🔸Capítulo 11🔸

Melyssa Collins
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Raiva, medo, iludida e cabisbaixa, foram exatamente como as palavras do tio Anthony haviam me deixado. Saber que a união do Luke com a Cris, poderia ser bem mais aceita e a minha não, era como um tiro no próprio o pé.

O que eu esperava que isso tudo pudesse dar? Ele era o meu primo e não tinha como mudar esse fato. Ele era demais para mim. Eu não poderia permitir decepcionar a minha família ou estragar o futuro dele, por causa de mim. Eu só o estaria segurando, ao decidir ficar me relacionando com ele. Penso, ao cair na realidade do que tudo aquilo significava para a a gente.

Foi difícil, aceitar e entender que lá no fundo eu sempre desejei o Luke, constatar isso, foi como um choque para mim, eu não havia planejado isso. Logo, pelo fato de ter sido tão bom e correspondida ao mesmo tempo, eu não estava preparada para perde isso e sofrer logo depois.

E se ele começasse realmente enxergar a Cris, como uma boa possibilidade de relacionamento? Eu não iria aguentar. Nem começamos a nos envolver e eu já previa um grande abismo no meu coração.

Eu sabia que o Luke não tinha nada com ela, com a Cris; nós crescemos juntos, sempre nos tratávamos com respeito e com a inocência de criança; não tinha como pensarmos em algo assim. Sei que acabou acontecendo comigo e com o Luke, mas éramos um caso a parte, sempre formos muito mais próximos um do outro. Não sei se isso poderia acontecer com eles.

Fico reflexiva, enquanto ajudava a minha mãe na cozinha. Ela estava fazendo um ensopado de peixe, para comermos mais tarde com arroz. Embora ela não precisasse fazer isso, comidas, ela gostava de cozinhar para nós. Dizia que a lembrança de ver a minha vó cozinha para ela e as suas irmãs, era algo que ela gostaria que nós também tivéssemos. Dizia que o amor estava em cada tempero que ela colocava. Era diferente de uma pessoa de fora fazer.

Eu concordo, mas eu estava tão absorta nos meus próprios pensamentos, que era bem capaz desse ensopado sair salgado, com o quanto o meu coração estava apertado sem saber o que fazer. Eu não sabia se deveria ir até o apartamento do Luke, para podermos conversar ou deixar esses últimos acontecimentos para trás e seguir em frente, esquecendo dessas ultimas horas em que passamos juntos e nos descobrimos. Era tão incerto e perigoso.

Respiro fundo, tentando buscar forças para esconder esses sentimentos confusos que cresciam dentro de mim. Eu não era de me deixar levar, sempre agir muito pela razão e necessidade. Talvez o Luke, tivesse se tornado a minha necessidade? Sim; mas a razão para não magoar a minha família era bem maior; eu não poderia botá-la em jogo por causa disso.

Logo, a minha angustia parecia transbordar para dentro do prato, porque logo, a minha mãe se aproxima de mim e acaricia um dos meus ombros, colocando os meus cabelos para trás.

- E aí, meu docinho! Está tão difícil assim, cozinhar com a sua mãe e as suas tias? - Ergo o meu olhar, vendo que as outras mulheres não estavam nem olhando para nós, naquele momento.

Elas estavam envolvidas demais com as suas taças de vinho e as histórias mirabolantes da Elisa. Ela sempre tinha uma história nova para contar, sobre as suas viagens; ela era uma DJ incrível. A sua carreira só estava começando, mas já fazia um grande sucesso.

- Não, não é isso... é só que estou confusa, com algumas coisas na minha cabeça. - Digo sendo sincera, sabendo que eu poderia confiar na minha mãe.

Porém, não ao ponto de contar para ela sobre o Luke, e sim, de me abrir com ela e lhe dizer, quando algo estava me incomodando. Ela tinha o dom de conversa comigo por entre códigos e me entender. Não sei, a nossa ligação sempre foi muito grande quanto a isso.

- E isso não teria mais haver com o seu coraçãozinho apaixonado, em vez da cabeça, não? - Olho para ela surpresa, por ela captar tão rápido as minhas emoções.

- C-omo, como... - Tento perguntar, se estava tão na cara assim.

- Eu só sei, filha. Tenho belos olhos para observar e cuidar muito bem das minhas preciosas crias. Como acha que segurei o seu pai até agora? Eu consigo enxergar aquilo que ninguém ver. - Ela sorri toda maliciosa e misteriosa.

As vezes acho que ela realmente tinha esse super poder. Talvez fosse coisa de mãe; de sentir algo, quando alguma coisa está acontecendo com os seus filhos. Pois não tinha outra explicação para a sua sensibilidade.

- Você me pegou. Você sempre consegue enxergar as coisas, né, dona Kitkat? - Sorrio pela primeira vez, desde que havia conversado com o Luke a pouco tempo atrás. Lembrar dele novamente, me fazia fechar a cara mais uma vez.

- E o que é, que realmente está acontecendo...? - Ela se apoia no balcão e pega mais uma outra faca, para cortar as cebolas junto comigo. Ela sabia que se me olhasse diretamente nos olhos, eu não iria ter coragem para falar com ela.

E como se eu pudesse conversar comigo mesma, colocando em palavras o que eu estava sentindo, eu respiro fundo e começo a falar.

- É que... Eu só estou cansada, mãe; de sempre ter que pensar nos outros primeiro e não poder pensar em mim. É sempre tão injusto. - Digo cabisbaixa, controlando o aperto que crescia dentro do meu peito.

- E nesse caso você estaria prejudicando alguém? - Ela me indaga, como se estivesse perguntando se a cebola estava bem cortada para mim.

- Não necessariamente... talvez decepcionando. - Mordo os lábios, só de pensar no que a minha mãe acharia disso tudo, se soubesse a verdade.

Ela fica em silêncio por um tempo e aquilo me mata a cada segundo que se passar. O que será que ela me responderia? Eu seguiria à risca, o que sei lá ela me falasse.

Logo, ela se vira para mim e com o seu olhar cheio de amor, ela alisa o meu rosto e coloca uma mecha do meu cabelo para trás.

- Filha, você é impossível de decepcionar alguém... Se tem alguém que é mais doce e altruísta do que você, eu desconheço. Se o que o seu coração quer, é o que vai te fazer feliz... siga. As vezes é preciso a gente pensa em nós mesmas, para depois não nos arrependermos. Os outros depois, irão dar um jeito de lhe entender. - Ela sorrir carinhosamente e aperta a minha mão, tentando disfarçar aquele momento íntimo, entre mãe e filha, para que os outros não percebam.

Uma lágrima involuntariamente cai pelo meu rosto e eu rapidamente a enxugo, tentando colocar a culpa na cebola que estávamos cortando.

- Maldita cebola!! Olha o que ela faz comigo... - Sorrio apontando para o meu rosto.

A minha mãe cai na gargalhada e logo, as outras ficam curiosa para saber o motivo dos nossos risos; porém, nós disfarçamos muito bem e entramos na onda da cebola. A minha mãe é uma mulher em tanto, ela sempre sabe o que falar na hora certa. Se eu tiver 1% da sua sabedoria, eu já me sentirei feliz.

Assim, continuamos com a comemoração do aniversário do meu pai, até dá a horas de todos nós irmos para casa. Alguns decidiram ficar e dormir nos chalés, no qual os meus pais haviam construído especialmente para convidados, outros, preferiram ir para as suas casinhas e dormirem nas suas confortáveis caminhas. Não os jugos, até porque eu queria ir para casa, mas não pelos mesmos motivos; eu queria poder conversar com o Luke.

Talvez a conversa com a minha mãe, tenha mudado um pouco os meus pensamentos sobre nós. Ele havia passado a noite toda, tentando se comunicar comigo; porém, eu não iria correr o risco de revelar o nosso segredo, quando mais tarde nós iríamos nos encontrar. Assim, eu dei a pequena desculpa de que iria trabalhar no outro dia, para poder ir para casa.

Peguei o mesmo barco da família, no qual iria levar todos nós para costa novamente e seguir com o Luke, logo atrás de mim, querendo saber se eu iria acatar mesmo, com a sua ideia de irmos para o seu incrível apartamento. Estava claro que eu iria, mas para ele, eu me fazia um pouco de difícil; queria testa o quanto ele estava determinado. O meu ego pedia um pouco disso.

Assim, eu caminhei a passos lentos pelo estacionamento da Netuno, na ideia de encontrar o motorista do meu pai, para poder ir para casa. Porém, conhecendo o Luke como eu sei, eu tenho certeza que ele me interceptará até lá. Eu sentia o seu olhar me fuzilando nas costas.

Logo, quando estávamos a pouco metros do carro e ele nada fez, eu comecei sentir o meu coração se desmanchar, achando que ele não insistiria para me ter ao seu lado. Talvez, ele tenha chegado à conclusão de que não valeria a pena insistir em nós. E eu nada poderia falar. Eu mesma que havia pensado isso e lhe sugerido secretamente.

Assim, o motorista abriu a porta para mim e eu baixei a minha cabeça para poder entrar; eu estava literalmente despedaça. Agora não só tinha perdido a alguém que eu realmente amava, quanto um grande amigo. Sei que jamais seriamos como antes, não iríamos ter mais as mesmas brincadeiras.

E quando penso que tudo já estava no fim, eu o escuto me chamar.

- Melyssa Collins!!!! - Paraliso no seu tom altivo e me viro, com os olhos esbugalhados. Deus! O que ele queria? Ele estava com raiva? - Nem pense em entrar nesse carro.

Ele diz simplesmente e vejo a cara de assustado do motorista, sem entender nada do que estava acontecendo. Acho que ele ficou sem saber se me defendia ou não. Até porque a pessoa que estava falando comigo daquele jeito, era o meu primo Luke, uma das pessoas mais próximas a mim.

Eu engulo em seco e assinto para ele, dizendo que está tudo bem e que ele nos deixe a sós. Sei que o Luke jamais me faria algum mal, mesmo que pareça estar put* da vida.

- O q-que você... - Ele não me deixa terminar e me puxa para um canto atrás de um furgão de carga.

- Você não vai entrar nesse carro, sem antes conversar comigo... - Ele me olha intensamente e segura no meu braço, como se ainda estivesse como medo de que eu fosse lhe escapasse. - Você me afirmou, dizendo que iria para mim casa. Eu mereço pelo menos ser ouvido, antes de você sair me negando e fingindo que não aconteceu nada entre nós. Eu sei que você sentiu, assim como eu... - Ele parece respirar forte, com o coração acelerado.

Eu sei o que sentir. Sei que foi tão forte e intenso, como uma corrente do mar lhe puxando para baixo. Eu não conseguia me soltar, apenas me envolver e deixar água me levar. Não dava para lutar. Era assim, que eu me sentia com o Luke.

- E-u... eu não iria embora. - Afirmo balbuciando, com o tom bem mais baixo do que esperado.

- E porque você não olhou para trás e me deu algum sinal de que iriamos nos encontrar? - A sua respiração fica perto, mas ele não avança, quer ouvir a minha resposta.

- E-u... eu queria... - Respiro fundo, sabendo que eu iria ter que admitir a minha fraqueza. - Eu queria saber se você me queria, assim como eu te quero. - Mordo os lábios, sem saber para onde olhar e depositar a minha tensão. - É ridículo isso, eu sei..., mas é que...

Quando eu penso em me explicar mais uma vez, eu sinto o Luke envolver o meu rosto e me tacar um beijo, me deixando sem falar ou fôlego para poder retrucar. Os nossos lábios se enroscando, respondiam por si só. Não tinha contra-argumento para o que se sentíamos; era uma explosão sem controle.

Cientes de que estávamos correndo risco, nos expondo ali, nos separamos e ele diz que vai nos levar para a sua casa; pois sabíamos que na minha, ainda correríamos o risco da Stella nos pegar, mesmo que ela estivesse lá na ilha com os meus pais. O seu apartamento, agora seria o nosso refúgio; ninguém sabia sobre ele.

"Quem diria, que eu iria concordar com Luke, de tê-lo o escondido de todos."

Sorrio recuperando o fôlego e logo, nós nos direcionamos para o carro do meu pai, para falar com o motorista a respeito de que ele não precisaria mais me levar para casa, o Luke mesmo que iria fazer isso; disse-lhe que tínhamos coisas para conversar. Ele assentiu e logo partiu, sabendo que no outro dia, teria que estar por ali para poder levar os outros para casa. Assim, seguir para o carro do Luke e partimos para o seu apartamento.

O clima estava tão tenso e com grandes expectativas, que apenas ficamos em silêncio, curtindo o som que tocava no carro. Era da banda The Neighbourhood - Daddy Issues. O seu ritmo era intenso e envolvente, que o meu olhar vagueia pelo antebraço do Luke e em seguida, para os seus dedos no volante, lembrando do quando foi bom sentir eles me apertarem e passearem pelo meu corpo. Será que ele ainda faria aquilo comigo hoje? Será que me tocaria?

A minha feminilidade se aperta e já imagina o que mais ele poderia fazer. Aquilo era tão louco, que eu já não mais sabia dizer como o meu corpo reagia tão rápido com ele. Eu jamais havia me sentido assim antes, sempre tive insegurança com homens; mas com Luke era diferente, eu me jogava, eu me entregava, eu queria mais dele. Era simplesmente surreal.

Balanço a minha cabeça em negativo, tentando me manter lucida, mas a voz do Luke me desperta.

- Chegamos. - Ele puxa o freio de mão do carro e me encara, com o corpo virado para mim.

Está ali novamente no estacionamento, era totalmente diferente como dá última vez em que estive aqui. Antes, erámos só Mel e Luke, como amigos; hoje, com talvez amantes ou namorados, não sei ainda o que éramos; mas com certa, agora éramos algo a mais.

E involuntariamente, eu me sinto nervosa ao seu lado. Eu sei o que duas pessoas que se gostam fazem, entre quatro paredes, quando estão sozinhos. Será que era isso que iríamos fazer? Será que era isso, o que o Luke queria? O meu coração se acelera e começo a remexer nas nervosamente nas minhas mãos.

- Mel... Você está bem? - Ele percebe o meu movimento típico e praguejo, por nos conhecermos tão bem.

- Argh!! Estou Luke, estou. É só que... - Respiro fundo. - É só que estou nervosa, está bem? Agora tudo está diferente e eu não sei como agir com você. - Desabafo de uma vez, sem conseguir me conter diante dele. Sempre foi assim, sempre nos falávamos abertamente.

Ele rapidamente ao me ouvir, sorrir de ladino.

- V-ocê, você está zombando de mim...? - Olho para ele, sem entender o motivo do seu sorriso. Ele percebendo isso, começa a se explicar.

- Eu não estou mangando de você, Mel! Eu só estou achando graça, de ver você pela primeira vez sem saber como agir comigo. - Ele lambe os lábios e segura carinhosamente nas minhas mãos. - Não precisa ficar nervosa, ok? Você só precisa ser você mesma e me beijar quando sentir vontade... Só isso. - Ele sorrir lindamente e eu não consigo me conter.

- E agora mesmo, eu posso fazer isso...? - Sussurro aproximando os meus lábios do dele.

Ele confirma com a cabeça e eu me sinto ousada em puxa o seu pescoço para mim e enroscar as nossas línguas, em um ritmo suave e ao mesmo tempo intenso. A música se mistura com as nossas respirações e conduzem os nossos lábios. Era "the beach", da mesma banda em que estávamos ouvindo antes.

Com os nossos corpos se esquentando, mesmo estando com o ar-condicionado ligado, nós nos separamos um do outro. Precisávamos buscar fôlego, antes que ficássemos sem ar e não saíssemos mais daquele carro.

Sorrio com a minha impetuosidade e o Luke que começa a falar.

- Se todos os seus beijos forem assim, com certeza precisaremos ficar em um lugar privado, para que ninguém mais veja o quando você é doce e só minha... - Ele sussurra selando os nossos lábios e acariciando a minha cintura.

O seu toque é quente e instigante. Uma onda elétrica perpassa o meu corpo e sinto a minha pele se arrepiar.

- Você sabe literalmente como provocar uma mulher... - Sinto o seu gosto ao lamber os meus próprios lábios e ver os seus olhos entrando em chamas, ao olhar o meu ato.

- Mel, Mel... Eu acho melhor nós subirmos, se não quisermos esquentar ainda mais esse carro. - Ele me instiga, ao arranhar de leve a cintura.

Um suspiro escapa da minha boca, mas me recomponho, ao notar que ele tinha razão. O Luke me atiça demais, para ficarmos em um lugar tão fechado. Ele finalmente roda a chave do carro o desligando e arrodeia o carro, para abrir a porta para mim.

- Para a mais doce mulher da minha vida... - Ele estende a sua mão para mim e nos encaramos com os olhos cheios de desejos e sentimentos.

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Olá, meu povooo! Kk..
cheguei mais uma vez. 😁😍✨👐🏼
O que estão achando do capítulos? Comigo escrevendo sem revisar, está sendo muito mais rápido para as ideias fluírem e eu publicar logo para vcs. Irei ficar fazendo assim ... Oq acham? 👀 Estão gostando?

E essa noite, promete? Kkk 🔥🔥🔥😏
Eu vou tortura vcs .. ou solto o próximo capítulo?

Vcs leram o capítulo com as músicas.. eu escrevi com elas, me inspirando. Haha 😜

A dona kitKat sabe de tudo, hein?😌💃🏻

O Luke tá me saindo um ótimo conquistador... Não acham? Tô apaixonada por ele.. cada personagem com o seu jeitinho.🥰🤗

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