CAPÍTULO - PRESENTE DO AUTOR - PARTE 01
CAPÍTULO - GOLDEN RING N' BROKEN TOOTH (ANEL DOURADO E DENTE QUEBRADO) - 01
XXX PRESTEM ATENÇÃO:
- ESTA É UMA VERSÃO DO LIVRO ORIGINAL. OS CAPITULO 42, 43 ESTÃO EMBUTIDOS NESSE CAPÍTULO. EU ESTOU NEGOCIANDO COM A EDITORA DE FAZER OS MESMO ENTRAREM NA VERSÃO FINAL.
ESSA VERSÃO É UMA VERSÃO MAIS ERÓTICA E UMA PEGADA MAIS ADOLESCENTE.
EU TRADUZI O CAPÍTULO PARA A VERSÃO DE HOJE, JÁ QUE 99% NÃO ESTAVAM ENTENDENDO PORRA NENHUMA.
NESSA VERSÃO, OS GÊMEOS VIRAM AMIGO NOSSA APENAS AGORA.
E DE NOVO, O LIVRO TINHA UMA PEGADA ERÓTICA, ENTÃO, NÃO LIGUE DA PERSONAGEM SER FISSURADA EM PINTO.
Fevereiro de 2007 fora a mesma coisa que Janeiro, a única diferença era que as pessoas, aos poucos, iam aparecendo novamente. Com o lance da saúde do meu irmão, mais o carnaval que ele estava prometendo a anos, minha casa ia parecendo um mercado municipal À medida que ia chegando o carnaval, os amigos do meu irmão começavam frequentar a minha casa quase que diariamente, ou seja, ia deixando o ambiente com cara de festa. Tudo isso para planejar o que eles chamavam de "O Carnaval de suas vidas". Até eu estava ficando com medo desse carnaval. Alugamos uma chácara em Pirassununga, "interiorzão" paulista, para zoarmos e bebermos sem se preocupar com ninguém. Chamamos apenas os mais chegados do meu irmão. Era um grupo de mais ou menos vinte pessoas. Já do meu lado, não tinha ninguém. O Burro eu não falava há dois meses, o Pedro ficou louco e a Simone não atendia ao celular. Fazer o que? O convite fora feito.
Alugamos uma chácara bem grande, com vários quartos e vários ambientes de lazer, pois, vinte pessoas confinadas durante sete dias em lugares pequenos, no mínimo, sairiam brigas. E brigas era algo que não queríamos. Cobramos em média R$350,00 para cada uma das 20 pessoas. Compramos tudo o que o Arthur e cia chamava de "TOP". Para os homens, regamos de Original, Bohemia, Red Label e, para as mulheres, vinho, frutas para batidas, bebidas tipo Jurupinga. Colocamos tudo e todas as pessoas em nove carros e partimos para nossa tão sonhada chácara de carnaval. Quando chegamos lá, quase entrei em choque. A casa lembrava aqueles casarões dos Barões do Café do final do século XIX e início do Século XX. A primeira disputa fora pelos quartos. Porque todos queria ter camas de casal para cada um. Como eu e o Arthur fomos os caras que correram atrás de tudo para a festa, nada mais justo que selecionarmos o melhor quarto para nós.
"E o melhor, o povo nem reclamou."
Mesmo a chácara sendo muito antiga, o espaço total, os ambientes internos e as áreas de laser, era de deixar qualquer outra chácara no "chinelo". Sem falar na vista que ficava aos fundos. A chácara era localizava na encosta de uma montanha. A vista era simplesmente deslumbrante. Era simplesmente um lugar no paraíso. O destaque dessa chácara dava-se aos gêmeos. O Bruno de sunga alaranjada e o Breno de sunga azul. Era visível, da lua, o volume dentro da sunga dos dois. Me fazia lembrar duas linguiças calabresas. Já eu, estava até com palpitação ao vê-los com aquele peitoral nu.
- Nossa, a Maria Anabolizante (em referência às Marias Chuteiras) do meu irmão já está atacando? - disse o Arthur chegando por trás.
- Maria Anabolizante? - perguntei sem entender.
- Ué, você ai todo babando por aqueles caras bombados lá. Eles quase nem usam anabolizantes, ou seja, você não é Maria chuteira e, sim, Maria Anabolizante.
- Que idiota você é! - disse dando um soco forte no ombro - agora todos os bombados do mundo são pra mim?
- Não todos!
- Ah bom!
- Eu sou seu irmão, então não pode! - disse ele correndo de mim.
- Vai tomar no seu cu Arthur! - gritei observando ele ir embora.
"Mas já que eu estava sozinho, que mal teria ficar olhando para aqueles dois deuses gregos?"
Durante toda a manhã, desfazemos as malas, arrumamos os quartos, limpamos e lavamos a chácara por completo, arrumamos o salão de festas, colocamos as bebidas para gelar, temperamos às carnes, etc. Tudo para não ter nada de trabalho a fazer durante a noite. A galera nem mal esperou a cerveja gelar para começar a beber.
- Alan, chega mais - puxou meu irmão pra fora dali.
- Fala seu mala. Até numa festa com duas meninas no teu pé você vem me torrar? - perguntei, fazendo-o ficar com cara de bosta.
- Também te amo Alan! - disse ele com cara de bosta - pega o carro e vai comprar mais duas caixas de cerveja pra mim - completou tirando a chave de dentro do bolso.
- O que? Tem cerveja pra cidade de Pirassununga inteira aqui e você ainda quer mais? - gritei.
- Cala boca! Vai vir uma galera de fora e não quero que elas tomem da nossa.
- Você vai trazer gente de fora? - perguntei, mas ele não respondeu - Justo o cara que disse que não era pra ninguém fazer isso?
- Alan, faça isso, ok? E outra, garanto que você vai gostar da pessoa que vai vir.
- Af, o que você vai aprontar?
- Cala a boca e vai logo. - observei-o abrir a carteira e retirar uma boa quantia de dinheiro - Antes que alguém me torre a paciência. E outra, se perguntar quem são essas pessoas que chegarão na festa, você diz "Apenas amigos que apareceram do nada!"
Confirmei com a cabeça e sai em busca do carro. A estrada não era das melhores estradas, mas a vista compensava sempre. Pirassununga era uma cidade pequena, acolhedora, com partes antigas e partes novas. Um das atrações da cidade é a Cachoeira de Emas, onde funcionava uma usina hidrelétrica há muitos anos atrás. Numa margem do rio, encontram-se chalés e pousadas, para as pessoas passarem as férias. Dava a impressão de ser um lugar muito gostoso, principalmente por causa do som das águas, 24 horas por dia. Já do outro lado da margem, ficavam os restaurantes beira rio, que era o lugar onde eu estava indo para comprar a cerveja. Para atravessar de uma margem a outra, era necessário passar uma ponte - mais ou menos uns 300 metros - onde só passava um carro de cada vez. O que fazia aquela ponte não engarrafar, era um sinal que indicava quando um dos lados poderia passar.
Esperei uma longa fila de carros atravessarem para eu seguir viagem. Já na margem dos restaurantes, procurei serve-festas para comprar as caixas de cerveja do Arthur.
"O que o besta do Arthur está aprontando?" - pensei comigo.
Comprei as cervejas que ele me pedira e peguei o carro pra voltar pra chácara. Deparei-me com um maravilho pôr-do-sol na beira d'água. Decidi dar uma parada para pensar na vida antes de voltar pra zona.
A margem onde encontravam os restaurantes, era cheia daquelas árvores de copas imensas e altas. Lugar perfeito para eu descansar um pouco. Abri uma lata de cerveja - que eu havia comprado - e, como sempre, fiquei observando o sol se por ao fundo, encostando-se às águas. O lugar, para quem curte esse tipo de passeio, era lindo. Nem mal tomei a primeira lata, já abri à segunda, que estava ainda mais gelada que a primeira, e tomei um gole grande e grosso, fazendo minha sede passar.
"Que lugar maravilhoso. Tenho certeza que mais uma pessoa adoraria estar aqui." - pensei comigo mesmo, me referindo ao Burro que amava natureza.
Fiquei ali por um tempo observando o céu mudar de cores. Bem mais ao fundo deveria ser uma represa, onde a água era armazenada para gerar energia. Dai, aconteceu uma das coisas mais estranhas daquela viagem. Na mesma margem que eu, porém, mais a fundo, tinha um homem me encarando. Ele estava sentado, usando jaqueta de couro preta, calça cor cáqui, boné e óculos escuros. Ele não estava muito longe. Mas como a claridade naquela hora era terrível, era impossível saber quem era. Por estar sentado, não dava saber se era alto, baixo, gordo ou magro.
"Ele não está com calor com essa jaqueta de couro?" - pensei.
Mas a resposta veio em seguida, quando ele tirou o capacete que estava do outro lado.
"Olha, um motoqueiro de jaqueta de couro e tudo!"
Ele acenara levemente com a cabeça e eu correspondi. Não sei se estava apenas me cumprimentando ou se queria algo a mais. As pessoas do interior tem um costume - que eu acho muito nobre - de sempre cumprimentar as pessoas na rua, ou seja, vai saber o que aquele homem queria. Tomei o último gole de cerveja e rumei para o carro. Quando coloquei o cinto. Tentei procurar o homem da jaqueta de couro, mas não encontrei. Senti até um frio na barriga. Tranquei as portas do carro, liguei o motor e sai dali às pressas. Mas, como eu disse agora pouco, a ponte era para apenas um carro de cada vez. Olhei mais uma vez onde o rapaz estava e não encontrei nada.
"Talvez ele tenha ido embora!"
Com sorte, o ultimo carro passou e eu pude atravessar a ponte de volta. Quando cheguei à outra margem, eu vi uma antiga construção da antiga hidrelétrica e decidi parar.
"Eu adoro ver prédios e construções antigas."
Fiquei ali, por um bom tempo, imaginando toda a história daquele lugar. Olhei para ponte, que deveria ser da mesma época, e subi nela para olhar o rio de outro ângulo. Fiquei quase 01 hora observando as águas e o fluxo dos carros, enquanto as luzes dos postes, aos poucos, iam se ascendendo. Mais uma vez meu estômago deu uma afundada. O mesmo homem que estava sentado à margem me observando, agora estava parado, me encarando descaradamente e bem mais perto.
Por mais que ele estivesse perto, a luz, mais uma vez, não ajudava em nada. Era como se ele realmente não quisesse se mostrar. Única coisa que dava para saber era que ele era alto. Talvez da mesma altura que eu. E muito menos dava para ver o corpo dele com aquela jaqueta toda fechada. Ele me encarava cada vez mais. Definitivamente ele não queria apenas me cumprimentar. Pensei na hipótese do cara ser um bandido, mas as roupas e a moto parada na entrada da ponte - uma Hornet 600 cilindradas - diziam que não.
"Puts, será que o cara está querendo algo?" - pensei.
Coloquei a mão no bolso e tirei o celular para fora.
"Sem sinal. Bosta!"
Também, o que eu iria fazer caso o cara visse pra cima de mim, ligar para o Arthur? Não daria nem tempo de apertar o botão "Discar". Coloquei o celular de volta no bolso e corri para o carro. Olhei mais uma vez para o homem e ele acelerava o passo. Vindo em minha direção. Liguei o carro e ele acenou para parar, mas sai cantando pneu e corri pra longe dali. Abri outra lata de cerveja e a bebi num gole só.
"Puts, o cara tá de moto!"
Abri a segunda lata e peguei a saída da cidade mais próxima. Mesmo a estrada tendo tantos buracos, tratei de acelerar o máximo que pudesse. Abri bem os vidros do carro e deixei aquele ar geladinho e o maravilhoso aroma do campo tomar conta de mim. A estrada estava um breu, o que dava para ter certeza caso alguma coisa tivesse me seguindo. Mas também nem vi o sinal da moto. Entrei na estrada de terra que dava caminho para a chácara e parei uns 800 metros depois, debaixo de uma figueira para mijar. Quando terminei, abri outra lata, sentei-me no capô do carro e fiquei respirando aquele ar friozinho com cheiro de mato. Mil lembranças do Burro me passaram pela cabeça, o que me fazia rir, às vezes. Até o Pedro me veio da lembrança.
"Poxa, por que ele foi estragar tudo? Ele bem que poderia estar aqui comigo, curtindo esse carnaval."
Peguei o celular novamente para olhar às horas e mais uma vez levei um susto. Bem lá na entrada da estrada de terra, estava parada uma moto.
"Puta que pariu! Quem é essa pessoa?"
Entrei no carro e corri como um louco para chácara. Quando cheguei a entrada, meu irmão estava parado lá com um dos gêmeos. Nem mal desliguei o motor do carro e ele veio correndo ao meu encontro.
- Caralho, achei que tivesse se perdido! Estava indo até a cidade com o Bruno te achar - disse ele apontando com a cabeça Bruno - Fala ai, onde você estava? - perguntou o Arthur a poucos centímetros de mim.
- Fui comprar cerveja, fiquei bebendo umas latas a beira da cachoeira, fiquei vendo a cidade antiga. Por quê? - disse dando um arroto bem alto.
- Que você estava bebendo, isso tá visível, agora, quero que saiba que você sempre me intriga com esses passeios no mato ou seja lá onde você curte ir - dessa vez não tinha piada nas palavras dele.
Se fosse antes da luta que tive com ele, com certeza o mandaria a merda, mas, como nós ficamos muito íntimos de um mês para cá e sempre estava se mostrando um cara sincero, apenas decidi concordar com ele. Além do mais, ele poderia acabar com minha alegria e meu carnaval, apenas ligando para minha mãe. Esse era um dos "poderes" que ele tinha e quase nunca hesitava em usar. O Bruno, no meio daquele sermão, apenas nos observava de cabeça baixa, olhando para os pés, como se eles fossem algo muito importantes. Só agora, também, eu pude perceber que ele estava apenas de sunga. Acredito que não vi esse monumento desse jeito, estar assustado demais com o cara da moto. O diferencial daquele homenzarrão eram as coxas e as entradinhas do abdômen.
"Isso galera, aquelas famosas entradinhas que levam ao... Deixa pra lá!"
- Alan, acorda! - disse o Arthur estralando os dedos - vamos levar essas cervejas para um isopor que está separado do nosso. O pessoal que vai chegar vai pegar apenas a cerveja que está separada, ok? - disse ele bem devagar e olhando no fundo dos meus olhos.
Ele queria que eu concordasse por causa do Bruno que estava perto.
- Beleza! Vamos guardar lá.
Quando eu entrei na chácara, levei um baita de um susto. Aquela chácara antiga que eu vi durante o dia, dera espaço para uma decoração super jovial e moderna, se assim posso dizer. A lateral e dentro da piscina estava toda com bexigas, flores e frutas. A galera já estava contagiada com aquela animação. Era como se aquela noite fosse "A" balada do ano para nós. Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa bem fresca, short surfista e camiseta regata e voltei lá com a galera. No começo eu estava bem envergonhado, mas aos poucos, com a bebida, fui ficando sociável e depois de algumas horas, já estava amigo de todos. Nada além do normal.
"O Alan Bortolozzo tinha um grave problema. Adorava beber de barriga vazia. Não é que eu passasse mal, era que o álcool "batia" muito rápido no cérebro."
Como eu tinha a mesma personalidade que a do Bruno, quietos, sossegados, de canto e algumas vezes isolados do grupo, logo ficamos a festa inteira juntos. Sem falar que nós dois fomos o centro das piadas para o Arthur e o Breno, que estava nos zoando ao nos ver dançando. Como dançar não estava sendo o nosso forte, decidimos entrar na piscina, como quase todos ali estavam fazendo.
- Tá afim de se jogar na água? - perguntou ele dando um sorrisinho de canto de boca.
"Sabe aquelas crianças que estão loucas pra fazer alguma coisa, mas morre de vergonha de perguntar, com medo de ouvir a resposta da outra, era mais ou menos essa cara do Bruno."
No começo fiquei meio receoso em entrar na piscina por causa do frio. Pois no meio do mato é assim, durante o dia é calor e abafado, durante a noite é fresco e um pouco frio. Não que estivesse tão frio assim, mas pra entrar na piscina já era exagero.
- Vamos Alan, para de ser bobo. É aquecida - disse o Bruno com aquela voz calma e serena.
- Aquecida? - perguntei atônito.
- Seu irmão e o meu pensam em tudo! - disse ele calmamente dando outro sorriso de canto de boca.
Ele falava tão calmo que me lembrava até um padre. Tirei a camiseta, boné e pulei na piscina.
"Que delicia de água!" - disse a mim mesmo a entrar na água.
Aquela água morna tomou conta de todos os meus músculos do meu corpo. Era algo totalmente aconchegante. Quase comparado a um "orgasmo". Tão boa que fechei os olhos e comecei a boiar.
- Tá boa á água? - perguntou o Bruno me assustando - Acorda ai Alan!
- Valeu Cuzão! - disse engolindo um pouco d'água - Entra ai rapaz.
Ele primeiro tirou a regata, deixando aquele peito nu, sem pelos e bem definido. Como eu já disse, o primeiro "convite" dele, era aquela entradinha do abdômen.
"Jesus Cristo!" - pensei com a barriga gelada.
Ai, como se não bastasse eu ficar de pau duro por apenas vê-lo sem camiseta, ele foi lá e tirou o short, mostrando o seu segundo "convite", as coxas. Tirando meu irmão e o Murilo, eu nunca tinha visto um cara com umas coxas tão grandes e definidas. Mergulhei até o fundo da piscina para poder "esfriar" os ânimos e fiquei lá até o ouvir pular ao meu quase em cima de mim. Quando voltei à superfície, lá estava ele todo sorridente ao meu lado.
- Será que eu vou ficar forte que nem você, Alan? - perguntou dando um sorriso de canto de boca pra mim.
Eu olhei para os lados e para trás, fingindo procurar esse Alan no qual ele estava falando.
- Para de ser bobo, tô falando com você mesmo - disse ele rindo gostoso.
- Cala a boca Bruno! Olha o seu tamanho, moleque? - eu disse apontando de cima a baixo o corpo dele - Sou eu que quero ficar do seu tamanhão quando EU crescer- disse dando um gole de cerveja.
Esses papos me deixavam realmente nervoso. Não que eu não gostasse de ouvir alguns elogios, como o Murilo dizia, gostava. Mas o fato de eu ser gay e ter outro homem me elogiando, me deixava, digamos, com muito tesão.
- Breno, chega mais! - disse o Bruno chamando o irmão mau.
O Breno encheu uma caneca de cerveja e atravessou a piscina correndo.
- Fala Alanzão - disse o Breno dando um tapa na minha nuca.
"Filha da puta!" - pensei.
- O Alan acha que ele é pequeno - disse o Bruno dando uma risada - Fala ai!
- O loco! Olha o tamanho que você tá. Olha o tamanho do teu peito. Têm uns três palmos de peito ai - disse ele medindo meu tórax.
"Se quando estou normal eu não me controlo, imaginem bêbado. Meu pau ficou uma pedra quando o Breno colocou a mão em mim."
- Falei pra você, moleque!
- Eu não disse nada! Disse apenas que você é maior que eu - disse rindo.
- Cara, se você tomar uns "fermentos" ai, tu vai crescer muito bem! - disse o Bruno.
- Será?
- Lógico! Alan, olha teu irmão e olha para você. Idênticos. Esse tórax aberto seu, super valoriza a musculatura.
De repente o jumento do meu irmão da uma bomba dentro da piscina, fazendo um tsunami na festa. Molhou todos os copos de cerveja, molhou toda a decoração, molhou todos os cabelos das meninas que estavam dentro d'água e fora também. O pior, era que ele não ligava para nada.
- Oiê! - disse ele com cara de sínico.
- Valeu Miss Rio Preto - disse o Breno abraçando ele pelos ombros - você conseguiu estragar tudo aquilo que demoramos a tarde toda pra fazer.
- Miss Rio Preto é o seu rabo - e pulou em cima do Breno pra dar um caldo nele - sem falar que "foda-se!". Fui eu quem fiz tudo isso aqui - disse pulando em cima do Breno mais uma vez para afundá-lo.
Eu e o Bruno ficamos observando os dois brincarem de ser "matar" na água.
- Será que deixamos os dois se afogarem? - perguntou o Bruno quase sussurrando no meu ouvindo. Apenas observando as "crianças" na piscina.
- Pra mim seria uma ótima - disse arrancando um sorriso lindo dele.
"Ele ria como se tivesse vergonha de rir. Será que vocês me entendem? Ele meio que se escondia e abaixava a cabeça quando ria. Como se rir fosse um pecado. Lembrava até o lado caipira do Burro"
- Arthur, antes de você da uma de idiota - ele deu uma pausa quando disse idiota, talvez por achar que o Arthur fosse afoga-lo novamente - estava dizendo para o Alan que ele é grande pra caramba. Da uma olhando no peito dele, tem três palmos de peito. E o Breno disse que se ele tomasse bomba ele ficaria maior ainda - disse o Bruno sério.
"Galera, não me pergunte o por que desses três palmos de peito, que até hoje eu não sei da onde ele tirou essas medidas e quiçá eu sei o que significa. Deve ser gíria de marombeiro, etc."
- Ele é grande, eu sempre digo isso a ele, mas ele nunca me ouve. Ele prefere ouvir os fãs dele de fora a ouvir o cara mais "fodástico" do mundo - dizia ele batendo no peito - Mas galera, chega mais, convenhamos que.. - disse ele abraçando os quatro - ... eu sou o mais gostoso da festa, fala aí? - completou puxando os quatro pra debaixo d'água.
Ai foi à vez dos três afogarem o Arthur.
- Não se acha não Miss Rio Preto - disse o Breno - Que numa hora dessas nem fígado você tem mais.
- Falo aí o cara que só come alface e só faz fotossíntese - e todos riram.
Ficamos papeando lá por um bom tempo. A água estava maravilhosa, o que dava vontade de não sair mais dali. Ouvimos o barulho de carros chegando, uma turma estranha entrando - composto basicamente de 90% de mulheres - e os poucos homens, trazendo mais bebidas. Era a galera que o Arthur convidara.
"Puts, eu tinha me esquecido dessa galera!"
- GALERA, AS MUIÉ CHEGARAM! - berrou o Arthur dando um soco no Breno - Alan, você vem ou vai ficar ai com a Ruth e a Raquel? - perguntou e mais uma vez ele foi afogado pelo Breno.
"Gozado, eu que sou gay não fico todo "sapequinha" pra cima dos meus amigos. Meu irmão adora ficar "roçando" os amigos dele."
Saímos da piscina e corremos para o nosso quarto. Fui ao banheiro e tomei um banho muito rápido, apenas para tirar o cloro do corpo, entrei no meu quarto e esperei o Arthur terminar. O que não demorou mais tempo que eu. Foi só o tempo de eu colocar a minha regata que ele entrara trancando a porta do quarto para se trocar. Olhei para ele e ele estava completamente nu.
"Galera, meu irmão tem um corpo maravilhoso, invejável. Só perde mesmo para o Murilo. Eu sei que muitos de vocês têm o Arthur como o personagem favorito, talvez quisesse ler mais detalhes, mas por motivo óbvios, não falarei do corpo dele de maneira sexual."
Sei lá, por mais que o Arthur sempre ficava nu perto de mim, eu ainda tinha vergonha de mostrar minhas partes para ele.
- Olha, então meu irmãozinho está paquerando a Ruth? - perguntou ele pulando em cima da cama, apenas de cueca boxer branca - vem cá trocar ideia comigo - dizia batendo a mão soba cama, indicando para sentar-se ao seu lado.
- Nada a ver que você tá falando - disse sentando ao lado dele.
- Nada? O cara não tirou o olho de você, sabia? - disse sorrindo - E aquela "historinha gostosa" de passar a mão no teu peito, falando que você tem três palmos disso e aquilo? - disse arqueando uma das sobrancelhas e abrindo um sorriso safado - você deveria repensar sobre!
- Tá com ciúmes do cara falando mais de mim que de você? - perguntei, fazendo-o fechar a cara.
- Capaz! - disse ele fechando a cara pra mim - Sou mais gostoso que você! Presta atenção, tô querendo te ajudar.
- Você fala como se todos que falam comigo fossem gays.
- Não disse todos. É que o Bruno, ele é todo quietinho, todo sei lá, delicado. Me entende? - perguntou fazendo uma cara tipo "É isso que eu tô falando e pronto!" - Ah Alan, sei lá, para de me olhar assim. O cara parece ser todo delicado e tem aquele lance de te olhar.
- Beleza, continua. Você enrola demais pra falar as coisas.
- Cala a boca! O cara fica olhando pra você Bortolozzo. E o respeito pelo irmão mais velho, onde fica? Sou daqueles irmãos da moda antiga. Pra ficar com minha IRMÃO, precisa pedir pra mim antes.
- Não começa com essas brincadeiras bestas, se não eu afogo você de verdade - disse bravo.
"Uma coisa é ele ser meu amigo e brincar, outra coisa é ele debochar de mim. Isso não aceito!"
- Ok, desculpa meu irmãozinho lindo - disse ele me agarrando - O cara é muito chavequeiro, com essas historinhas de passar a mão no corpo. Até o Breno sacou.
- Jura? - perguntei espantado.
- Com toda minha palavra. Por que você não investe nele?
- Mas e essa historinha gostasa de você passar a mão no Breno? - disse rindo.
- Para de graça Alan! - disse ele saindo de perto e colocando o resto da roupa.
- Ué, eu poderia pensar a mesma coisa, não poderia? Já que o Bruno é gay, pode ficar me relando, então por que o Breno não seria, já que ele é irmão gêmeo do Bruno? - perguntei, fazendo o ficar com uma cara de indignação.
- Não pode ser! O Breno é pegador!
- Eu também era, Arthur!
Ele me fitava com ar de indecisão, de surpresa e de nervosismo.
- Não é porque ele tem um irmão gêmeo, signifique que ele seja gay também! - disse dando de ombros.
- Eu sei disso! Mas pense que há uma I-M-E-N-S-A probabilidade - disse fazedo-o ficar com cara de bravo.
- Você tá blefando, Alan!
- Tô sim Arthur, mas é para você entender que não deve pré-julgr ninguém antes de conhecer realmente.
"E eu estava certo. Agora, todo mundo que falasse comigo, relasse em mim, etc, seria gay? Isso é a maior injustiça. Se eu fosse pensar por esse lado, meu irmão seria o maior gay do mundo, porque ele pula nos outros que nem chimpanzé."
- Ok, então Alan! Vamos deixar rolar - disse ele com sorriso malicioso.
- Nem acredito que estou falando essas coisas com você, Arthur?
- O que você tá sabendo Arthur? - perguntei me sentando mais perto dele.
- Sabendo de nada, ué!
- Você, semanas atrás, disse pra eu vir pra essa chácara porque eu não me arrependeria. Ou seja, agora tudo se encaixa. O que você tá sabendo sobre o Bruno que eu não sei?
- Nada Alan! Juro mesmo a você. Nadinha!
- Para de me enrolar Arthur!
- Alan, se eu soubesse de algo, você acha mesmo que eu teria te deixado em paz?
Continuei a olha-lo em silêncio.
- Se liga! Se eu soubesse que ele era gay, vocês dois já estariam casados. Imagine só: "Meu irmão pegando o irmão do meu melhor amigo!".
- Pois é, você ficaria mais insuportável do que já é!
- Entãããããããããããão? - disse ele me pressionando - Você não me respondeu?
- Sei lá, o cara é muito quieto, sabe? Isso não quer dizer que ele seja gay.
- Cala a boca! Tipo, ele é bem quietinho, tô ligado, mas você precisa esperar apenas até a "carne" amolecer!
- Que jeito?
- Cerveja - disse ele desenhando no ar - Enche ele de cerveja. Ai você da o bote. Ainda mais você sendo o cara "mais peitudo e lindo, com três palmos de peito e blá, blá, blá" - ele fazendo uma cara de zoeira.
- Tá com ciúmes porque me elogiaram ao invés de você, Miss Rio Preto? - disse o fazendo rir.
- Vai pro inferno! Agora, vamos voltar para festa.
Trocamos apenas de bermudas e camisetas e voltamos para festa. Além da galera que veio conosco, tinha chegado umas dez pessoas a mais.
- Tipo, a Ruth tá lá perto da churrasqueira. Vai lá beber com ele, se não der certo hoje, vai ter uma semana inteira pela frente.
- Ok Miss, seguirei seus passos - disse dando um tapa na cabeça dele - Agora, vê se você não bobeia com o Breno - disse zoando ele.
- Divertido você, heim Alan? História gostosa!
Fiz como ele disse, fiquei com o Bruno a noite toda, só bebendo cerveja. O cara realmente era muito tímido e quieto. Por mais que ele bebesse, ele não demonstrava nada além de um amigo tímido.
"Acho que essa "Fanta" realmente é "Coca-Cola". Que saco!" - disse frustrado a mim mesmo.
E o lance com o Bruno ia de mal a pior. Quando ele estava no auge da bebedeira, lascou um beijão numa morena que estava dançando que nem louca a beira da piscina. Eu que não tinha mais o que fazer, decidi dar uma volta pela festa e, por fim, fui até o parapeito da área de festas, onde tinha uma vista para um pasto. Fiquei lá contemplando o breu, até ser assustado por alguém que eu jamais pensei que estaria naquela festa.
- Você aqui? - perguntei cuspindo cerveja na calça dele.
- Nem eu acredito que estou aqui, mas a Simone me obrigou - disse o Pedro(GOGO-BOY) rindo.
Mas algo estava muito estranho em relação ao meu corpo. O álcool "subiu" muito rápido e minha cabeça estava girando, assim como meu estômago.
- Você não está com a cara muito boa - disse ele me olhando com uma cara estranha.
- Álcool Pedro, álcool - eu disse agachando e colocando as mãos nos joelhos.
- Tipo, vamos sentar lá na varanda. Esta "correndo" um vento muito bom lá. Vai fazer bem a você - disse ele esticando a mão pra mim.
Eu não estava muito bem pra escolher o que eu ia fazer ou não. A única coisa que eu tinha certeza era que não estava tão bem como eu imaginava. Fomos caminhando devagar direto para varanda. No caminho ele pegou duas garrafas d'água, com certeza era pra mim. A varanda era uma área muito grande, aberta, com o piso em ladrilho, samambaias penduradas em todos os pilares de madeira, com várias cadeiras de corda viradas para fora. O que mais chamava atenção lá era um banco gigante de madeira, tipo sofá de, mais ou menos, uns seis lugares, forrado com almofadas e virado bem de frente para o "abismo". Era como aqueles sofás que temos em casa, virados para televisão. Só que naquele caso, era voltado para natureza.
"Alguém realmente pensa como eu." - pensei, referindo-me a gostar da natureza.
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