20. Convite inesperado

"Não consigo me conter, não importa o quanto eu esteja tentando, quero você todo pra mim. Você é um gim com suco metafórico, então vamos lá, me deixe experimentar o gosto do que é estar ao seu lado, não vou desperdiçar uma gota... – Hands To Myself, Selena Gomez."

LIZZIE

Secava os meus cabelos em frente ao espelho da penteadeira em meu quarto, enquanto o Jason, que estava esparramado só de cueca na minha cama, mexia desatento em seu celular. Depois que me deixou em casa ontem para atender o chamado que recebeu, ele não entrou em detalhes comigo, apenas disse que tinha que ir, mas garantiu que voltava assim que terminasse o que tinha que fazer. Apesar de já ser bem tarde, posso dizer que cumpriu a sua promessa, e não faço a menor ideia de onde se meteu, só sei que chegou fedendo a fumaça.

Após fazê-lo tomar um banho, e jogar as suas roupas na lava e seca, nós ainda conversamos um pouco quando nos deitamos juntos na cama, mas como eu realmente estava cansada pelo dia, o sono acabou falando mais alto. Jason não pareceu se incomodar por apenas dormirmos, então isso foi tudo o que aconteceu. Ao nos acordarmos hoje, trocamos alguns carinhos e seguimos para o banho juntos, mas não rolou nada além, pois eu tinha um compromisso com a Emily no shopping essa manhã. Por essa razão me arrumava agora.

– Jay! – chamei, assim que desliguei o secador, o qual pousei sobre a penteadeira – Será que você pode pegar o meu óleo novo para cabelos, lá no closet? É que esse aqui acabou...

– Beleza. – ele bloqueou o celular, jogando-o sobre a cama antes de se levantar – E como é esse treco?

– É um potinho de vidro amarelo. – respondi, já vendo-o se encaminhar para o closet – Está na prateleira do meio, no lado esquerdo.

– Tá. – foi tudo o que ele disse, antes de sumir de vista.

Então, tornei a me virar de frente para a penteadeira, onde peguei a nessessaire com as minhas maquiagens. Já havia hidratado muito bem a minha pele depois do banho, então só comecei a aplicar a base com a esponjinha e acabei nem percebendo que Jason demorara um pouco para voltar. Ao fazê-lo, ele apenas deixou o óleo sobre a penteadeira, e se abaixou um pouco para me encarar pelo reflexo do espelho.

– Isso está certo? – o vi cerrar os olhos.

– Confia no processo, amor. – dei risada pelo seu estranhamento.

– Se você está dizendo... – Jason deu de ombros, e me roubou um selinho rápido – Fica linda de qualquer jeito.

– Obrigada. – senti as minhas bochechas esquentarem.

– De que horas você tem que estar no shopping? – ele se virou, caminhando em direção a cama outra vez.

– Combinei com a Emily às 9am, por quê? – fiz uma curta pausa no leve contorno que desenhava em meu rosto.

– Não, nada, só... Eu tenho umas coisas pra resolver hoje. – ouvir aquilo me fez apertar o pincel com força entre os dedos – Vocês vão almoçar juntas, né?

– Acho que sim. – respondi, voltando a me maquiar enquanto o observava pelo reflexo do espelho – E que história é essa de "coisas pra resolver"?

– Não é nada demais, Lizzie. – ele apanhou o seu celular sobre o edredom, e se sentou na cama.

– Jason...

– Relaxa, eu termino antes de te buscar à tarde . – sua atenção veio a mim novamente.

– Então você vai me buscar? – arqueei as sobrancelhas.

– É, eu vou sim. – confirmou ele.

– Promete? – pedi.

– Eu te dou a minha palavra. – respondeu Jason, me passando certa segurança.

Apenas assenti, me concentrando em terminar de me maquiar, pois em pouco tempo já tinha que estar pronta ou atrasaria com a Emily. Não fiz nada muito exagerado, mas tratei de cobrir o leve arroxeado do chupão que o Jason havia deixado em meu pescoço na outra noite, pois morreria de vergonha se alguém visse aquilo. Ao terminar, passei o óleo nas pontas dos cabelos, os quais amassei um pouco a fim de dar um efeito mais cheio. Depois me encaminhei para o closet, onde vesti uma saia jeans com um cropped preto de mangas longas, o qual tinha um detalhe em triângulo que deixava o meu colo à mostra.

Nos pés, eu calcei uma sapatilha confortável e, após escolher a minha bolsa, saí apressada do closet em direção a penteadeira de novo, onde o meu celular carregava. Abri a primeira gaveta, e peguei um gloss, o qual me abaixei um pouco para passar em meus lábios sem me atentar muito a minha volta. Contudo, pelo reflexo do espelho, pude ver a silhueta do Jason se aproximando de mim, e agradeci em silêncio por ele já estar devidamente vestido em suas roupas, pois precisávamos sair em poucos minutos. Esfreguei os meus lábios um no outro, dando uma última conferida em meu visual, estava tudo certo.

– Sabe, – as mãos grandes do Jason pousaram em meus quadris, assim que me ergui outra vez – você está muito gostosa, pequena.

– Para com isso, eu já disse que a gente não tem tempo agora. – alcancei o meu celular, o qual tirei do carregador tratando de guardar junto com o gloss dentro da minha bolsa.

– Mas eu ainda nem fiz nada... – ele sorriu sacana, colando o seu corpo ao meu.

– Estou falando sério. – rolei os olhos, num leve sorrisinho – Não começa.

– Começar com o quê? – sua voz rouca soou provocante ao pé do meu ouvido, fazendo eriçar os pelos da minha nuca – Eu só disse que você está muito gostosa.

Apertei a minha bolsa entre os dedos, e seus lábios macios seguiram distribuindo alguns beijos molhados pelo meu pescoço, numa doce provocação. Aquele idiota sabia o quanto os seus carinhos me deixavam fraca, mas eu não podia cair no seu papinho agora ou me atrasaria para o compromisso que já estava marcado há dias de antecedência.

– Jason, para! – passei a alça da bolsa pelo ombro – Nós temos mesmo que sair agora. Eu odeio atrasar.

– Você não vai atrasar, relaxa. – sua destra deslizou até uma das minhas nádegas, a qual ele apertou com força – A gente não vai demorar, eu só quero te dar um presente, pode ser?

– Que presente? – o encarei por cima do ombro, e o seu olhar passou do meu traseiro para o meu rosto.

– Empina esse rabo gostoso e eu te mostro. – sorrateiramente, os seus dedos passaram para baixo da minha saia, empurrando aquela peça para cima.

– Eu não vou dar uma rapidinha com você, se é o que está pensando. – tornei a olhar para frente, um tanto zangada.

– Não, não é isso. – ele riu anasalado, negando com a cabeça, enquanto apoiava a sua mão esquerda em meu ombro – Fica tranquila, pequena. Só faz o que eu pedi, vai?

Soltei o ar com força pelo nariz, sentindo o Jason me empurrar delicadamente sobre a penteadeira, onde pousei as minhas mãos para me apoiar melhor. Pelo reflexo do espelho à frente, tive a impressão de vê-lo tirar alguma coisa do bolso da sua calça, mas não consegui identificar o que era. Em seguida, ele se apressou a afastar a minha saia para cima com a sua mão livre, e estremeci ao senti-lo apertar firme a minha nádega esquerda, a qual puxou para o lado antes de esfregar as pontas dos dedos pelo meu ânus ainda coberto pela renda delicada da minha calcinha.

– Jason... – rebolei involuntariamente, quando ele passou a pressionar o seu polegar ali.

– Shh... Fica bem quietinha, Lizzie. – Jason cessou as suas carícias, me fazendo franzir a testa um tanto confusa.

Logo em seguida, o seu quadril esbarrou contra o meu traseiro e ouvi o barulho de uma tampa de plástico caindo no chão. Nesse instante, tentei olhar para trás, mas Jason segurou firme em meu ombro, me forçando a olhar apenas para frente. Pelo reflexo do espelho não dava para ver muito bem o que ele fazia, porém os seus dedos alcançaram o elástico da minha calcinha, me provocando um delicioso arrepio pelo corpo. Sorri maliciosa quando aquela peça foi cuidadosamente arrastada para o lado.

– Amor, o que você está fazendo? – perguntei curiosa, ao sentir um objeto geladinho ser esfregado bem devagar entre os lábios maiores da minha boceta.

– Preciso que você lubrifique isso aqui pra mim... – respondeu Jason, se abaixando um pouco para deixar um beijo em meu ombro.

– E o que exatamente é isso, Jay? – apertei a borda da minha penteadeira, à medida que o calor se alastrava entre as minhas pernas.

– Você vai descobrir logo. – ele tornou a se erguer atrás de mim, sem parar de esfregar o que quer que fosse na minha intimidade.

Em seguida, sua mão esquerda deslizou do meu ombro em direção ao meu quadril, o qual apertou com força antes de finalmente alcançar a minha nádega esquerda outra vez. Inclinei a minha cabeça para cima quando o seu polegar se adiantou até o meu ânus, agora exposto, passando a fazer leves pressões ali, numa sutil ameaça de me penetrar a qualquer instante. No entanto, não foi isso que fez. De canto de olho, vi o Jason apanhar algo sobre a minha penteadeira, o que me fez se perguntar o que seria e quando ele havia colocado ali?

Antes mesmo que eu pudesse fazer alguma suposição a respeito, senti um líquido geladinho lambuzar o meu traseiro, e logo entendi do que se tratava. Era lubrificante. Após devolver o recipiente para a minha penteadeira, Jason começou a espalhar aquilo por minhas nádegas e ânus em movimentos deliciosamente eróticos que faziam o meu corpo esquentar cada vez mais. Aquela altura, receio que nem me lembrava mais da Emily ou do nosso compromisso, eu só queria que aquele filho da mãe continuasse me tocando e me apertando toda.

– Eu mandei você ficar quieta, Lizzie! – Jason cessou os movimentos com o objeto misterioso entre os lábios da minha boceta, quando eu rebolei novamente – Não me provoca, ou juro que não vai aparecer naquele shopping para encontrar a sua amiga hoje.

– E-eu... – gaguejei, sentindo as minhas bochechas inflamarem de vergonha.

– É, eu sei. – ele me interrompeu, sorrindo malicioso – Mas foi você quem disse que a gente não tinha tempo agora, lembra?

Após questionar isso, dirigiu a sua atenção para o meu traseiro de novo, e as minhas pernas bambearam ao sentir o contato do objeto, que há pouco era esfregado em minha boceta, agora em volta do meu ânus. Cravei as minhas unhas no balcão da penteadeira quando o Jason começou a forçar aquilo para dentro de mim e, num impulso, avancei contra o espelho, mas ele rapidamente me segurou firme pelos quadris, me arrastando para trás. Franzi a testa, gemendo baixinho ao receber o que, agora, eu acho que era um plug anal ou algo assim.

– Relaxa, amor! – Jason fazia curtos movimentos de vai e vem, para que eu me acostumasse com o tamanho – Respira devagar, e relaxa. Você pode fazer isso, hum?

Estremeci da cabeça aos pés, quando o seu hálito quente se chocou contra o meu ouvido, numa deliciosa provocação. Aquele cretino provavelmente andou fuçando as coisas no meu closet até encontrar a caixa com os brinquedos sexuais que mandou pra mim. Pensando bem, agora a sua demora para trazer o óleo de cabelo fazia todo o sentido. Respirei fundo algumas vezes e, à medida que ia relaxando, mais centímetros do plug deslizavam para dentro de mim. Graças a todo o lubrificante usado, e o fato de eu estar excitada, aquilo se esfregava afastando as minhas paredes internas sem muita dificuldade.

– Pronto, terminamos aqui. – Jason cessou os seus movimentos, após empurrar tudo até a base – Eu disse que não ia demorar nada, não disse?

Ele depositou um beijo suave em meu pescoço, enquanto ajeitava a minha calcinha por cima do plug completamente alojado dentro de mim. Depois, seguiu descendo a minha saia outra vez, o que me fez cerrar o cenho.

– Espera aí, você não quer que eu saia com a droga de um plug socado na minha bunda, né? – me virei apressada, ao vê-lo se afastar.

– Ah, eu quero sim. – um sorriso cínico se formou em seus lábios – E você não vai tirar.

– Eu vou sair com as minhas amigas! – dei alguns passos em sua direção, sentindo o meu rosto todo esquentar de raiva.

– E daí? – ele deu de ombros, como se aquilo simplesmente não importasse.

– Jason!

– Ninguém vai saber que tem um plug atolado no seu traseiro, Lizzie. – seu tom de voz era risonho, e precisei me conter para não acertar a sua cara de pau – A não ser que você conte...

– Estou falando sério, tira isso agora, eu tenho que sair! – o empurrei, e as suas mãos seguraram as minhas contra o seu peitoral.

– Não vou tirar nada, e você também não. – repetiu Jason, fazendo um leve carinho nas costas das minhas mãos – Vai passar o dia com esse plug aí, até a gente se encontrar de novo.

– Eu não posso, isso incomoda, seu pervertido idiota! – me soltei do seu toque, ainda mais irritada que antes.

– Não pareceu incomodar tanto na primeira vez que eu te fiz usar, lembra? – ele tornou a se aproximar, me agarrando pelos quadris – Você até esqueceu que estava com ele.

– É diferente. – cruzei os braços.

– Não, não é. – com o mindinho, Jason passou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha – Daqui a pouco você nem vai mais lembrar, então relaxa, pequena. Aproveite o seu dia.

– Eu te odeio! – rangi os dentes, apertando os meus braços.

– Eu te amo. – seus olhos caramelados mergulharam nos meus, e soltei a minha respiração com força.

– Droga, seu filho da mãe! – bati com as mãos em seu peitoral, antes de apertar o tecido da sua camisa entre os dedos – Eu também te amo.

Ao me ouvir, Jason sorriu satisfeito aproximando o seu rosto do meu bem devagar, até esfregar sutilmente as pontas dos nossos narizes. Senti um friozinho gostoso surgir na minha barriga, à medida que os seus olhos recaíam aos meus lábios, enquanto com as costas dos dedos ele acariciava uma das minhas bochechas. Apertei mais firme o tecido da sua camisa, lhe puxando para mais perto de mim ao mesmo tempo que ficava nas pontas dos pés a fim de beijá-lo. Eu precisava me deliciar no toque macio que a sua boca rosada tinha, ou juro que enlouqueceria.

Parecendo ouvir os meus pensamentos, Jason se pôs a alcançar a minha nuca, onde emaranhou os seus dedos entre os fios dos meus cabelos. E, assim que fechei os meus olhos, os seus lábios selaram os meus sem pressa algumas vezes seguidas, até que ele finalmente pediu passagem com a língua, a qual eu logo cedi. Espalmei as minhas mãos em direção aos seus ombros e, sem perder tempo, entrelacei os meus braços em volta do seu pescoço, me deliciando no sabor refrescante de hortelã que o seu beijo carregava.

A certo ponto, suas mãos grandes deslizaram por minhas costas, quase como se desenhassem minhas curvas na areia da praia, e arfei baixinho entre os seus lábios ao senti-las apertarem o meu traseiro com força por cima da saia. Em resposta, arranhei a sua nuca com as pontas das unhas, e Jason me puxou ainda mais contra o seu corpo. Ao fim, rompemos aquele beijo com alguns selinhos, antes que passássemos da conta. Sorri largo ao abrir os meus olhos de novo, pois pude ver os seus me encarando com tamanha admiração que, inclusive, chegava a ser difícil respirar.

– Vamos? – suas sobrancelhas arquearam.

– Sim, mas é bom que saiba que se alguém perceber esse plug aqui em mim, eu vou te matar. – agarrei o tecido da sua camisa de novo, tentando soar o mais ameaçadora possível.

– Relaxa, você passa um ar tão meigo e ingênuo, que ninguém nem sequer vai cogitar, pequena. – respondeu Jason, em tom risonho – Então, apenas seja uma garota boazinha como de costume e aja normalmente.

– Você é tão safado! – dei um leve tapinha em seu ombro, sorrindo de canto.

– É, e você se amarra. – senti as suas mãos grandes apertarem firme os meus quadris – Tem esse jeito de santinha, mas na cama é uma vagabunda, a minha vagabunda, hum?

– Para com isso, seu idiota! – lhe dei um leve empurrão, sentindo o meu rosto inteiro esquentar de vergonha.

– Viu só? Toda tímida assim... – ele me puxou para mais perto – É desse jeito que ninguém vai desconfiar do plug no seu rabo, Lizzie.

– Tá, chega dessa conversa. Vamos logo! – fiquei nas pontas dos pés só para lhe roubar um último selinho.

Em seguida, me virei em passos apressados até a penteadeira onde havia deixado a minha bolsa, ali dentro acrescentei apenas uma parte da minha mesada, antes de deixar o meu quarto com o Jason. A essa altura, os meus pais já haviam saído para o trabalho fazia um bom tempo, por isso ele não teve que descer pela janela, nem nada do tipo. Seguimos direto para o seu carro que estava estacionado mais ao fim da rua e, assim que adentramos o veículo, tratei logo de retocar o gloss em meus lábios, o qual havia saído por completo com aquele beijo de arrancar o fôlego.

Durante o percurso, resolvi ligar o rádio e tive que passar algumas estações até encontrar música de qualidade, tocava "Hands To Myself" da Selena Gomez. Tratei logo de aumentar o volume, me acomodando melhor no banco enquanto cantarolava a letra baixinho. Me arrepiei inteira quando o Jason pousou a sua destra em uma das minhas coxas, a qual apertou sutilmente me dando uma breve olhada. Eu adorava as suas demonstrações de carinho quando estávamos juntos, e isso me derretia toda porque eu sabia que ele só agia assim comigo. Era algo intenso e especial.

Toquei gentilmente a sua mão, e logo entrelaçamos os nossos dedos enquanto eu seguia cantarolando a letra da música. Sua atenção se concentrou no trânsito, e eu passei a observar a paisagem lá fora pela janela. Me sentia tão feliz por estar ali ao seu lado, que nem sei como descrever, eu só queria que o Jason nunca mais fosse embora de novo. Ele precisava ficar, precisava ficar comigo. Meneei a minha cabeça, sorrindo boba com os meus próprios pensamentos. Por sorte, o caminho até o shopping se fez tranquilo, e não custamos muito a chegar.

– Espera aí. – Jason segurou em meu braço, assim que tirei o cinto de segurança – Quero que fique com uma coisa, Lizzie.

– Lá vem você... – rolei os olhos, mas o vi abrir o porta-luvas, de onde tirou um spray de pimenta.

– De agora em diante, sempre lembre de carregar isso na sua bolsa. – ele me passou aquilo – Principalmente quando eu não estiver por perto, pode ser?

– Eu só vou sair com as minhas amigas, Jay. – forcei um sorriso, ao perceber que ele estava meio tenso.

– Eu sei, mas eu vou estar ocupado longe daqui, então... – Jason fez uma pausa ao mergulhar o seu olhar no meu – Por favor, guarda na sua bolsa, pequena?

– Tá legal. – concordei com um leve aceno de cabeça, tratando logo de lhe obedecer – Prontinho, já guardei. – fechei a minha bolsa, e tornei a encará-lo – Agora fica tranquilo, eu vou ficar bem.

– É, você tem razão. – ele sorriu fraco, como se tentasse se convencer daquilo – Tem mais uma coisa.

– O quê? – franzi a testa ao vê-lo apanhar a carteira no bolso da jaqueta.

– Isso aqui é pra você se divertir com as suas amigas hoje. – Jason sacou um cartão de crédito, o qual estendeu em minha direção.

– Como assim? – questionei confusa com a informação repentina.

– Sei lá, façam compras, vão ao salão... – sugeriu ele, tornando a guardar sua carteira no bolso, enquanto balançava o cartão na minha frente para que eu o pegasse – Mulheres curtem essas paradas, não?

– Espera aí, eu entendi errado, ou você está me dando permissão de gastar o seu dinheiro, Jason? – indaguei, a fim de entender melhor.

– Não, você entendeu certo. – o vi assentir com a cabeça.

– Tá, deixa só eu perguntar de novo pra ver se não estou ouvindo errado... – segurei em sua mão, a qual abaixei lentamente – Você está dizendo que eu posso comprar qualquer coisa de qualquer valor, e passar o seu cartão?

– Sim, esse aqui não tem limite, então pode comprar ou fazer o que quiser. – ele tornou a confirmar pacientemente.

– Ai, meu Deus! Isso é loucura, não? –sorri largo, sem aguentar me conter – Quer dizer, eu posso mesmo? É sério?

– Eu já te disse que grana não é problema pra mim, e quero que se divirta hoje. – Jason voltou a me oferecer o seu cartão, o qual eu finalmente peguei bem devagar – Mais tarde eu passo pra te buscar, e vou adorar conferir o resultado quando chegarmos em casa.

– Tá legal, não sei se eu já falei isso, mas eu quero que saiba que você é o melhor namorado do mundo! – agarrei o seu braço, lhe puxando abruptamente em minha direção – Obrigada, meu amor. – selei seus lábios algumas vezes seguidas, o que lhe arrancou um discreto sorriso – Eu nem acredito... As meninas vão amar saber que vamos ao salão hoje.

– É, provavelmente... – ele riu anasalado.

– Quer saber de mais uma coisa? Eu vou caprichar pra você. – espalmei a minha destra pelo seu peitoral, num certo tom provocante.

– Ah, vai, é? – seu olhar recaiu aos meus lábios, quando eu assenti – Bom saber, agora vem cá?

– Jason... – senti as minhas bochechas inflamarem de vergonha, quando ele agarrou os meus quadris se inclinando sobre mim.

Seus lábios macios se esfregaram nos meus bem devagar, e pousei as minhas mãos em seus ombros, os quais apertei antes de trocarmos alguns selinhos. Com a destra, Jason segurou em meu rosto, me fazendo mergulhar por alguns segundos naquele mar de mel que eram seus olhos, até que seguiu depositando um beijo carinhoso em minha testa. Sorri corando as bochechas e, ao som estridente do toque do meu celular, nos despedimos. Ajeitei a alça da minha bolsa no ombro, após guardar o cartão de crédito, e logo desci do seu carro, tratando de atender aquela ligação enquanto caminhava apressada para dentro do shopping.

Era a Emily do outro lado da linha, querendo saber se eu já havia chegado. Ao confirmar que sim, ela me disse que estava com o Dylan e a Rose numa loja de vestidos específica no terceiro andar, e pediu que eu os encontrasse lá. Não sei se por impressão minha, mas o seu tom de voz me soou um tanto ansioso, como se ela quisesse dizer alguma coisa a mais. Sei que hoje nós iríamos escolher as nossas roupas para o seu casamento, mas seria esse o motivo da sua ansiedade? Bom, a todo caso, podia ter sido só impressão minha, não é mesmo? Após encerrar a chamada, tratei de guardar o meu celular de volta na minha bolsa, e segui para encontrar o pessoal no local combinado.

– Que bom que você veio, Liz! – Emily saiu da loja para me receber.

– Eu disse que viria. – sorri doce ao abraçá-la.

– O Jason não ficou chateado da gente te roubar hoje? – sua pergunta carregava um tom bem humorado.

– Que nada, ele está de boa. – rompemos o abraço e, ao me afastar, passei delicadamente uma mecha de cabelo para trás da orelha – Não se preocu...

– Amiga do céu! – Emily arregalou os olhos, se apressando em puxar a minha mão – Isso é o que eu estou pensando?

Senti o meu rosto esquentar de um segundo ao outro, quando percebi seus olhos brilharem diante da minha aliança de compromisso. Acontece que eu ainda não tinha contado nada sobre o recente pedido de namoro na praia, não que eu não quisesse que as pessoas soubessem disso, só... Acho que me perdi tanto no fato do Jason estar de volta, que simplesmente me escapou dar aquela notícia.

– Bom, é... É que o Jason me pediu em namoro. – confirmei, um tanto envergonhada.

– Não brinca! Como que uma das minhas melhores amigas é pedida em namoro, e eu não fico sabendo? – ela tornou a me encarar, me deixando ainda mais sem graça – Quando foi isso?

– Foi na noite da quermesse. – respondi em tom baixo, já esperando pela bronca.

– Depois da festa? – indagou ela, extremamente entusiasmada, e eu assenti – Ai, meu Deus! Me dá mais detalhes, como foi? Ele te trouxe rosas, teve música, declaração, romance? O que você sentiu? Anda, me conta tudo!

– Ah, o Jay não é muito de chamar atenção, você sabe... – expliquei – O pedido veio durante os fogos de artifício, nós dois estávamos sozinhos na praia. Eu não esperava, então ele me pegou de surpresa. Foi especial, intenso e romântico do jeito dele, sabe? Eu simplesmente amei cada detalhe.

– Estou passada, dobrada e guardada... – Emily me arrancou um sorriso sincero – Juro que não imagino o Jason sendo um cara romântico em nenhum cenário possível na minha cabeça, mas esse anel... – seus olhos brilhavam enquanto ela admirava a pedra – São diamantes, não são?

– Amiga, é um Tiffany autêntico, nem eu acreditei quando vi. – me permiti demonstrar o quão empolgada estava, era muito bom falar sobre essas coisas com alguém – Às vezes perco a noção do tempo só olhando, ainda sem acreditar.

– Mentira?! – ela sorriu largo quando neguei com a cabeça – Eu também passaria horas admirando uma preciosidade dessas, é mesmo uma aliança digna do nome.

– Não é? – passei a observar aquela linda joia entre meus dedos, me sentindo tão orgulhosa e feliz por carregá-la, significava muito mesmo pra mim.

– O Jason deve ser um puta ricaço mesmo, hein? – comentou Emily, ainda encantada – Seja lá o que ele faz nessa gangue, dá uma grana boa.

– E essa é a parte que eu não gosto nem de pensar, me dá até arrepios. – fiz uma careta quando suas mãos soltaram a minha.

– Sim, eu imagino, deve ser bem complicado. – seu tom de voz soou mais baixo dessa vez, como se repensasse aquilo – Mas, deixando isso de lado, estou muito feliz por vocês.

– Obrigada, também estou muito feliz por você e pelo Noah, tenho certeza que o casamento de vocês vai ser perfeito. – falei o mais doce que pude, e logo alcancei um dos seus braços onde entrelacei o meu.

– Bom, eu espero que seja, porque o trabalho que está dando organizar tudo...

– Relaxa, vai dar tudo certo. – acariciei sutilmente o seu ombro, lhe abraçando de lado antes de puxá-la para dentro da loja – A propósito, quando terminarmos aqui, vamos todas para o salão hoje, você precisa relaxar, e não se preocupe, é por minha conta.

– Você está falando sério? – ela me soou quase tão incrédula, quanto eu instantes atrás no carro com o Jason, mas eu logo assenti – Amiga, o que aconteceu? Os seus pais capricharam na mesada esse mês?

– Na verdade, o Jason me deu o cartão dele e disse que eu posso usar como quiser, então... – expliquei.

– Tá legal, onde é a fila pra conseguir um desses? – Emily olhou para os lados, como se realmente estivesse procurando algo, o que me arrancou uma risada genuína – Não, porque ainda está em tempo, o casamento não aconteceu...

– Deixa de ser boba, o Noah também é ótimo. – comentei risonha.

– Assim espero, assim espero. – ela também ria, enquanto caminhávamos devagar.

Mais à frente, avistei o Dylan sentado num dos puffs, com uma taça de champagne em uma das mãos, enquanto conversava com a Rose que estava de costas para mim. Quando nos aproximamos daqueles dois, o seu olhar não tardou a subir em minha direção, e logo um sorriso extremamente cínico surgiu em seus lábios.

– Ora, ora, ora... Parece que alguém aqui acordou fabulosa hoje. – disse ele, e Rose olhou por cima do ombro para conferir quem era.

– Bom dia, Liz! Você está linda. – disse ela, em tom doce, ao se virar.

– Obrig...

– Ai, chega de papo furado. – fomos interrompidas por Dylan – Vamos direto ao que interessa, o seu badboy de estimação não veio junto, raiozinho de sol?

– Não fala assim do namorado dela, seu idiotazinho presunçoso! – defendeu Emily, me segurando firme pelos ombros.

– MENTIRA! – ele saltou do puff, quase atropelando a pobre da Rose em sua cadeira – O malvadão te pediu em namoro? Conta isso agora!

– Pediu sim, e eu tenho a prova bem aqui. – levantei minha destra, mostrando a minha linda aliança de compromisso.

– Ai, Liz! – vibrou Rose, com os olhos brilhando de felicidade por mim.

– Filha da mãe! – Dylan puxou a minha mão, quase a arrancando do meu braço – Olha o tamanho desse diamante...

– E não é qualquer diamante, meu bem, é um autêntico Tiffany. – se gabou Emily, por ter sido a primeira a saber dessa informação, o que fez os nossos dois amigos arregalarem os olhos – Isso mesmo, vocês ouviram bem, nossa amiga está usando uma fucking aliança Tiffany.

– Espera aí, tá dizendo... – ele fez uma pausa, como se processasse toda a informação em sua cabeça, então voltou a me encarar – Você ganhou uma aliança caríssima de diamantes de um marginal gostosão, e não pensou nem por um segundo em contar isso para os seus amigos, sua vaca desalmada?

– Em minha defesa, estive meio ocupada com...

– Não precisa explicar, eu sei exatamente com o que a mocinha aqui andou ocupada. – fui interrompida – Aquele mafioso sensual te deu uma Tiffany, e depois te pegou de jeito, não foi?

– Dylan! – Emily, Rose e eu falamos juntas.

– Ah, tá! Vocês acham que depois disso aqui, a nossa amiga agradeceu o baby gângster só com beijinhos e abraços? – ele levantou a minha mão, quase esfregando minha aliança na cara das meninas – Acordem, é uma Tiffany! Até eu virava cadelinha daquele homem gostoso.

Os três se entreolharam em completo silêncio por um ou dois segundos, até sorrisos repletos de malícia surgirem em seus lábios, voltando sua atenção à mim ao mesmo tempo.

– Bom, vendo por esse lado... – comentou Rose, num tom mais tímido – Até que faz sentido.

– Olha, eu não queria dizer nada, mas o chá que a nossa amiga deu no boy foi tão forte que até o cartão de crédito ele liberou pra gente ir ao salão hoje. – Emily levantou as mãos em rendição.

– Sério? – Dylan arregalou os olhos, o que me fez rolar os meus numa leve risadinha envergonhada – Amiga, passa a receita, tem gente precisando.

– Vocês são terríveis! – cruzei os braços – O Jay só está sendo gentil.

– Gentileza ou não, a gente não presta e queremos os detalhes da sua noite hot com aquele gostoso. – Dylan saiu me arrastando em direção ao sofá que ficava em frente aos provadores – Anda, conta tudo, amiga!

Engoli em seco, sentindo as minhas bochechas inflamarem de vergonha antes mesmo de ouvir suas perguntas mais picantes, pois já conseguia imaginar muito bem o que viria a seguir. Os três estavam extremamente curiosos, e queriam muito saber sobre a minha noite "romântica" com o Jason. Eu acabei contando a maior parte, falei sobre o hotel, o quarto que ficamos, e como me senti especial quando ele disse pela primeira vez que me amava.

Quanto mais coisas arrancavam de mim, mais interessados aqueles três pareciam ficar, porém não revelei nada que fosse muito íntimo, morreria de vergonha se contasse mesmo tudo sobre os nossos momentos na cama. Não, certos detalhes pertenciam só a mim e ao Jason, era algo pessoal demais. Apenas depois que duas primas da Emily finalmente chegaram, ela se lembrou que tinha uma coisa importante para nos dizer.

– Bom, eu não sei se vocês já perceberam, mas tem um motivo específico para estarmos aqui hoje. – ela se levantou, esfregando as suas mãos uma na outra, um tanto ansiosa – Acontece que eu conversei com o Noah, e nós dois tomamos uma decisão.

– Ai, fala logo, está me deixando curioso. – Dylan se inclinou em sua direção, com as sobrancelhas arqueadas.

– Tá legal... – Emily sorriu leve, assentindo mais para si mesma – Será que vocês aceitam ser minhas madrinhas/ madrinho de casamento?

Seus ombros encolheram após fazer aquela pergunta, e nós cinco nos entreolhamos por alguns segundos naquele sofá, até não conseguirmos mais conter os sorrisos. Ao encará-la outra vez, fizemos um breve suspense antes de praticamente gritarmos um "SIIIIM!" estridente em conjunto. Em seguida, Dylan e eu nos levantamos para abraçar uma Emily muito emotiva, que não tardou a se debulhar em lágrimas. Confesso que precisei me segurar para não chorar junto, mas os meus olhos chegaram a lacrimejar pela emoção do momento, assim como a Rose e as suas primas que também a abraçaram.

Passamos mais um tempo sentados no sofá, cobrindo a Emily de carinho para fazê-la se acalmar. Uma das atendentes até trouxe um copo de água para ela, o que nós agradecemos de imediato, ela foi uma fofa. Então, quando a nossa amiga finalmente conteve o choro, nos avisou que precisávamos provar os modelos de vestidos e ternos que ela já havia separado em outra ocasião. E, preciso dizer que, me apaixonei por cada uma das peças que foram sendo apresentadas, era uma mais linda do que a outra. A Emily tinha mesmo muito bom gosto, e aposto que o seu casamento seria impecável...

Em meio a todos os vestidos que provei, teve um que fez o meu coração bater mais forte ao ver a minha própria imagem no enorme espelho do provador. Era simplesmente perfeito. Assim como todos os outros, esse também era na cor azul bebê, mas tinha um caimento fabuloso no corpo. O detalhe no decote, se estendia até as mangas que eram caídas nos ombros e, enquanto era justo nos seios, a saia se estendia mais solta com uma fenda que ia até acima da metade da coxa. Senti os meus olhos brilharem e só consegui pensar em uma coisa: era esse! Me virei de lado, a fim de conferir também a parte das costas.

Nesse instante, me ocorreu uma ideia. Eu queria que o Jason me visse vestida assim, então me apressei a apanhar o celular dentro da minha bolsa, e me posicionei bem em frente ao espelho de novo. Tirei umas cinco ou seis fotos, e passei a conferir de uma por uma na galeria até me decidir por duas. Numa delas eu estava completamente de frente, enquanto na outra aparecia meio de lado mostrando também uma parte do detalhe das costas. Após anexá-las na conversa, tentei pensar em algo para digitar como mensagem, mas apaguei umas três vezes um tanto indecisa. Por fim, saiu o seguinte:

"Acho que alguém vai precisar comprar um terno muito elegante para me alcançar, porque olha esse vestido... 🦋🩵" – Lizzie, 10:45am.

Enviei de uma vez, antes que desistisse e apagasse tudo de novo. Por saber que o Jason estava ocupado essa manhã, nem cogitei que fosse ao menos visualizar tão cedo, e já estava prestes a bloquear o meu celular quando vi o seu status mudar para "online". Em seguida, ele passou a digitar, fazendo as borboletas despertarem inquietas na minha barriga. Sorri largo ao ler a sua reação:

"Porra, que mulher gostosa essa minha! 🛐🔥🤤" – Jason, 10:45am.

Era mesmo a cara dele dizer algo assim, mas resolvi aproveitar que estava online para lhe atualizar sobre algumas coisas.

"Não seja bobo, Jay. Estou falando sério, quero que compre um terno bem bonito para ser o meu par no casamento da Emy. A propósito, ela me convidou para ser a madrinha. 🥰" – Lizzie, 10:46am.

Então, quase no mesmo segundo, ele respondeu com a seguinte pergunta:

"Eu tenho mesmo que ir?" – Jason, 10:46am.

Desconfio que aquele idiota só digitou isso para me provocar, e resolvi devolver na mesma moeda:

"Depende, você prefere que eu convide outro cara para me acompanhar? 🤔🤷🏻‍♀️" – Lizzie, 10:47am.

Dei risada só por imaginar a sua cara de bunda ao ler aquilo, e ele logo se pôs a responder:

"Eu vou comprar um terno, Lizzie." – Jason, 10:47am.

Mordi o meu lábio inferior num sorriso vitorioso, já passando a digitar a próxima mensagem.

– Liz, você já está pronta? – a voz do Dylan me fez lembrar que ainda estávamos na loja.

– Eu... Já vou. – olhei rápido por cima do ombro, checando se a porta do provador estava mesmo trancada, por sorte sim.

"Ah, que bom que se decidiu. Mas agora tenho que ir, estão me chamando aqui. Eu te amo, seu idiota! XoXo." – Lizzie, 10:48am.

Encaminhei aquela última mensagem, e logo bloqueei o celular, devolvendo-o para dentro da minha bolsa. Depois de encarar o meu próprio reflexo no espelho uma última vez, finalmente me virei destrancando a porta, mas senti as minhas pernas travarem assim que passei para fora daquele provador. Acontece que o Noah acabava de chegar junto com Christian, Logan e Jordan que cravou os seus olhos em mim quase como se não tivesse mais ninguém em volta na loja. De imediato, o nosso último encontro se acendeu na minha memória, nós dois ainda não havíamos nos visto desde a quermesse, e eu não sei se ele tinha se zangado comigo, se estava bravo agora...

[...]

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Look da Lizzie:

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