27°Jantar

Quando o carro finalmente se aproximou da imponente residência dos Panagazzi, Alice sentiu o coração acelerar um pouco. A enorme casa, com sua arquitetura clássica e elegante, parecia quase saída de um conto de fadas, com a fachada branca, as colunas altas e os jardins bem cuidados que se estendiam até o portão. As luzes suaves que saíam pelas janelas davam à casa uma aura acolhedora, mas também imponente, uma lembrança do legado e da história da família Panagazzi.

Alice olhou pela janela e viu o portão de ferro ornamentado se abrir, permitindo a passagem do veículo. O carro deslizou suavemente pela longa entrada, rodeada por uma fileira de árvores altas e arbustos bem podados. As luzes da casa brilhavam em um tom dourado, quase mágica, como se estivessem esperando pela chegada deles. Seus pais conversavam animadamente, mas ela não podia deixar de sentir uma mistura de excitação e nervosismo, sabendo que estava prestes a entrar na casa dos pais de Alessandro, um lugar cheio de memórias e importância.

— Estamos chegando, querida. Você está pronta? — A voz da mãe de Alice a tirou de seus pensamentos. Ela virou-se para olhar para os pais, sorrindo nervosamente.

— Sim, mãe, estou bem... — respondeu ela, sentindo uma leve tensão nos ombros. Ela queria que fosse um bom momento, que tudo fosse perfeito. Ela ainda não sabia como ia dar a noticia aos seus pais.—

As luzes brilhavam pelas janelas, e o aroma de flores frescas preenchia o ar. Quando o carro parou em frente à entrada principal, a grande porta de madeira se abriu e Alessandro apareceu, sorrindo de maneira calorosa. Quando seus olhos encontraram os de Alice, o coração dela bateu mais rápido. Ele usava uma camisa de linho branco,  e uma calça jeans escura, de corte slim. A combinação entre o linho da camisa e o jeans escuro criava uma harmonia entre o formal e o relaxado, perfeito para uma reunião familiar em um ambiente acolhedor. Alice sentiu uma onda de carinho e gratidão por vê-lo ali, esperando por ela.

Ao sair do carro, os pais de Alice foram os primeiros a cumprimentá-lo com um sorriso genuíno e um aperto de mão firme. Alice observou o gesto com um toque de calor no peito, sentindo que, embora fosse um passo novo e um pouco assustador, ela estava cercada por pessoas que realmente se importavam uns com os outros.

Alessandro virou-se então para ela, com um sorriso ainda mais suave, quase como se fosse um segredo entre os dois. Ele estendeu a mão para ela, e ao tomar a sua, ela sentiu um pequeno alívio como se, naquele momento, ela estivesse exatamente onde deveria estar. 

Alice sentiu seu coração disparar quando Alessandro se aproximou dela, a voz suave e carregada de carinho sussurrando em italiano apenas para ela ouvir. O som de suas palavras, carregadas de admiração, a fez corar instantaneamente.

Sei bellissima in questo vestito... Como vou me concentrar no jantar com uma beleza dessas ao meu lado? — disse ele, seu tom profundo e quente, com um sorriso encantador, enquanto seus olhos se fixavam nos dela com uma intensidade que fazia o mundo ao redor parecer desaparecer. 

Alice, levemente ruborizada, desviou o olhar por um instante, mas não conseguiu esconder o sorriso que se formava em seus lábios. Ela sentia uma mistura de nervosismo e felicidade, mas também uma segurança que só Alessandro era capaz de lhe transmitir. Ele sempre soubera como fazer com que ela se sentisse especial.

Ela estava usando um vestido de um tom profundo de azul, que contrastava lindamente com a suavidade de sua pele. O tecido fluía graciosamente ao redor de seu corpo, marcando sua silhueta de forma delicada. O vestido tinha um corte elegante, com uma leve abertura nas costas que se fechava com um pequeno botão de pérola. As alças finas e o decote suave criavam um equilíbrio perfeito entre sensualidade e sofisticação, sem exageros.

A suavidade do vestido combinava perfeitamente com os cabelos soltos, ondulados de maneira natural, caindo suavemente sobre seus ombros. Ela havia optado por um toque de maquiagem sutil, destacando seus olhos azuis de maneira suave, e seus lábios estavam apenas levemente corados, como se o toque de cor fosse um reflexo de sua timidez, mas também de seu charme natural.

Alice olhou para Alessandro, sentindo o calor em seu rosto, mas também um conforto crescente. Ele parecia tão à vontade com ela, mesmo em meio à formalidade do jantar. Ela sabia que ele sempre soubera como quebrar qualquer barreira entre eles com uma palavra, um sorriso, um gesto simples. E naquele momento, ela sentia que tudo ao seu redor parecia perfeito, exatamente como deveria ser.

Ele a guiou pela escada da entrada, enquanto seus pais os seguiam atrás, conversando de maneira descontraída.

A casa estava cheia de calor e uma atmosfera acolhedora, com o aroma de comida caseira se misturando ao perfume suave das flores que estavam em arranjos por toda a casa. Alice se sentiu imediatamente à vontade, apesar da grandiosidade do lugar. O salão principal tinha tetos altos e lustres de cristal que refletiam a luz suave das velas, criando um ambiente de sofisticação sem ser intimidador. As paredes eram decoradas com quadros familiares e antigas fotografias que pareciam contar a história da família Panagazzi.

Laura e Vitorio estavam ali para recebê-los com abraços calorosos. A mãe de Alessandro estava radiante, seu sorriso amável e seu olhar atento, enquanto o pai de Alessandro, Vitorio, parecia genuinamente feliz com a presença de todos.

 Vitório apertou a mão de Leonel e trocou algumas palavras animadas, enquanto Laura guiava todos para a sala de estar. 

— Bem-vindos, que alegria tê-los aqui! — disse Laura, com um sorriso radiante, enquanto abraçava Julia com carinho. — Fiquem à vontade.

Alice sorriu, sentindo-se lentamente relaxar à medida que a noite se desenrolava. Ela trocou olhares com Alessandro, que parecia perceber seu nervosismo, mas sem dizer uma palavra, ele a segurou mais de perto, fazendo-a sentir que tudo estava certo. As conversas começaram a fluir de forma natural, com risos e trocas de histórias, e Alice não pôde deixar de notar como a casa dos Panagazzi, apesar de ser grandiosa, estava repleta de calor e amor familiar.

O ambiente era acolhedor, decorado com móveis clássicos e flores frescas em vasos de cristal. Alessandro puxou uma cadeira para Alice e sentou-se próximo, sempre atento ao seu conforto.

Enquanto se acomodavam para o jantar, Alice sentiu uma sensação de pertencimento. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas com Alessandro ao seu lado e sua família ali, parecia que estava começando uma nova etapa, um novo capítulo cheio de promessas e descobertas.  O jantar foi servido em seguida, com pratos impecáveis que deixavam todos impressionados. Alice tentou focar na conversa, mas a presença de Alessandro tão próxima a deixava levemente desconcentrada.

A grande mesa de jantar estava iluminada suavemente por velas, criando uma atmosfera acolhedora e intimista. O aroma delicioso de pratos italianos caseiros pairava no ar, misturando-se com o som suave de conversas e risos. A casa dos Panagazzi parecia viva, repleta de calor e energia familiar, como se a união entre os presentes fosse a verdadeira essência daquele lugar.

Alice estava ao lado de Alessandro, seu coração ainda acelerado, mas agora preenchido por uma sensação de conforto. Seus pais estavam à sua frente, e ao lado deles, Laura e Vitorio, pais de Alessandro, estavam em uma conversa animada sobre viagens que haviam feito recentemente.

— Então, Alice, como está o seu trabalho? — Laura perguntou, inclinando-se para a frente com um sorriso acolhedor. — Eu ouvi dizer que você tem se saído muito bem como medica pediatra.

Alice sorriu, um pouco surpresa pela pergunta, mas satisfeita em poder compartilhar.

— Ah, obrigada! Não tem muito o que falar, eu amo o que faço.

Vitorio, deu um sorriso largo, apoiando os cotovelos na mesa.

— Isso é ótimo! — Vitorio disse, sorrindo amplamente enquanto se acomodava na cadeira, com os cotovelos apoiados na mesa. — Ser médico, especialmente pediatra, é uma vocação maravilhosa. É incrível como vocês conseguem tocar tantas vidas de uma forma tão positiva.

Alice sorriu, sentindo-se agradecida pelas palavras dele, mas um pouco nervosa pela atenção que estava recebendo. Ela nunca se acostumava muito com os elogios, mas tentava sempre ser humilde em suas respostas.

— Eu realmente amo o que faço. Cada dia é diferente, e cada criança é única... Ver os pequenos se recuperando e sendo bem cuidados, isso me dá uma sensação de realização. — Alice disse, seu olhar suave, refletindo a paixão que ela sentia pela profissão.

Laura olhou para ela com um olhar carinhoso e, com uma leve inclinação da cabeça, comentou:

— Eu imagino como deve ser gratificante, Alice. Trabalhar com crianças... elas têm uma maneira especial de ver o mundo, não é? Eu sempre fico encantada quando vejo crianças, a pureza com que elas falam e agem.

— Sim! — Alice respondeu rapidamente, animada por ver que estavam interessados no assunto. — Elas são tão sinceras e espontâneas. Às vezes, o maior desafio é conquistar a confiança delas, mas quando você consegue, é como se uma barreira caísse, e você se conecta de uma forma única.

Vitorio, interessado, se recostou na cadeira e apoiou a taça de vinho na mesa.

— Deve ser uma experiência incrível, lidar com as emoções e os medos dos pais também, não só das crianças. Imagino que os pais fiquem muito apreensivos, especialmente quando são tão pequenos, não?

Alice assentiu, refletindo por um momento.

— Com certeza. Os pais podem ficar muito nervosos, principalmente quando se trata de questões de saúde delicadas. Eu tento sempre ser o apoio deles também, porque sei o quanto isso afeta toda a família. O cuidado não é só com a criança, mas com todos ao redor dela. E a comunicação é fundamental, tanto com as crianças quanto com os pais.

Laura sorriu, admirando o compromisso e a dedicação de Alice.

— É maravilhoso ver você falar sobre isso com tanto entusiasmo, Alice. Eu tenho certeza de que você é uma médica incrível. Alessandro tem muita sorte de ter uma mulher tão apaixonada e dedicada ao seu lado. — Ela olhou para o filho com um sorriso orgulhoso, mas com um toque de brincadeira. — Eu sempre digo que ele tem sorte, mesmo que demore um pouco para perceber, não é, Alessandro?

Alessandro sorriu de volta, erguendo uma sobrancelha para a mãe antes de olhar para Alice com um olhar carinhoso.

— Eu sou realmente um homem de sorte, mãe. E sim, talvez eu tenha demorado um pouco a perceber, mas agora não tenho dúvidas. Alice é uma pessoa incrível, por dentro e por fora.

Alice corou levemente, mas não pôde deixar de sorrir com o elogio de Alessandro. O calor em seu coração aumentou, e ela sentiu a presença dele ao seu lado de uma forma que a fazia se sentir segura e acolhida.

Leonel, que estava observando atentamente a interação entre os dois, sorriu com um olhar satisfeito.

— Ah, a juventude e o amor... É bom ver isso. — Ele fez uma pausa, pegando a taça de vinho e levantando-a para um brinde. — Ao amor, à família e ao futuro!

Alice ficou ruborizada, sentindo o calor subir ao rosto enquanto olhava para Alessandro, que, por sua vez, sorria suavemente, aparentemente divertido com a situação. Leonel, sempre irreverente, estava agora se divertindo com a reação dela.

— Pai, sério! — Alice exclamou, cobrindo o rosto com as mãos, tentando disfarçar o constrangimento. — Não precisa disso, por favor!

Leonel, ainda sorrindo, se inclinou um pouco para frente e olhou para Alessandro com um sorriso astuto.

— Eu não estou mentindo, querida, e você sabe disso. Alessandro sempre foi muito... Apaixonado. — Ele fez uma pausa, levantando uma sobrancelha em tom de brincadeira. — E eu sempre gostei do Alessandro. Ele tem cabeça boa, sabe onde quer chegar. Não é todo dia que encontramos um bom partido para uma filha, você sabe.

Julieta, por outro lado, riu com mais suavidade, tentando amenizar a situação.

— Oh, Leonel, você está sendo um pouco demais, não acha? — Ela olhou para Alice, sorrindo de forma mais gentil. — Mas, se tem uma coisa que sabemos é que, quando o amor é verdadeiro, ele acaba transparecendo de qualquer maneira. Não precisamos forçar nada.

Alessandro, sentindo o clima um pouco tenso, colocou a mão sobre a de Alice, tentando ajudá-la a se sentir mais confortável.

— Eu acho que o que seu pai tem razão em uma coisa, Alice — ele disse, sorrindo de forma tranquila e tentando aliviar a tensão. —  Você é a pessoa que faz meu mundo fazer sentido.

Alice, ainda corada, olhou para ele, surpresa com a sinceridade de suas palavras. Ela sorriu suavemente, sentindo seu coração bater mais rápido.

Leonel deu uma risada satisfeito ao lado de Julia, claramente feliz com a troca entre os dois.

— Ah, juventude, o amor... É bom ver vocês assim. E eu, como pai, fico tranquilo sabendo que minha filha está com alguém que eu sei que cuida dela. — Ele olhou para Alice com um sorriso carinhoso. — Você sabe que, não importa o que aconteça, sempre terá o apoio da nossa família.

Após o prato principal, a sobremesa chegou, um tiramisù feito por Laura, que Alessandro elogiou com entusiasmo. 

— Mãe, isso está divino! Eu estava com saudades desse manjar dos deuses... — Alessandro exclamou, pegando uma colherada generosa do tiramisù e levando à boca, fechando os olhos em prazer. — Você tem que me passar a receita um dia desses, para eu tentar fazer em casa. Mas acho que nunca vou conseguir fazer igual!

Laura sorriu, visivelmente satisfeita com o elogio do filho. Ela colocou a mão sobre o coração, fingindo humildade.

— Ah, meu filho, você sabe que ninguém faz um tiramisù como eu. Isso é segredo de família. Mas se você insistir muito, talvez eu até considere te ensinar, embora eu duvide que consiga a mesma perfeição. — Ela riu suavemente, antes de virar-se para Alice. — E você, querida, o que acha? Está aprovado?

Alice pegou sua colher e experimentou a sobremesa, seus olhos brilhando com a primeira mordida. O sabor era leve e cremoso, com a perfeita combinação de café e chocolate.

— Está maravilhoso, Laura! Eu nunca comi nada igual. — Alice respondeu, sorrindo com sinceridade. — Você é uma mestre da culinária, sem dúvida.

Vitorio, que já havia terminado sua sobremesa, se reclinou na cadeira, satisfeito, e levantou sua taça de vinho novamente.

— Eu sempre disse que Laura tem mãos de ouro na cozinha. E é por isso que nossa casa é sempre um lugar tão especial. A comida aqui tem alma, tem carinho. E tudo isso contribui para o amor e a felicidade da nossa família. — Ele fez uma pausa, olhando para todos à mesa com um sorriso carinhoso. — 

A atmosfera do jantar estava relaxada e acolhedora, todos conversando tranquilamente, trocando risadas e histórias. A mesa havia sido retirada, e os copos de vinho estavam quase vazios. As conversas diminuíram um pouco, o ambiente perfeito para o que Alessandro sentia que era o momento certo para compartilhar algo importante. Ele se levantou levemente da cadeira, pedindo atenção de forma suave, mas ainda calorosa.

— Senhor e senhora de Luca... — começou ele, olhando para os pais de Alice e depois para ela, que estava sentada ao seu lado, com um leve sorriso, embora com os olhos um pouco inquietos. — Eu sei que vocês vieram aqui hoje a pedido dos meus pais, mas, na verdade, Alice e eu já estávamos pensando em algo do tipo, pois gostaríamos de dizer algo importante... Algo que envolve não apenas nós dois, mas nossas vidas a partir de agora.

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 Oi meus amores... mais um capitulo chega ao fim... não deixem de curtir e comentar por favor...

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