Capítulo 17 - Analepse
Uma semana depois da visita de Mattos, Koda e Devon agora estava na estrada para sua fazenda, o fazendeiro marcou a reunião com Dr. Albert, possível comprador dos potros. A viagem foi regada de risadas e conversas, até chegar em Arlington, depois seguiram para Fazenda Coração Selvagem, nome peculiar que por acaso o ruivo adorou, teria que perguntar a Mattos pelo significado, mas por agora iria aproveitar a viagem.
Mas para sua surpresa, ao adentrar na enorme propriedade da fazenda, ele deu de cara com um enorme prédio que se igualava um hotel cinco estrelas, pelo nome era o Resort Coração Selvagem, nele havia várias pessoas, sendo: funcionários, hóspedes, turistas, e ao lado tinha um enorme campo, pessoas cavalgando, sendo ensinadas, mas sabia que havia muita coisa por ali.
- O Senhor Mattos é dono disso tudo? - indagou abismado.
- Esqueci de te contar. Além de ser um grande fazendeiro, ele é tem um dos melhores Resort do Texas, faz anos que ele está nesse ramo. Além desse Resort, Mattos financia outros e possui alguns ao redor do país.
- Estou fascinado. - exclamou Koda. - E surpreso. Esse Mattos nada no dinheiro e sabe investir.
Devon concordou, mas se manteve em silêncio. Não demorou muito e logo estava estacionando o carro na fazenda, mas antes fora parado por um funcionário, perguntando por que estavam na fazenda, logo que respondeu, o cara deu acesso livre e disse que o senhor Bernard estava os esperando.
A casa por sua vez era tão grandiosa e tinha um olhar coloquial, o que encantou Koda. Eles pegaram suas mochilas, foram até a porta da frente e tocaram a campainha, dois minutos depois foram atendidos por uma linda mulher de cabelos negros e de olhos azuis, muito parecida com Mattos.
- Bom dia, vejo que são o pessoal que meu irmão está esperando. Entrem!
Sem jeitos, os dois entraram, a mulher por sua vez, sorriu, mas o seu olhar se perdeu em Koda, que o deixou ainda mais desconfortável.
- Não me diga que você é Koda Harris? O filho de Thomas?
- Sim, sou eu!
Ela abriu um enorme sorriso, se aproximou e pegou em seu ombro. - Estou feliz por ele, por tudo o que passou recentemente, ter você lá é algo bom. Bem que o meu irmão me disse que você era parecido com o pai, os seus olhos e cabelo ruivos são totalmente Thomas.
Koda acabou sorrindo, relaxado. - Sim, Mattos me disse algo assim também.
- Antes que me esqueça, sou Marine, como você está vendo, sou a irmã do Mattos. Bem, deixem a sua mochilas aqui, depois mostro onde irão ficar, vou levá-lo onde está o meu irmão, no campo com o seu cavalo.
Eles adentraram ainda mais a casa, que por sinal era belíssima, foram andando até sair numa varanda, que dava entrada para os enormes campos verdes, logo de cara viram Mattos em cima de um enorme cavalo marrom.
Marine não perdeu a vez e gritou chamando o irmão, que veio em seguida, desceu do equino e os cumprimentou.
- Vou deixá-los aqui e pedirei para trazer algo para vocês, fiquem a vontade. - após isso ela os deixou sozinhos.
- Venham! - acenou Mattos para o outro lado da varanda que havia cadeiras e uma mesa. - Espero que a viagem tenha sido boa.
- Sim, o Devon fez a viagem divertida.
- Eu? Quem mais passou a viagem contando coisas engraçadas de séries? Hum?
Koda encolheu os ombros com um pequeno sorriso. - Culpado, mas a viagem foi divertida, pois você soube bem remediar minhas referências, quem diria que o Capataz tem um senso de humor.
- E entre outras coisas. - nesse momento o ruivo sentiu suas bochechas esquentarem, principalmente pelo o olhar sabichão do peão.
O fazendeiro mordeu a bochecha para não ri. - Como está o seu pai? - indagou logo depois.
O contador suspirou e se tornou um pouco sério. - Ultimamente ele está mais resmungão do que nunca, se bem que acho que foi depois da sua partida, acho que se sente mais só, sabe? Sem poder fazer o que ama, o deixa frustrado.
- Sim, está certo. - o olhar dele ficou distante, o seu sorriso morreu. - Não é nada fácil para ele, mas é bom que tem você.
- Não só eu, mas o rancho inteiro está preocupado com ele, com a situação do rancho também. Agradeço novamente por estar nos ajudando.
- Isso mesmo. - completa Devon. - Sabemos que o senhor é amigo de Thomas, mas o que está fazendo está nos ajudando muito.
- Não me agradeçam, crianças. Só dei um empurrão, o resto é com vocês, mas sempre estarei aqui para ajudar no que for. Falando nisso, estão preparados para a reunião com o Albert? Será a tarde, ele estará aqui por volta das duas horas.
- Como nunca. Preparei umas coisas para isso acontecer, mas com Devon aqui, que entende mais do negócio do que eu, ficará tudo bem.
- Bom ouvir isso. Enquanto isso podem aproveitar a fazenda e o Resort, se assim desejarem.
[...]
Depois de passarem a manhã conversando com Mattos e conhecendo a fazenda, agora estavam numa sala que o fazendeiro deu para a reunião acontecer. Havia café, biscoitos e frutas, além de água, para assim poderem ficar confortáveis. Como esperado, o Dr. Albert Muniz chegou pontualmente, o homem tinha por volta de sessenta anos, com seus cabelos grisalhos, sorriso de um avô e vestindo como um cowboy, mas da forma mais formal possível.
- Albert, este são os que falei para você. Devon Collins e Koda Harris, Koda é o filho de Thomas Robinson Moore do Rancho Dois Coração e o Devon é o Capataz do rancho. Rapazes, este é Dr. Albert Muniz.
Eles três se cumprimentaram.
- Irei deixá-los a sós, tenham uma ótima reunião, se precisarem de mim ou mais alguma coisa, é só chamar. - assim Mattos os deixou sozinhos na sala.
Koda sentiu sua barriga dar cambalhotas, mas não deixou transparecer seu nervosismo, já tinha participado de muitas reuniões no seu antigo emprego e não iria fraquejar nessa, não quando essa era bem importante.
- Sente-se por favor. Agradecemos por ter aceito o nosso convite para a reunião. - disse Koda cordialmente.
- Sem problema. - Albert se sentou. - Então, o que tem para mim?
Os outros dois se entreolharam, Koda mexeu em seu notebook, mas continuou a olhar nos olhos do senhor em sua frente. - Por meio do Senhor Mattos, soubemos está atrás de um cavalo de raça Puro-Sangue Árabe para cruzar com a sua égua. Creio eu que isso procede?
- Sim, faz meses que quero um garanhão árabe para cruzar com a minha égua puro-sangue árabe. Até agora não encontrei nenhum cavalo que me agrade. A minha Gisele é uma grande vencedora de equestre olímpico, nada mais justo que as suas crias sejam também.
Koda sorriu. - Acho que temos o que o senhor precisa.
- Não é por mal, rapazes. Mas acho que não irei achar o meu garanhão em suas terras.
- Porque diz isso? - indagou Devon confuso.
O ruivo por segundos sentiu um pequeno pânico, mas deixou-se controlar.
- A minha família e os meus negócios rondam os equestre olímpicos, temos variados ganhadores entre os meus e não quero um cavalo que sofreu envenenamento recentemente. Sinto muito.
- Como é que é? - exclamou Koda chocado. - Nenhum cavalo nosso teve algum envenenamento!
- Bem, não é o que dizem. - deu de ombros. - Não fui procurá-los por causa disso, sei que em suas terras habita um enorme números de puro-sangue árabe, estava a tentado a comprar potros para o meu negócio e o garanhão para cruzar com a Gisele, mas depois que essa notícia se espalhou, desisti!
Se controla, Koda, se controla... QUEM PORRA ESPALHOU ESSA MERDA?
O ruivo gritou por dentro, mas por fora se manteve calmo, mesmo que sua sobrancelha estava sofrendo um pequeno tic nervoso, mas ele não era único estar assim, ele viu Devon tenso, assim colocou a sua mão no joelho do outro e apertou, logo em seguida sentiu o Cowboy relaxar pelo seu toque.
- Sinto muito, Senhor Albert! Mas essa informação não procede, nenhum cavalo nosso teve envenenamento. Não irei mentir, mas pouco tempo atrás o nosso gado sofreu um envenenamento, mas foi apenas o gado, os cavalos não obtiveram nada. Tenho comigo o registro de saúde de cada cavalo, potros, até do garanhão que iremos oferecer ao senhor. Como sei que o senhor é alguém sábio, inteligente e possui uma enorme reputação, não vai se deixar se influenciar por notícias espalhadas, notícias falsas, gostaria até de saber quem foi o autor. - concluiu Koda. Ele nem sabia como conseguiu falar tudo aquilo, mas se orgulhou.
- Falando desse jeito, vejo que está certo. É que todo cuidado é pouco. Então, posso ver esses registros? Por acaso tem alguma coisa desse garanhão que está a me oferecer? E sobre as notícias, não sei quem que começou a espalhar, sinto muito!
O clima tenso se foi, o ruivo se permitiu relaxar.
- Tudo bem. - mas ele iria tirar a limpo esse boato falso. - Está completamente certo, todo cuidado é pouco. Fico feliz que esteja dando uma chance aos nossos cavalos. Os registros estão nessa pasta, as primeiras folhas são mais importantes, pois tem o registro do garanhão e potros de puro-sangue árabe, que pelo visto, está querendo, né? E não se preocupe, tenho aqui imagens e vídeos dos equinos, se interessar, agendaremos uma viagem para o nosso rancho para ver de perto.
- Muito bom. - Albert se alegrou.
O homem pegou a pasta e começou a ler cada página, nisso Devon se aproximou-se e sussurrou no ouvido de Koda.
- Sinto que devo exclamar Santo Batman, o que você falou foi perfeito.
Koda se mordeu para não rir, os seus ombros tremeu e sua nuca se arrepiou pela aproximação e o sussurro, mas principalmente pelo elogio. O ruivo só fez sorrir enorme para o Capataz e encolheu o ombro, o seu rosto estava corado.
- Ok, esses cavalos estão em perfeita saúde. Os potros muito bem também. Agora onde está esses vídeos que mencionou antes? - o homem exclamou quebrando o silêncio.
Koda hesitou, mas pegou o notebook e virou a tela. - Aqui está o nosso garanhão. - deu play, mas não sabia o que falar, mas para a sua surpresa e alegria, Devon tomou a frente e disse tudo o que um comprador de cavalo queria ouvir.
Koda já não estava vendo a reação de satisfação de Albert, mas todo o desempenho do seu Capataz. Devon disse que ele tinha se saído bem, mas com certeza que o Cowboy foi mais que perfeito, além de exclamar com todo o amor a cada detalhe do equino, falava de coisas que ele não tinha ideia, mas só fez ficar ainda mais admirado. Assim foi até para o último vídeo, foram três vídeos, todos editados por ele mesmo, mas quem vendeu o peixe, nesse caso cavalos, totalmente fora Devon.
- Garotos, vocês tem uma mina de ouro. Esses cavalos são bastante resistente e perfeito para equestre olímpico. Já me vejo treinando esses potros. Quando poderei agendar uma visita com o meu advogado para a venda? E antes de irem querem conhecer a minha fazenda, a minha Gisele? Espero você amanhã para o almoço.
O ruivo se controlou para não poder gritar, mas o seu sorriso de orelha a orelha transmitia a sua felicidade.
- Quando você quiser, se possível, daqui a três dias, assim estará tudo preparado para o senhor quando chegar ao rancho. E agradecemos o convite, iremos sim! Ficamos muito grato por ter aceitado essa reunião e continuar com ela.
- Eu que fico feliz. Depois desses vídeos, estou totalmente comprado, ansioso para vê-los de perto e ter em minha fazenda. Agora rapazes, terei que ir, obrigado por terem me chamado. - ele se levantou. - E Devon, o seu enorme conhecimento de cavalos me surpreendeu, nunca vi ninguém saber tanto. Por acaso possui alguma graduação?
- Não senhor. - negou com a cabeça. - Tudo o que sei aprendi no Rancho Dois Corações. Agradeço pela oportunidade e estamos ansiosos para a sua visita.
- Você me surpreendeu, invista nisso. - ele apertou o ombro de Devon, depois acenou. - Agora vou indo, até logo!
- Oh, irei com o senhor até a porta. - Koda deu o passo, mas foi interrompido pelo Albert.
- Não precisa rapaz, pode ficar. - e assim se despediram mais uma vez e depois os outros ficaram sozinhos na sala, em pés e paralisados, por três segundos, até finalmente Koda explodir.
- Santo Batman! - gritou o ruivo. Ele se virou com largos olhos, um enorme sorriso e pulando energicamente. - Não acredito, oh meu Sheldon! Oh céus... CONSEGUIMOS, Devon, CONSEGUIMOS! - a sua animação foi tanta que correu para o Cowboy. - Conseguimos, nós fodendo conseguimos! Não acredito!
- Sim, Koda! A gente conseguiu. - Devon compartilhava da mesma animação.
O ruivo assentiu, não aguentou e puxou o outro para um abraço, enfiando o seu rosto no peito de Devon, sentindo o cheiro almiscarado, o que fez suspirar. O seu coração estava a mil, uma alegria o tomou de uma forma e um peso fora tirado de suas costas, estava tão anestesiado que nem ligou para o que estava fazendo.
Ele se afastou e olhou para a face de Devon, que continha um sorriso igual o seu. Os dois se entreolharam, ambos extasiados, que nem perceberam a aproximação dos rosto, a inclinação de Devon para alcançar o rosto gorducho do ruivo e nem Koda percebeu que estava a ficar de ponta de pés, até que segundos depois os seus lábios se encontraram, foi como um imã e logo estavam a comemorar aos beijos.
A comemoração se teve por meros segundos, até que a porta fora aberta e um arranhar de garganta fora ouvida, o que os fizeram pular e saltar para longe um do outro.
- O cisco saiu do olho? - indagou Koda na maior cara de pau. Ele fingiu estar preocupado. - Está incomodando muito? Quer que eu assopre mais?
Devon que estava sem graça, olhava para o ruivo tentando não rir, mas se manteve no papel, principalmente pela expressão de Mattos que estava na porta, de braços cruzados, com um sorriso de lado e uma sobrancelha arqueada, como se dissesse: "Vai fingir também?"
- Tirou sim, obrigado!
- Bom! - Koda bateu em seu ombro, em seguida olhou para Mattos. - Oh, nem te vi ai. - que mentira. - Você não vai acreditar! Conseguimos, o senhor Albert vai fazer negócio com a gente e até nos convidou para almoçar amanhã na casa dele. Não é incrível?
Mattos sorriu. - Sabia que que iriam conseguir! Vamos, deixe isso aí, depois alguém arruma, me conte todos os detalhes. O seu pai vai vibrar.
- Tenho que ligar para ele! Thomas vai ficar muito feliz!
- E orgulhoso. - completou o fazendeiro. - Vamos, quero saber de tudo!
[...]
Já era noite, os grilos fazia sua cantoria junto com os relinchos dos cavalos, Koda estava encostado na varanda apreciando a noite. Já era umas dez horas, não estava com sono, por isso que veio até fora, não sabia onde Devon estava, mas achava que estava no quarto que fora designado para ele.
Ainda não estava acreditando que tinham conseguido fazer a negociação e quando seu pai soube, foi a melhor parte, as palavras que ele lhe disseram ainda ecoava em sua mente.
"- Na verdade, não estou surpreso pela notícia, pois em meu coração já sabia do sucesso dessa reunião, pois os meus dois melhores homens que iam. Estou orgulhoso de vocês, queria ter presenciado esse momento, mas sei que cada um brilhou de seu modo. Koda, meu filho amado, obrigado por estar lutando pelo rancho, sou muito orgulhoso de ser seu pai. Devon, obrigado por estar aqui também, lutando ao lado de Koda, também estou orgulhoso de você, pois vejo agora o meu Devon de anos atrás nesse homem crescido e honrado. Agora se divirtam, que quando chegar iremos comemorar juntos e já irei adiantando tudo que puder para a visita do Senhor Dr. Albert."
Naquele momento ele quis soltar a palavra pai, mas não sabia o que tinha segurado, era para vir naturalmente.
- Em que mundo está? - a voz profunda de Mattos retumbou em sua mente, suas bochechas rapidamente ficaram vermelhas na mesma hora que lembrou do que aconteceu a tarde.
- Neste momento, recordando a ligação com Thomas. As palavras dele mexeram comigo. - confessou.
Mattos assentiu, aproximou-se e escorou na varanda, ficando assim ao lado do ruivo. - Imagino. Thomas disse com todo o coração, ele está nas nuvens com você aqui.
Koda sorriu. - Sabe, hoje foi a primeira vez que alguém me disse que estava orgulhoso de mim e vindo dele foi algo grandioso.
- Devo imaginar que sua vida com a sua mãe foi nada fácil, hum?
- Não foi tão ruim. - encolheu os ombros. - Mas ela me amava da sua forma, diferente, mas sei que fez o que achava certo. Só ainda não creio que me negou conhecer o meu pai. Mas vamos deixar isso de lado. - balançou com a cabeça. - Me conta sobre o seu resort. Nunca vi algo tão grandioso e bonito. Soube que você investe em outros resorts ao redor do país.
- O Resort antes era só o hotel do meu pai, moramos nessa casa e ele cuidava do hotel, a fazenda era bem mais como um sítio, o que dava lucro mesmo era o hotel, antes tudo se chamava Campo Verde. Os negócios iam bem, mas nada espetacular. Quando veio a falecer a trinta anos atrás, Marine e eu herdamos. Com o tempo acabei fazendo disso uma fazenda e o hotel num resort, que oferece serviços como aulas de equitação, além de um lugar para atletas treinarem ao redor.
- Uau! É espetacular.
- O Resort é de grande sucesso e quando vi que pessoas vinham cada vez mais e vinham até a minha pessoa atrás de saber como fazer funcionar um resort em suas terras, vi que investir nisso ao redor do país era algo bom, além de lucrativo para fazendeiros, rancheiros, hospitaleiros e assim é até agora. Nenhum investimento me arrependi, nenhum!
- Sério? - indagou encantado. - Então o que precisa para poder investir e construir o seu próprio resort?
- Espaço suficiente para criar o prédio, aval da prefeitura, coisas legais, é caro, mas ajudo nessa parte. Eu entro com uma certa quantia, levo os meus homens para treinar os futuros funcionários e contrato junto com a outra pessoa uma empresa para fazer o prédio, além de fazer a planta, para que tudo saia bem.
- Então além de investir, você acompanha toda a criação. Você só faz resort?
- Não, já investi em hotéis que só precisavam de uma repaginada. Mas o Resort tenho preferências, sinto que é mais familiar. Tenho clientes que sempre passam as férias aqui, pessoas que vem para cá por causa das aulas. Não precisa estar hospedado para obter as aulas, tenho um plano só para isso, então cabe a pessoa decidir. Mas por que me pergunta isso? - arqueou a sobrancelha.
- Curiosidade.
- Só curiosidade? - insistiu.
- Não. - acabou rindo. - Sei que posso estar colocando os bois antes da carroça, mas depois que vi o quão grande é o rancho do meu pai, um absurdo de terras que só os gados vão e não utiliza para mais nada e ver isso aqui, me deixou pensativo, sabe? Mas não sei se Thomas poderia aceitar, o seu rancho só trata de gado, cavalos, não sei se aceitaria de boa vontade criar um resort e lidar com pessoas andando pelas suas terras, mas com a nossa situação, esses potros sendo vendidos não será a nossa salvação, precisamos pensar num plano de longo prazo e o resort poderia ser esse plano.
- Você só saberá perguntando e como sei que aquele velho rabugento te adora, vai aceitar, vai relutar, mas uma boa conversa resolve. - os dois acabaram rindo.
- Você e ele são bem amigos, né? Anos de amizade. Admiro isso.
Nesse momento Mattos desviou o olhar e direcionou para suas terras, assentiu e encolheu os ombros. - Podemos dizer que sim. Acompanhei toda a luta dele para ter você, na verdade, ficamos amigos por sua causa.
O ruivo olhou surpreso. - O quê? Como assim?
- Estava no Double B, em Dallas na feira do vaqueiro e lá estava aquele homem, bebendo todas, resmungão e enxotando os seus homens. - Mattos ficou distante e omitiu umas partes, mas em sua mente estava preso cada detalhe daquele momento.
...
26 anos atrás....
Após passar a manhã e à tarde comprando gado para crescer sua fazenda, agora estava quebrado, cansado e necessitava de uma gelada. Era a terceira vez que vinha para a feira do vaqueiro em Dallas, pois antes quem vinha era o seu pai, mas não era sempre, já que seu velho preferia o hotel do que cuidar dos animais, por isso que após a sua morte estava se doando por completo em ter um rebanho.
Era apaixonado desde criança pelo gado, de cuidar e ver crescer na Fazenda Campo Verde, por isso que agora estava investindo nisso. Não que não gostasse do hotel, era tão impessoal que era sua irmã Marine quem ficava cuidando, mas estava com uma ideia de mudar isso e tinha certeza que a louca de sua irmã iria aceitar numa boa, mas agora precisava de uma boa música, uma cerveja e quem sabe alguém para passar a noite.
Dirigiu a sua velha caminhonete para o Double B, conheceu o bar quando veio a primeira vez na feira do vaqueiro, era um lugar simples, mas tinha boa música e ótimas geladas. Ele deixou os seus peões para trás, iriam para outro lugar, ficar longe do filho do ex chefe.
Como sempre o local estava cheio, já escutava a melodia country, o que fez sorrir e mexer seus dedos no ritmo. Depois que estacionou, caminhou para dentro do local, assim explodiu de vez a música, as pessoas conversando e rindo, o seu sorriso aumentou.
Foi direto para o bar e pediu uma cerveja, o seu olhar foi para o recinto, viu mulheres dançando, pessoas namorando, cantando, bebendo, mas uma certa cena chamou a sua atenção.
Numa mesa um pouco afastada havia um homem robusto, parecia brigar com três homens que ali estava, mas o que ganhou a sua atenção foi a dor em seus olhos, a maneira que falava, era quase agressiva, mas sabia que ele não faria nada de mal com aquelas pessoas, que pareciam que estavam tentando cuidar dele, só que o tal homem não queria ajuda e os outros viram isso.
Os viu se afastar e os seus olhos não se desviaram, viu o homem de cabelos acobreados, suspirar e beber um copo cheio de cerveja, o seu olhar amargurado, cheio de tristeza, o seu corpo tenso, os seus lábios franzidos.
Mattos pediu mais outra cerveja, quando viu que o homem estava já sem, não sabia o porquê do que iria fazer, o porquê que aquele cara ganhou a sua atenção, mas queria se aproximar e foi o que fez.
Pegou as duas garrafas e foi até ele, se sentou e sorriu.
- Linda noite, né amigo?!
O tal homem ergueu a sobrancelha, mas o ignorou, o que fez o seu sorriso alargar.
- Para você, amigo! - empurrou a garrafa para o outro.
- Quem disse que sou o seu amigo? - resmungou o cara.
Ele deu de ombros. - Pensei que poderia precisar de um amigo e de uma boa gelada. Estou enganado?
- Completamente!
- Ah, então, pego de volta. - mas quando foi pegar a garrafa, o homem a pegou primeiro e deu uns três goles. O seu sorriso ficou maior. - Pensei que não precisa, mas não estou aqui para julgar. - deu de ombros. - Então, o que aqueles homens que estava aqui antes o fez para você enxotá-los? Pensei que você iria entrar no murro.
- Estava me espionando? Isso é crime!
Mattos riu, o cara ergueu a sobrancelha ruiva. - Sinto muito, mas pela cena não tinha como não deixar de olhar. - deu de ombros. - Agora repito, o que eles fizeram para te fazer resmungão assim ou é de natureza?
- Fizeram a mesma coisa que você, me perturbando.
- Concluindo, é de natureza. - o tal cara acabou soltando uma risada, o que surpreendeu Mattos. - Oh, então o resmungão tem senso de humor, isso merece mais cerveja. - ele acenou para o garçom, pedindo mais cerveja. - Então resmungão com senso de humor, o que te trouxe aqui? Sabe é a terceira vez que venho para a Feira do Vaqueiro, ainda é um mundo desconhecido.
- Então é novato nesse ramo.
- Digamos que sim. - encolheu os ombros. - Com a morte do meu pai, tive que comandar o hotel, só que prefiro mais os animais, agora venho para cá para comprar o gado nos leilões para poder aumentar a fazenda.
- Interessante. Antes você não podia comprar?
Ele assentiu. - Isso mesmo, ele dizia inúmeras vezes que o nosso ramo era o hotel e os animais só iam dar trabalho, mas não fez com que eu deixasse de amar os animais, agora tendo poder para tal coisa, estou enchendo minhas terras de gado, cavalo e tudo o que há de animal. É o que gosto de fazer, cuidar e vê-los em meus campos.
- Entendo o sentimento, sinto o mesmo. O meu rancho é a minha vida, só agora vejo que está em segundo plano. - o seu olhar ficou distante, triste, o que deixou Mattos preocupado. - Sabe quando a vida te surpreende e você tenta dar a volta por cima, mas acaba caindo cada vez mais?
Mattos assentiu. - Sim, conheço o sentimento. Acho que isso merece mais cervejas?
- Completamente. E ah, Thomas.
- E eu jurando que ia continuar te chamando de resmungão, mas Thomas é um ótimo nome. - piscou. - Mattos. Mais uma rodada, por favor! - pediu ao garçom. - Aonde estávamos?
Assim eles continuaram a conversar, rindo, aliviando o clima de antes, as cervejas foram depositadas cada vez na mesa, sem se preocuparem em parar, estavam se divertindo.
As horas foram passando, até que Mattos percebeu que já estava bastante tarde, além de que o seu novo amigo estava para lá de Bagdá. Ele acenou para o garçom, pedindo a conta.
- Ei, eu pago! - disse Thomas tentando pegar a carteira do bolso, mas quase caia da cadeira.
- Pode guardar a carteira, eu pago.
- Mas...
- Shiu, resmungão. Pronto. - ele se levantou. - Já está tudo pago, está na hora de irmos. Veio de carro?
- Er... acho que sim! - Thomas franziu o cenho. - Só não sei onde o deixei.
- Vamos, você não está apto para dirigir.
- E você está, por certo? Bebeu igual um bezerro. - Thomas riu, ao tentar se levantar, acabou tropeçando, se não fosse por Mattos, tinha caído no chão.
- Vamos, bebum!
Com o braço circulando o ombro de Thomas, ele o puxou e começaram a andar, nisso olhou ao redor para ver se via os homens de antes, mas nenhum sinal. Sem saída, viu que não iria deixar o seu novo amigo ali sozinho, então o jeito era levá-lo para o lugar que estava hospedado, que por acaso ficava no mesmo quarteirão do Double B.
Mattos ignorou a sua caminhonete e juntos, quase caindo a cada passo, o que fazia os rir, foram na direção da pousada. Logo chegaram e seguiram para o seu quarto, que por acaso havia duas camas, nesse momento agradeceu por aquilo.
Ao entrar no recinto, ele levou o bebum até a cama mais próxima e o empurrou, os dois riram.
- Nunca mais deixo você me embebedar. - resmungou Thomas.
- Eu? Putz, sou inocente, você que bebeu todas. - disse rindo.- Vá dormir.
- Inocente minha bunda. - ele suspirou. - Dormir, acho que sim. - na mesma hora começou a tirar a roupa.
- Uh, pensei que ia dormir, não me dar um show particular. - exclamou surpreso, mas um pouco risonho.
- Só não olhar, criança! - brincou Thomas. - E necessito tirar isso, faz calor para caralho aqui.
Tentando não olhar diretamente, mas não conseguindo, pois a cada remoção de peças de roupa e mais deslumbre daquela pele branca com sardas, o fazia querer olhar cada vez mais. Não sabia o que estava acontecendo com ele, não sabia de por que o corpo de Thomas ganhou a sua atenção e Deus, estava ficando mais calor do que o normal?
- Sinto muito que o meu quarto não é cinco estrelas, ainda não sou um magnata do gado. - disse para tentar disfarçar o quanto estava ficando mexido. Assim ele também acabou tirando a sua camisa, deixando só uma blusa fina branca, em seguida foi até a sua mala. - Está confortável, resmungão? Hum?
- E eu pensando que tinha arranjado um amigo com fundo fiduciário.
- Sinto em te desapontar, só sou um fazendeiro iniciante e hoteleiro. Quem sabe na próxima tenha sorte. - os dois se entreolharam e riram.
Mattos tirou as suas botas e colocou do lado da sua pequena mala. O silêncio se fez, ele não se importou e continuou o que estava fazendo, tentando ficar confortável, mas não sabia o quanto confortável poderia estar com Thomas, principalmente após sua reação ao vê-lo tirar a roupa.
Depois que guardou e se ajeitou, vestindo só um short jeans e a regata branca. Aliviava um pouco de calor, mas precisava de algo para ficar mais sóbrio, assim se dirigiu para o frigobar, tirou duas garrafas de água.
- Pense rápido! - exclamou ao se virar e jogar o objeto de plástico, na mesma hora Thomas pegou. - Uh, pensei que ia deixar cair, estava torcendo!
- Engraçadinho. Obrigado!
Ele deu de ombros e bebeu avidamente a água, mas observando o seu novo amigo. Thomas abriu a garrafa e bebeu também, mas logo em seguida deitou com tudo no colchão, o seu olhar para o teto e ficou em silêncio.
- Algum problema? - indagou preocupado, aproximou-se um pouco e na mesma hora os olhos azuis fitaram os seus, uma profunda angústia refletida naquele mar o pegou desprevenido. - Hum?
- Você queria saber por que estava sendo um completo canalha com todo mundo?
- Sim. - deu de ombros. - Mas não precisa me contar, já completei a minha missão, virei seu amigo. Não precisa me contar os seus segredos, mas se quiser...
- Espertinho. - revirou os olhos. Thomas se sentou e escorou o tronco na cabeceira da cama. - Sente aí, é uma longa história. - apontou para a cama.
Vendo que não tinha saída, Mattos seguiu o conselho e se sentou, um pouco afastado de Thomas. - Desembucha, sou todos ouvidos.
Thomas por um momento sorriu, mas desvaneceu quando sua mente ficou um pouco distante, assim ele contou tudo o que estava acontecendo com a sua vida. Sobre o desaparecimento da sua mulher, que agora era ex, o descobrimento que depois de seis meses a encontrou grávida, mas ela o impede de se aproximar e sobre que não iria permitir que ele tenha acesso ao bebê. Falou da sua raiva, o medo de não poder ver seu filho crescer, o desejo de ser pai e disse que estava perdido, não sabia o que fazer, além de ser um chato resmungão.
- É isso, a mulher que um dia pensei que amava, fez a pior traição do mundo, negar o meu próprio filho a mim. Não sei o que fazer.
- Ei! - vendo o estado do outro, aproximou-se mais e pegou em seu ombro, tentando confortá-lo. - Se acalma, estou com raiva só de escutar, sinto muito, mas ela não tinha o direito de negar isso, é contra lei, você é o pai da criança. Ela não pode fazer isso.
- Foi o que eu disse. - riu amargurado. - Mas a Katherine disse que se eu tentasse, ia fugir novamente e nunca mais a iria encontrar, nem ela e o bebê. Não sei o que faço, Matt, estou perdido. O rancho que era meu coração, estou negligenciando, não sei o que mais fazer.
- Ei, ei... vai ficar tudo bem, você vai ver! - Mattos o puxou e o abraçou. - Ela vai ver a razão, vai ver que está fazendo é algo desumano. Logo terá o seu bebê em seus braços.
- Deus te ouça, pois me sinto perdido. - os dois se afastaram e se olharam. - Desculpa por estar assim, mas está difícil, dói muito, sabe?
- Sei o quanto perder alguém é doloroso, sei que a minha dor não se compara com a sua, são dores diferentes, mas está lá, nos nossos corações. Mas como a minha é diferente da sua, você ainda tem chances de ter o seu filho. Ok? Não perca as esperanças, lute por ele e mostre a sua mulher que você quer esse bebê.
- Ex-mulher, os papéis de divórcio já foram assinados. Obrigado por ter aparecido na minha mesa e me perturbado. - Thomas riu.
- Acho que agora cairia bem uma cerveja.
- Olha se eu não soubesse que amanhã acordaria com uma tremenda dor de cabeça, aceitaria. Mas estou bem.
O silêncio reinou no quarto, os dois ainda estavam bem próximos, Mattos tinha a sua mão na coxa nua de Thomas, o seu olhar se perdia um no outro. Sentindo-se desconfortável, pois alguém acabou acordando, o que o deixou assustado e surpreso.
Ao tentar se levantar, fugir daquele sentimento novo, ele foi surpreendido pela rapidez que Thomas o pegou e o puxou, fazendo cair em seu colo, sentindo algo duro em sua bunda. Com os olhos arregalados fitou o rosto dele e arfou de surpresa pelo que via refletido naqueles olhos, o inundando.
Desejo, raiva, medo e muito calor refletia naquele mar azul de seus olhos.
- Th-omas! - acabou gaguejando. - Thomas! - suspirou. - O quê?
- Matt! - parecia que o rancheiro estava a degustar daquele apelido em sua boca. - Matt, o único que me fez rir na minha hora mais merda da minha vida. Por que você apareceu? Por quê?
- Porque eu tinha que te tirar da sua merda, resmungão! Estava escrito nas estrelas. - brincou, um pouco hesitante.
Thomas sorriu. - Esse seu senso de humor... diga-me, se.. Se eu avançar, você vai fugir? Estamos ainda um pouco nublados pelo álcool, mas o que sinto não tem nada ver por isso. Então, meu salvador, vai fugir, hum?
Ele estreitou os olhos. - Tente, resmungão, avance, só...
- Só? - arqueou a sobrancelha.
- Só não atire nos três primeiros segundos. - o seu sorriso aumentou.
- Espertalhão, tenho que vou te dar algo para fazer com essa boca.
- E o que seria? - indagou ousado.
Ele não sabia o que estava fazendo e pela primeira vez estava indo com o fluxo, maldito, estava gostando.
- Primeiro, isso! - ao terminar de falar Thomas o puxou, colando assim as duas bocas, num beijo intenso, bruto e necessito.
Havia raiva, desejo, angústia e muito calor por ambas as partes.
E porra, parecia uma vadia sentada no colo do outro, gemendo e agarrando-se a quente pele dele, sentindo a maciez e os músculos duros em suas mãos e merda, nunca pensou em gostar de algo assim. De tocar outro homem e amar. Sabia que não podia culpar o álcool.
- Você está pensando muito. - resmungou Thomas, ele mordeu o seu queixo e em seguida lambeu o seu pescoço. - Quer parar?
Mattos se afastou e olhou em seus olhos. - Não, não mesmo! - ao terminar de falar avançou e o beijou, sorriu ao ouvir o gemer rouco de Thomas. - Você geme tão bem.
- Olha quem fala. - Thomas agarrou a sua bunda, o fazendo arfar e gemer. - Quem geme agora?
- Empatados... porra. - Mattos suspirou pelo atrito da sua virilha no estômago duro de Thomas, odiou que estava de short jeans, queria sentir pele e não tecido. - Deita! - ele empurrou e sorriu ao ver os cabelos ruivos espalho no travesseiro branco.
- A vista está ótima? - brincou.
- Nada mal. - deu de ombros.
- Nada mal minha bunda.
Mattos acabou rindo. - Bunda é? Bom saber. - ele mexeu e viu a expressão de prazer no rosto sardento do outro, visão do paraíso, porra. Querendo ver mais daquilo, afastou-se e olhou para a furiosa ereção dentro de uma cueca boxer preta.
- Gosta do que vê? - provocou.
Maldição, ele amou. Sendo sua primeira vez estando com um homem, ainda estava um pouco hesitante, mas queria tudo, deixando esse receio para o lado, enfiou a mão dentro da vestimenta e sentiu o pau grosso cheio de veias em sua mão e porra, gostou. Logo começou a movimentar a sua mão e observou a expressão de Thomas, gemendo, sem fôlego, os olhos estreitos e boca entreaberta, melhor visão.
Ainda punhetando o outro, ele se inclinou e tomou a boca de Thomas na sua, os dois gemeram, Thomas ainda mais.
- Pele, quero pele! - resmungou o rancheiro. Ele empurrou Mattos um pouco e tirou a regata dele, visualizando o seu peito sem nenhum cabelo. - Oh porra!
Mattos sorriu e o beijou avidamente, a sua mão ainda continuava a trabalhar, agora com o pré-sêmen que gotejava da cabeça do pau, facilitava o manuseio.
- Ok, hora de virar. - ao terminar de falar, Thomas o pegou e o virou na cama, ficando em cima dele. - Hora de tirar esse short. - mal falou e foi já desabotoando e puxando a vestimenta, que com o puxão, a cueca foi junto, o pau duro pulou em seu estômago. Thomas lambeu os lábios pela aquela cena. - Oh céus.
Com um sorriso provocador, Mattos pegou em seu membro e se acariciou. - Gosta do que vê?
Thomas deu de ombros. - Nada mal!
- Como é que é? Então ok, só porque estava já cedendo em ter o seu pau na minha bunda. - deu de ombros.
- Ok, agora quase você me fez gozar só de imaginar. - Mattos gargalhou. - Tô falando sério, espertinho!
- Então prove, me foda! - sorriu safado.
- Você vai ser a minha morte. - rosnou.
- Espero que não, pois quero gozar e com um corpo morto não é algo que me dê tesão. - brincou.
- Oh meu Deus. - Thomas riu. - Porra, camisinha! - ele se afastou e foi atrás da sua calça, numa rapidez achou sua carteira e sorriu ao encontrar duas camisinhas e um envelope de lubrificante. - É agora, se quiser desistir, diga agora!
- De novo isso? Acho quem quer é você.
- Nunca! - rosnou e o beijou. - Se vira, preciso te preparar!
- Você já fez isso antes, pensei que era casado com uma mulher. - falou ficando de costas.
- Com um homem é a primeira vez, mas não é a primeira vez que como uma bunda. Não se preocupe, irei com cuidado.
- Espero mesmo, minha bunda é virgem... Oh merda! - Mattos gemeu ao sentir um dedo molhado o penetrar. - Merda, merda!
- Gosta? Hum?
- Para de falar e aja! - resmungou Mattos.
Logo um dedo passou para dois e porra, o seu pau saltou ainda mais com pré-sêmen, ele se afastou e pegou na base e começou a se masturbar, mas para a sua surpresa, Thomas tirou a sua mão e colocou a dele, no momento gemeu ao sentir o toque, a mão calejada, quente ao redor do seu membro.
- Oh porra, Thomas... Thomas! - ele começou a mexer sua bunda e cada vez que os dois dedos entravam e saiam do seu buraco, era maravilhoso, quando Thomas aumentou para três dedos, se sentiu cheio, mas era tão bom.
Devia estar envergonhado, pois estava choramingando e gemendo que nem uma puta, mas parecia que o outro estava a gostar, pelas palavras safadas e eróticas, que porra, o deixava ainda mais duro do que o normal.
- Me foda logo, antes que eu mesmo goze com os seus dedos dentro de mim... Thomas, tô falando sério, porra!
O rancheiro soltou uma enorme gargalhada. - Vejo que o espertinho está no limite. - ele tirou os seus dedos e no mesmo instante Mattos choramingou.
- Oh porra, coloca de volta! - empurrou a bunda para o ar e enfiou o seu rosto no travesseiro.
- Calma... Agora quem é o resmungão? - disse divertido.
- Thomas, seu filho da puta, me foda com o seu pau, ou eu mesmo me fodo.
O ruivo soltou uma longa gargalhada, mas fez o que Mattos pediu, enfiou o seu pau no buraco molhado e recém esticado e Deus, era o paraíso.
Apertado, quente, macio e molhado.
- Oh porra! - exclamou os dois juntos. - Tão cheio... oh, meu Deus...Thomas....
- Shii, calma espertinho. Não quero te machucar. - Thomas tinha parado com a metade do seu pau dentro do outro, para que se acostuma-se.
- Oh não, quero mais! - não aguentou e empurrou sua bunda para trás, no mesmo instante estrelas explodiram nos seus olhos, a incrível sensação do grosso e duro pau de Thomas em sua bunda, o enchendo era maravilhoso, sua boca saia gemidos, murmúrios e palavras incoerentes.
- Ohh merda... Matt, seu filho da puta, tão apertado, tão lindo o seu buraco esticado ao redor do meu pau, agarrando-me... Merda, céus! - Thomas começou a se movimentar, os dois gemendo cada vez mais. O ruivo encostou o seu peito nas costas suadas de Mattos, ele aumentou o movimento da sua mão no pau do outro e com a outra mão puxou o queixo de Matt para um beijo intenso.
A cama rangia pelos movimentos, batia na parede entrando em sintonia com as palavras grossas e os gemidos altos, com o bater de carne. Cada vez mais era intenso, rápido, estavam perdidos um no outro, se beijando, se tocando, se fodendo, indo para o êxtase, que pareciam horas, até que Mattos foi o primeiro a ceder, gozando intensamente, sujando o colchão da cama e melando a mão de Thomas.
Logo em seguida foi Thomas que gozou enchendo o preservativo dentro de Mattos, ele mordeu o ombro do outro, abafando o seu longo gemido. Os dois caíram, com os corpos embaralhados, arfando, suados e com sorrisos em seu rostos.
- Agora vejo a frase fodendo os miolos sem sentido, não sinto as minhas pernas. - comentou Mattos ofegante.
Thomas riu e o puxou, o fazendo deitar em seu peito. - Isso que é um elogio. - ele bateu na bunda nua do outro, que gemeu pelo toque. - Porra, se eu soubesse já tinha feito isso antes.
- Na próxima, agora preciso descansar. Você me esgotou.
- Digo o mesmo. - os dois se entreolharam e riram, mas logo começaram a se beijar.
- Humm. - Thomas se afastou um pouco e pegou o preservativo cheio, deu um nó e jogou numa lixeira que tinha ali perto. - Agora sim. - voltou e pegou Mattos novamente. - Estou feliz que tenha ido me perturbar.
Mattos sorriu e deu de ombros. - Meu prazer. - novamente se beijaram com os corpos unidos, saciados de prazer.
E assim foi a primeira noite que os dois passaram juntos e a primeira noite que se conectaram como nada antes. Mattos e Thomas ao passar dos anos criaram um relacionamento, no começo eram só amigos de foda, mas com o passar dos tempos esse sentimento se aprofundou, criando laços inquebráveis, assim o relacionamento avançou, passando para amantes exclusivos.
Ambos queriam poder exclamar esse amor, mas o medo de Thomas que desse tudo errado, que por causa do seu envolvimento com um homem poderia colocar em ameaça de ter o seu filho afastado permanente, o fazia esconder os seus sentimento pelo o homem que amava.
Mattos entendia e apoiava o seu amado, aceitava que o seu relacionamento fosse escondido, ele ansiava pelas visitas em sua fazenda e suas visitas ao rancho, pela feira do vaqueiro, que passava os dias juntos como uma lua de mel, mas ansiava poder estar 24/7 ao lado do homem que detinha o seu coração, cuidando dele, principalmente agora, queria estar lá, mas sabia que o seu Tom ainda não estava pronto para tal coisa.
Ele se perguntava quando era que estaria pronto, pois já faziam 26 anos que estavam juntos, escondendo esse amor.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top