12. Quermesse

"Se pudéssemos nos dar bem, então poderíamos cantar essa música juntos... Olhe para mim, agora olhe para você, agora olhe para mim de novo, veja que não somos tão diferentes. Olhe em volta, o que você vê? Estamos jogando coisas pela janela... O amor é tudo o que precisamos, nada mais pode te libertar... – Together, Demi Lovato feat. Jason Derulo."

JASON

Depois de resolver o pequeno impasse com o Alexander ontem, tirei o resto do dia para caçar os filhos da puta que resolveram assaltar o galpão e arrumar problemas. Nesse ponto, o Frederick conseguiu ser de grande ajuda já que fez o favor de hackear as câmeras da redondeza, nos dando uma imagem bem nítida de um dos carros. Aquilo foi a ponta de partida para começarmos logo com as buscas, e verificamos quase todos os desmanches da cidade até finalmente encontrarmos um veículo que batia com a descrição.

Demorou um pouco, porém as coisas desenrolaram mais fácil quando fizemos o cara do desmanche abrir o bico, ele resistiu bem no início, no entanto logo começou a cantar feito um passarinho. Acontece que, para a nossa sorte, o maluco não só tinha comprado o carro, como também conhecia um dos filhos da puta que armou o esquema. A princípio, é claro que podia ser caô, pensei talvez uma armadilha por tamanha coincidência, mas de todo modo eu precisava seguir as pistas, e foi exatamente o que fiz.

Como resultado, antes do fim do dia havia empilhado seis corpos, mas nenhum deles era do cara que dava as ordens. Chegar até a mente por trás do assalto e recuperar a carga roubada foi um pouco mais difícil, parecia que o desgraçado sabia que cedo ou tarde iríamos atrás dele. Confesso que por muito pouco não conseguiu fugir de cena, hoje pela manhã trocamos tiros numa pista de pouso clandestina e como previsto o arrombado de merda levou a pior. Como prova do trabalho concluído, não só direcionei a carga de volta ao galpão, como também trazia uma surpresinha para o Alexander.

– Sr. McClain, é verdade? – um dos seguranças se aproximou entusiasmado, assim que abri a porta do meu carro – O senhor invadiu um cartel sozinho ontem a noite?

– Eu não sei do que está falando. – neguei com a cabeça e, após uma longa tragada, tratei de apagar o meu cigarro no chão, alcançando o saco ensanguentado no banco do carona – Não tenho culpa do barulho dos tiros terem abafado minhas educadas batidas na porta de entrada.

– Isso é a cabeça do chefe deles, não é? – seus olhos se arregalaram de admiração ao me ver descer do carro – Já ouvi dizer que o senhor sempre pega a cabeça do chefe como troféu. É verdade que tem uma sala com várias cabeças empalhadas?

– Glen, eu já disse, nada de incomodar o Sr. McClain. Volte já para o seu posto. – ordenou o mordomo da casa, que descia os degraus da pequena escadaria em frente a mansão.

– Sim, senhor! – respondeu o tal Glen, tomando uma postura mais rígida – Me perdoe o incômodo, Sr. McClain...

Não respondi nada dessa vez, apenas assenti com a cabeça e o vi se afastar apressado, enquanto tratava de travar o meu carro.

– Sr. McClain, não aguardávamos lhe ver por aqui tão cedo. – disse o velho mordomo – Por sorte, o Sr. Montenez se encontra em seu escritório, vou avisá-lo que...

– Eu conheço o caminho, posso cuidar disso sozinho, velhote. – passei por ele, subindo a escadaria um tanto apressado.

Ninguém me seguiu, ou tentou me impedir, aposto que estavam todos assustados em vista do que fiz ontem com seu chefe e hoje mais cedo com o filho da puta que tentou nos passar a perna. A certo ponto, despertar o medo nas pessoas a minha volta, até que vinha a calhar, os boatos sempre me tornavam muito pior do que eu realmente era, e dessa forma ninguém enchia a porra do meu saco. Então, não custei a adentrar aquela enorme casa, e assim que a porta se fechou me deparei novamente com o breu que tomava a maior parte dos cômodos.

– McClain, não é? – uma voz feminina chamou minha atenção – Ouvi te chamarem assim lá fora.

Ao subir o olhar, notei que era a tal esposa do Alexander, quem se aproximava um tanto retraída. Apesar de usar o corte de cabelo para tentar esconder os hematomas em seu rosto, ainda era possível identificar uma pequena cicatriz que se formava no canto da sua boca, e um leve tom arroxeado bem abaixo do seu olho esquerdo.

– O que você quer, dona? – questionei impaciente, não tinha planos de me demorar naquela casa.

– Ah, nada demais, eu só não consegui te agradecer por ontem. – seus olhos azuis carregavam uma tristeza inquietante – Você sabe, nunca vi ninguém enfrentar o Alexander daquele jeito.

– Eu não preciso que me agradeça nada. – neguei com a cabeça.

– Tenho que discordar. – ela sorriu amarelo, numa falha tentativa de disfarçar as lágrimas – Você parece ser um bom garoto.

– Acho que a dona não tem bom olho. – apertei o saco com uma cabeça decepada dentro – Na verdade, se fosse esperta o suficiente, já estaria longe daqui e não perdendo o seu tempo para agradecer A ou B.

– Acha que eu não quero ir embora? – a vi franzir a testa – Acha que eu nunca pensei em fugir do meu marido?

– Acho que se casou com um ricaço pensando que ia ter vida boa, e se acostumou com o luxo. – falei de uma vez – Pode não parecer, mas isso é bem comum.

– Isso é no mínimo um insulto. – a mulher pareceu mesmo ofendida – Você não sabe quem eu sou, ou o que passo nessa casa, nesse casamento, rapaz.

– E se me permite, prefiro continuar sem saber. – dei um curto passo para trás – Passar bem, Sra. Hernandez.

Sem dar muita importância para aquela conversa desconecta, avancei pelo corredor, em direção ao escritório onde, segundo o velho mordomo, o Alexander se encontrava. Como disse, não queria passar mais tempo do que o planejado naquela casa, e nenhum assunto interno era da minha conta, bancar o psicólogo não fazia parte do meu trabalho...


LIZZIE

Ontem passei o dia inteiro com a Rose, ela estava uma pilha de nervos por conta do encontro improvisado com o Matthew no cinema, o que eu achava super fofo e romântico. Só esqueci completamente que era justo onde o Jordan trabalhava agora, e confesso que me surpreendeu dar de cara com ele, porém acho que foi tranquilo, tirando a parte onde quase fomos barradas pela outra funcionária. Não entendi muito bem, e cheguei a desconfiar que não fosse mesmo dar certo, mas no fim o encontro rolou e era isso que realmente importava.

Contudo, sem nada pra fazer, e nenhum plano de sair com os meus amigos hoje, passei o dia enfurnada no meu quarto de cara nos livros, que era o meu jeito favorito de passar tempo. Bom, isso pelo menos quando não estava conversando por mensagem ou em ligação com o Jason. O único problema é que geralmente só falávamos do final da tarde para a noitinha. Ele não tinha tempo de sobra no resto do dia, o que chegava a me incomodar um pouco, apesar de me esforçar para tentar entender o seu lado. Era difícil não tê-lo por perto como de costume.

– Ah, não, Jay! – bufei o ar pelo nariz, me sentando apressada na cama – Eu não acredito que você vai passar mais tempo longe.

– Já expliquei que não sou eu quem decido isso. – disse ele, com uma calma irritante.

– Não quero saber quem decide, estou com saudades. – apertei o tablet com força.

– Ah, é? – seu olhar ganhou certo tom malicioso – Mas a gente pode dar um jeito nisso.

– Sim, quando você voltar pra casa. – me apressei em cortar seus pensamentos corrompidos – Não vou fazer aquelas coisas indecentes com você de novo por ligação.

– Só que você curtiu bastante essas "coisas indecentes" duas noites atrás. – Jason riu anasalado.

– Duas noites atrás eu estava com a cabeça cheia e não pensei direito no que a gente fazia, mas não vai acontecer de novo. – tentei soar ainda mais firme.

– Eu não sei não, você me disse que gozou gostoso, não foi? – suas sobrancelhas arquearam.

– Ai, meu Deus, para! – senti minhas bochechas esquentarem de vergonha – Quando você fala assim, até parece sujo.

– Bom, talvez seja... Você se amarra numa boa sacanagem. – aquele garoto parecia disposto a me fazer cavar um buraco no chão para enfiar a minha cabeça.

– Você é um grande idiota! – rolei os olhos.

– E você é uma grande gostosa! – vi um discreto sorriso surgir no canto dos seus lábios, enquanto seus olhos pareciam esquadrinhar minha imagem na tela.

Confesso que, o jeito que ele me apreciava, soava tão estupidamente intenso, que por alguns segundos posso ter perdido o sentido daquela conversa. Naquele curto momento, tudo o que consegui fazer foi encarar os seus lábios rosados do outro lado da tela, me perguntando mentalmente quando os tocaria outra vez, quando sentiria o doce sabor refrescante do seu beijo de novo.

– Então... – pigarreei, me forçando a acordar do meu próprio transe.

– Então o quê? – questionou Jason, um tanto confuso.

– Você também está com saudade de mim? – indaguei, fugindo um pouco do foco anterior.

– O que você acha? – ele resolveu responder com outra pergunta.

– Acho que preciso ouvir de você. – insisti.

– Eu nunca quis tanto voltar pra casa. – dessa vez, sua resposta foi bem mais direta do que eu esperava.

– Promete pra mim que vai tentar agilizar as coisas aí? – pedi, em tom manhoso.

– Estou fazendo o possível, pequena. – concordou ele.

– Lembra que eu estou aqui te esperando. – fiz biquinho, no intuito de derreter o seu coração.

– Essa é a primeira coisa que eu lembro todos os dias. – seu olhar profundo mergulhou no meu.

– Que droga! Eu quero muito te beijar de novo, seu filho da mãe. – tornei a me jogar na cama, segurando o tablet bem no alto, antes de me virar de lado e apoiá-lo no outro travesseiro.

– Se você soubesse todas as coisas que eu quero fazer com você... – Jason transbordava malícia novamente em sua fala.

– Talvez eu deixe você me mostrar, mas só quando voltar. – reforcei, para que ele não insistisse em me fazer se masturbar com aqueles brinquedos sexuais outra vez.

– Ah, mas eu vou te mostrar sim. – aquele maldito sorrisinho de puto no canto dos seus lábios me fez sentir os pelos da nuca eriçarem.

– Acho bom, porque estou esperando por isso já tem mais de uma semana. – tentei disfarçar.

– E de quem é a culpa? – ele cerrou os olhos.

– Totalmente sua, foi você quem saiu fugido depois que fizemos as pazes. – respondi rápido.

– Olha, não é bem assim que eu me lembro. – o vi negar com a cabeça.

– Que pena, porque foi exatamente assim que aconteceu. – empinei o nariz, fingindo não me importar – O que tanto você ainda tem que fazer aí?

– Você sabe que eu não posso falar. – ele se escorou melhor na cabeceira da cama.

– Nem se eu jurar guardar segredo? – franzi a testa.

– Lizzie...

– Relaxa, eu só estou brincando. – dei uma risadinha.

– Tudo bem. – concordou Jason, com um leve aceno de cabeça – Quais são os seus planos pra hoje?

– Não tenho planos. – respondi com total desânimo – Quer dizer, achei que a essa altura você já estaria de volta, para irmos juntos à quermesse da cidade, mas...

– E por que não vai com os seus amigos? – fui interrompida – Você tem um monte deles à disposição, não é?

– Espera aí, você não se incomodaria se eu fosse com eles? – cerrei os olhos.

– Me incomodaria saber que ficou enfurnada em casa, mofando no tédio só porque eu não estou aí. – respondeu ele – Acho que você deve ir, provavelmente vai se divertir, mas tem que me prometer que vai se cuidar.

– Eu sempre me cuido. – fiz uma leve careta.

– Nós dois sabemos que isso não é verdade. – havia um fundo de risada em seu tom de voz agora – Em menos de um ano, você conseguiu ser dopada duas vezes. Isso é meio alarmante, não acha?

– Tá legal, prometo que não vou ingerir álcool, nem aceitar bebida do copo de estranhos dessa vez. – levantei o mindinho como símbolo de promessa.

– Acho que pode ser um bom começo. – debochou Jason, entrando na brincadeira.

Continuamos conversando por mais um tempo, até eu mandar mensagem pra Emily avisando que tinha decidido ir à quermesse com ela e o Noah. Logo depois, me despedi do Jason, e segui direto para o closet onde passei alguns longos minutos escolhendo o que vestir. Optei por um vestido preto curto, acompanhado de uma camisa branca para dar um certo contraste, e nos pés calcei um all star de cano médio super confortável. No fim, até que a mistura ficou legal, então resolvi completar com um penteado simples e uma maquiagem um pouco mais caprichada nos olhos, me dando ao luxo de fazer um delineado bem delicadinho.

Ainda não estava no clima de curtir a noite, porque no fundo eu queria mesmo que o Jason já tivesse voltado, era com ele que eu gostaria de sair hoje. Sentia sua falta cada vez mais, e acho que isso me irritava às vezes, porque era meio assustador perceber que estava mergulhando de cabeça em algo tão incerto quanto o que rolava entre nós dois. Sei que da última vez que o questionei sobre a nossa relação, ele tentou me passar segurança, mas convenhamos que era meio difícil assimilar qualquer coisa quando se está a quilômetros de distância um do outro.

A verdade é que, eu não gostava nada disso, ainda mais por saber os riscos que aquele idiota corria todos os dias, me dava um aperto no coração só de imaginar que algo ruim podia acontecer a qualquer momento. Tudo o que eu mais queria era o Jason de volta logo, e inteiro pra mim, pedia por sua segurança todos os dias, desde que ele teve de viajar, chegava a ser angustiante não poder fazer mais que isso. Sacudi a cabeça para os lados, tentando espantar aquela melancolia, quando ouvi a buzina do carro da Emily soar lá embaixo, e me apressei em terminar de passar o gloss, o qual guardei na bolsa junto com o celular, as chaves e a minha carteira.

– Posso saber aonde você está indo? – questionou minha mãe, ao me ver descer as escadas.

– Ah, eu vou sair com a Emily. – passei a alça da bolsa pelo ombro – Ela me convidou para irmos juntas à quermesse.

– Que horas você volta? – dona Elisa desencostou a cabeça do ombro do meu pai para me encarar melhor.

– Não sei, talvez eu durma na casa dela hoje, caso fique muito tarde para voltar. – expliquei.

– E o Jason vai estar por lá também? – foi a vez do meu pai perguntar, e parecia um tanto incomodado só por cogitar a ideia.

– Não, pai, pode ficar tranquilo porque o Jason não vai aparecer hoje. – rolei os olhos ao perceber a expressão de alívio surgir em sua face.

– Vocês brigaram? – vi minha mãe franzir a testa – É que notamos que você não tem saído muito com o seu novo namorado nos últimos dias.

– Ele não é meu namorado, e nós não brigamos. – neguei de imediato – O Jason apenas ainda não voltou de viagem, por isso não estamos saindo juntos.

– Então está explicado. – ela sorriu leve – Mas você já fez o convite para ele vir jantar aqui em casa?

– Não, ainda não falei com ele sobre isso. – respondi.

– Quando falar, não esqueça de nos avisar. – meu pai me lançou uma piscadela.

– Tá legal, eu tenho que ir agora. – dei alguns passos em direção a porta de saída, e pude ouvir o soar da buzina lá fora outra vez – Não se preocupem, qualquer coisa eu ligo.

Nos despedimos, e saí apressada em direção ao carro estacionado mais à frente na rua, ainda não sabia muito bem como reagir a esse interesse repentino dos meus pais no Jason. Ao me aproximar, notei que era o Noah quem dirigia, e entendi o motivo assim que adentrei o veículo, acontece que a Emily esteve meio enjoada hoje, então não era muito prudente deixá-la atrás do volante. Por sorte, ela parecia bem melhor agora pela noite, mesmo assim não era bom arriscar demais. Seguimos caminho para a quermesse, conversando sobre os preparativos do casamento, e foi aí que eles me atualizaram sobre o espaço para a festa.

O Jordan tinha mesmo conseguido negociar o salão por um bom preço com os seus chefes, e o melhor de tudo é que estava vago para a data planejada. A Emily disse que seus pais ainda precisavam dar uma olhada no local, mas que provavelmente já estava tudo certo quanto a esse ponto, o que era um alívio e tanto para as suas cabeças. Devido ao movimento em volta do local onde a quermesse havia sido organizada, quase não conseguimos achar uma vaga para estacionar, e agradeci mentalmente quando o carro parou. Mesmo de fora, dava para escutar a música alta, e o barulho dos brinquedos ligados.

A brisa suave que soprava, arrastava consigo o cheiro de pipoca e algodão doce, os quais remetiam a deliciosas lembranças da infância. Ao descer do carro, aproveitei para ajeitar minha roupa no reflexo das janelas, também conferi os cabelos e a maquiagem, estava tudo no lugar. Emily que já caminhava com o Noah um pouco mais à frente, se virou para me chamar, e rapidamente os alcancei. Dali do estacionamento era possível ver o topo da roda gigante, e aquilo me fez sentir um friozinho surgir na barriga. A última vez em que estive num lugar assim, foi quando ainda namorava com o Jordan, e era bem capaz de encontrá-lo hoje novamente.

Não que eu estivesse contando com isso, mas confesso que o fato de não seguirmos nos atacando como dois estranhos que se odeiam, já me tranquilizava de certo modo. Apesar de ainda ser um pouco estranho, era agradável conversar normalmente com ele outra vez, eu costumava gostar da sua companhia e do seu bom humor, penso até que talvez pudéssemos ser amigos daqui pra frente. Entretanto, decidi não me concentrar em nada disso, o meu objetivo era esquecer ao menos uma pequena parte da saudade sufocante que carregava no peito, e me permitir se divertir.

– Raiozinho de sol, você veio! – Dylan sorriu largo ao nos encontrar.

– Resolvi dar uma passadinha para conferir. – sorri doce, e ele me abraçou demorado.

– Isso é algum tipo de código para avisar que o seu marginal está de volta? – cochichou ele, em meu ouvido.

– Para com isso, não chama ele assim. – ri fraco, lhe dando um leve empurrãozinho ao desfazermos o abraço – O Jason não vem, sou só eu.

– Hum, que pena! Estava esperando um pouco daquela emoção caótica que ele carrega. – ele me arrancou mais uma risadinha – Em compensação, o pé no saco do outro irmão está por aqui.

– O Jordan veio? – questionou Emily, ao cumprimentá-lo – Preciso agradecê-lo pelo enorme favor que prestou.

– Hello! Não acho que a Liz queira olhar na cara daquele palhaço. – argumentou Dylan.

– Na verdade, até que estamos nos dando bem de novo. – expliquei.

– Ah não, amiga! – ele me olhou com certa decepção – Não vai me dizer que caiu no papinho furado daquele galinha outra vez?

– A Liz já explicou que o Jordan não traiu ela, pelo menos não propositalmente. – mencionou Emily, em defesa.

– Pois é. – concordei – Acabou que a maior parte foi armada pela Ashley & Co., e o fato de eu estar com o Jason agora não apaga o carinho que sinto pelo Jordan.

– Acontece que eu sei exatamente onde esse tipo de carinho entre ex-namorados costuma dar. – o vi rolar os olhos.

– Concordo com o Dylan nessa, Liz, está na cara que o Jordan ainda é amarradão na sua. – comentou Noah.

– Viu só? – Dylan arregalou os olhos em minha direção.

– Tá legal, vamos deixar a Liz em paz, que ela já é bem grandinha pra saber quais decisões tomar sozinha. – Emily me abraçou de lado, como forma de demonstrar apoio.

– Obrigada! – sorri fraco – Mas que tal darmos uma volta agora? Parece ter muita coisa pra se ver por aqui, e eu quero aproveitar.

– Eu quero ir no carrossel, tem que ter um ou nada disso vale a pena. – disse Emily, muito bem humorada.

– E o que estamos esperando? Vamos logo encontrar esse carrossel. – Noah lhe abraçou carinhosamente por trás.

Droga, eles eram muito fofos juntos, o que não conseguia me ajudar na tarefa de não me sentir pateticamente carente, acho que a essa altura eu queria matar o Jason por não aparecer. Para piorar ainda mais, Dylan não se demorou, disse que havia combinado de encontrar o Logan perto das barracas de lanche que ficavam do outro lado da quermesse, e que só depois nos encontraríamos de novo. Ótimo, porque aí quando ele voltasse, eu ficaria de vela entre dois casais, esse era o meu plano perfeito desde o início. Mas a culpa era toda minha, no fundo sabia que ia ficar sobrando e que por isso mesmo não devia ter vindo.

No caminho para o carrossel, encontramos com um vendedor de algodão doce, e o Noah foi muito gentil em comprar um para mim e outro para a Emily. Enquanto ele pagava, avistei alguns ursinhos de pelúcia pendurados numa barraca, o que rapidamente me trouxe lembranças. "Desculpa mesmo não ter conseguido o seu coelhinho azul?", a voz do Jordan me fez rir anasalado, ele não havia conseguido o meu "prêmio" na primeira tentativa, o que pareceu lhe incomodar. Contudo, eu acabei ganhando o tal coelhinho de uma forma estranha naquela mesma noite:

"Toma." – Jason praticamente empurrou o coelhinho em minha direção, o que me fez cerrar os olhos – "O que foi? Era o que você queria, não era?"

"Co-como você sabia disso?" – perguntei completamente confusa ao receber a pelúcia, e ele riu fraco pelo nariz, mas não me respondeu.

"Lizzie?!" – ouvi alguém me chamar, e olhei para o lado, avistando a Emily se aproximar.

"Até mais, Lizzie." – Jason se despediu, mas o segurei pelo braço antes que passasse por mim.

"Foi você, não foi?" – o encarei curiosa – "O desenho no meu armário... Foi você ou não?"

"Depende... Você gostou?" – sua pergunta fez minhas bochechas esquentarem, e rapidamente assenti – "É bom saber disso, mas agora eu tenho que ir."

"Tudo bem." – concordei, soltando o seu braço por fim.

Seu olhar mergulhou no meu por mais alguns segundos, até que assentiu para si mesmo antes de passar por mim. Automaticamente, me virei em sua direção, a tempo de vê-lo seguir por entre as pessoas.

"Hey!" – tentei chamar sua atenção, mas ele não olhou para trás – "Obrigada!"

...

Eu ainda tinha o desenho e aquele coelhinho, e os guardava com muito carinho, pois apesar de não ter nenhuma explicação lógica, esses acabaram sendo os primeiros presentes que o Jason me deu. Suspirei pesado, sacudindo a cabeça para os lados numa medida de espantar novamente a melancolia que insistia em crescer no meu peito. Não demorou muito até que encontramos o carrossel, e a Emily quase saltitou de felicidade igual uma criança realizando o seu sonho. Noah se apressou a comprar os ingressos, e lá estávamos nós em meio a uma das maiores filas dos brinquedos a volta.

Nem preciso dizer que estava repleto de casais sorridentes para todos os lados, trocando beijos e carícias a cada cinco segundos, porque não importava para qual direção eu olhasse, sempre acabava dando de cara com um. Segui comendo o meu algodão doce, enquanto ignorava o fato desconfortável de me sentir sozinha em meio a tanta gente, afinal não tinha lá muito o que eu pudesse fazer quanto a isso. A certo ponto, já nem mais ouvia o que a Emily e o Noah conversavam, e apenas forçava sorrisos acenando com a cabeça quando um dos dois parecia se dirigir a mim.

– Ah, olha só vocês aí. – a voz animada do Dylan chamou minha atenção outra vez – Espero que tenham guardado o meu lugar, porque eu não vou enfrentar essa fila.

– Boa noite, pessoal! – Logan o abraçava pelos ombros.

– Boa noite, cara! – Noah fez um toque com ele, e nesse instante alguém mais surgiu por trás do casal – Fala, Davis!

– Boa noite, Noah! – Jordan o cumprimentou de volta – Emily, Liz... Está tudo certo por aqui?

Seu olhar passou por todos, até recair em mim, e notei um doce sorriso se formar em seus lábios rosados. Por algum motivo, aquilo também me fez sorrir esquentando as bochechas, talvez pelo fato dele e do Jason serem tão parecidos. Tá que isso soava extremamente errado da minha parte, mas era verdade e eu estava me sentindo muito carente pra tentar pensar em algo que fosse coerente.

– Ah...

– Eu queria te agradecer pela força com o espaço para a festa. – Emily tomou minha frente – Estava sendo uma enorme dor de cabeça, você não imagina o quanto nos ajudou, então obrigada mesmo.

– Não foi nada, na verdade a Liz que me deu um toque. – disse Jordan, bem humorado.

– É sério? – Emily passou a me encarar surpresa – Mas você não me disse nada.

– Não foi bem assim, o Dan só está sendo educado. – ao chamá-lo pelo apelido que era tão comum, todos se entreolharam esquisito.

– Bom, então acho que devemos agradecer aos dois. – Noah sorriu largo – Vamos aproveitar um pouquinho do carrossel, por minha conta.

– Assim que se fala. – comemorou Dylan.

Após comprar mais três ingressos, finalmente chegou a nossa vez na fila, e por lógica os casais sentaram lado a lado, sobrando apenas eu e o Jordan. Ele pareceu tão sem graça, quanto eu naquele momento, mas decidi não complicar ainda mais as coisas, e nos sentamos juntos num dos banquinhos entre os cavalos de cerâmica. O carrossel logo começou a girar, tocando sua típica melodia que embalava o sobe e desce dos cavalinhos, remetendo certo tom de romance entre os namorados apaixonados.

– Então, o Jason não vem mesmo? – questionou Jordan, numa tentativa de puxar assunto.

– Não, ele ainda não voltou para a cidade. – respondi da forma mais natural que consegui.

– Entendi. – ele assentiu para si mesmo – Mas que bom que você resolveu aparecer mesmo assim.

– É, eu quase não vinha. – fui sincera – Não estava muito animada.

– Seria uma pena se não tivesse vindo, você está muito linda hoje. – seus doces olhos cor de mel mergulharam nos meus.

– Você também não está nada mal. – observei.

Não era nenhuma mentira, Jordan costumava ter bom gosto pra roupa e hoje não havia sido diferente. Ele estava lindo como sempre, vestia uma calça jeans de lavagem clara e uma jaqueta estilo moletom muito legal, com sua costumeira correntinha de ouro por cima para dar um charme a mais. O seu corte de cabelo ainda estava baixo, e confesso que aquilo funcionava bem pra ele, apesar de no meu íntimo achar que o estilo do Jason lhe cairia muito melhor agora, ou talvez fosse só a droga da minha cabeça ferrada querendo comparar os dois ao ponto que se parecessem mais do que de costume essa noite.

– Ah, é? Você acha? – Jordan riu fraco.

– Acho. – confirmei com um leve aceno de cabeça – Aposto até que não deixa essa quermesse desacompanhado hoje.

– Se analisarmos, eu já estou muito bem acompanhado agora. – o vi umedecer os lábios, após estender seu braço por cima do apoio atrás da minha cabeça.

– Jordan...

– Não esquenta, é brincadeira. – ele me interrompeu, em tom risonho – Seria horrível se eu imitasse o Jason e começasse a devolver as investidas dele em você enquanto ainda era a minha namorada, não acha?

– Você sabe que nunca rolou nada com o Jason, enquanto nós dois éramos namorados. – passei algumas mechas de cabelo para trás das orelhas.

– Sim, mas eu também sei que isso nunca impediu o meu irmão de dar em cima de você. – sustentou ele.

– Esse estilo não combina nada com você. – o encarei de volta, um tanto tristonha.

– Talvez eu também tenha mudado, Liz. – o vi dar de ombros.

– Por favor, não torne as coisas ainda mais estranhas? – meu pedido soou quase como uma súplica.

– Eu já disse, relaxa, tá legal? – Jordan riu fraco.

– Tá. – soltei a respiração com força.

– Olha só, parece que tem um cavalinho vazio do outro lado. – ele apontou de repente em uma direção – O que você acha de ter a experiência completa no carrossel?

– Não me parece uma má ideia. – comentei, cogitando a possibilidade de seguir até aquele cavalinho solitário.

– Vem, eu te ajudo. – ele se levantou sem pensar duas vezes, e estendeu sua mão esquerda em minha direção.

Fechei os olhos numa curta risada, sacudindo a cabeça para os lados, e logo em seguida alcancei sua mão também tratando de ficar de pé. Para ser honesta, eu não sabia exatamente o que estava fazendo. Quer dizer, manter uma boa relação com o Jordan não podia ser tão ruim assim, certo? Seguimos entre os cavalinhos do carrossel, ignorando alguns olhares que se levantavam em nossa direção, mas a certo ponto acabei tropeçando e só não esborrachei minha cara no chão porque o Dan me agarrou firme pela cintura.

– Está tudo bem? – pude ouvir sua voz rouca soar ao pé do ouvido, e os pelos da minha nuca eriçaram com força.

– Sim, eu estou bem, obrigada. – me apressei a se soltar do seu toque.

Em resposta, ele apenas concordou com um aceno de cabeça, e logo depois me ajudou a subir no cavalinho. Precisei me sentar de lado por conta do meu vestido curto, Jordan ao perceber foi um cavalheiro, rapidamente se posicionando a minha frente de forma que ninguém conseguisse ver mais do que devia. No entanto, receio que aquela posição nos deixava bem próximos um do outro, tornando possível que eu notasse ainda mais alguns detalhes como a fragrância do seu delicioso perfume amadeirado, que me arrastava muitas lembranças do tempo que passamos juntos.

"Nada é mais importante para mim do que você, Liz...", sorri amarelo quando seus olhos cor de mel tornaram a recair sobre mim. As coisas costumavam ser bem intensas entre o Jason e eu, mas acho que os sentimentos que tive pelo Jordan, foram os mais puros que me permiti conhecer um dia. Talvez, por isso mesmo, me decepcionei tanto quando descobri que ele dormiu com a Maya e fez todas aquelas coisas com o único intuito de me machucar. Chegava, inclusive, a ser estranho que agora tudo o que restava eram as lembranças do que costumávamos ser.

– O que foi? Parece pensativa... – observou Jordan.

– O quê? Não! – neguei apressada – Acho que só estou meio enjoada com todos esses casais.

– É, o carrossel costuma ser meio grudento. – ele deu uma breve olhada em volta – Mas podemos tentar outra coisa, se você quiser sair daqui.

– Por favor? – pedi, como última esperança.

– Tá legal, vem comigo. – ele riu anasalado, estendendo sua mão para mim outra vez.

Não precisei nem pensar, antes de saltar daquele cavalinho, e com sua ajuda logo deixamos o carrossel que ainda girava cheio de casais melosos. Nesse momento, uma leve brisa soprou meus cabelos, então me apressei a organizá-los por trás das orelhas novamente. Jordan se despediu dos nossos amigos, avisando que ficaríamos por perto, e logo em seguida me indicou uma direção com a cabeça, eu apenas assenti. Caminhamos até uma barraquinha, onde as pessoas se amontoavam curiosas, e não demorou nada para entendermos o motivo.

Havia um homem vestido com uma fantasia de tubarão, sentado numa prancha em cima de um tanque cheio de água. Ao lado, os apostadores tentavam acertar uma cesta com bolas de basquete para fazê-lo mergulhar no tanque. A cada arremesso, a expectativa da plateia parecia crescer absurdamente, e ninguém poupava as vaias quando erravam a cesta. Jordan não precisou dizer nada para que eu entendesse que ele queria tentar, o que me soou muito mais divertido e bem menos embaraçoso do que o carrossel lá atrás.

– Eu aposto que você não consegue. – resolvi provocar.

– Qual é? Está mesmo tirando uma com a minha cara, Liz? – seu tom de voz era risonho – Acho que vou ter que te provar o contrário.

– Vai lá, eu quero só ver... – dei de ombros, fingindo não acreditar nada nele.

Jordan sacudiu a cabeça para os lados, tratando de pegar sua carteira no bolso enquanto se aproximava do vendedor na barraca. Ele pagou por um ticket que dava direito a cinco arremessos seguidos, depois olhou em minha direção um tanto desafiador. A plateia deu espaço para que passássemos, e fiquei bem ao seu lado para conferir a jogada de perto, não queria perder aquilo por nada. O vi pegar uma das bolas dentro do cesto a nossa frente, com a qual brincou entre os dedos só para se exibir antes de se concentrar na cesta.

O tubarãozinho parecia super tranquilo em sua prancha, acenando e mandando beijos para as pessoas que assistiam a volta. Jordan, por sua vez, quicou a bola no chão com força e finalmente fez o primeiro arremesso, prendi a respiração por um milésimo de segundo acompanhando atentamente o trajeto, e no primeiro instante a plateia pareceu incrédula quando ouvimos o estrondo de algo desabando na água. Ele marcou a cesta sem dificuldade alguma, e somente alguns segundos depois de um silêncio ininterrupto ouvimos as palmas.

– O que você tinha dito mesmo? – suas sobrancelhas arquearam, quando ele passou a me encarar.

– Olha, está na cara que isso não passou de um golpe de sorte. – torci o nariz, cruzando os braços – Aposto que não consegue de novo se tentar outra vez.

– Tá legal, mas se eu conseguir, quero te ver tentar. – Jordan alcançou outra bola no cesto.

– Interessante, só que eu não jogo. – franzi a testa.

– Então é melhor prestar bastante atenção dessa vez, porque você vai ter que jogar, mocinha. – disse ele, em tom ameaçador.

A essa altura, o pobre tubarão encharcado, já regressava com certa dificuldade para a sua prancha no topo do tanque. Contudo, mal conseguiu se sentar direito antes de despencar na água pela segunda vez, arrancando altas risadas da plateia. Jordan pareceu tomar gosto pelos aplausos, porque repetiu sua jogada marcando a terceira cesta consecutiva, o que deixou o homem fantasiado dentro do tanque um tanto irritado. É, preciso concordar que assistir aquela cena era mesmo engraçado, mas cortei as risadas quando ele me estendeu a penúltima bola da cesta.

Aquilo me fez rolar os olhos, porque sabia que agora eu que me tornaria a piada, normalmente seria terrível a pressão de tentar marcar uma cesta logo depois do pequeno show que o Jordan havia proporcionado, mas tentei não ligar muito pra isso. O importante era se divertir, não é mesmo? Nem preciso dizer que o meu arremesso foi um grande fiasco, não cheguei nem perto de marcar, o que rapidamente levantou as vaias do pessoal a nossa volta. Ao notar o idiota rindo ao meu lado, bati com o cotovelo em seu braço, e o vi negar com a cabeça na intenção de se controlar.

– Eu avisei que não jogava. – cruzei os braços, contendo o riso de vergonha.

– Vem cá, eu vou te ensinar uma coisa. – Jordan pegou a última bola dentro do cesto.

– Está dizendo que vai me ensinar a marcar uma cesta aqui e agora? – arqueei as sobrancelhas, e ele assentiu – Tudo bem, até por que não tem nenhuma pressão, não é mesmo?

– Deixa de coisa, eu sou ótimo nisso, você mesma viu. – disse ele, extremamente convencido – Só presta atenção, e aquele tubarão vai mergulhar de cara na água dessa vez.

– Tá bom, que outra escolha eu tenho? – dei de ombros – Por onde vamos começar?

Segui seus passos com o olhar, enquanto Jordan se posicionava atrás de mim, e não demorou até que me entregasse a bola em mãos.

– Beleza, segura firme assim, bem firme. – ele se aproximou mais, quase colando seu corpo ao meu, à medida que pressionava minhas mãos contra a bola.

Estremeci dos pés a cabeça quando o seu rosto passou bem ao lado do meu, me fazendo perceber o quão próximos estávamos agora. Suas mãos grandes ainda apertavam as minhas, e no instante que a sua voz rouca soprou em meu ouvido que eu devia olhar para a cesta, senti os pelos da nuca eriçarem com força. Droga! O que diabos estava acontecendo comigo? Pior é que o Jordan pareceu notar o meu estado, quando sorriu quente contra a minha pele, ele estava se divertindo por me deixar nervosa?

– Olhe para a cesta, Liz. – disse ele, outra vez – Você só tem que se concentrar, não é difícil.

Assenti, fechando os olhos por um breve momento para tentar controlar o fluxo da minha própria respiração, que por algum motivo parecia se tornar cada vez mais pesada. Ao abrir os olhos outra vez, Jordan soltou minhas mãos, mas não antes de posicioná-las no ângulo certo, e logo senti as suas pousarem delicadamente em meus quadris.

– Agora relaxa... – sussurrou ele, para que só eu ouvisse – Isso, linda... É só dar um impulso um pouco mais forte quando jogar. Você acha que consegue?

– Certo, acho... Eu consigo sim. – confirmei com um leve aceno de cabeça, e Jordan me soltou, dando dois curtos passos para trás.

Agradeci mentalmente, pois isso me permitiu se concentrar melhor no que de fato queria fazer ali. As pessoas a volta pareciam ansiosas para ver aquele arremesso, e confesso que me senti como se estivesse numa final de campeonato prestes a marcar a cesta decisiva da partida ou algo assim. Respirei bem fundo, juntando o máximo de ar aos meus pulmões, enquanto encarava a cesta atentamente, em seguida tomei um impulso um pouco mais forte e arremessei a bola como o Jordan aconselhou que fizesse.

Dessa vez, para a surpresa de todos, foi em cheio, atravessando direitinho o arco. Ouvimos o estrondo do pobre tubarão mergulhando novamente no tanque de água, e arregalei os olhos ao ouvir os aplausos e risadas a volta. Acho que ainda não conseguia assimilar que realmente havia marcado uma cesta, eu nunca tinha feito isso antes, e a minha ficha demorou um pouco a cair. Contudo, um sorriso involuntário se formou em meus lábios, quando me virei de frente para Jordan que me aplaudia orgulhoso junto com os demais.

– Foi um ótimo arremesso! – disse ele, contente.

– Sim, graças a você! – comemorei e, talvez pelo calor do momento, me precipitei a abraçá-lo com força.

– Nada disso, eu só dei uma forcinha... – Jordan riu leve, retribuindo o gesto carinhoso.

No entanto, receio ter me arrependido logo em seguida, ao avistar uma figura bastante familiar nos observando de muito mau humor mais ao longe entre a multidão. Rompi o contato com o Jordan quase no mesmo segundo, cerrando os olhos completamente incrédula ao constatar quem era de fato. Ainda não conseguia acreditar, ele disse que não viria, certo?

Sorri nervosamente ao ver o Jason retirar o cigarro da boca, no qual pisou ao jogar no chão, assoprando a fumaça para o lado. Em seguida, as suas mãos se meteram para dentro dos bolsos da jaqueta, e ele assentiu pra si mesmo, tratando de olhar para os dois lados antes de se levantar da grade de ferro onde parecia ter ficado escorado por tempo suficiente. Senti um friozinho irritante surgir na barriga, à medida que o observava caminhar em passos largos na nossa direção...

[...]

🦋. Eitaaaa que agora o circo pega fogo, meu povoooo 🎪🤡🔥🔥🔥 kkkkkkkk

🦋. Será que a Liz fez errado em abraçar o Jordan? Os dois estão se dando super bem de novo, né? Me conta o que você acha disso? E não esqueça de apertar na ⭐️ para ajudar, não custa nada. Até o próximo final de semanaaaa 😘

Look da Liz:

Look do Jordan:

O Jason de longe, assistindo tudo e pensando "Rapaz, tá certo isso?" Kkkkk

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