🔸Capítulo 15🔸

Melyssa Collins
🔸🔸🔸🔸

Não sei em que parte a Stella decidiu deixar de fazer uma janta só entre nós, para chamar os nossos pais; quase nunca que eles vinham aqui. As refeições em família, eram sempre na casa deles. Não que eu não gostasse deles lá, mas era entranho. Será que havia acontecido alguma coisa? Enfim, sem mais demoras, eu e o Luke adentramos.

- Filha!! Você chegou... - Ela vem até mim, ao escutar eu trancando a porta de casa. - Luke... você também, amor de tia. - Ela fica surpresa, ao ver eu junto com ele.

Até parece que ela nunca havia me visto com ele; sempre estávamos juntos. Ou será que alguma coisa estava estranha entre a gente.

Eu me viro rapidamente para o espelho lateral e olho o meu rosto, para ver se tinha alguma marca de chupão ou algo parecido do tipo. Deus! Eu iria matar o Luke, se tive alguma coisa.

Analiso com mais cuidado e a minha mãe fica à espreita, tentando entender o que é que eu estava fazendo.

- Está tudo bem, filha? - Ela chega por trás de mim, analisando comigo o meu reflexo no espelho.

Estranhamente eu me sobressalto e começo a balançar a cabeça freneticamente, afirmando que sim.

- Sim, sim! Está tudo bem sim. - Aprumo melhor o meu rosto e ajeito o meu cabelo, o colocando para frente.

Ela ainda fica indecisa, com aquele meu gesto meio sem sentindo, mas assente, me virando de frente para ela e finalmente me abraçando.

- Vem cá, vem!! Precisamos comemorar. - A minha mãe me chama e vejo os seus olhos brilharem. O que será que havia conseguido?

- Ué, comemorar o quê? - Indago curiosa e sendo guiada pelas suas mãos até a nossa grande sala.

A Stella estava na cozinha e logo mais do seu lado, estava o nosso pai, cortando alguns pedaços de carne. A minha mãe chama o David, que estava do outro lado da sala jogando vídeo game e todos nós nos encontramos na mesa. O meu pai trás uma linda garrafa de vinho tinto e enche as nossas taças.

O Luke parecia perdido ali entre nós, mas eu logo trato de incluí-lo naquele meio. Ele fazia parte da nossa família e sempre estava presente nos grandes e pequenos nossos momentos. O que sei lá que fossemos comemorar, ele também poderia estar junto de nós.

- Venha, Luke! - O meu pai o chama, o abraçando com camaradagem pelo pescoço. - Adivinha sobre o que estamos comemorando?

Ele fica perdido sobre o que poderia ser, mas tenta ainda brincar com o meu pai

- Você finalmente vai raspar os pelos do seu peito? - Ele olha de supetão para o meu pai e mesmo, fica estopetado com a suposição dele.

- O quê? Não! Você está maluco, moleque... Os meus pelos são os charmes e a atração que a sua tia gosta. - Ele dá uma piscadinha de olho para minha mãe e continua. - São neles que ela se esquenta toda noite na nossa cama.

Ele faz todo aquele seu charme galanteado na voz e nós, o repreendemos, por falar da sua intimidade naquele momento.

- Pai!!!! - A Stella que o adverte primeiro.

O David faz careta e eu e o Luke, reviramos os olhos.

- Marido, não seja tão indecoroso com os meninos... Eles ainda não sabem como nós o botamos no mundo, entre quatro paredes. - A minha mãe logo entra na onda do meu pai e agora sou eu, quem a repreende.

- Mãe!!!!

"O que eles têm? Estão no cio?"

Com pouco, os dois caem na gargalhada e nos todos ficamos sem saber como agir. Eles sempre faziam isso.

- Acho que eu perdi o que está acontecendo aqui! - O Luke olha para eles dois, do mesmo jeito que nós. Porém, agora é David quem fala.

- Qual é, mãe... Não é nada demais. Não precisava reunir todos para isso.

- Como não? Você conseguiu uma bolsa de estudos nos EUA e vai embora de casa, sem que suas irmãs saibam? - A Kat indaga, como se acreditasse que o filho estivesse ficando lelé das ideias.

- Embora de casa? Como assim? - É a Stella quem pergunta. Todos nós estávamos confusos. A notícia havia saído rápido demais da boca da minha mãe.

- É isso... eu conseguir uma bolsa de estudos e estou para ir no semestre que vem, para os EUA. Acho que já deu o meu tempo aqui no Brasil. A única coisa que me prende por aqui ainda, são vocês; mas sei que sempre vou poder voltar para casa e vocês, irem para lá. - Ele dá um meio sorriso e fico sem entender esse seu subido desejo querer sumir do nosso país. Ou será que ele realmente já tinha o desejo de ir para lá? Fico confusa, sem saber se aquela notícia parecia ser realmente feliz para ele.

Eu rapidamente conseguia detecta quando alguma coisa estava errada. Logo, eu me aproximo do meu irmão e tento soar com a voz mais contente possível, com a sua conquista. O David tinha o quê? 18 anos? Será que havia acontecido algo para ele querer ir embora? Carinho e amor, sempre dávamos a ele. Ele era o xodozinho da nossa mãe. Sempre que podia, a minha mãe estava passando a mão na sua cabeça, escondendo as suas artimanhas.

Com as garotas mesmo, ele era quase o pegador geral das meninas, até finalmente, sossegar o facho com uma delas, uma tal de Sheila. Ele parecia feliz com ela, porém, ultimamente ele não vinha deixando a gente citar o nome dela na mesa. Era um assunto proibido para ele; dizia não querer expor a menina. Não sabíamos porque, mas respeitávamos. O David ainda estava construindo o seu caráter e nisso, não interferíamos.

O papai terminou de nos explicar como tudo funcionaria e disse que ele ficaria na casa de um amigo dele, até concluírem toda a documentação e papelada da universidade. Depois disso, veriam um pequeno apartamento para o David morar, por enquanto estivesse por lá. O papai sugeriu a casa que ele tinha por lá, que era da nossa avó; mas o meu irmão negou, dizendo que seria muito grande para ele morar sozinho. A verdade, é que eu não sei como a nossa mãe está tão tranquila com tudo aquilo; não era muito a sua cara deixa as suas crias longe dela.

Assim, eu me aproximo dela, enquanto os outros estavam conversando sobre a viagem e pergunto.

- Mãe, está tudo bem para você... o David ir morar fora do Brasil? - Indago sem saber se ela estava usando todo aquele sorriso e euforia, para esconder algo mais sério de nós. Eu conhecia a dona KitKat.

- Claro, filha. Eu... Eu sentirei saudades, mas não é algo que eu possa controlar e pedir para ele não ir. - Ela se vira, indo até a pia, para pegar um pano úmido e passar por cima da mesma. Ela não estava bem, ela estava tentando escapar das minhas perguntas.

- Senhora Katarina... será que você poderia parar, para me explicar o que está realmente acontecendo? - Lhe seguro levemente pelos braços, tentando atrair a sua atenção e falando com a minha voz um pouco mais manhosa. - Porque o David não me parece tão feliz com tudo isso?

A mamãe parece querer chorar e logo eu a trago, para fora de casa, na parte do terraço, que dava para a beira da piscina.

- Aí, Mel... - Ela enxuga algumas lágrimas e tenta se controlar, para não ficar com os olhos todos vermelhos e inchados. - O David não tá bem, eu o conheço... Essa menina, a Sheila, que era a sua antiga namorada ou "peguete", eu não sei como chamar... Ela não o fez bem. Tem dias, que o seu irmão anda calado. Ele nem mais quer sair com os amigos, só desce para praticar esportes e pronto. Diz esse mesmo discurso, que ele acabou de dar. De que não tem nada que o prenda aqui. Creio eu, que essa menina o decepcionou ou o traiu... Não sei! Ele não é mais o mesmo. Tento animá-lo, mas nada sai. - Ela fica nervosa e começa andar de um lado para o outro.


- E porque você não nos falou antes, mãe? Podíamos te ajudar. Não sei, eu podia chamar mais o David para sair, ou ir para os eventos comigo. - Tento argumentar de alguma forma. - Somos uma família. Quando um está mal, nós nos juntamos para nos ajudar, não é?

Ela assente, mas não se sente tão convicta com o que deve fazer naquele momento.

- Sim, sim... Você está certa. Mas é que ele já havia se inscrito nessa bolsa e só me anunciou agora, de última hora. Eu não sei como o impedir de ir. Pode ser um sonho dele, mas também pode ser um escape. - Ela eleva a mão a boca, num ato de roer as unhas nervosa. - Aí filha, eu queria que ele fosse para lá bem... sem esse sentimento de vazio. Eu quero o meu filho de volta, mas se ir pra lá, vá fazer ele se sentir melhor e se encontrar, eu não vou o impedir. - Ela inspira fundo, tentando controlar a avalanche de emoções que ela está sentindo.

Eu e a minha mãe sempre nos demos muito bem, a senhora KitKat, via coisas em mim que só ela conseguia ver; assim, como eu com ela. Era como se fossemos espelho uma da outra. Sentíamos a diferença.

- Calma, mãe.... a gente vai se ajudar. Não vamos deixar o David partir desse jeito. Ele sabe que tem a nós. Eu vou dar uma atenção maior para ele. - Tento lhe confortar, alisando os seus braços.

Imediatamente a minha mãe me abraça e me agradece, por poder entendê-la e lhe ajudar. Éramos de um elo indestrutível. Assim eu esperava, pela minha vida toda.

E como se ela pressentisse, o que começava a crescer no meu peito, ele me olha de soslaio e aliso o meu cabelo.

- E você, filha... Como está? O seu sorriso parecia radiante, ao entrar com o Luke. Aconteceu alguma coisa? Você me parecia tão angustiada na última noite. - Ela me indaga, com aquele seu olhar perspicaz.

Instantaneamente eu entro em alerta e fico sem saber o que falar. Apenas negar, que havia acontecido alguma coisa.

- O quê? Hãm... N-ão, não tem nada demais. O Luke, ele... ele só meu deu uma carona. O meu carro quebrou. - Lembro-me da pequena desculpa que o Luke arrumou naquela manhã. Agora sim, serviu com uma boa explicação. Nem acredito, que teria que lhe agradecer e assumir que ele havia arrumado realmente uma ótima desculpa.

- Ah... quebrou foi? Pensei que o motorista do seu pai, quem havia a trazido ontem. - Gelo, com a forma como ela vai investigando cada entrelinha da minha fala.

- Sim, sim... Ele vinha me trazer, mas aí o Luke apareceu e me ofereceu uma carona. Tínhamos algumas coisas para conversar, ele está me ajudando com um cliente do hotel. - Arrumo uma outra desculpa.

Parece que ultimamente venho inventando muitas coisas, para justificar ou esconder as minhas ações. Eu não gostava daquilo. Em algum momento a casa poderia cair para mim. E eu não queria que a minha família e o senso de proteção que eu sentia dela, viesse a ruir. Eu jamais aceitaria decepcionar algum deles na minha vida. Eu só tinha gratidão.

Contudo, a minha mãe me surpreende, ao falar algo que eu não esperava.

- Sabe... Eu fico feliz que você tenha encontrado alguém como o Luke. Ele é uma benção nas nossas vidas. A gestação da sua tia foi um período bem difícil para a gente, mas o Luke trouxe luz e força para todos nós. E ele vem fazendo o mesmo por você. Te sustentando e aparando quando preciso. Sei que você está em boas mãos. A amizade de vocês é linda. - Ela alisa o meu rosto, notando a minha perturbação com as suas palavras. - Não a perca, minha doçura. Ele é a peça chave para você.

Eu levo as suas profundas palavras para o meu coração e eu não sei mais, quem está com vontade de chorar. Ai, dona KitKat! Assim você quebra o meu coraçãozinho. Como vou ter forças, para esconder isso tudo de você? Respiro fundo, tentando guardo os meus sentimentos e confissões só para mim mesma.

Seria difícil, ainda mais depois disso tudo que ouvir.

- Mel!!!! - O Luke me chama, perto da porta de correr da sala. Porém, ele logo nota a presença da minha mãe do meu lado. - Vocês não virão comer? O tio Dylan já está na quarta fatia de carne, já querendo ir para quinta. - Ele relata essa última parte indignado.

Eu e a minha mãe sorrimos, e decidimos por ir logo, antes que o meu pai devorasse tudo que era carne em cima da mesa. Aquele ali, era um carnívoro nato.

Me sentei ao lado do Luke e sentir as suas mãos tocarem de leve a minha perna, me fazendo olhar estopetada para ele. O mesmo sorrir de ladino e bota uma gafada na boca. Ele só pode está querendo brincar com fogo. Não podíamos fazer isso aqui.

🔸🔸🔸🔸

Olá, meu povoo! Demorei, mas cheguei.
😁😆❤️👐🏼✨ Esse Luke, hein? Kkk...fogoso todo🔥

Não teve muito dá Mel, mas quis trazer uma introduçãozinha do David; o filho mas novo dos Collins. 😍😍👐🏼 (É próximo livro e o último da série...) Oq acharam dele? Quem será que eu vou escolher como avatar para ele mais velho? 🙈👀 Sugestões? Kkk..

O Sr. Collins não perde uma com a kitKat, hein? Kkk fuegoo! Que saudades deles. Quem mais tiver.. pode reler a história.
😚🤓📚💜

Partiu alguns dias a frente? Temos que andar com essa história.. as bombinhas viram. 😆💣

Beijooos, até mais! 😁

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