08° Questionamentos
Alice acordou sozinha na cama... Os pensamentos e lembranças da noite anterior se fizeram em seus pensamentos... Quando se levantou já era tarde... Ela não tinha o costume de acordar tão tarde assim, mas nos últimos dias o trabalho estava exigindo muito dela... Mas ela não podia reclamar, ela amava o que fazia... E ela adorava ser pediatra... Se levantou da cama se sentindo um tanto dolorida pela noite anterior...ela não se lembrava de ter visto Alessandro sair do quarto... Eles tinham feito amor de uma maneira diferente... Foi diferente de todas as vezes que ela já havia se entregado para ele... Suspirando, ela foi até o chuveiro, tomou uma ducha gelada, se arrumou, e depois de fazer a sua higiene pessoal, ela desceu até o andar de baixo.
Encontrou os familiares na varanda, mas não viu sinal de Alessandro, ou da tal Bianca.
— Se você está procurando por Alessandro, ele já foi embora... Ligaram pra ele do hospital. — falou Gabriel, o seu irmão mais velho, se aproximando de forma sorrateira.— A tal Bianca também foi com ele?
Alice fez uma careta, mas, como não quer nada falou:
— Por que está me dizendo isso?
— Achei que você deveria saber.— falou beijando o rosto da irmã e se afastando.—
— você não deveria estar cuidado da sua namorada?
Gabriel revirou os olhos
— Nem me lembre.
— o que foi? Brigou com a Saori?
— Ela é um caso sério sabe... Eu gosto dela... Muito... Mas as coisas ficam complicadas demais quando ela tem essas crises de ciúmes... Eu não gosto... Ela deveria confiar em mim
Alice suspirou ao ouvir as palavras do irmão. Gabriel e suas complicações amorosas eram quase uma novela à parte na família, mas ela não podia culpá-lo. Saori realmente tinha uma personalidade forte, e as crises de ciúmes dela eram notórias.
— Vocês precisam conversar, Gabriel — disse Alice, enquanto pegava uma xícara de café. — Se você gosta dela de verdade, precisa deixar claro o que sente e o que espera. Vocês dois têm jeito, só precisam se alinhar, antes que isso acabe estragando tudo.
Gabriel se recostou na cadeira, cruzando os braços, com uma expressão pensativa.
— Eu sei... Mas é mais fácil falar do que fazer. Às vezes, sinto que ela está lutando contra fantasmas do passado que nem sei se posso vencer.
Alice o observou por um momento, enxergando algo que poucas pessoas conseguiam perceber. Por trás do jeito confiante e brincalhão, Gabriel tinha uma fragilidade que raramente expunha. Era engraçado como ele sempre parecia o mais forte da família, mas quando se tratava de assuntos do coração, tudo ficava mais complicado.
— Você é paciente, Gabriel. Isso é uma das suas melhores qualidades. Se acha que vale a pena, não desista tão fácil.
Ele sorriu de canto, mas logo mudou de assunto.
— E você? Vai me contar por que está com essa cara? O que aconteceu com Alessandro?
Alice travou por um segundo, mas logo disfarçou, mexendo na xícara de café.
— Não aconteceu nada.
— E Bianca? — Gabriel arqueou a sobrancelha, desconfiado. — Você realmente está bem com ela por perto?
Alice apertou os lábios, tentando não demonstrar a pontada de irritação que sentiu ao ouvir o nome da outra mulher.
— Por que eu não estaria? — rebateu com um tom de indiferença que não convencia ninguém, muito menos Gabriel.—
Ele inclinou a cabeça, analisando a irmã como se fosse um quebra-cabeça.
— Porque eu te conheço, Alice. E sei que você odeia competição, especialmente quando é óbvio que tem algo em jogo.
Alice bufou, tentando parecer desinteressada.
— Não tem competição, Gabriel. Eu e Alessandro estamos bem.
— Se você diz... — respondeu ele, levantando as mãos em rendição, mas com um sorriso divertido no rosto.—
— Quando você vai voltar para o Japão?
— Amanhã — respondeu Gabriel, com um tom sério, mas tranquilo. — Tenho uma reunião importante na quinta-feira. Vou chegar mais cedo para organizar tudo. Pegamos um projeto grande no escritório de engenharia, e não posso deixar nada fora do lugar.
— Que tipo de projeto? — ela perguntou, inclinando a cabeça, curiosa.—
— Estamos projetando um complexo sustentável para um centro de pesquisa em Kyoto — explicou ele, com um brilho de entusiasmo nos olhos. — É algo inovador, totalmente alinhado com práticas ecológicas. O objetivo é criar uma estrutura que funcione com energia renovável e minimize o impacto ambiental. É um trabalho ambicioso, mas desafiador... do jeito que eu gosto.
Alice percebeu a paixão na voz dele, algo que sempre admirava no seu irmão. Era isso que fazia Gabriel tão fascinante, o equilíbrio entre o perfeccionismo profissional e o homem carinhoso, e brincalhão que ele era em outros momentos.
— Parece incrível — disse ela, com um pequeno sorriso. — Tenho certeza de que você vai fazer um ótimo trabalho.
Ele sorriu de volta, mas havia algo no olhar dele que parecia pesaroso.
— Espero que sim. Não é apenas um projeto grande para o escritório, mas também para a minha carreira. Preciso mostrar que sou capaz de liderar algo desse porte.
Alice assentiu, entendendo a pressão que ele carregava.
— Você sempre entrega o seu melhor, Gabriel. Não tenho dúvidas de que será impecável.
Ele ficou em silêncio por um momento, olhando para ela como se quisesse dizer algo mais, mas apenas respondeu:
— Obrigada. — ele suspirou profundamente.— Vou demorar um pouco para voltar para a Itália. — disse Gabriel, com um tom leve, mas carregado de cansaço. — Esse projeto vai exigir muito de mim. Mas, quando eu voltar, espero que você já tenha resolvido a sua situação com o Alessandro.
Alice arqueou uma sobrancelha, mas sorriu de lado.
— Eu digo o mesmo para você e a Saori — respondeu, em um tom brincalhão, mas incisivo. — Eu gosto dela, ela é uma boa pessoa. Mas, como você mesmo disse, o ciúme dela pode acabar estragando tudo.
Gabriel bufou, apoiando-se na bancada da cozinha, com um sorriso cansado.
— Você não está errada, mas é mais fácil falar do que lidar com isso.
Alice inclinou a cabeça, provocadora.
— Apesar de tudo, confesso que sempre achei que um dia você acabaria se casando com a Laís. Você era apaixonadinho por ela.
A reação foi imediata. Gabriel revirou os olhos e ergueu as mãos, como se quisesse afastar o comentário.
— Não diga bobagens, Alice. E, por favor, não deixe a Saori ouvir isso, está bem? Ela surta toda vez que o nome da Laís é mencionado... Você já se esqueceu que eu e ela brigamos no casamento do Enzo, por que ela simplesmente surtou, e foi tomar satisfações com a Laís... Eu não sabia onde enfiar minha cara de vergonha.
Alice deu uma risada baixa, divertindo-se com a reação exagerada do irmão.
— Eu me lembro... Mas, não sei... Ela é minha amiga e eu adoro ela... Mas sei lá... Você e a Saori...
— Não começa Alice... É sério. A Laís está bem, feliz com a vida no Brasil e com o namorado dela... E eu também estou feliz com a Saori.
Alice percebeu a tentativa de Gabriel em encerrar o assunto, mas decidiu pressionar um pouco mais.
— Feliz mesmo? Ou você só está tentando me convencer disso?
Ele a encarou por um momento, como se ponderasse se deveria continuar a conversa. Por fim, suspirou.
— Feliz. Mas complicado. Às vezes, parece que estou pisando em ovos, sabe? E, ao mesmo tempo, não quero desistir dela.
Alice assentiu, compreendendo a complexidade dos sentimentos do irmão.
— Relacionamentos são assim, Gabriel. Nada é perfeito. Mas se você acha que vale a pena, precisa encontrar uma maneira de resolver isso.
Gabriel ficou em silêncio por um momento, os olhos desviando para o horizonte como se estivesse buscando uma resposta nas nuvens. Alice percebeu que ele estava realmente refletindo sobre o que havia dito, e não era comum vê-lo tão introspectivo.
Antes que Alice pudesse falar algo, Matteo entrou na cozinha segurando Violeta que dormia nos seus braços.
— Eu não quero interromper a conversa de irmãos, eu só vim pegar algo na geladeira, e já estou de saída. — Matteo falou com um sorriso suave enquanto se aproximava da geladeira, com Violeta tranquilamente dormindo em seus braços. A cena era tão calma, tão serena, que a tensão que ainda pairava no ar entre Gabriel e Alice parecia desaparecer um pouco, pelo menos por um momento.—
— Não vai ficar para o almoço? — Alice perguntou, com uma leve expressão de preocupação. Ela sabia que Matteo costumava se afastar um pouco quando o trabalho apertava, e não queria que ele perdesse a chance de passar algum tempo com eles.
Matteo, com seu jeito tranquilo e sempre atento aos outros, olhou para ela e fez um gesto leve de negativa, sua voz já voltando ao tom profissional.
O ChatGPT disse:ChatGPT
— Hoje não vai dar, eu peguei o plantão da noite... tenho muito trabalho no hospital. E não posso correr o risco de atrasar... Queria poder ficar para o almoço, mas a viagem é longa... E agora, eu sou um pai de família...
Gabriel olhou para o primo com um sorriso sutil, algo que só ele conseguia entender, uma mistura de respeito pela dedicação de Matteo e uma leve frustração, talvez, por ele estar sempre tão ocupado.
— Sempre uma emergência, hein? — Gabriel brincou, mas com o tom amigável que ele usava com Matteo.—
Matteo riu baixinho, sabendo que seu irmão não estava realmente cobrando, mas apenas tentando quebrar o clima denso.
— Não é uma emergência, mas... você sabe como é, né? A vida de médico não para.— Matteo respondeu, colocando a lata de suco de laranja na bolsa térmica, para logo em seguida ajustar Violeta melhor nos braços. Ela parecia estar em um sono profundo, o rosto angelical e os cachos dela caindo suavemente sobre os ombros do pai.
— Claro, — Alice disse, mas seu tom era mais suave, como se estivesse tentando compreender o lado dele. — Mas você poderia pelo menos ficar para o almoço.
Matteo hesitou por um segundo, olhando para a filha e, depois, para a irmã, que o observava com uma expressão misturada de expectativa e carinho. Ele sabia que Alice estava tentando ser atenciosa, mas o relógio estava sempre contra ele.
— Eu sei, Alice, eu sei. — Ele falou com um tom mais leve, tentando aliviar a pressão que sentia por não poder estar ali. — Mas quero dirigir com calma, e tranquilidade... O clima esta mudando, e Kiara não gosta de pegar estrada com chuva...
Violeta mexeu um pouco, balançando a cabeça como se fosse acordar, mas logo voltou a se aninhar no peito do pai. Matteo aproveitou o momento para dar uma última olhada na cozinha, para ter certeza que não esqueceu de nada.
— Eu vou indo agora. — ele disse, ajeitando a bolsa térmica que ainda segurava com uma mão.
Alice deu um sorriso caloroso, já entendendo que ele estava precisando partir.
— Cuide-se, Matteo. Boa sorte no plantão.
Ele acenou com a cabeça e fez um gesto de despedida para Gabriel, que o olhou com um sorriso discreto.
— Boa sorte, irmão. Vai com calma, e não se esqueça de descansar quando puder.
Matteo deu uma última olhada para a filha, a expressão serena no rosto.
— Obrigado, Gabriel. Vou tentar.
A cozinha ficou silenciosa por alguns instantes depois que Matteo saiu. Gabriel olhou para a irmã, um sorriso suave no rosto.
— Você já pensou em falar com o Alessandro? Acho que Matteo me fez refletir sobre a importância de aproveitar o tempo com quem a gente ama. E não sei se você tem muito tempo para se perder em dúvidas minha irmã.
Alice ficou quieto por um momento, as palavras de Gabriel ecoando na sua mente, enquanto ele se afastava do ambiente, deixando a loira sozinha com os seus questionamentos.
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