Capítulo 32 - Cat
Thomas continuou a conversar com Hopi, mas a sua atenção foi direcionada por gritos vindo da cozinha, na mesma hora Devon se levantou e andou depressa para a cozinha.
— Com licença, volto já! — Hopi assentiu e se virou para o seu filho Ayana que estava puxando a barra de sua camisa.
— Onde vai, amor? — indagou Mattos assim que viu Thomas guiar a cadeira.
— Ver o que é esse barulho todo. — apontou com o queixo na direção da cozinha.
— Vou com contigo.
O fazendeiro se levantou e tomou a frente, guiando a cadeira de rodas. Ao chegarem no corredor, eles viram Devon parado no limiar e as palavras duras de Katherine direcionada ao Koda.
— Filha da puta! — esbravejou Thomas enfurecido, ele tentou guiar a cadeira, mas o seu noivo o impediu.
— Calma amor, deixa ela vim. — ele estreitou os olhos.
Eles esperaram calmamente até que Katherine apareceu toda pomposa, ela ao vê-los no meio do corredor franziu o cenho sem entender nada.
— O que é isso? Reunião?
— Katherine, eu ouvir tudo, tudo o que você disse para o nosso filho e só vejo que estava certo, você é uma cobra que só pensa em si mesma. Não acredito que continuou a gravidez só para me ferir, mas você fez ao contrário, me deu o melhor presente da vida, que é Koda. E tenho pena de você por não perceber isso.
— Presente? Aquele gordo é um inútil, nunca fez nada de bom na vida. Só veio para me atrapalhar.
— Cala a sua boca antes de falar dele. — exclamou Thomas sem paciência. — O Koda comanda esse rancho melhor do que eu, em seu antigo emprego ele era o melhor e só você que não ver isso, pois só olha para o próprio umbigo. Mas escute Katherine, se você ousar xingar ou levantar a voz ou até mesmo a mão, você vai se ver comigo. Agora, pega o teu marido e sai daqui, só te aceitei esses dias por causa de Koda, mas estava enganado, ele não precisa de você, pois agora tem nós dois, dois pais que o amam e o quer bem.
— Está zoando? Dois homens criando um filho? Faça-me rir e ah, não crie esperança, o Koda vai voltar para Nova York e vai te deixar, os dois no caso, esse não é o lugar dele e você sabe disso. Agora eu vou indo, não precisa falar duas vezes e diga ao Koda que ele está morto para mim, como sempre foi. — ela sorriu e passou direto por eles indo na direção da sala e na mesma hora a luz se apagou.
Thomas e Mattos gargalharam pelo grito fino vindo de Katherine, que bufou e ligou a lanterna do celular.
— Imbecis. — na mesma hora ela foi empurrada por Fred que vinha correndo.
— O gado... o gado no rio. — ele proferia repetidamente correndo na direção da cozinha.
Mesmo no breu, Thomas viu a expressão confusa de Mattos com a luz dos relâmpagos, que fazia párea com a sua.
O que tinha acontecido?
[...]
Momentos depois....
Devon não sabia distinguir o que estava sentindo, mas era a pior coisa que já o aconteceu, pior quando o seu próprio pai o torturou e o fez sair do rancho no meio da noite sozinho, pois ver o amor da sua vida sumir em sua frente na ribanceira abaixo e depois não o ver mais foi terrível.
Seu coração doía, sua garganta ardia por gritar chamando Koda, ele correu com Noite desesperadamente para ver se encontrava-o, porém nada aparecia, nenhum sinal de Koda ou de Cat, o que atormentava.
Lágrimas se encontrava caindo junto com a chuva forte, ofegante, Devon continuou a fazer com que teu cavalo fosse cada vez mais rápido, contudo parecia que os dois tinham sumido e indo para outro universo paralelo.
Eles não estavam mais ali.
Não estava.
O seu Koda, o seu amor
Se perdeu entre a escuridão e a tempestade de setembro
Deixando o seu coração despedaçado e desesperado para trás.
— Koda! — gritou pela centésima vez.
Devon já estava perto da cachoeira, o que fez teu medo ficar ainda pior.
— Devon... Devon! — chamou uma voz distante, porém cada vez se aproximava. — Devon!
O cowboy tentou ignorar, mas Fred, que tinha acabado de chegar em cima de seu cavalo pegou em sua camiseta pareando os dois cavalos. — Para!
— Não posso... o Koda... — falava apressadamente olhando ao redor enquanto cavalgava.
— Devon, você vai acabar dando de cara com a cerca, precisa pensar meu caro. Já fizemos uma equipe de busca, enquanto isso os outros estão ocupados com o gado.
— Foda-se o gado, eu quero achar Koda, ele pode estar inconsciente, perdido, ferido e pior... oh não.
— Não vá lá! — mesmo tentando se manter sério, dava para notar em sua voz trêmula que Fred se encontrava igualmente com medo. — Vamos acha-lo, eu sei disso, mas precisamos ir na outra rota, agora!
— Ok, tem razão.
Devon olhou mais uma vez e decidiram atravessar o rio, enquanto atravessaram escutaram uivos de lobo, o deixando alarmados, principalmente por saber que fazia anos que não ouviam e viam lobos naquela região.
Nisso Fred pegou o walkie talkie e falou com Garcia, perguntando se tinha alguma novidade, porém o vaqueiro falou que não tinha encontrado nada e estavam já perto da cachoeira, o que os deixou nervosos, pois não tinha como uma égua daquele tamanho sumir naquele rio.
— Tem que ter algum sinal, alguma pista, ele não pode ter sumido assim. — murmurou Devon assim que atravessou o rio turbulento. — Koda, onde está? — se perguntou pela milésima vez.
Eles continuaram a cavalgar, cada vez mais ficando perto onde ficava a cachoeira, passaram pela equipe que estava ajudando o gado, que já estavam controlando os animais, que por sua vez se encontravam em solo firme. Os dois continuaram a seguir, porém assim que chegaram na cachoeira, rondaram tudo e nenhuma pista de Cat e Koda foi achada.
Novamente uivos foram escutados, dessa vez o som vinha de trás deles, sem pestanejar, já quase enlouquecendo, Devon gritou para os outros que iria voltar e ver novamente o caminho do rio, três vaqueiros se juntaram enquanto isso mais quatro ficaram rodeando aquele lugar, todos sérios e atentos para qualquer situação que encontraria.
No meio do caminho, onde separava a queda de onde o ruivo caiu e o final do rio, Devon parou abruptamente quando percebeu em meio à luz da lanterna e do clarão dos relâmpagos o chão com sinal de que algo foi puxado, atento ele acenou para os outros e olhou para onde ia aquilo e viu que dava para o mato que ficava ali.
— Por aqui pessoal, algo foi arrastado! — os outros assentiram ao ver o que o capataz mostrou e o seguiu.
Por favor Deus, que seja o Koda e que ele esteja bem, por favor. Pediu em oração enquanto entrava no meio da mata junto com os outros.
Uivos foram escutados cada vez mais perto, o que os deixaram preocupados e curiosos. Seguiram o rastro, que por sua vez ia se distanciando do rio e do lamaceiro que a enchente fez, nisso, Devon que estava na frente, avistou a cinco metros dali um animal deitado, esperançoso, correu até chegar e a primeira coisa foi soltar um enorme suspiro de alívio.
— Eu encontrei, eu o encontrei! — gritou aos todos pulmões enquanto descia de Noite e corria de encontro ao seu amor.
Koda estava do lado de uma Cat imóvel, ambos inconscientes e encharcados. Devon se ajoelhou e temeu tocar no ruivo para não causar nenhum dano.
— Oh meu amor. — disse entre lágrimas. — Por favor, esteja bem. — murmurou averiguando o estado dele, viu que o ruivo tinha um corte em sua cabeça que sangrava cada vez mais, o que o preocupou.
— Céus, como eles chegaram aqui? Ele está bem? Cat? — indagou Fred ficando do lado dele.
— Ligue para a casa grande e mande preparar o carro, precisamos o levar ao hospital imediatamente, porém estou com medo de levantá-lo e piorar o estado dele.
— Entendido chefe.
— L-obo...l-obo.
Devon se virou assustado ao escutar a voz fraca de Koda e se surpreendeu ao ver os olhos de Koda tremulando e ele murmurando coisas desconexas, viu também que seus lábios estavam roxos e a pele azulada.
— Amor, estou aqui, o Devon... por favor, fique bem.
— D-evon! — Koda abriu os olhos, porém sem focar em nada. Ele sussurrou mais uma vez e adormeceu novamente.
— Koda, acorda bebê! — pediu desesperado. — Por favor, fique aqui, não me deixe, meu amor... te amo tanto, te ver assim... céus!
— Devon, o carro já está pronto e vai esperar a gente do outro lado do rio, precisamos nos apressar, pois não sabemos o seu estado de saúde.
— Ok, vamos lá! — o capataz limpou as lágrimas e com ajuda dos outros pegou Koda. — E Cat? — indagou quando estava em cima de Noite pronto para sair dali.
Um dos vaqueiros negou com a cabeça e suspirou. — Sinto muito, mas ela não teve chance.
Devon assentiu, já prevendo aquilo e fez com que Noite começasse a andar com cuidado para não machucar o ruivo que estava em seus braços. No momento só queria levar Koda rapidamente para o hospital, depois com certeza sofreria a morte de sua Cat, principalmente em saber que o cara em seus braços iria sofrer ainda mais com aquilo.
[...]
Ele não sabia o que estava acontecendo consigo, em um momento estava caindo no rio abaixo junto com Cat, sentiu uma enorme pancada em sua cabeça e em seguida a escuridão tomou de conta, depois, acordou todo dolorido, com um enorme frio dominando o seu corpo, deixando dormente e uma dor em sua cabeça que só de respirar doía.
Porém o que fez ficar confuso foi o que viu em sua frente, próximo ao seu rosto antes ficar inconsciente de novo viu uma face de um lobo negro enorme de expressivos olhos dourados, mas antes mesmo de gritar de pavor ou ver se era uma miragem, a escuridão o tomou e depois que acordou, por poucos segundos, viu Devon, que por sua vez, não sabia se era algo real ou confusão de sua mente.
Nisso ficou acordando e dormindo, até que despertou por completo e a primeira coisa que viu foi um teto branco, uma luz branca ofuscante e um cheiro metálico e estéril.
— Quê? — murmurou e fez careta logo em seguida ao sentir a garganta e o lábios secos. — Merda, onde estou?
— Não pode xingar! — declarou uma voz infantil.
Koda, que ainda estava tentando se orientar, se virou fazendo careta por sentir dores em seu corpo, franziu o cenho ao avistar um garotinho sentado na cadeira que estava ao lado da sua cama, o menino parecia que tinha uns 10 anos, ele olhava curiosamente tímido para si.
— Er... quem é você e onde estou? — indagou confuso.
O garoto deu de ombros e olhou para seus pés. — Você estava dormindo sozinho, não pode... — em seguida virou o rosto para cima e sorriu amável. — Cê tá bem? — a sua voz saia um pouco atrapalhada, porém dava para notar o toque de preocupação e carinho vindo da criança.
— Acho que sim, mas quem é você?
— A tia Jo disse para não dizer aos estranhos quem sou eu.
— A sua tia Jo está certa, mas cadê ela? E porque está aqui?
O garotinho deu de ombros. — Tu parece o urso do meu filme favorito, por isso to aqui.
Koda sorriu. — Irmão urso?
— Sim! — gritou animado. — Você assistiu? Eu amo o Koda e o Kenai, principalmente o Koda. Tia Jo diz que sou que nem ele, mas não acredito nisso. Sou diferente de tudo e todos.
— Todo mundo é diferente e isso é legal. E sobre o irmão urso... o meu nome é Koda, que nem o ursinho. — ele sorriu encantado ao ver a carinha de admiração do menino, que estava meio cabisbaixo quando falou ser diferente.
— Num credito! Você tá mentindo, é feio mentir. Tia Jo diz que não pode.
Koda acabou gargalhando. — Não estou mentindo, estou falando sério. Oh. — sua cabeça doeu assim que começou a rir. — Céus, minha cabeça...
— Tu tá dodói... — ele levou sua mão até a cabeça de Koda e acariciou, fechando os seus olhos amendoados. — Vai passar! — ficou acariciando por cima da faixa que estava na cabeça, Koda só percebeu assim que o garoto pôs a mão.
Koda por sua vez ficou em silêncio e o observou atentamente, o menino estava concentrado e transmitia carinho e conforto para si, que nisso acabou ficando sonolento ou era alguma droga que uma enfermeira deu para si, constatou assim quando viu que estava em um hospital.
Ele ficou em silêncio até que a inconsciência o levar de novo, a última coisa que viu foi o garoto de expressão calma, de cabelos castanhos e olhos carinhosos na sua frente. Contudo, parecia segundos que se passaram, pois logo estava acordando quando sentiu um beijo em sua testa, abriu os olhos e viu Devon com o rosto próximo a si.
— Amor! — o capataz parecia surpreso ao vê-lo.
— Devon... — ele olhou novamente o quarto atrás da criança e só encontrou os dois sozinhos. — Cadê o menino? — franziu o cenho.
— Bebê... que menino? — disse se sentando.
— O garotinho, que estava sentado aí, onde você está agora.
Devon negou com a cabeça sem entender. — Não tem garoto aqui, amor!
— Mas... tem que ter, ele estava aqui, falou comigo... acho que você não lembra, acho que ele tinha uns dez anos, cabelo castanhos, olhos amendoados, ele era um down, sabe? Estava aqui comigo.
— Eu não sei do que está falando.
— A pronto, agora imaginei o garoto como o lobo que vi? Acho que bati a cabeça muito forte, falando nisso... como você me achou? O que aconteceu depois que cai? Mas o principal, Cat está bem?
Devon suspirou, pegou sua mão, escorou o outro cotovelo na cama se inclinando e com a mão livre acariciou o rosto rechonchudo do amado. — Depois você me fala desse lobo. — ao terminar de falar, o capataz apertou carinhosamente a mão que segurava e a levou para seus lábios, beijando docemente. — Então, amor. Isso aconteceu tudo ontem a noite, você está aqui faz dez horas. Eu te encontrei no meio do mato, tu não lembra do que aconteceu? De como foi parar lá?
Koda negou com a cabeça. — Só me recordo de cair, acordar umas três vezes e agora.
— Hum, bem, não importa mais, você está aqui e bem.
— Nada grave?
— Pelo visto não, você está em observação, chamei a enfermeira pelo botão, o médico vai vir para examinar mais uma vez.
— Ok... e Cat? Como ela está? — mas antes que o cowboy pudesse responder a porta se abriu e o médico junto com a enfermeira entrou. Para a alegria do ruivo era Daniel, amigo da família e médico deles.
— Gente, o que esse rancho tem para cada coisa acontecer? — indagou o doc se aproximando. — Como está se sentindo Koda? Você nos deu um baita susto.
— Estou bem, só sentindo umas dores na cabeça...
— Deixa eu ver... Devon, por favor, eu sei que você não quer o largar, foi uma luta separá-lo quando chegaram, mas preciso examiná-lo, então...
Devon bufou e relutante se afastou, porém só foi para o outro lado da cama, mas na mesma hora deu de cara com a enfermeira mexendo com o soro. Koda tentou não rir, mas fora inútil, contudo sua atenção foi para Daniel que começou a fazer uma simples exame e em seguida pediu uma tomografia da cabeça para ver se teve algum danos, enquanto falava ele fez um repertório de perguntas básicas, como em que de que ano estavam, até ficar satisfeito.
— Sem perdas de memórias, né Doc?
— Isso mesmo. — sorriu. — Porém se sentir algum enjoo, dores fortes ou qualquer coisa, me chame, mais tarde iremos levá-lo para uma tomografia, enquanto isso fique aqui e descanse e Devon, pode vim para o seu lugar. Cadê o Thomas e o Mattos?
— Voltaram para o rancho, mas logo estarão aqui
— Ok.
Eles se despediram deixando os outros dois sozinhos novamente. Koda se virou e fitou o namorado. — O papai está bem? O Papa?
— Estão, mas ficaram muito alterados com a situação, ambos ficaram desesperados e preocupados.
— Foi o que pensei, quero vê-los logo.... e ah, não queria me largar é? — ergueu a sobrancelha com ar de brincadeira.
Devon se tornou sério e assentiu. — Koda...— ele se ajeitou na cadeira e o fitou em seus olhos. — Eu sei que não deveria falar nesse momento e sim fazer tudo especial, mas vê-lo desaparecer na minha frente daquele jeito e depois te encontrar inconsciente, percebi que poderia te perder e não dizer o que sinto por ti. Então...
— Devon, o quê? ...
— Então, meu amor...
Na mesma hora a porta se abriu, os distraindo. Thomas junto com Mattos, Maria, Miro, Hopi e Kendall entraram.
— Céus, filho! Que susto você nos deu. — declarou Thomas se aproximando. — Como está? O médico disse alguma coisa? Hum?
— Papai, estou bem.
— Mesmo? — indagou Mattos com o semblante preocupado. — Nenhum dano? Ou algo do tipo?
— Não, quer dizer, irei fazer uma tomografia, mas com certeza não vai dar em nada.
— Vamos torcer e orar para que tudo saia bem. — declarou Thomas. — Fiquei tão preocupado, meu querido.
— Eu sei, mas estou bem e estou aqui. — Koda sorriu e pegou em sua mão. — Cadê as crianças? — indagou assim que sentiu falta dos três pequenos.
— Os deixei no rancho com Fred, espero que não estejam dando trabalho. E Ayana disse para você melhorar logo.
— Queria ver o Fred cuidando das crianças, o que será que estão aprontando? — indagou rindo de leve.
— Conhecendo aquele maluquinho, que por acaso é outra criança, estão fazendo a casa de campo de guerra. — comentou Maria. — E Koda, é bom ver você bem.
— Pois é, ursinho! Que susto, cara!
— Nem me falar, mas estou bem. — deu de ombros sorrindo. — Então, pai, você já falou as notícias? Estou curioso.
— Na verdade, não. — ele olhou para Mattos e em seguida para o filho. — Mas já que estamos todos aqui, melhor desembuchar logo, né, amor?
— Sim, vai, conte tudo. — Mattos mordeu o lábio e acenou o incentivando.
— Santo Batman, agora que estou morto de curiosidades.
— Então... eu vim falando com Mattos sobre tudo e ele me falou umas verdades na cara dura, que me irritou, porém depois vi a razão, é por isso que o amo.
Mattos riu. — E eu pensando que era pelo meu corpo.
— Isso também. — suspirou sonhador. Todos riram daquela breve cena. — Continuando. — respirou fundo. — Eu decidi e irei fazer fisioterapia, já falei com um físico, que por acaso é especializado no meu caso, porém o cara fica na cidade vizinha.
— Oh pai, isso é maravilhoso! Fico tão feliz. E papa, obrigado por ter dado juízo a ele.
— Foi difícil, filho, mas conseguir. — piscou cúmplice.
— Ei, estou aqui, ok? Sou um pouco teimoso, mas não é para tanto.
— Pouco? — Maria ergueu a sobrancelha e fez tsc balançando com a cabeça, os fazendo gargalhar. — Mas ficamos muito felizes por isso. Muito mesmo.
— E a outra notícia? — Koda indagou depois que falaram um pouco da fisioterapia.
Mattos olhou para o amado e assentiu. — Marcamos a data do nosso casamento. — ao terminar de falar o pessoal gritaram animados, em seguida a porta foi aberta por uma enfermeira reclamando do barulho e dizendo para fazerem silêncio, pois não estavam em casa e na próxima vez, ia expulsar todo mundo.
— Ok... caraca, pai! Quando será? Santo Batman, precisamos ajeitar tudo.
— Quando vai ser? — perguntou Devon animado, todos olharam, curiosos para o casal.
— Dia 25 de dezembro, vai ser no resort, né amor? — Mattos assentiu concordando. — O que acham?
— Em cima, mas perfeito. — sorriu o ruivo animado. — E pode contar comigo, irei ajudar em tudo... e estou muito feliz por vocês dois. Muito mesmo.
— E filho. — Mattos se aproximou dele. — Queremos que você entre com o Thomas e seja o nosso padrinho junto com Devon.
Koda soltou um suspiro surpreso. — Estou sem palavras, mas muito, muito feliz por me convidarem a fazer isso. Obrigado, papa e papai!
— E agradeço também por me convidarem por fazer parte desse momento muito especial.
Thomas sorriu e pegou na mão de ambos. — Mas é claro que iriam participar, meus dois filhos amados... mesmo com o que aconteceu com Cat, me sinto feliz por compartilhar isso com vocês.
— Ah? — Koda franziu o cenho. — Como assim? O que aconteceu com a minha Cat? — ele viu a expressão dos outros e na mesma hora o pânico se instalou. — O que aconteceu com ela? Devon, por favor...
— Sinto muito, bebê, mas a Cat não resistiu.
[...]
Koda ainda estava entorpecido pela notícia de que sua Cat não estava mais entre eles e desde que descobriu, queria voltar para o rancho, contudo Daniel, o seu médico, não o liberou, só depois que certificou que estava tudo bem para ele, agora, já quase de madrugada, ele estava chegando no rancho.
— Ei, amor. — Devon falou o tirando de seus pensamentos. — Como está?
— Bem, quer dizer, só estou ferido pelo que aconteceu com Cat, mas não se preocupe, não mais tonto ou algo do tipo.
— Ok. Qualquer coisa me avise.
— Pode deixar. — suspirou. — Ainda sem acreditar que minha Cat se foi. — lágrimas começaram a cair novamente, desde que soube da notícia seus olhos viraram cachoeira. — Cat... — murmurou tentando limpar seus olhos.
Devon encostou o carro e tirou o cinto, puxando o ruivo para seus braços. — Oh bebê.
— Ainda sem acreditar que ela.... foi minha culpa. — disse soluçando encostando sua cabeça no ombro do outro.
— Não foi sua culpa, amor, longe disso! Por favor, se acalma, ok? Eu sei que é difícil perder ela assim.
— Muito. A Cat foi o meu segundo amiga de estimação que perco, sempre fico assim... compartilhei tantos momento com ela, aprendi a andar a cavalo, conheci o rancho, nos aventuramos, tivemos conversas sérias e agora... agora. — e mais lágrimas caíram de seus olhos.
Devon o abraçou mais apertado e acariciou suas costas, nisso falou palavras de conforto, até que Koda se acalmou por completo, o ruivo se afastou um pouco e olhou para o outro.
— Obrigado. — sussurrou.
— Sem agradecer, amor. Ok? Agora vamos voltar para o rancho...
— Eu quero ir no celeiro, onde ela está.
— Certo, iremos lá. — ele assentiu e em seguida beijou seus lábios.
Koda sorriu e suspirou, porém não largou Devon, ficou segurando em sua mão e se deitou de lado, passou o resto do caminho olhando para o namorado, que sempre sorria para si, dando conforto e amor. E foi aí que se lembrou que Devon queria falar algo para si e tinha fortes suspeitas do que era.
— Então, o que você queria falar comigo no hospital? Hum?
— Ah? — disse sem entender.
— Não lembra? Foi antes que meus pais nos interromperam. O que você ia falar?
— Er... — Devon molhou os lábios e suspirou.
Koda se preparou ansioso.
— Então... não era nada, quer dizer, nada demais.
— Oh. — seus ombros caíram. — Mas...
— Chegamos! — falou o cowboy apressado. — Vamos?
— É, vamos! — sorriu sem graça.
Eles desceram da caminhonete e passaram direto da casa e foram na direção do celeiro.
— Ela está lá mesmo? — perguntou Koda ao avistar o prédio.
— Sim, os rapazes a deixaram lá.
O ruivo só assentiu e continuou em silêncio, nisso deram de cara com a porta do celeiro entreaberta e a chave do cadeado caída no chão, o que fizeram estranhar, porém não falaram nada e entraram no ambiente.
Koda respirou fundo e entrou, o seu olhar foi para as baias solitárias. Ele contou até três e começou a andar, procurar onde deixaram Cat, contudo ao por três celas, ele escutou um baixo relincho, o que deixou intrigado.
— Querido, você disse que aqui não tinha nenhum animal. — exclamou se virando, quase batendo em Devon que estava atrás de si.
— E não tem.
— Mas escutei um relincho. — e novamente outro relincho foi escutado, dessa vez Devon escutou. Os dois sem entender nada olharam ao redor.
— Deve ser de outro celeiro ou alguém deixou algum cavalo a solto.
— Sim, deve ser. — murmurou Koda andando. — Onde ela está? — indagou logo depois olhando para o lado esquerdo.
— Er, bebê... por favor, me diz que você está vendo isso também.
Koda franziu o cenho e olhou sem entender para o namorado, que por acaso estava branco que nem papel e olhava assombrado. Ele se virou e procurou o que Devon estava olhando, ao avistar, soltou um grito e correu de encontro a cela do lado direito, que ficava a cinco cela depois.
— Koda, não! — gritou Devon apavorado.
Porém o ruivo não escutou e logo estava de frente para a cela, onde estava Cat, em pé. Relinchando e olhando para os dois.
Viva.
Cat estava viva e bem.
— Devon Collins, você por acaso estava brincando quando disse que ela, ela...
— Quê? Claro que não. O vaqueiro disse que ela não sobreviveu e que colocaram ela aqui... céus, isso é um fantasma.
Koda revirou os olhos e bateu de leve em sua barriga com o cotovelo. — Claro que não... ou sim. — ele mordeu o lábio e ergueu a mão. — Se ela for um fantasma, não poderei tocá-la né? Igual no seriado Supernatural.
— Bem, é.... acho! — encolheu os ombros.
Os dois ficaram em silêncio, ansiosos e temerosos com o que Koda iria fazer, prenderam a respiração até que finalmente o ruivo tocou na cabeça de Cat, que balançou e relinchou, naquele momento Koda suspirou e chorou de alívio.
— Isso é real e ela está bem... Oh Cat. — depressa ele abriu a cela e correu para abraçá-la. — Oh menina, que susto... meu Santo Batman, não acredito. — falou chorando.
— Cristo amado. — exclamou Devon boquiaberto. — Acho que o cara viu errado quando a viu, só pode ser.
— Não me importo, ela está bem, é o importante. Né, minha querida? Minha linda, desculpa por ter levado você naquela tempestade. Me perdoe, prometo que darei o triplo de guloseimas para ti, ok? Minha menina linda. — Koda enquanto falava e murmurava palavras carinhosas, acariciava e olhava com toda adoração para o animal.
Devon se aproximou e beijou na faixa da cabeça de Koda e se juntou fazendo carícias em Cat, porém o seu olhar estava diretamente em seu namorado e por um segundo ficou preso em seus pensamentos e se martirizou, contudo fez um plano em sua mente, abrindo um largo sorriso assentindo.
Ele teve um passo a perder o amor da sua vida e por interrupções não disse o que sentia, porém o seu amado não merecia suas palavras ditas em um momento desesperado, pois o outro poderia achar que disse por dizer, não o que realmente sentia. Iria fazer aquelas palavras valer a pena, iria falar em um local especial e dar todo o amor que aquele ruivo merecia, o mundo se fosse preciso.
Não seria difícil, já que Koda era o seu mundo e logo ele iria saber disso.
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Estou de volta, pessoal! Agradeço por terem entendido o meu sumiço, muito obrigada. E agora voltei com tudo. Até a próxima, beijos!
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