Capítulo 3

OIE!!!!!

Estamos na véspera do Lançamento do livro na Amazon (É AMANHÃAAA!!) e se você só pode acompanhar por aqui, fique tranquilx que vou continuar postando até o final. Fiquem atentxs pq posso acelerar as publicações para não dar problema com a Amazon, ok? então, nao pensem que vai durar muito tempo por aqui.

Espero que estejam gostando, viu? Este livro foi um ensinamento pra mim, além de ter me feito rir por diversas vezes. Como o intuito desta série é de trazer leveza e amor, acredito que tenha atingido meu objetivo.

Bem, continuem por aqui, comentando, votando, pois a interação de vocês é que me diz se continuarei na plataforma nos meus próximos projetos.

Beijo grande! Amo tus!

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Não paro de olhar para o relógio e o celular.

Assim que saí da clínica, após fazer o exame de sangue Beta-HCG, todo meu autocontrole conquistado ao longo de duas semanas se esvaiu. Saber que dentro de algumas horas terei o resultado do procedimento está me deixando doida. A todo momento tento não focar nisso, mas está difícil.

Os últimos dias foram como uma prova para mim. A ansiedade tentou falar mais alto, mas as mulheres da minha vida — mãe, irmã e Vanessa — me ajudaram de todas as formas possíveis, me mantendo com a cabeça ocupada. Até meu pai ficou mais conformado e apostou com meu cunhado que será um menino. Fernando, a princípio, não acreditou quando minha irmã contou e me ligou para perguntar diretamente. Não preciso dizer que ele ficou sem palavras ao telefone ao saber da verdade. Passado o choque, ele apostou que será uma menina.

É por isso que eu estava hesitando em contar para minha família. Para eles, eu estou grávida. E se não estiver? Todos ficarão frustrados e só de pensar nisso fico nervosa.

Outro ponto favorável é que estamos na melhor época do ano para mim e isso tem me mantido menos ansiosa.

Comprei artigos para decorar minha casa — mais do que o usual —, montei minha árvore, participei de uma série de reuniões na empresa, planejei a ceia de Natal, que acontecerá hoje à noite com toda a família e agora, dona Cecília, Renata e eu estamos na cozinha.

Logo nas primeiras consultas, o Dr. Arantes deixou claro que meu emocional poderia interferir no sucesso da inseminação, indicando sempre que eu ficasse relaxada e tranquila. Fácil falar, não é mesmo? Entretanto, fiz meu máximo.

Os minutos passam lentamente. A clínica ficou de entrar em contato comigo às 16h e ainda são duas da tarde.

— Quel, pode me ajudar rapidinho? — minha irmã me chama.

Respiro fundo e trato de afastar o nervosismo quando vou até ela. As duas estão aqui em casa, onde será a ceia, preparando diversos pratos. Rê está recheando um pernil e suas mãos estão melecadas com os ingredientes, enquanto minha mãe está com a mão na massa, literalmente, fazendo seu famoso empadão de camarão com catupiry. Sério, é divino!

— Você pode colocar mais sal nessa tigela aqui? — Renata pede.

Com a cabeça um pouco aérea, me esforço para focar no que estou fazendo. Sempre amei a preparação pré-Natal, essa correria louca, as músicas entoadas por Frank Sinatra, Elvis Presley, Mariah Carey, preenchendo o ambiente, o cheiro que exala do forno desde cedo, as frutas da estação devidamente montadas em um lindo arranjo, a alegria de abrir uma noz ou avelã, a troca de presentes. Não menti quando disse que é a minha época preferida.

Enquanto faço as sobremesas, Renata e minha mãe ficam nas comidas salgadas. Não sou tão boa quanto elas na parte culinária. Sou mais esforçada do que boa, digamos assim.

No meio da cozinha, Rê começa a dançar quando o primeiro acorde da música Jingle Bell Rock reverbera pelo ambiente. Sorrindo, eu me junto a ela e fazemos a dancinha de Meninas Malvadas, um filme icônico dos anos 2000.

— Não sei por que você sempre faz o papel da Regina — reclamo, seguindo sua coreografia perfeita.

— Porque eu sou mais velha e posso escolher. Você sabe que sempre achei a Cady sem sal. O filme não seria o mesmo sem a Regina.

— Isso é verdade.

— Você viu que esses dias as atrizes fizeram uma Live juntas? Foi tão legal. Me senti como se tivesse voltado no tempo.

Se eu sou a doida do Natal, minha irmã é a louca dos filmes. Ela tem uma capacidade incrível de reconhecer os atores, lembrar seus nomes e consequentemente os filmes que fizeram, já eu me confundo toda. Cada um no seu quadrado, não é?

Meu celular toca e só então percebo que são 16h15. Bastou eu não me preocupar com o telefone, que os minutos passaram voando.

Minha mãe, que está na sala de jantar enfeitando a mesa, caminha até a cozinha e me encara. Eu também a encaro, porém, não saio do lugar. Ela vai até o aparelho e atende à ligação.

— Alô! Sim? Sou a mãe dela. Tudo bem, vou chamá-la.

Ela me estende o telefone e diz:

— É da clínica.

Meu Deus! Repentinamente minhas mãos começam a tremer. Vejo quando ela coloca o celular no mudo e me conforta.

— Calma, filha. Seja qual for o resultado, nós estamos aqui.

Dou pequenos passos e alcanço o celular. Tirando do mudo, atendo.

— Alô, é a Raquel.

Olá, Raquel, Feliz Natal! — a atendente deseja, com uma voz que esbanja animação. — Estamos ligando para informar que o resultado do seu exame saiu.

— E como foi? — Contenho a vontade de gritar e falar para ela parar de enrolar.

Parabéns, você é a mais nova mamãe da área.

— O quê? — pergunto, sem acreditar.

Você está gravidíssima! O procedimento foi um sucesso e o exame de sangue deu positivo.

— Meu Deus! — murmuro, o choro chegando rapidamente.

Sem conseguir me conter, os joelhos fraquejam e sento no chão.

— Obrigada! — É o que consigo responder antes de ter o celular arrancado da minha mão.

— Ela está em choque. Você pode me dizer o resultado, por favor? — minha irmã pergunta, imagino que seja para a atendente.

Quando ouço os gritos de Renata, sei que não estou sonhando.

— Eu vou ser tiaaaaaaa! Eu vou ser tiaaaaaaa!

— Ah, minha filha! Vou ter um netinho ou uma netinha! — Minha mãe se agacha e me abraça. De repente, caímos no chão, ainda abraçadas e chorando.

Não demora muito para Renata nos acompanhar, após encerrar a ligação. Esta é uma daquelas cenas que a gente nunca esquece. Permanecerá para sempre na minha memória. Nós três, deitadas na cozinha, rindo e chorando ao mesmo tempo de tanta emoção.

— O melhor presente de Natal que eu poderia ganhar — murmuro, ainda sem conseguir acreditar. — Meu bebê está aqui. Eu vou ser mãe!

A ficha vai caindo aos poucos e ainda deitada coloco a mão em meu baixo ventre, acariciando o local com reverência.

— Eu vou ser mãe — sussurro uma vez mais para mim, como se para confirmar e, enfim, aceitar a notícia.

Olho para as duas, que estão com os rostos molhados, e Renata acaricia minha mão que está acima da barriga.

— E será uma mãe incrível, Quel — ela diz, sinceridade exalando de cada palavra. — Estou muito orgulhosa de você, minha irmã. A sua coragem e persistência, sem dúvida alguma, são inspiradoras.

— Obrigada, Rê. Estou muito feliz que deu certo!

— Agora é manter a calma, afinal, até o terceiro mês precisamos ficar de olho, como em qualquer outra gravidez.

— Sim, tenho ciência disso. Meu médico me alertou que os três primeiros são cruciais.

Ouvimos o interfone e rapidamente a Rê sai do chão para atender.

Sozinha com minha mãe, levanto meu tronco e permaneço sentada no chão. Ela faz o mesmo.

— Mãe, ainda não consigo acreditar que estou carregando um bebê. O meu bebê!

As lágrimas não me abandonam, pelo contrário, nós duas nos abraçamos com força e choro mais ainda.

— Você está, querida! Hoje à noite será muito especial — ela diz, afagando minhas costas. — Você ganhou um lindo presente, querida.

— Com certeza! Não tem como ser mais mágico. Saber que estou grávida, na véspera de Natal? É um sonho!

— Concordo. Não poderia ser diferente, Raquel. Pelo visto, você planejou tudo direitinho, minha filha — dona Cecília comenta e solta uma gargalhada, levando-me a gargalhar junto.

Por mais que eu tenha planejado bastante, engravidar na véspera de Natal foi muito além do que eu poderia imaginar. Poderia ter sido antes ou depois, mas Deus sabe de todas as coisas. Esta é a única certeza que tenho.

— É o que estou pensando? — Vanessa entra na cozinha, esbaforida, ao lado de Renata e ajoelha na minha frente.

— Sim!!! — exclamo e mais um grito ressoa, agora da minha amiga, que imediatamente me abraça.

— Ah! Eu sabia que daria tudo certo, Quel! Como estou feliz por você! — diz. — Feliz Natal, minha amiga.

— Feliz Natal, Van. Obrigada por tudo. — Olho ao redor e me levanto, ajudando minha mãe a se levantar também. — Aliás, obrigada a vocês três. Sei que surpreendi com minha decisão inesperada, não agi da melhor maneira por achar que me impediriam ou que ficariam extremamente ansiosas, mas não poderia ter pessoas melhores à minha volta. Saber que tenho com quem contar é maravilhoso. Também sei que não será fácil, porém, quando queremos muito alguma coisa, e digo isto por experiência própria, tudo colabora para dar certo. Foi assim que realizei meus sonhos e vou continuar no mesmo propósito.

— Ele já faz parte da família Souza Travassos, querida.

— Ah, mamãe... Eu não consigo parar de chorar.

Nós quatro rimos, os narizes fungando enquanto vamos nos recompondo. Logo Renata chama a nossa atenção:

— Bem, vamos terminar os preparativos para a ceia? Temos muito a fazer ainda e a noite será toda nossa para comemorar, o que acham?

— Você tem razão. Vamos aos preparativos! — exclamo, animada.

Assim, nós nos ocupamos. A cada minuto o clima natalino fica mais intenso, latente, trazendo-me sentimentos tão felizes que não consigo deixar de sorrir.

Uma vez mais, passo a mão por cima da minha barriga e as minhas bochechas chegam a doer de tanto que estou sorrindo.

— Feliz Natal, minha sementinha!

*

Pisca-piscas por todos os cantos – ok

Tecidos acetinados vermelhos estendidos nas mesas – ok

Playlist devidamente abastecida – ok

Comidas – ok

Sobremesas – ok

Presentes debaixo da árvore – ok

Karaokê – ok

Família reunida – ok

Vestido vermelho – ok!

Algumas horas depois de comemorarmos o resultado do exame, Vanessa foi para casa cear com sua família e meu pai chegou com meu cunhado e sobrinhos. Eles ainda não sabem que estou grávida e tenho feito um pequeno suspense durante toda a noite.

Contudo, chegou o momento da troca de presentes, e com ele o momento de contar a grande notícia.

Sou a última a falar e fico em pé ao lado da árvore enfeitada.

— Primeiramente, eu gostaria de dizer que esta noite está sendo muito especial. É a primeira ceia que faço na minha casa própria, no lugar que vocês sabem que sonho há anos, com a presença da minha querida família e estou muito feliz por isso. Obrigada por sempre torcerem por mim, mesmo quando me acham cabeça-dura.

Eles riem. Meus sobrinhos não conseguem ficar parados, um brigando ou brincando com o outro a todo instante.

— João, Caio, deixem a tia falar, meninos! Depois vocês continuam, bom? — peço.

bom — os dois respondem juntos, não sem antes fazerem caretas um para o outro.

Em segundos, me pego pensando se o meu bebê for um menino. Será que vai ser parecido com eles? Levados do jeito que são, já sei que ficarei doidinha. Voltando para o meu pequeno discurso, digo:

— Além de entregar meus presentes, tenho algo importante para falar.

Meus dentes afundam no lábio inferior, um sorriso se forma ao encarar minha mãe e Renata, minhas cúmplices. O único som da sala é de O Holy Night, na voz de Mariah Carey, tocando baixinho. Eu amo esta canção e não poderia ser mais propícia. Olho para meu pai e Fernando, os únicos que não sabem da novidade.

— O que eu tenho a dizer é que... Vocês estão olhando para a mais nova mamãe da família. Minha produção independente deu certo!

Papai fica mudo, como se estivesse em choque, e Fernando bate palmas, levantando rapidamente para me cumprimentar.

— Parabéns, cunha! Fico feliz que tenha tido sucesso. Sei o quanto você queria ser mãe e agora teremos um mascote por aqui.

— Obrigada, Fê.

— Meninos, venham abraçar a tia Raquel, porque a cegonha deixou um neném na barriga dela.

— A tia Quel grávida? — João, o maiorzinho, pergunta.

— Isso! Não é legal? — Fernando pergunta.

— E cadê o pai dele? — Meu sobrinho é esperto demais e com dez anos é natural que seja mais curioso.

Eu ainda não havia pensado no que responder quando este tipo de pergunta viesse, mas encontro algo que posso usar.

— O pai dele foi fazer uma longa viagem.

Prefiro dizer isso a falar que ele foi para o céu. Mais para frente a resposta vai mudar, porque pretendo contar a verdade para o meu filho.

— Vocês me dão licença que eu quero abraçar minha filha! — meu pai diz para o João e o Caio, que parecem não acreditar que estou realmente esperando um bebê. Chega a ser engraçado ver os olhos deles direcionados para a minha barriga lisa.

Abro um sorriso enorme quando papai me abraça e um calor se espalha por todo meu corpo.

— Parabéns, Raquel! Você correu atrás e agora mais um sonho está se realizando. Tenho orgulho da mulher que você se tornou, viu? — Ele se afasta e afaga meu rosto. — Sei que foi difícil de aceitar no início, mas tudo que é novo tem esse efeito, não é mesmo?

— É verdade, papai. Obrigada por entrar nas minhas loucuras.

— Esta loucura será muito bem-vinda, Quelzinha. Um neto é sempre uma bênção.

Sorrindo, beijo seu rosto e me afasto.

— Agora, vamos aos presentes, porque estou louca para entregar os meus.

O decorrer da programação foi maravilhoso a não ser a parte em que, sem querer, acabei bebendo um gole de vinho e quando lembrei que estou grávida já era tarde demais. O pânico me tomou, tentei colocar para fora, mas minha irmã me acalmou, depois de rir bastante da minha cara.

— Calma, Quel. Também não é assim. Imagina aquelas mulheres que têm porres astronômicos e no dia seguinte descobrem que estão grávidas? Você acha que um gole de vinho vai fazer mal? Fique tranquila. Eu mesma bebia algumas tacinhas esporadicamente, e claro que meu médico supervisionava tudo, porém, só quero que saiba que não é um bicho de sete cabeças.

— Pois é, Rê, mas está muito cedo para eu fazer estripulias. Ainda mais que meu caso é diferente, preciso tomar mais cuidado.

— Você vai, irmã. Não se martirize.

Depois do episódio da bebida, percebi quantos costumes terei que mudar. Passei o resto da noite correndo de comidas gordurosas demais e de garrafas de vinho. Tudo pelo bem do meu filho. Se a gente já faz sacrifícios agora, imagine quando nascem... Meu Deus! Será que vou ser uma mãe chata? Neurótica?

na hora de cantar parabéns pra Jesus! — Caio grita e me tira dos meus devaneios.

Todos se juntam ao redor da mesa e um naked cake repleto de frutas silvestres é colocado no centro. Minha irmã acende algumas velinhas e, conforme a tradição, cantamos parabéns para Jesus. É algo que faço desde pequena e isso vem se estendendo de geração a geração.

Ao final dos parabéns, seguindo o costume, fazemos um pedido e eu mentalizo o meu.

Que você venha com saúde, minha sementinha. Vamos viver muitas aventuras juntas. Amo você!

E, assim, posso dizer que estou vivendo os melhores dias da minha vida e, finalmente, completa.

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