Nathan não para de falar um segundo dessa festa parece até que vai ser o evento do ano de tanto que ele fala. Estamos nesse carro há dez minutos e se ele falar novamente o quanto vai pegar geral nessa festa eu vou me jogar dessa janela.

- Nathan eu já entendi que você vai sair pegando todo mundo! - digo interrompendo seus comentários pervertidos.

- E você também vai Charlie. - afirma ele convencido e eu reviro os olhos rindo.

- Não quero ficar com ninguém hoje. - para ser sincero nem sei porque estou indo para essa festa, nunca gostei dessas coisas e também estou com um pressentimento ruim, coisa que eu não gosto nada de sentir.

- Vai sim, eu convidei a Liv. - diz ele com um sorriso malicioso.

- Por que você convidou ela? Nathan já disse que somos apenas amigos. - digo pelo que parece ser a centésima vez.

- Mas ela quer ficar com você.

- Eu não. - digo firme e por incrível que pareça ele se cala parece até que está pensando em algo, então ele me olha de repente com uma cara estranha.

- O que foi? - pergunto estranhando a forma que ele me olha.

- Charlie você é gay?! Porque se for cara não precisa ter vergonha de dizer, não sou uma cara preconceituoso nem nada, só queria que você tivesse dito antes, sou seu amigo cara não vou te julgar. - estou paralisado, literalmente, Nathan não parece está brincando ele realmente pensa que sou gay, de onde ele tirou essa ideia? Fico calado por alguns segundos tentando assimilar tudo enquanto ele parece esperar uma resposta, então resolvo responder.

- Sim, eu sou gay. Não disse nada antes porque tinha vergonha, mas agora que você descobriu não posso mais negar, e... E o pior de tudo... É que eu... Eu me apaixonei por você. - digo fazendo o meu melhor para continua sério e Nathan quase tira o carro da estrada.

- MAS QUE PORRA! - ele grita desesperado e com a cara mais assustada que já vi na vida, não consigo me controlar e acabo caindo na gargalhada, ele continua me olhando como se eu fosse louco.

- Você tinha que vê sua cara. - digo rindo e ele me dar um soco no braço.

- Seu idiota! O carro quase capota você quer morrer? Você não pode dizer essas coisas para mim enquanto eu dirijo. - ele diz parecendo aliviado.

- Eu não sou gay. De onde você tirou essa ideia absurda? - pergunto.

- Sei lá, você nunca quer ficar com nenhuma garota, e desde que você chegou naquela escola a Liv se arrasta atrás de você, e você não dar a mínima para ela.- ele dar de ombros.

- Pela milésima vez, eu não gosto da Olivia cara.

- Não precisa gostar para ficar. - ele dar de ombros mais uma vez.

- Somos amigos certo? - pergunto e ele assente. - Nathan como meu amigo quero que você entenda que eu não sou igual a você, não sou do tipo que fica com uma garota só por ficar, não gosto disso, para mim tem que ter algum sentimento envolvido e de ambas as partes, nem que seja só um beijo, um único beijo, uma única vez, eu tenho que ter algum sentimento por ela. - digo pensativo então olho para ele.

- Namora comigo? Porque acho que me apaixonei por você. - diz ele fingindo está emocionado.

- Idiota! - digo rindo. Pelo pouco tempo que conheço Nathan já percebi que ele não é de se apegar a nenhuma garota, ele não é como a maioria desses idiotas que iludem e depois que conseguem o que querem às descartam como se elas fossem lixo, não, ele não é assim, ele apenas nunca se apaixonou, mas sei que um dia vai.

                                °°°

Assim que chegamos na festa vejo que a casa já está lotada, tem muitos carros estacionados na rua, assim como muitas pessoas fora e com certeza mais ainda dentro da casa, a maioria aparentemente já estão bêbadas. Nathan e eu entramos juntos e como eu pensei tem muito mais pessoas aqui dentro, a casa é enorme então com certeza tem mais gente no segundo andar e nos quartos, muitos estão usando drogas, dançando, bebendo ou se agarrando uns com os outros. E eu me pergunto, o que raio estou fazendo aqui? Esse não é meu lugar e agora que entrei tenho mais certeza que não.

- Aquele é o Joe, ele é um cara legal, mas quando quer consegue ser o maior idiota, então qualquer coisa que ele fizer ou falar não cai na pilha dele. - Nathan avisa sério e antes que eu possa perguntar algo ele começa a andar até seu aparentemente amigo, então eu o sigo.

- Nathan! - o cara quase grita, ele está cercado de garotas e com certeza já está bêbado, ele realmente é como Nathan disse, aparenta ser um cara legal mas seus olhos mostram outra coisa e eu não gostei nem um pouco. Joe tem muitas tatuagens espalhadas em seu corpo e um sorriso macabro no rosto.

- Joe! - diz Nathan fingindo entusiasmo. Não entendi porque Nathan quis tanto vim nessa festa se ele não gosta desse cara.

Olho em volta da grande sala à procura de Lucia, quando ouço Nathan me chamar, olho para eles e parece que alguém me fez uma pergunta.

- Charlie, o nome dele é Charlie. - diz Nathan e eu permaneço calado, então Joe abre um sorriso estranho e olha para mim.

- Se é amigo do Nathan, é meu amigo também. Bem vindo a minha casa e a minha festa! Agora se diverte porque o que não falta é gostosa para isso. - ele termina de dizer e bate na bunda de uma das garotas que estão ao seu lado, ela parece não se importar com tal atitude. Isso me fez lembrar do cretino do meu padrasto e do que ele fazia com minha mãe, o que só me fez gostar menos ainda de Joe. Odeio homens que fazem esse tipo de coisa, esses que nem merecem serem chamados de homens, que não sabem tratar uma mulher com o respeito que ela merece.

- Obrigado. - digo e saio de perto deles sem me importar com o que ele vai pensar, Nathan parece dizer algo a ele e logo vem atrás de mim.

- Aquele cara é um idiota. - digo tentando me desviar de todas as pessoas bêbadas que tropeçam na minha frente, um cara põe um copo vermelho na minha mão, mas antes que eu possa recusa ele sai agarrado com uma garota então coloco o copo em cima de um balcão.

- Sim ele é, mas vamos esquecer o Joe e nos divertir! Vamos beber todas hoje. - diz ele animado fazendo uma dancinha vergonhosa.

- Pode começar sem mim vou procurar a Lucia. - digo e Nathan suspira.

- Charlie, a Lucia já é bem grandinha para cuidar de si mesmo, vamos nos diverti. - ele tenta me puxar mas eu não o sigo.

- Charlie? - alguém me chama antes que eu possa dizer algo a Nathan, viro-me e vejo Liv usando um vestido vermelho curto junto com meias pretas que chegam até metade de suas coxas. Nathan assobia baixinho assim que a vê.

- Muito bom te vê Liv, agora vou deixar vocês aqui e vou procurar alguém para me diverti, e Liv vê se faz esse velho se diverti também e não façam nada que eu não faria. - diz ele saindo e Liv ri.

Ela olha para mim e dar um pequeno sorriso de lado o que me faz rir porque sei que ela riu da minha roupa.

- Desculpa não ter vindo de regata ou sem camisa. - digo brincando e ela rir abertamente agora. Estou usando uma camisa social branca e uma calça jeans preta, quando me arrumei não pensava que a festa seria assim, Liv foi bem mais discreta e educada do que Nathan, este que assim que me viu perguntou onde seria o culto e passou dez minutos rindo e fazendo piadas.

- Eu gostei, você está lindo. - diz ela, Liv com certeza está melhor do que na primeira semana que a conheci, agora gosto de conversa com ela, não que eu não gostasse antes, mas pelo menos agora ela não dar em cima de mim a cada cinco minutos.

- Obrigado, mas você que está linda. - digo e ela rir mexendo no seu cabelo. Resolvemos sair para tomar um pouco de ar, já que o cheiro de maconha está empreguinado em toda a casa. Fomos para o quintal, tem algumas pessoas mas não tantas como lá dentro.

- Você costuma vim sempre em festas assim? - pergunto curioso, enquanto vejo uma garota quase tropeçando nos próprios pés com uma garrafa de uísque na mão.

- Sim, todos os meus amigos sempre vêem, então meio que é o que sempre fazemos. - ela diz forçando um sorriso.

- Já pensou na possibilidade de ter outros amigos? - digo e ela rir.

- E você? - ela pergunta me observando.

- O que tem eu?

- É amigo do Nathan e ele também costuma vim nessas festas. - ela diz e eu sorrio para ela, Liv tem razão, mas a diferença entre esses dois casos é que eu vim porque quis, ela veio para não ser excluída, mas claro que eu não diria isso a ela. - E o pior, é amigo de Lucia também. - ela termina de dizer e meu sorriso some imediatamente.

- O que quer dizer com isso? - pergunto sério, e ela percebe pois parece agora escolher as palavras certas para falar.

- Você não a conhece Charlie. - diz ela me encarando.

- Nem você! - digo na defensiva, não sei porque estou falando assim com ela, mas sinto essa necessidade de defender Lucia mesmo sem ela está por perto, e eu não sei o porquê, sendo que não faz nem um mês que a conheço.

- Calma Charlie, eu estou só tentando te alertar, Lucia não é quem você pensa. - sei que não devia falar assim com Liv, mas não gosto da forma que ela fala de Lucia, é como se ela quisesse me envenenar contra ela e eu não gosto nada disso.

- E o que ela é então? - pergunto e ela recua, sinto que devia pedir desculpas, mas não faço isso.

- Tudo bem, já vi que ela já te prendeu nas garras dela, então vamos mudar de assunto, até porque mais cedo ou mais tarde você vai conhece-lá de verdade. - diz ela me deixando intrigado, certo eu não conheço Lucia totalmente mas sei que ela não é má pessoa, posso vê isso nos seus olhos. - Vamos beber algo? - Liv pergunta tentando mudar de assunto.

- Claro, vamos. - digo e seguimos juntos para dentro da casa novamente. Ambos pegamos dois copos de vodka de cereja e Liv logo começa a falar sobre tudo que já rolou nessas festas e as coisas que ela e os amigos já fizeram, mas suas histórias não conseguem me prender como as de Lucia, não fico observando a forma que seus lábios ficam quando ela rir, ou como seus olhos focam em mim, não faço nada disso, apenas com Lucia. Não consigo tirar da cabeça o que Liv disse sobre Lucia, o que será que ela sabe?

Antes de consegui elaborar teorias na minha cabeça uma pequena multidão se forma na sala, então Liv e eu seguimos até lá, penso que pode ser alguma briga ou algo do tipo, mas o que vejo não é nada do que eu pudesse imaginar.

Assim que consigo me aproximar vejo Lucia bêbada dançando sensualmente vestida com uma roupa que a deixa praticamente seminua.

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