma decepção muito grande. E o respeito pela família? Eu estaria arrastando o nome da família Collins, no lixo. E o amor que eles me deram? Seria uma afronta, a tudo que eles fizeram por mim. Eu não poderia fazer isso, mesmo que eu ame o Luke profundamente.

- Acho que o seu silêncio já me responde muitas coisas, Melyssa. - Ele tira as suas mãos de mim e se afasta, secando algumas lágrimas dos seus olhos. - Talvez eu devesse procurar alguém que realmente queira me assumir, não, que tenha vergonha de mim.

- Luke, você não tem ideia do quanto isso é difícil. Você não sabe como isso tudo seria... - As minhas lágrimas voltam a cair novamente e acredito, que eu já deva estar com os olhos todos manchados e inchados.

- Eu sei sim. Caso tenha esquecido, eu também faço parte da sua família; mas não vou mais insistir nisso. Talvez eu tenha me precipitado demais sobre a gente. Não tem como darmos certo. Você mesma está convicta disso. - Ele funga o nariz, dando alguma passo para trás e encaixando as suas mãos dentro do casaco.

- Luke... - Choramingo, não acreditando que estávamos passando por aquilo.

- Não se preocupe, eu ainda serei o seu primo palhaço que só te salva das encrencas. Alguns hábitos nunca mudam, não é? - Ele se vira, andando de lado e depois me dando as costas, me deixando paralisada e sem forças para me manter de pé.

Ele se despediu de mim.

As suas palavras ficam rodando a minha cabeça e eu caio de joelhos, deixando as lágrimas me cobrirem e a culpa me dominar, por não ser tão forte e seguir adiante com a nossa história. Era só isso que o Luke queria de mim e eu não conseguia fazer isso.

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Aí meu coração... Não aguento 🥹😥💔 meluke, oq foi isso hein? Será que não dava para se resolverem na paz? Mel, vc não contou logo.. aii que ódio de mim, por escrever isso tbm 😡🙈🤦🏻‍♀️ (mas é oq eu sei que os meus personagens fariam... ) Pela fé!

E aí meu povoo.. me digam, será que tem volta? Como a Mel poderia resolver isso?
🫣🥺

E a Ravena? Lindaa, né? 😍💃🏻✨ Se sentiram no desfile? Ouviram as músicas no fone? Bom demais hahaha 🎶😂😆 tô perguntando demais né? Enfim kk me empolguei com o capítulo.

Vejo vcs em breve... 😘✌🏼Amo vcs❤️

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