Capítulo 18 - At Home

— Você não vai acreditar, estou tão animado! Como eu nunca vim parar aqui antes? Fui para tantos lugares, mas o único lugar que tem todos os meus sonhos de garoto se encontram onde não pisei até agora. Ainda não acredito que ainda dá tempo de virmos aqui.

Devon que estava dirigindo a caminhonete gargalhou. — O bom é que temos a tarde toda, o almoço na casa do senhor Albert foi fabuloso e ele até percebeu sua excitação em vir para cá.

— Sério? — Koda olhou preocupado para o Capataz. — Será que estraguei tudo? Será que ele pensou que pareço uma criança? Ai Deus, que merda!

— Ei, ei, ei! — Devon pegou em sua mão, estava já estacionando o carro, ele se virou e olhou nos olhos azuis do outro. — Você não estragou nada. Posso até dizer que ele achou divertido e gostou. E você não parece uma criança... quer dizer, uma linda criança adorável pulando sobre o seu brinquedo favorito.

— Ei, não sou uma criança adorável. Sou um homem e homens não são adoráveis, homens são viris!

Agora o Capataz teve que morder o interior da bochecha, pois Koda não iria aceitar que ele risse. — Bem, se você diz, mas acho que todo homem deve ser adorável. — deu de ombros. — Pronto para se divertir? — ele observou o queixo do ruivo escancarar e olhar surpreso para ele. — Hum?

— Oh, não, quer dizer, sim, sim! Merda, chegamos!

Com um sorriso, Devon saiu da caminhonete e depois que viu Koda do outro lado, em pé, travou o automóvel e logo se juntou com o ruivo. Seu olhar se prendeu no parque e seus olhos se arregalaram, era enorme e tinham vários monumentos. Pelos gritos e risos, o pessoal já estava se divertindo, mesmo que era plena quarta-feira.

— Vamos primeiro onde? Sei que tem o Mr. freeze: reverse blast, que é, baseado no vilão de Batman, no filme Batman & Robin, de 1997. Além disso tem o Justice League: Battle for Metropolis, o Batman: The Ride e entre outras montanhas russas.

— Ok, vá na primeira que encontrar. — comentou Devon.

— Como assim, vá? — Koda o parou. — Você não vai comigo? — franziu o cenho.

— Então, pensei que soubesse. Essas montanhas são enormes e perigosas, além dessas outras atrações, não, obrigado, deixo passar!

— Ah não, Dev! — murmurou Koda. — Por favor, vem comigo, estava tão animado, pois pela primeira vez alguém ia compartilhar isso comigo... prometo que farei de tudo para distrair o seu medo, ok? Como no avião, ocorreu tudo bem. Né?

O Capataz segurou o seu olhar pedinte e acabou suspirando. Não sabia como, mas não tinha como dizer não, principalmente com Koda olhando para ele assim, mordendo aqueles lábios carnudos.

— Tudo bem, mas se eu não me sentir bem, você terá que ir sozinho nas outras, mas estarei sempre esperando por você.

— Obrigado! — Koda gritou e o abraçou, pulando umas duas vezes. — Pode deixar, respeitarei a sua decisão. Agora vamos antes que o pessoal pense que sou louco.

Os dois riram e seguiram para dentro do parque. O Six Flags Over Texas era enorme e lindo, totalmente arborizado, era de se admirar. Eles andaram e quando Koda viu o Batman: The Ride, ele o puxou.

— Puta merda! — os dois exclamaram juntos, mas com diferentes sentimentos, Koda falou em um tom alegre e animado e Devon em um tom assustador e apavorado.

A simples atração tinha 32 metros de altura, o carrinho que carregava as pessoas virava de ponta de cabeça, rodeava os trilhos e pelos gritos, era apavorante.

— Vamos comprar os ingressos! — declarou Koda com um enorme sorriso. — Isso vai ser fantástico!

Sem jeito, o cowboy o seguiu e foi para a fila, que por sinal não estava tão grande, que foi um alívio para o ruivo e o terror para Devon. Depois que compraram os ingressos, foram muitos, pois não sabiam quantas atrações iriam e era melhor estar preparado, eles seguiram para a outra fila para aquela atração.

Quando estava próximo de entrar nos carrinhos, um adolescente se virou e apontou para a camiseta de Koda.

— Cara, que camisa maneira. Eu vi em um site, fiquei doido para comprar. O Batman é demais.

O ruivo sorriu. — Obrigado! Acho que sei qual o site que você viu, comprei lá! Eu tenho outras camisetas além dessas, todas personalizadas, a maioria do Batman. Eu também gostei da sua, adoro o Superman também.

— Eu me amarro nos dois, mas digamos que tenho um fraquinho pelo Bruce. — exclamou o adolescente rindo.

— E quem não tem? — riu.

— Verdade... sou o Jonathan. — o carinha o cumprimentou.

— Koda e este é o meu amigo, o Devon. Estou arrastando-o para o nosso mundo.

O Jonathan olhou surpreso. — Cara, seja bem-vindo! Melhor mundo, mesmo que minha mãe diga o contrário. Oh, chegou a nossa vez! — o rapaz rapidamente acenou e correu para se sentar no carrinho.

Koda se virou e sussurrou. — Está vendo esse adolescente? Eu era assim!

— Era? Ainda é!

O queixo do ruivo foi no chão. — Está me chamando de criança de novo? Vai ter volta!

Devon riu. — Vai logo, te esperarei aqui! — ele empurrou de brincadeira.

— Como assim? Pensei que ia comigo. — olhou sem entender.

— Depois que vi esse carrinho virar de ponta cabeça, a minha coragem foi para o ralo.

— Ah não Dev. Você confia em mim? — ele se aproximou e pegou em sua mão.

— Mas é claro que sim. — respondeu sem entender.

— Então vem comigo e venha ter a melhor experiência da sua vida, você não vai se arrepender. Te prometo!

— Droga, falando assim.... Ok, mas se eu morrer lá em cima, a culpa é sua!

Koda abriu um enorme sorriso. — Não se preocupe, te ressuscitarei fazendo pacto com Crowley. — piscou o fazendo rir. — Vamos! — e novamente ele o puxou.

Os dois sentaram na primeira fileira e o rapaz ficou atrás dele.

— Na minha mente está tocando a trilha sonora de Batman. — comentou Koda extasiado.

— Na sua também? — exclamou Jonathan, logo em seguida o rapaz começou a cantarolar, fazendo o ruivo rir e o acompanhar.

Devon naquele momento viu tudo parar e só tinha o ruivo, com um enorme sorriso no rosto, os seus olhos brilhantes e sua voz suave. Ele não sabia como e por que Koda mexia tanto consigo, mas não conseguia parar de girar ao redor dele, como se uma força gravitacional tivesse o controlando para ir diretamente para Koda.

Desde que se encontraram isso foi acontecendo e aumentando, principalmente pelos beijos trocados...

Devon foi tirado dos seus pensamentos quando o carrinho começou a andar, seus se olhos arregalaram e suas mãos foram diretamente para a alça de segurança, apertou tanto que seus dedos ficaram brancos.

— Dev! — exclamou Koda. — Olhe para mim, ok? Isso vai ser divertido, não se prenda e não pense, só sinta!

— Fácil falar... Oh porra! — os seus olhos pareciam sair da órbita, o seu coração junto, a adrenalina o chutou. O carrinho por sua vez caiu e girou, os fazendo ficar de cabeça para baixo. — Oh, merda! — ele gritou.

— Levanta as mãos. — gritou Koda. O ruivo estava com as suas mãos para cima e gritando. — E grite comigo...

Devon fez como pedido, mas seus olhos foram teimosos e olhou para frente e quase cagou nas calças, mas pelas risadas e gritos do ruivo, ele acabou relaxando um pouco, um pouco, mas ainda estava quase morrendo ali em cima.

— FODA-SE! — gritou Koda. — FODA-SE EVAN PARKER!

Devon acabou rindo e gritou junto com ele.

— FODA-SE EVAN PARKER!

Três minutos depois o carrinho finalmente voltou para a plataforma e parou. As alças de segurança foram levantadas, permitindo para eles saírem.

— E aí, o que achou, Dev? — indagou entusiasmado.

— Aqui é o céu? — ele olhou para o ruivo, que soltou uma enorme gargalhada. — Acho que sim, estou vendo um anjo.

No mesmo instante as bochechas de Koda ficaram vermelhas. — Deixa de brincadeira, levante daí, temos muitos brinquedos para andar. — no final riu, tentando disfarçar a sua rápida timidez.

— Ok, anjinho! Me leve para o senhor. — falou brincando. As suas pernas estavam trêmulas e o seu coração ainda acelerado, mas era um sentimento novo, gostoso. — Para onde agora? Qual é a próxima tortura?

— E aí, o que acharam? — perguntou Jonathan se aproximando já fora da plataforma.

— Muito bom! Ainda não acredito que é a minha primeira vez nesse parque lendário. — comentou Koda sorrindo.

— Sabia que ia gostar...Oh merda. — o rapaz arregalou os olhos. — Acho que descobriram que faltei a aula para estar aqui. Foi um prazer conhecer vocês e tenham uma ótima tarde, recomendo irem no Justice League: Battle for Metropolis, é maravilhoso. E vou indo antes que minha irmã me veja aqui. Tchau!

Devon e Koda acenaram surpresos, mas rindo. — Obrigado! — exclamou Koda. — Vamos seguir a dica dele e ir nesse brinquedo, preparado? Ou quer parar por agora?

— Não, vamos, estou melhor, acho!

— Mesmo?

— Mesmo! Para onde fica isso?

Koda olhou ao redor e apontou, pulando alegre. — Ali, vamos antes que mude de ideia!

Ele não mudou de ideia, principalmente que aquela atração envolvia atirar nos vilões e nunca riu tanto como naqueles quatro minutos, principalmente quando Koda exclamava: "Não atire nos heróis, Devon! Aquele é o Lanterna verde, está do nosso lado... Oh merda, olha quem você acertou... Puta que pariu, que mira foi essa?" E assim por diante, gargalhou a cada momento, confessou que a reação do ruivo ao vê-lo atirando nos mocinhos o fazia repetir o ato, era tão adorável.

Depois dessa atração foram para o Mr. Freeze, que por sinal foi bem mais hadcore, principalmente no começo que o carrinho foi de ré numa velocidade e em seguida impulsionou para frente. Ele gritou tanto que parecia que estava morrendo, mas estava se divertindo. Em seguida foram em mais dois brinquedos, mas pararam um pouco para comer, já que seus estômagos estavam começando a reclamar.

Eles compraram chocolate frito, depois pararam para comer outras frituras.

— Ainda temos que ir ao Texas Giant. — comentou o ruivo. — Caraca que coisa gostosa! Então, está se divertindo?

— Muito. — disse após dar uma mordida no seu burrito. — Mas acho que não deveria estar comendo tanto, pois eu vi essa montanha russa e ela é gigante. As chances de vomitar é grande. — Koda na mesma hora riu. — Estou falando sério! Ninguém quer um cara vomitando em suas cabeças, não é agradável!

— Eu sei, mas sei também que irá se segurar e o que comemos não foi nada pesado. Nada vai acontecer. Mas se por acaso vomitar, vire para o outro lado, bem longe de mim.

— Aí é? Espertinho.

— Mas é claro! — os dois riram. — Estou tão feliz, esse dia está sendo maravilhoso. Esse parque é fantástico e a comida... yuum!

E o ruivo continuou a falar e a falar enquanto comia, já Devon esqueceu de tudo outra vez, o seu redor e o burrito que estava em sua mão, ele só tinha olhos para o cara que estava a sua frente.

Koda tinha uma personalidade extraordinária e mudava de extrovertido para tímido em segundos, o que o fascinava, além de que seus comentários sempre o faziam rir.

Outra coisa que o fascinava era que o ruivo sempre ajudava no que for. Sua mente foi para o dia que ficou doente e pela primeira vez que alguém cuidou dele. Foi Koda que não o largou, deu remédio, o ajudou a dormir e principalmente o aliviou de seus pesadelos.

Sabia que o outro achava que não tinha consciência do que aconteceu, de dormirem abraçados, das palavras confortantes, mas lembrava-se de tudo, lembrava dos toque dos lábios dele em sua testa, de suas mãos acariciando as suas costas, de palavras sussurradas e do corpo quente ao redor do seu.

E pela primeira vez depois de muito tempo se sentiu em casa nos braços de alguém e estava com medo e com receio, depois que tudo o que aconteceu consigo há vários anos, o do porquê estar no Rancho Dois Corações, poderia se repetir, sabia que era bobo, pois Koda era muito melhor do que o cara que um dia amou.

Koda não era Josias, não mesmo. Josias não era doce, divertido, não tinha um senso de humor incrível. Isso tudo o confundia, quando um dia o amou, agora só restava um sentimento vago e tudo estava sendo preenchido pelo ruivo.

Estava com medo e com desejo. Naquele momento, o olhando, queria circular seus braços naquele corpo farto, apertar e sentir cada pedaço, as dobrinhas que estavam escondidas naquela camiseta, de tocar e beijar aqueles lábios gordos. Nunca se sentiu daquela forma, com aquele intenso desejo.

Uma vez tinha cometido um erro de amar o filho do seu patrão e agora parecia que esse erro iria se repetir, mas dessa vez seria um erro?

— Meu Santo Batman! — falou Koda em tom alto. — Dev, estou vendo coisas ou ali é o Batman e o Superman? Santo Sheldon!

Devon sem entender olhou para trás e riu, ele viu dois caras fantasiados de super-heróis. — Espero que esses burritos não estejam com ingredientes a mais, pois também estou vendo.

— Vamos, quero tirar uma foto com eles! — disse se levantando da cadeira. — Esse dia vai ficando cada vez melhor! — o seu sorriso estava enorme, o que fez Devon abrir o seu próprio.

O Capataz acabou se levantando e jogou o restante do seu burrito no lixo e andou atrás do ruivo, que ao chegar perto dos dois homens pediu se poderia tirar uma foto com eles, que logo os caras aceitaram.

— Devon, poderia tirar, por favor?

Sem saída, assentiu. — Ok, só me diga onde é que tira. — com paciência, Koda explicou e disse onde era para apertar, em seguida o ruivo voltou e ficou no meio entre os super-heróis com um enorme sorriso.

Tentando não tremer, apertou umas três vezes capturando a imagem. — Pronto.

— Deixa eu ver. — Koda correu e pegou o celular. — Ficaram ótimas, mas sabe o que ficaria melhor? Vem. — ele o puxou. — Mais uma rapazes. — empurrou e enfiou Devon ao lado do Batman e ficou um pouco na frente, fazendo assim uma self. — Digam DC!

Depois que gritaram, Koda agradeceu novamente e deixou os dois rapazes, assim ficando a sós novamente com o Cowboy.

— Essas fotos merecem ir para o meu álbum e ficar em um quadro. — disse olhando para o celular. — Obrigado. — ele ergueu o rosto. — Obrigado por me trazer aqui, foi bom.

— Já agradecendo? Pensei que íamos em todos os brinquedos. E é uma honra, até que estou me divertindo. — Koda riu e o empurrou de brincadeira. — É sério, até estou tentado a ir nesse Texas Giant.

— Sério? Ai meu Batman, vamos logo antes que o senhorzinho mude de ideia. — e novamente o ruivo o puxou entre a multidão.

Koda era diferente, isso mudava tudo, então por que estava tão receoso? Bem, o seu passado fez um estrago enorme, além de não poder dormir à noite, agora não sabia mais como se relacionar com ninguém.

[...]

Devon se sentia cansado, mas com um sentimento de realização. Depois de passar a tarde toda indo se atração em atração, agora, comecinho da noite, estavam andando curtindo o vento refrescante e saboreando um enorme algodão doce.

— Hoje foi incrível. — Koda quebrou o silêncio e se colocou na frente do outro, andando assim de costas. — Melhor dia! Melhor algodão doce! — ergueu a mão e com a boca tirou um pedaço do algodão verde.

O Capataz riu e assentiu. — Podemos dizer que hoje foi legal, mas o dia ainda não acabou. Quer ir de novo em alguma atração?

— Verdade! Mas sinto que preciso de comida de verdade, comemos muita besteira... e olhe que sou viciado em barganhas.

— Acho que está certo. Poderíamos ir em um restaurante ou em uma pizzaria.

— Eu falando em não comer barganhas e você me sugere pizza. — falou o ruivo indignado, o que o fez rir. — Não sei... — pelo seu andado para trás, acabou que não viu o que estava atrás e acabou tropeçando em algo, quase caindo de costas, porém Devon agiu rápido e o pegou pela cintura e o puxou de contra ele, os rostos ficaram próximos, ambos com os olhos arregalados.

— Bichas! — alguém gritou de fundo.

Naquele momento os dois paralisaram, chocados, e logo em seguida se afastaram. Devon viu Koda olhar ao redor, com um olhar amedrontado e ao mesmo tempo com raiva, ele sentia o mesmo, pequenos vislumbres do seu passado apareceram junto com aquele grito.

— Ei. — respirou fundo. — Não liga, vamos continuar a nossa noite.

— Está certo. — Koda assentiu. — Vamos para onde? — novamente o seu olhar se prendeu na multidão.

Devon engoliu o seu pequeno pavor, pegou no rosto do ruivo e o fez olhar para ele. — Vamos para onde você quiser ir, temos até meia noite, pois de manhã teremos que voltar para o rancho. Então, Koda, para onde iremos?

O ruivo sorriu, relaxando. — Agora estou em dúvida... bem, que tal essa pizza que você me falou e irmos para um lugar tranquilo, hein? Me mostre Arlington.

— Vamos lá! — mas desta vez quem puxou quem foi Devon. Koda acabou soltando uma gargalhada e pedindo para desacelerar, senão ia acabar caindo, porém o Capataz não ligou e logo chegou no estacionamento. — Vamos parar em um drive thru e em uma loja de conveniência para comprarmos cerveja e encher o tanque. — disse o seu plano assim que chegaram ao lado do carro.

— Oh céus, vamos embora! — Koda exclamou abrindo a porta do carro.

Devon só fez rir e subir, tomando a direção e foram para a pizzaria mais próxima, passaram pelo drive thru e pediram os sabores, duas caixas de pizzas, sendo metade calabresa e pepperoni, quatro queijos e marguerita. Tiveram que esperar quase meia hora para poderem receber, mas não foi chato, pois os dois souberam passar o tempo, conversando e rindo.

Logo em seguida, após pagar pelas especiarias, foram para uma loja de conveniência, enquanto Devon colocava combustível, Koda entrou para comprar as cervejas, aproveitou e comprou doces e água. Depois tomaram a estrada novamente.

— Sabe como me sinto? Como Dean e Sam. Quando eles estão em um caso... as cervejas, a pizza, a estrada. É bem emocionante. — comentou o ruivo.

— Falando desse jeito, sim, parece que estamos dentro do seriado. Nesse, eu seria o Dean. Minha caminhonete é o Impala e você é o Sam, o nerd e sabichão.

Koda acabou rindo. — Está certo, só erramos na altura. Pela primeira vez vemos um Dean alto e um Sam baixo. — os dois gargalharam. — Fazemos um par perfeito.

— Concordo. — os dois se entreolharam. — Estamos perto. Iremos ficar quase fora da cidade, na verdade, iremos sair da estrada. Está perto.

— Espero que não seja perigoso.

— Não se preocupe, trouxe o meu rifle.

— Seu o quê? — Koda o olhou assustado.

— Rifle, ué!

— Você anda armando sempre?

— Mas é claro, estamos no Texas. Todo cidadão possui uma arma. — deu de ombros.

— Bom saber. — estreitou os olhos. — Estamos perto?

— Sim, se acalme, Sam!

Ao chegar em um determinado ponto, Devon tirou da estrada e foi para uma de terra, minutos depois fez uma curva e fez com que a caminhonete fosse de ré, assim poderiam ficar dentro da parte superior aberta, tendo bem mais espaço e poderiam se movimentar à vontade.

— Chegamos. — declarou abrindo a porta.

— Puta merda. — exclamou Koda ao chegar atrás da caminhonete, olhando o deslumbre de Arlington. — É lindo. Peraí, como você conhece esse lugar? Você já trouxe alguém aqui? — naquele momento o ruivo sentiu uma pontada no coração, o que fez sua alegria murchar um pouco.

— Quê? Não. — negou com a cabeça rindo. — Este lugar achei por acaso, estávamos transportando uns gados para uma feira aqui na cidade, só que os danados acabaram chutando a comporta e saíram em disparada, tivemos que correr atrás deles e acabei encontrando isso.

— Oh.

Devon viu as bochechas de Koda ficarem rubras, o que fez arquear a sobrancelha.

— Mas por que a pergunta? Hum? Quem você pensou que iria trazer aqui?

— Sei lá... um namorado, ficante. — deu de ombros.

— Não, não trouxe ninguém aqui, seja amigo, ficante, namorado. E também não sei o que é isso faz anos.

— Não acredito! — Koda olhou indignado. — Não pode ser, não acredito.

— Por que não? — indagou rindo. Devon pegou a comida e as bebidas e jogou na parte de trás.

— Por quê? Devon, você já se viu no espelho? Todo mundo quer namorar com você.

— Todo mundo? — nesse momento ele olhou para trás e fitou o ruivo nos olhos. — Até você? — na mesma hora Koda ficou mais vermelho e passou correndo para a caminhonete.

— Melhor subimos, antes que a cerveja fique quente. — decretou.

Devon sentiu uma enorme vontade de rir, mas se controlou, só ficou a observar a maneira desajeitada e o constrangimento do outro. — Você não me respondeu.

— Ah? Não sei o que está falando. Então, como irei subir aqui? Quase que não subo na cabine e você quer que eu suba aqui.

Vendo que o outro fez de tudo para mudar de assunto, acabou dando por vencido, mesmo que queria profundamente saber a resposta de Koda.

Deus, parecia um adolescente novamente.

— Calma, reclamão! Eu te ajudo, vamos. — aproximou-se e pediu para Koda apoiasse o pé no pneu e na borda. — Coloque toda a sua força em seu pé e puxe para cima. — após explicar, ele observou Koda fazer como tinha dito e conseguindo assim subir na parte de trás. — Está vendo? Muito fácil!

— Fácil minha bunda, minhas pernas são curtas.

O Capataz só fez rir e subiu logo em seguida. — Vamos nos sentar. — apontou para onde estava a cabine. — Ali é bem melhor. — ele pegou as duas caixas, as sacolas com a bebida e se sentou. — Vem sentar, Koda... Koda... Oh Koda! — puxou beira da calça do ruivo, que pulou de susto. — Em que mundo você está? — perguntou rindo.

— Precisava me fazer enfartar? Nossa... estava olhando a vista. Aqui é muito lindo. Tá, vejo que já se acomodou, sento onde?

— Aqui! — bateu no espaço ao seu lado.

Logo o ruivo se sentou e suspirou. — Ok, vamos atacar no três? — apontou para a pizza.

Devon logo começou a contar e ao chegar no três, os dois abriram a primeira caixa e tiraram cada um pedaço.

— Obrigado deus da pizza. — declarou o ruivo antes de morder um pedaço.

— Calma ai, deus da pizza, precisamos do deus da cerveja. — Devon se inclinou e pegou a grade de cerveja. — Olha o que temos aqui, o deus dos doces. — disse tirando três barras de chocolate e três pacotes de fini.

— Amém. — Koda falou e tomou os doces. — Melhores deuses. — os dois riram. — Me passa uma bebida. — pediu colocando os doces de lado. — Obrigado.

— Um brinde? — Devon ergueu a latinha e esperou Koda abrir a sua.

— Mas é claro. Um brinde para o nosso sucesso na venda dos cavalos e para a tarde de hoje no parque.

— Isso mesmo! — os dois juntaram as duas cervejas em um brinde e logo em seguida beberam avidamente do líquido dourado.

— Vou colocar uma música. — Koda se mexeu e pegou o seu celular, procurou entre os aplicativos e colocou na sua playlist, que por sinal, tinha de tudo.

Eles ficaram em silêncio, desfrutando da comida, bebendo e ouvindo uma boa música, ficaram assim por vários minutos, até que Devon sentiu o clima esfriar mais, os pelos dos seus braços já estavam ficando eriçados, também percebeu que Koda estava do mesmo jeito, tremia um pouco e tentava se aquecer.

Sabia que tinha um cobertor dentro da caminhonete. — segura, por favor! — pediu a Koda, mas não esperou uma resposta e entregou a lata e se levantou.

— O que você vai fazer? — indagou sem entender.

— Buscar um cobertor. — pulou e foi para a cabine de trás, viu o cobertor azul e sorriu, sabia que tinha um guardado. Assim trancou de novo a porta e pulou de volta. — Pronto para se aquecer?

— Oh Batman, não sabia que tinha um cobertor. Tava sentindo frio de besta.

Devon acabou rindo. — Desculpa, só percebi que estava frio agora a pouco, pena que só temos um, teremos que dividir. — o Capataz não estava triste por isso, tentou esconder sua animação.

— E eu lá me importo, vem aqui e traz o manto sagrado.

Devon logo se sentou, os dois se enfiaram dentro do cobertor, sendo um pouco menor o pano, eles tiveram que ficar colados, por assim dizer, ambos se entreolharam e desviaram o olhar para paisagem.

— Doces? A pizza foi embora. — comentou Koda.

— Claro, poderia? — o ruivo assentiu e pegou os doces que tinha jogado, colocou por cima do cobertor as guloseimas.

— Escolha o quiser. — disse Koda pegando uma barra de chocolate. — Melhor noite.

— Melhor noite. — Devon concordou.

Os dois se olharam novamente e ficaram assim por um bom tempo, até que Koda desviou o olhar, porém, não soube o que deu nele, mas o Capataz pegou no queixo dele e fez com que voltasse o olhar para ele, viu no outro a surpresa pelo seu ato.

— Melhor noite. — começou a falar com a voz baixa. — melhor lugar, melhor comida e principalmente... melhor companhia. — ao terminar de falar, avançou, quebrando os centímetros que faltavam e assim, beijou docemente os lábios de Koda, que arfou, entreabrindo a boca, o que fez aproveitar e enfiar sua língua, sentindo o doce sabor do chocolate e com outras especiarias, totalmente saboroso.

Mas o beijo não demorou muito, ambos se afastaram ofegantes. Devon não queria parar e o beijou novamente, Koda foi por livre espontânea vontade, retornando o ósculo.

Ele aproveitou e circulou seus braços no corpo do ruivo e o puxou, sem quebrar aquele beijo, continuou o que estava fazendo e fez com que Koda ficasse entre suas pernas, sentando em seu colo.

O beijo foi ficando cada vez mais rápido e mais delicioso. Suas mãos tomaram vida e mapeou o corpo farto de Koda, sentindo cada dobrinha, acariciando e beliscando, sentindo em sua virilha a ereção do outro, que estava igual a sua, completamente excitado.

Sentiu as mãos macias de Koda em sua nuca, em seu cabelo, descendo pelas costas, depois caiu em seu peito, mantendo as mãos ali. Seus pulmões pediam por ar, desceu a sua boca e começou a lamber e mordiscar o pescoço do ruivo, que gemeu descaradamente em seu colo, que fez seu pau pulsar, era o próprio som do paraíso.

— Isso não está certo. — murmurou Koda. — Estamos praticando incesto.

Devon paralisou. — O quê? — indagou surpreso e confuso.

— Sim. — Koda se afastou, assim os dois olharam nos olhos um do outro, cada um com as pupilas dilatadas, lábios inchados e leve rubor. — Olá, Sam e Dean, irmãos. Wincest.

O Capataz não aguentou e começou a rir. — Meu Deus. Não acredito nisso. E você acabou de juntar o sobrenome deles com incesto? Foi isso mesmo?

— Nem eu. — Koda se juntou a rir. — E Wincest, digamos é bem conhecido em certa parte da internet, um lugar sombrio e delicioso. Você ainda não está preparado para esse lado. — bateu em seu ombro, como se o consolava. — Ok?

— Certo. — riu.

— Mas... er, não sei se isso é certo, quer dizer... eu estou gostando, na verdade amando. — suspirou se abanando. — Mas é isso que você quer? Sei que concordamos em esquecer aquele beijo em frente a casa, mas a gente meio que quebramos isso... pela terceira vez.

— Isso seria um sinal, que não nos esquecemos e gostamos.

— Sim, mas...

— Mas o quê? — indagou Devon. — Koda, todos esses beijos roubados significam alguma coisa, então, vamos aproveitar. Eu tenho um passado, todos nós temos, mas com você, de alguma forma, nubla o que aconteceu anos atrás. Acabo esquecendo de tudo, além me divertir como nunca, então, por mim, quero continuar a fazer isso, mas fica ao seu critério. Porém, somos colegas de trabalho, Deus, você é meu chefe, então, se formos continuar a fazer isso, que por acaso sempre tem alguém para nos interromper. — Koda acabou rindo assentiu. — Vamos ter que separar as duas coisas, não quero causar confusões e se por acaso isso acontecer, devemos ser maduros e admitir que somos melhores amigos e colegas de trabalho.

— Falando desse jeito, você acaba de me ganhar... Céus, tô com medo, mas... — o ruivo não o deixou falar e tomou a sua boca para ele, num beijo bruto e brusco, mas ambos gostando das línguas atrevidas, mordidas e chupadas.

Ficaram por um longo tempo assim, se beijando e aproveitando aquele silêncio, já o celular tinha descarregado, tinha desligado de vez, e o clima gélido e o cobertor, que os cercavam.

Devon se sentiu em paz ter o ruivo ali, em seus braços, sentir o doce sabor dele em sua boca, o seu corpo quente em suas mãos, as suas carícias, era reconfortante e se sentiu em casa, como a muito tempo não se sentia, e Deus, nem com Josias foi assim.

Era certo, estava ferrado e com medo, pois o seu coração estava na linha, sabia que dessa vez seria pior do que aconteceu consigo anos atrás. Muito pior, mas dane-se, ter Koda ali, retribuindo tudo, era a melhor coisa que já lhe aconteceu, estava ansioso para ver no que ia dar. Esperava que seus pensamentos pessimistas não se concretizassem.

Pois sabia que Koda era alguém de extremo caráter e que merecia o mundo, só tinha sorte de tê-lo encontrado ou na verdade, ter ido buscá-lo.

Eles namoraram por várias horas, até que o sono chegou, assim acabaram deitados, com Koda escorado em seu peito e com o corpo entrelaçados, dormiram sossegados, escutando os sons da noite como uma canção de ninar.

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