34° Uma velha amiga

Era uma noite tranquila e serena. Alessandro e Alice caminhavam pelas ruas calmas de San Lorenzo, um vilarejo encantador que parecia ter saído de um conto de fadas. A atmosfera acolhedora e rústica do lugar tornava cada momento mais especial, como se o tempo tivesse desacelerado para permitir que eles desfrutassem plenamente da companhia um do outro. A primavera tomava conta da cidade, com suas cores vibrantes e fragrâncias doces que se espalhavam pelo ar. As varandas das casas, adornadas com flores em plena floração, e os terraços repletos de vasos coloridos formavam um cenário de pura harmonia.

O som suave da brisa se misturava aos risos distantes e à conversa tranquila dos moradores, que aproveitavam o fim da tarde, todos imersos na paz que o vilarejo proporcionava. As flores, em tons de rosa, lilás e amarelo, cobriam as fachadas das casas, dando à cidade uma sensação de acolhimento e de celebração.

Alessandro olhou para Alice com um sorriso suave. Ela estava vestida com um vestido florido que parecia complementar a estação, e seus olhos refletiam a beleza ao redor. 

— Sabe, eu esteva pensando...

— No que?

— O que acha de comprarmos uma casa mais ampla para morarmos?

— Uma casa?

— Sim! — Alessandro sorriu para a loira de maneira casual.— Eu amo meu apartamento, mas, eu quero uma família grande... Quero muitos filhos correndo pelo quintal... E meu apartamento apesar de ser aconchegante e grande, não tem o espaço necessário para tudo isso... Eu posso vender meu apartamento, ou alugar... O que você acha?

Alice o olhou surpresa, mas logo um sorriso suave tomou conta de seu rosto. Ela havia imaginado mil coisas sobre o futuro, mas uma casa maior, com um jardim cheio de crianças correndo, era algo que ela também desejava.

— Eu... Eu adoro a ideia, Alessandro — disse ela, a voz suave e um pouco sonhadora. — Eu adoraria isso.

Alessandro apertou a mão de Alice, os olhos iluminados pela ideia que se formava na mente de ambos. Eles estavam no começo de uma vida a dois, e agora, a possibilidade de construir um futuro ainda mais amplo e cheio de vida parecia tão natural quanto tudo o que haviam vivido até aquele momento.

— Eu quero tudo isso com você, Alice. Quero uma casa cheia de risos, de bagunça, de amor. Sei que pode ser um grande passo, mas sinto que é o que estamos prontos para fazer. Crescer, construir algo juntos, algo que seja nosso... 

Alice ficou em silêncio por um instante, os olhos brilhando com uma emoção genuína. Ela sentia uma conexão profunda com Alessandro, uma certeza de que, independentemente do que viesse, eles seriam fortes o suficiente para enfrentar. E ter um lar para a família que planejavam formar era o reflexo desse amor incondicional que compartilhavam.

— Onde você gostaria que fosse?

Alessandro pensou por um momento, olhando para as ruas tranquilas de San Lorenzo, onde estavam passeando.

— Talvez em algum lugar assim. — ele respondeu, olhando ao redor, para as pequenas ruas cobertas de flores e casas com jardins. — Um lugar tranquilo, onde pudéssemos ter nossa privacidade, mas ainda perto de amigos e familiares. Algo que nos permita continuar a nossa vida, mas em um ambiente mais amplo e livre. O que acha?

Alice olhou para ele com carinho. Ela sempre soubera que Alessandro pensava no futuro, mas ouvir isso diretamente dele a fazia sentir que eles estavam alinhados de uma forma profunda. Algo que antes parecia um sonho distante agora estava se tornando uma possibilidade tangível, algo que poderiam construir juntos.

—Eu gosto de um lugar tranquilo e calmo... Podemos ver algumas opções em Gênova... 

Alessandro sorriu, encantado com a ideia. Ele sabia que, onde quer que estivessem, o que realmente importava era o que construiriam juntos. O lar era mais que um espaço físico — era o amor e os sonhos que dividiam.

— Eu pensei exatamente o mesmo, Alice. Vamos começar a procurar? Podemos ver opções e decidir com calma. O que importa é que, onde quer que seja, vamos estar juntos, para sempre.

Ela assentiu, sentindo o calor do amor e da cumplicidade entre eles. A ideia de uma casa maior, de uma vida cheia de filhos e memórias, era o próximo passo de uma jornada que ambos estavam ansiosos para trilhar.

Eles continuaram andando pelas ruas tranquilas e calmas, e quando estavam prestem a entrar em um café, uma voz o chamou os trazendo para a realidade. 

— Alice! 

quando Alice se virou pode ver Laís parada próximo a entrada da padaria. A morena usava roupas confortáveis, e tinha um sorriso fascinante no rosto.

— Lais, quanto tempo!

— Eu digo o mesmo... E você, como está?

— Melhor impossível! — Falou cumprimentando a amiga com um abraço caloroso.— Não sabia que estava em San Lorenzo.

— Vim passar algumas dias com a minha avó... Mas, talvez eu volte pata o Brasil em breve... E quanto á vocês... Fiquei sabendo que estão pra casar.

Alice sorriu para a amiga.

— Sim, daqui a três meses... Eu iria te mandar mensagem para saber se você não poderia ser a minha madrinha, e também queria saber se você não poderia fazer meu bolo de casamento.

Laís sorriu ainda mais ao ouvir o pedido de Alice, seus olhos brilharam de alegria. Ela adorava a ideia de participar de um momento tão importante na vida de sua amiga.

— Eu fico emocionada, Alice! Ser sua madrinha é uma honra, claro! E quanto ao bolo, eu vou fazer o melhor bolo de casamento que você já viu. Pode deixar, vou caprichar!

Alice sentiu um alívio e uma alegria imensa ao ver a reação de Laís. A amizade delas era antiga, e ela sabia que contar com Laís em um momento tão especial seria perfeito.

— Você vai fazer a nossa festa ainda mais incrível, tenho certeza disso — Alice respondeu, seu sorriso se alargando. — Eu sempre soube que você tinha talento para essas coisas, Laís. E o bolo... Ah, o bolo vai ser uma das atrações, com certeza!

Laís riu, balançando a cabeça de maneira descontraída.

— Não precisa se preocupar com nada, Alice. Vou fazer com todo o carinho. E quanto à cerimônia, tem algo que eu possa fazer para ajudar nos preparativos?

Alice pensou por um momento, sabendo que com Luna já cuidando de boa parte dos detalhes, não era necessário muito mais. Mas ter Laís por perto, ajudando com o bolo e acompanhando todo o processo, seria um apoio inestimável.

— Eu vou te manter informada sobre tudo, Laís, mas creio que não será necessário poia a Luna vai cuidar de toda a parte da decoração...

— A Luna arrasa!

— Ela é incrível mesmo...

— O que você acha de nos encontrarmos essa semana, para conversarmos mais sobre o bolo e a decoração? Vou adorar ouvir suas ideias.

— Combinado! Vou adorar. — respondeu Laís, com o sorriso contagiante que sempre a acompanhava. — E fico feliz em ver você tão feliz, Alice. Você merece tudo de bom.

A amizade delas era marcada por essa cumplicidade natural, e Alice se sentiu ainda mais grata por ter Laís ali, naquele momento, compartilhando sua alegria.

— E você, Laís? Como está? Espero que tenha tirado um tempo para descansar na casa da sua avó. Não sei quando você vai voltar para o Brasil, mas seria ótimo ver você mais vezes antes de você partir.

Laís suspirou suavemente, olhando para as ruas tranquilas de San Lorenzo, como se estivesse absorvendo o clima pacato e acolhedor da cidade.

— Eu realmente estava precisando de um tempo assim, Alice. A vida no Brasil tem sido intensa. Por isso decidi vir aqui, ficar alguns dias com minha avó, e aproveitar para dar uma pausa. Acho que vou sentir falta desse lugar quando voltar, mas ao mesmo tempo, é bom estar em casa.

Alice compreendeu perfeitamente. Ela mesma sabia o quanto a rotina e a pressão do dia a dia podiam ser desgastantes. Aproveitar momentos como aquele era precioso.

— Então, vamos aproveitar esses dias, e tentar fazer com que eles sejam especiais. Afinal, além de ser meu bolo de casamento, também vamos colocar o papo em dia, e relembrar os velhos tempos.

As duas riram juntas, e o ambiente leve e descontraído só tornava a conversa ainda mais agradável. Alice sentia que aquele momento era apenas o começo de um capítulo ainda mais bonito da sua vida, com amigos queridos por perto e uma nova jornada prestes a começar.

— Mas, então, quando pretende voltar para o Brasil?

— Ainda não sei... Minha avó não está muito bem.—Falou a morena suspirando profundamente.— Ela não tem mais idade para administrar uma padaria... E não quer vender a propriedade, falou que a doce sonhos, é a padaria mais antiga de San Lorenzo, que pertencia a sua família a muitos anos, e que queria deixar para mim...

A conversa parecia pesar no ar, com o dilema de manter um legado familiar ou enfrentar as dificuldades da vida e dos negócios. A morena continuou com os olhos distantes, olhando para o horizonte, como se buscando uma resposta dentro de si mesma.

— Mas... você já pensou em assumir a padaria, mesmo que tenha que abrir mão de outros planos? — perguntou Alessandro que até então não tinha falado nada, e tentando entender melhor a situação. —

— Eu pensei muito sobre isso... Mas é complicado. Minha vida agora é no Brasil, eu tenho um bom trabalho, uma boa casa, minha vida está toda estruturada, e, ao mesmo tempo, eu não sei se teria o que é preciso para manter o negócio funcionando como ela fez durante tantos anos. Não é apenas uma padaria, é um pedacinho da nossa história, da história da minha família. — disse ela com uma pontada na voz.—

— Acredito que você se sairia muito bem, afinal de contas, você é boa em dar ordens. — Falou Alice docemente fazendo Lais rir.—

— Talvez você tenha razão, Alice. Eu sou boa em dar ordens, mas administrar uma padaria... é bem mais do que isso. Tem o lado emocional, o cuidado com os clientes, os detalhes da receita, as decisões financeiras... Não sei se estou preparada para tudo isso. — Lais suspirou novamente, tocando os fios de cabelo com as mãos, um gesto de quem se sente sobrecarregada.

Alice sorriu suavemente, tentando transmitir uma sensação de confiança.

— Lembre-se de que você não está sozinha. Sua avó te deixou algo muito precioso, mas, mais importante, ela confiou em você para continuar a história. E com o tempo, você vai aprender, como aprendeu a lidar com tudo até aqui. E se precisar de ajuda, sabe que pode contar com suas amigas, né? Tenho certeza que tanto Samira, como Luna e Milena, ficaram orgulhosas independente da sua escolha e decisão, porque queremos o melhor para você... 

Lais olhou para a amiga e, pela primeira vez em muito tempo, um sorriso mais genuíno apareceu em seu rosto. E foram com essas palavras que as amigas se despediram, e cada uma seguiu o seu caminho...

Os dias que se seguiram, foi tranquilos, e Alessandro sentia que, aos poucos, sua vida voltava ao normal. As lembranças que antes estavam dispersas começaram a se reorganizar em sua mente, trazendo de volta momentos de felicidade e de superação. O braço ainda o incomodava, mas ele estava se acostumando com a ideia de que o processo de recuperação seria gradual. O trabalho no PS, embora exigisse mais esforço físico e emocional, servia para mantê-lo ocupado e focado. No fundo, ele sabia que, em breve, poderia voltar à sala de cirurgia e retomar suas atividades com mais intensidade.

Enquanto isso, os preparativos para o casamento iam tomando forma. A escolha da casa de campo da família De Luca, um local repleto de história e significado, parecia a decisão perfeita. Ali, rodeados por natureza e lembranças de gerações passadas, Alessandro e Alice selariam o compromisso de uma vida juntos. A cerimônia seria simples, mas repleta de significado, com apenas os mais próximos presentes para celebrar esse momento único.

Luna, com sua habilidade ímpar para organização, já estava cuidando de cada detalhe, desde a decoração até o cardápio. Alessandro confiava plenamente em sua amiga e sabia que a festa seria um sucesso, com a leveza e elegância que Alice e ele sempre sonharam.

O noivado tinha sido uma fase de sonhos, mas o casamento, ele sentia, seria o verdadeiro marco. Ele olhava para Alice com um sorriso nostálgico, pensando em como ela mudara sua vida desde o primeiro encontro, com seu olhar gentil e seu jeito sereno. Agora, ele estava prestes a se tornar seu marido, e a ideia o enchia de um sentimento profundo de felicidade.

Enquanto os dias passavam, ele não podia deixar de pensar no futuro, nos momentos que compartilhariam, nas dificuldades que enfrentariam juntos, mas também nas alegrias que estavam por vir. Ele estava preparado para essa nova fase da vida. Era o que mais queria: uma vida ao lado de Alice, onde pudessem continuar a crescer, a aprender e a amar. 

*** 

Não deixem de curtir e comentar... beijinhos e até o próximo capitulo.

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