Capítulo 34 - Batman e Robin
O evento de cosplay aconteceria em um hotel próximo de onde estavam hospedados, então para poderem ir tinha que ser de táxi ou de uber e lá estavam os dois adultos fantasiados no meio da rua acenando para algum taxista parar.
Nisso pararam duas crianças, uma rindo deles, dizendo que o Batman perdeu as chaves da batcaverna e comeu tudo da dispensa, e que deram fermento para o Robin. Já a outra criança, pediu para tirar uma foto, o que acalentou os corações do casal.
Quinze minutos depois um taxista parou, Koda estava quase pedindo um uber e suspirou de alívio quando o carro amarelo parou e rapidamente entraram dando de cara com o mesmo motorista de mais cedo.
— Oxi, são vocês? — indagou o cara surpreso. — Onde é a festa a fantasia?
Koda riu e explicou para onde iriam, dito isso a viagem começou e o ruivo estava quase pulando do lugar de tão entusiasmado de participar do evento. Nisso Devon olhava admirado e apaixonado para o namorado.
Minutos depois estavam parando em frente ao hotel do evento e foram agraciados com uma multidão de pessoas de cosplays. Koda na mesma hora gritou animado e saiu do carro, deixando o cowboy para pagar a corrida.
— Você tem uma mão cheia com ele. — declarou o taxista brincalhão olhando para Koda que parecia uma criança.
— Você não tem ideia. Obrigado. — os dois riram e se despediram.
— Então, vamos?
— Sim, quero tirar umas fotos com alguns cosplays. Por aqui, menino-prodígio!
Devon revirou os olhos, mas o seguiu.
Eles rodearam a entrada, Koda sempre parando para elogiar e de quebra tirar fotos. Nisso tiraram fotos com Goku, Homem de ferro, Sailor Moon, Mario e entre outros personagens, nesse meio tempo foram abordados pelos outros que estavam sem fantasias que pediram fotos.
Meia hora depois a entrada foi aberta e todos entraram entusiasmados. Eles foram guiados para uma ala que estava sendo exposto mangás e histórias em quadrinhos lendárias. Koda, ao ver aquilo, quase que chorava.
— Esse é o paraíso! — exclamou o ruivo pulando.
— E eu pensando que fazer amor era o seu paraíso. — comentou Devon no ouvido do namorado.
— Você não quer que eu responda, não quer mesmo! — disse olhando debochado. — Vamos lá, quero olhar isso tudo ainda hoje.
— Depois dessa, acho que irei voltar para Wichita.
Koda riu e o puxou. — Vamos lá, menino-prodígio, venha conhecer o meu mundo feat paraíso.
— É o que eu mais quero. — respondeu o seguindo.
O ruivo olhou de soslaio com um sorriso de lado. — Bom! — murmurou.
Juntos e de mãos dadas, eles rodearam o salão, a cada parada Koda pulava de alegria e explicava qual edição era e do que se tratava a história. Nesse meio tempo, conversaram com outros rapazes, que estava bastante animados como Koda.
Devon viu o mundo de seu namorado e estava feliz por tê-lo levado para mergulhar novamente nele, pois com o rancho e os trabalhos fez com que Koda afastasse um pouco de seu lado geek, contudo agora era a sua missão sempre o levar para esses lugares e claro, participar, mesmo que seja convencido a se fantasiar.
— Dev, acho que não te contei. — Koda falou olhando para as histórias em quadrinhos da DC expostas. — Quando era criança eu tinha coleção de HQ, o meu primeiro emprego foi justamente para bancar elas.
— E qual foi o teu emprego? — indagou interessado.
— Foi levar os cachorros do prédio para caminhar. Eu tinha uns nove anos, depois comecei a trabalhar em um supermercado, que não durou muito tempo... duas semanas. — suspirou. — Tempos sombrios, meu caro Robin, tempos sombrios! E quando foi o teu primeiro emprego, amor?
— Quase na mesma idade, foi no rancho do Martinez, limpar as baias, dar banho nos cavalos e ajudar meu pai com os afazeres. Eu gostava, ainda gosto na verdade.
— E virou o melhor Capataz. — declarou com um enorme sorriso no rosto. — Como teu chefe, te digo que você é o melhor.
— Só tá dizendo isso para entrar na minha cama. — disse brincalhão.
— Shiii, não estrague meus planos.
Devon riu e o puxou para seus braços.
— Tsc, esses caras sempre estragando o nosso movimento. — um grupo de homens passaram do lado deles falando em tom alto.
O capataz por sua vez se virou com um olhar mortal, Koda na mesma hora o fez se virar e olhar para si.
— Não liga amor, o mundo geek ainda é repleto de preconceito, é machista, homofóbico e racista. Ás vezes tenho nojo em fazer parte.
— Isso é normal? Pensei que eles eram mais inclusos.
— Uma boa porcentagem, mas ainda tem seus podres. Se você soubesse dos boicotes que os filmes de super-heroínas sofrem. Ultimamente foi o novo filme da Marvel, a Capitã Marvel. O homem tem uma masculinidade frágil, que merece vir naquelas caixas de vidro estampado "cuidado frágil".
— É triste isso.
— Muito. — suspirou. — Mas vamos lá, falta pouco para terminarmos e depois iremos para a próxima atração.
Vinte minutos depois eles estavam indo para outra atração, que era uma palestra sobre a cultura geek na sociedade, eles ficaram até terminar e nisso ganharam brindes, que foram canecas, camisetas e um poop sortidos. Depois foram guiados para outra sala onde aconteceria um concurso de cosplay, onde estaria os melhores disputando e claro, para quem quisesse competir na hora.
— Eu adoro esses concursos, a maioria é profissional, sabe? Eles gastam fortunas com os figurinos, além disso a expressão corporal conta muito também. Queria um dia ter coragem de subir nisso e competir, mas as únicas fantasias que pego são alugadas ou compradas naquelas lojinhas merrecas, como a nossa agora. — comentou rindo.
— Então nunca competiu? — indagou surpreso.
— Não mesmo. — balançou com a cabeça. — Quem dera ter dinheiro para bancar isso, porém seria só para se divertir.
— Se divertir? Podemos nos divertir agora. — Santo Cristo, tudo o que faço por ele. — Vamos, vou contigo!
— Quê? — exclamou Koda assustado.
— Isso mesmo, eu vou com você e iremos subir naquele palco, que tal?
— Devon, você enlouqueceu.
— Pode até ser, mas não aceito um não como resposta. Vamos Cavaleiro das trevas? Vamos mostrar a eles a melhor dupla da DC? Hum? — ergueu a sobrancelha em desafio.
— Santo eu! Vamos sim... Céus, no que estou topando? — os dois se entreolharam e riram de nervosos. — Vamos antes que percamos a coragem.
Logo em seguida caminharam apressados para onde estaria o pessoal que iria competir, nisso foram parados pela produção e na mesma hora fizeram uma rápida inscrição.
— Olha moço. — começou Devon a falar assim que a inscrição fora feita, custando só 50 dólares. — Ele e eu iremos entrar juntos, ok?
— Mas não pode.
— Por favor, moço! A nossa fantasia se completa, você já viu um Robin sem seu Batman? Acho que não, pois nos completamos e iremos juntos. Só vamos participar pela diversão, não ligamos para o prêmio.
Koda olhava todo bobo para o namorado e assentia freneticamente pela cada palavra dita pelo cowboy.
— Mesmo que o prêmio for 5 mil dólares? — o cara ergueu a sobrancelha em deboche.
Devon tossiu embasbacado. — Cê está de brincadeira com a minha cara.
— E o segundo é 2 mil dólares e o terceiro mil dólares. — o homem sorriu largo. — E agora? É pelo prêmio?
— Não mesmo, é pelo meu namorado, somente por ele. Dinheiro nenhum vale o que esse carinha aqui vale, então, nós iremos juntos. Batman e Robin, né amor?
— Isso aí, meu menino-prodígio!
— Meu senhor, nunca vi algo assim. Estarei torcendo pelos dois. — ele bateu em seus ombros e acenou para entrarem. — Vão lá e se quiser algum ajuste na roupa é só falar lá dentro, o pessoal do evento estará ajudando.
[...]
— O próximo candidato do concurso de Cosplay vem em combo, com vocês Batman e Robin, por Koda Harris e Devon Collins.
— Santo Eu, é a nossa vez. — exclamou Koda sem acreditar de trás da cortina.
— Vamos, cavaleiro das trevas. — sem perder tempo Devon o puxou e junto entraram no pequeno palco que fora montado.
Koda suspirou e assentiu, rapidamente se entreolharam e começaram a andar, imitando as poses da dupla dinâmica, que alavancou assobios da galera. O ruivo estava extasiado com aquilo tudo, ao terminar e voltar para trás da cortina ele pulou nos braços de Robin e o beijou, o pessoal que estava ali gritaram pelo ícone cena.
Depois de todos candidatos se apresentaram, eles foram para o palco, o apresentador como sempre fez aquele discurso, falou com os juízes e fez aquela pausa de suspense que deixava qualquer um com coração na mão.
— Devon, sabemos que não iremos ganhar, mas eu já ganhei por ter participado, muito obrigado amor, por ter feito isso comigo. — Koda falou emocionado.
O cowboy sorriu. — Por você, faço tudo.
Depois disso os nomes de quem ganhou foram ditos e todos comemoraram, tiraram fotos e ficaram um bom tempo ali se enturmando, rindo e se divertindo. Ao final do evento, eles voltaram para o hotel, porém dessa vez eles pegaram outro taxista e a viagem se seguiu em silêncio. A primeira coisa que fizeram ao entrar no quarto, foi se beijar enlouquecidamente.
— Eu já disse o quanto você está sexy nessa roupa, menino-prodígio? — declarou Koda sem fôlego.
— Bom saber, meu querido! E você está deslumbrante de Batman.
— E você já pensou em foder o Batman? — indagou o puxando na direção da cama. — Este aqui está disposto e disponível. — piscou sedutoramente se sentando na beirada.
— Céus, você não bebeu escondido, não né?
O ruivo riu e negou com a cabeça. — É só a adrenalina escorrendo em meu corpo e o desejo de ter você dentro de mim. Então, responda-me Robin. Quer foder o Batman, hum?
— É o que mais quero.
E sem perder tempo, Devon pulou na cama e puxou Koda para seus braços recomeçando os beijos e tiraram as vestimentas, seus corpos esgotados e sonolentos começaram a dar sinal e quando foram ver estavam bocejando entre os beijos.
— Oh... acho melhor pararmos. — disse o cowboy bocejando.
— Mas por quê? Está... oh. — o bocejo de Koda foi tão grande que o medo de deslocar o maxilar o pegou. — Agora entendi... droga, só porque queria realizar meu sonho e o meu corpo se recusa.
— Opa, seu sonho? Como assim? — Devon chutou a calça e suspirou de alívio ao ficar só de cueca. — Preciso de um banho.
— Meu sonho, ué. Ser o Batman e foder o Robin, depois ser fodido pelo Batman. — deu de ombros.
— Oh... acho que preciso comprar uma fantasia do Batman, era para ter me dito. — ao falar ele deu um beliscão na dobrinha da barriga do namorado, que gritou e o bateu de leve o fazendo rir. — Vamos tomar banho, colocar essas fantasias para secar, pois estão imundas e quem sabe amanhã poderemos... — balançou com as sobrancelhas com uma cara malicioso.
Koda arregalou os olhos e se levantou rapidamente, pegando as fantasias do chão e correndo para a lavanderia que ali tinha. — É para já! E amanhã iremos naquela lojinha. — disse desaparecendo na porta a direita.
Devon soltou uma longa gargalhada e seguiu para o banheiro.
[...]
Quatro horas de sono depois, Koda acordou um pouco atordoado, porém ao ver as estrelas no céu, logo se sentou e pegou os óculos que estavam em cima do criado mudo. Enquanto esperava a sua alma voltar para o corpo, uma ideia se formou em sua mente.
Quando viu que estava acordado humanamente possível, ele se inclinou e cutucou o namorado até acordá-lo.
— Onde é o incêndio? — falou com a voz embargada de sono.
— Nem brinque com isso. — um arrepio subiu em sua espinha ao imaginar um incêndio no prédio. — Levanta, bebê, a noite começou e quero que essa noite seja a nossa noite, porém do seu jeito.
— Ah?
O ruivo revirou os olhos e o puxou. — Vamos tomar banho, comer algo e procurar um lugar que você goste, seja para dançar ou qualquer coisa. Você decide, pois merece após esse dia maravilhoso.
— Yum, mas qualquer lugar é bom, estando com você é o que importa.
Koda parou por um momento, sua garganta secou.
— Mas você me deu uma ideia. — o outro abriu um largo sorriso. — Pronto para dançar, meu amor?
— Dançar? Está falando sério?
— Seríssimo!
— Agora? Aí Batman... preciso me arrumar, para onde iremos? O que visto? — indagou animado e atordoado. Ele olhou ao redor e correu para sua mala, porém foi parado pelo namorado. — Devon, preciso me arrumar!
Cowboy riu e o beijou na nuca. — Tão bom te ver assim. — ele o apertou em seus braços e distribuiu vários beijos no pescoço do outro, que se arrepiou todo. — Iremos para uma boate gay daqui de Dallas, lá é um local seguro e poderemos comer numa boa lá, ok? Vista o que quiser, não se preocupe com isso, já que fica lindo com qualquer vestimenta.
— Oh, ok! Agora pode me soltar para me preparar ou terei que me vestir com você grudado em mim? Não que estou reclamando, longe disso.
— Engraçadinho. — antes de afastar beliscou e deu um tapa na bunda arrebitada de Koda.
— Ei! Devon! — gritou surpreso e se virou, porém o capataz já estava longe e rindo à beça. — Volta aqui. — e correu atrás dele.
[...]
Horas depois, vestidos para a noite e ansiosos para terem um bom momento, o casal de namorados estava entrando no Zipp, um bar gay de Dallas, que era bastante conhecido por ser um local confortável para se divertir, conhecer pessoas, ver homens tirando a roupa e quem sabe, pegar alguém.
Porém os dois estavam ali para se divertirem, pois já tinham um ao outro para beijar, tatear e dançar a noite toda, como combinado.
Como era sábado, a fila para entrar estava um pouco grande, mas os quinze minutos passaram em um instante, pois conversaram ali em pé abraçados até que finalmente a fila andou até poderem entrar no estabelecimento.
— Uau! — exclamou Koda assim que viu os homens só de cueca dançando nos pontos estratégicos do lugar. — Onde você achou este lugar, querido?
Devon riu e o puxou. — Por aqui, amor! — pegou na mão do namorado e o levou até chegar no bar, onde tinha já bastante gente com bebidas na mão. — Eu conheci esse lugar desde o começo dele. — respondeu se sentando no banquinho. — Espero que goste. Ei, Josh! — acenou para o Barman.
— Aqui tem comida, né? Só vejo bebidas. — comentou olhando para as prateleiras com variedades de álcool.
— Não se preocupe. — piscou e se virou para frente.
— Olha o que o gato trouxe. Não estava sabendo que tinha algum rodeio por perto. — falou um cara com dois copos na mão se aproximando. O seu peito estava desnudo só vestindo um colete preto mostrando todo os seus músculos do peitoral.
— Oh não, só tiramos um tempo para nós. Deixa me apresentar, Josh este é Koda, meu namorado e este é o melhor Barman de Dallas.
— Agora estou em choque. — disse surpreso. — É um prazer conhecê-lo, Koda.
— O mesmo. E por que em choque? — franziu o cenho.
— Bem, o teu namorado aqui recusou mais convite do que já presenciei na vida.
Koda se virou com um sorriso de lado. — Uau! E por que, amor?
Deu de ombros. — Não é tão minha cena, por assim dizer e você me conhece.
— E Josias, né? — suspirou Josh.
— Você sabe dele? — indagou Koda.
— Digamos que sim. Bem, o que vão querer? Bebida? Bebida e Comida?
— A última opção, ainda não jantamos. — respondeu Devon.
— Não se preocupe, o churrasco aqui está uma delícia. Aqui o cardápio e qualquer coisa me chamem. Fiquem à vontade.
Após escolher o que queriam, foram para uma mesa esperar e nisso ficaram degustando de uma bela cerveja artesanal e curtindo o som. Mas nesse meio tempo, o ruivo ficou imaginando que antes quem poderia estar ali, compartilhando uma mesa, bebendo juntos era Josias, o que não o confortou muito bem, mesmo sabendo que era o passado de Devon.
— Ei, para onde você foi, ursinho?
Koda sorriu sem jeito. — Pensando se a comida vem ainda hoje.
Devon soltou uma longa gargalhada. — Para a sua sorte, a Mom Zy vem aí com o nosso jantar.
— Devon Collins, quanto tempo, meu amor! — exclamou a linda mulher se aproximando. — Soube que o meu querido filho finalmente trouxe um namorado para Mom ver.
— Sim, Mom! Quanto tempo. — ele se levantou e ajudou a colocar a bandeja em cima da mesa e em seguida a abraçou. — Koda, esta é Mom, ela quem cuida da comida e gerencia o bar junto com o Josh. Mom, este é o meu lindo namorado, Koda Harris... Moore, esse nome, recorda?
— O filho do teu chefe... — ela dramaticamente abriu a boca surpresa e olhou chocada para o capataz. — Meu menino, não acredito! Surpresa estou. O filho do chefe você namora, meu senhor. Eu não te ensinei isso, não.
Devon riu. — Vamos dizer que até estou surpreso, porém o Koda me ganhou, né amor?
— Ou foi ao contrário? Vamos apenas dizer que quando esse carinha aqui pisou no meu apartamento dizendo que eu tinha pai, não sabia se ficava chocado ou chocado pela aparência do cowboy hiper gostoso.
Mom Zy gargalhou. — Querido, temos muito o que conversar. — ela sorriu e puxou o ruivo para um abraço. — É um enorme prazer te conhecer, infelizmente a cozinha só funciona comigo, então..., mas depois passo aqui e quero saber tintim por tintim, ok?
— Certo, Mom Zy.
— Oh céus, ele é uma gracinha. — Mom Zy suspirou. — Se eu fosse mais nova... bem, bem. Devon, cuide desse ursinho, ok?
— Sem problema, Mom. Koda é a minha principal prioridade. — Devon pegou na mão do namorado e o puxou para seus braços e o beijou na nuca. ]
— Céus, isso aqui está muito doce. Já, já terei que tomar insulina. Vou indo, meus docinhos, se divirtam e se quiserem um trio. — piscou descaradamente. — É só me chamar, posso estar velha, mas dou para o gasto. — riu e saiu rebolando a bunda.
— Meu Deus, amei ela. — exclamou Koda se sentando. — E esse cheiro? Espero que Maria não saiba o que irei dizer, mas parece fantástico.
— Pode deixar, eu escondo isso desde que pisei o pé aqui. A comida delas duas...
— Pois é. — ele riu. — E ela sabe de mim? — ergueu a sobrancelha. — Meu pai?
— A Mom Zy sabe da vida de todos que pisam aqui, ela pega todos pela asa, como teu nome, é uma mãe para todos. Ela sabe dos meus problemas e tudo mais.
— Entendi, bonito isso. Agora, vamos ao ataque?
— Com prazer.
Enquanto comiam, os rapazes de cuecas e com máscaras rodearam a mesa deles por alguns minutos, conversaram e depois o casal os observaram dançar no pole dance que ali tinha.
— Eles são lindos e bem simpáticos. — comentou Koda bebericando a sua terceira cerveja.
— Amor...
— Hum? — relutante se virou e se deparou com Devon em pé. — O quê?
— Vamos dançar!
— Mas... ok, vamos lá! — animado se levantou, porém percebeu que ainda estava com o copo meio e vendo que não queria desperdiçar, bebeu o restante. — Preciso de mais.
— Cristo, eu esqueci a minha regra hoje, não dar bebida para o namorado, pois não quero achar outro cabrito para roubar.
— Tolo. — disse rindo e bateu de leve no ombro do outro. — Vamos dançar como aquela vez e hoje, hoje. — enfatizou.— Eu posso cheirar a vontade o teu cangote sem parecer um tarado, ok? Ok!
— Meu Deus. — Devon gargalhou, mas o seguiu de prontidão. — Posso confessar algo? — indagou assim que chegaram no meio do salão entre os outros corpos dançantes.
— Claro, o quê?
— Lembra aquela primeira vez que estávamos dançando e você estava pra lá de Bagdá.
— Sim? — ergueu a sobrancelha.
— Te achei mega fofo, engraçado e adorei as suas mãos bobas e teu nariz atrevido.
— É mesmo? — sorriu satisfeito.— Ótimo então isso quer dizer que posso beber à vontade?
— Eeee, não. — Koda fez biquinho. — Own neném. — ele o beijou desfazendo a cara emburrada do outro. — Não quero você bêbado demais, pois mais tarde tenho algo para ti.
— Olha, se for algo desse tamanho, surpresa bem-vinda. — disse medindo com as mãos.
Devon sentiu o seu rosto esquentar e gargalhou. — Isso também, mas...
— Mas?
— Surpresa, querido, é surpresa! — piscou e o puxou para mais perto. — Agora vamos aproveitar a nossa dança e depois voltar para beber mais, que tal? Não muito álcool, promete?
— Prometo só se você me beijar. — balançou as sobrancelhas.
— Precisa nem falar duas vezes. — sorriu e o beijou, devorando a boca de Koda e balançando os corpos no ritmo da música.
Eles dançaram até dizer chega e ficar com a garganta seca.
— Preciso de uma bebida gelada. — disse Devon.
— Também... que tal você ir para a nossa mesa e eu irei pegar outra cerveja gelada, hum? A noite é sua, eu mesmo irei pegar.
— Oh... ok, vai lá. Não demore muito e não beba outro copo, ok? Só mais um e depois só água.
— Certo, chatinho. — riu e o bicou nos lábios. — Vai lá, que logo estarei indo para a nossa mesa.
Koda foi saltitante para o bar e se sentou no banquinho, acenando para Josh.
— Olha quem está suado, dança ou exercício no banheiro? — brincou o barman.
— Dança, definitivamente, porém quem sabe esse exercício possa acontecer mais tarde.
Josh gargalhou. — Gosto de você, Koda.... Outra cerveja?
— Sim, por favor, duas.
— É para já.
Enquanto Josh enchia os dois copos de cerveja, Koda olhava para os garotos dançando e para quem chegava no bar, até finalmente o barman entregar os dois copos cheios.
— Aqui estão.... Oh owu.
— O que foi?
Josh suspirou. — Acho que você vai precisar de whisky ou algo mais forte.
— Uai, por quê? — indagou sem entender.
— Josias está aqui, bem, precisamente em pé na mesa sua e de Devon.
— O quê? — exclamou Koda se virando. — Não acredito. — ele observou de longe Josias e Devon conversando e pelo jeito o bate papo estava animado e o seu namorado parecia com raiva. — Céus. Não acredito nisso.
— Vai lá e mande aquele cara pastar. Ele é um filho da puta encrenqueiro e que só faz de Devon gato e sapato, por isso estou feliz em ver que agora ele está namorando, pois finalmente se livrou daquele peso.
— Pode deixar. Obrigado, Josh. — tirou o dinheiro e pagou as bebidas. Ele pegou os copos e se virou os calcanhares na direção da mesa — Se esse cara pensa que veio aqui parar virar o Coringa, está muito enganado, pois a linha dele está mais para o Homem-pipa ou até mesmo o Apagador, de tão tosco que é. — murmurou para si mesmo.
Determinado, Koda andou desviando de corpos suados até finalmente chegar no seu destino, contudo a primeira coisa que ouviu vindo de Devon o deixou de queixo caído e quase que deixava cair os copos de suas mãos.
— É isso mesmo, Josias! — exclamou Devon de costa para Koda. — Me esqueça, finja que eu não existo mais, pois é o que faço, pois para mim você não existe mais. Se um dia te amei, foi porque eu não sabia o que era amor, não como agora.
— Como assim, bebê? O que você está falando? — indagou Josias com a expressão ferida.
— Não sabia o que era amor até encontrar Koda. Eu o amo e por favor, saia daqui, pois não quero que minha noite estrague, principalmente hoje, que irei me declarar para ele.
— D-evon? — Koda falou hesitante com o coração acelerado.
Devon paralisou, porém antes que ele possa reagir, Josias foi mais rápido e partiu para cima de Koda, mas o cowboy o parou antes.
— Você! Você sua bola de gordura, olha o que você fez, seu filho da puta!
— Josias! — gritou Devon alarmado. — Saia daqui agora! — o puxou para longe.
— Não antes que eu dê uma lição a esse gordo filho da puta. — ele desvencilhou e com mãos em punhos foi na direção de Koda, que por sua vez arregalou os olhos e por reflexo jogou os dois copos de cerveja no outro.
Gritos foram escutados ao presenciar aquela cena.
Devon tentou não rir, mas fora inútil e logo estava do lado do ruivo vendo Josias xingar e limpar o rosto. — Você está bem, amor? — indagou o capataz para o namorado que só assentiu atordoado.
— Você me paga, vocês dois. Principalmente você, Devon, por me trocar por uma baleia.
Devon respirou fundo e deu um passe a frente, com o olhar frio fitou Josias. — Você não percebe que está passando vergonha, Josias Martinez? Não percebe que não é bem-vindo e que suas palavras não valem de nada? Não percebe que o que tínhamos acabou faz tempo? Eu amo Koda, com suas qualidades e defeitos. E sabe o que mais amo nele? Ele ser assim, gordo e feliz, amo apertar as gordurinhas, beijar as dobrinhas que Koda tem e saber que ele é todo meu e que me completa. EU que sou o sortudo em ter ele como namorado e quem sabe, para mais na frente, posso ter a honra de me casar e criar uma família do lado dele. — com os olhos marejados se virou para o namorado, que estava do mesmo estado.
— Desculpa, bebê urso, por ter dito isso aqui, mas não estava aguentando guardar, por isso que te proibi de beber demais, pois era meu plano se declarar para você em nosso quarto, só nós dois, a luz de velas e tudo. Mas como já soltei, é isso, eu amo você, amei desde o começo e percebi isso recentemente, mas o sentimento já estava aqui.
As lágrimas do ruivo já caíam em abundância, ele colocou os copos em cima da mesa e correu para os braços do amante, círculou o pescoço dele e o puxou, colando as duas bocas em um beijo amoroso.
As pessoas gritaram e aplaudiram.
Ao terminar aquele ato, com o rosto próximo, Koda com um enorme sorriso se declarou. — Eu amo você também, meu capataz. Amei desde o começo e sabia que estaria perdido desde que você pisou no meu apartamento meses atrás.... Te amo, muito... muito mesmo. — sem perder tempo os dois se beijaram mais uma vez, felizes da vida.
Ofegante e com o corpo quente, relutante Devon se afastou, porém não o largou, seus braços ainda prendiam Koda. — Estou tão feliz e aliviado, céus! Você não tem ideia, bebê. Estava nervoso e com medo, mas iria me declarar e saiu assim.
— Não importa. — disse rindo. — Eu amei, foi tão especial... agora, que negócio é esse de luz de vela? O que você ia aprontar?
— Ia não, já aprontei. — exclamou apertando a cintura do ruivo, que gargalhou. — Quer ir para a sua surpresa? O gato já saiu do saco, agora só nos resta aproveitar do que encomendei.
— O que seria?
— Vamos e você descobrirá, meu Batman!
Koda sorriu apaixonado. — Ok, Robin. Mostre o caminho para o nosso batquarto.
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