Capítulo 4💕

Eu já disse que odeio impôr metas, né? Então decidi não esperar até amanhã e escrevi esse capítulo hoje porque estava cheia de vontade de postar pra vocês. Espero que gostem!

Boa leitura!

💕💕💕

Charlote

— E então?

Olhei para Evandro, recostado a minha mesa de trabalho e apoiei o rosto nas mãos.

— Van, ele é seu filho também, não precisa ficar com olhar de dúvida todas as vezes que for me pedir para ficar com ele.

Seu sorriso foi um pouco envergonhado com sua própria conduta.

— Eu sei, mas não quero parecer exigente.

— Esse seu jeitinho de bom moço ainda vai te pôr em maus lençóis — brinquei. — É normal querer passar a noite com ele se você vai viajar amanhã.

— Ok, então passo aqui mais tarde pra te pegar — ele sorriu.

Não respondi, pois nesse momento o telefone sobre a mesa tocou. Atendi e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a pessoa do outro lado desandou a falar, quase gritando.

— Mande ele vir aqui agora, Charlote! Agora! Ele está aí, não é? Claro que deve estar. Diga ao meu querido chefinho idiota que eu não aceitei ser secretária para ficar enrolando clientes ricos pelo telefone. E que não faz parte do meu trabalho atender o celular pessoal dele que está tocando como louco na porcaria do escritório…

Tapei o bocal, afastando o telefone do rosto e abri um sorriso.

— Camila pediu educadamente que você voltasse para a sua sala, aparentemente algum cliente quer falar com você.

Evandro ergueu uma sobrancelha.

— Ok, talvez ela não tenha sido tão educada — admiti.

Dessa vez ele franziu a testa.

— Charlote, eu ouvi daqui.

Abafei o riso com as costas da mão e ergui o telefone de novo. Camila tinha desligado.

— Me conte de novo porque eu contratei alguém tão espontânea e esquentada como ela.

Levantei e segurei seus ombros, empurrando-o em direção a porta.

— Porque você é tão bonzinho, e tão paciente, que queria ajudar uma das suas melhores amigas a conseguir a independência e pagar a própria faculdade o mais rápido possível — expliquei cuidadosamente, como se estivesse falando com uma criança de oito anos.

Van me olhou por sobre um ombro enquanto abria a porta, um sorriso levemente divertido em seus lábios.

— Isso é você sendo irônica, Char? Pobrezinha, precisa trabalhar um pouco mais se quiser me atingir, querida.

Fiquei tentada a atirar meu sapato nele, mas antes que pudesse erguer o pé, Van já tinha saído e todo que ouvi foi um “volto em uma hora”, falado através da porta.

Voltei a mesa e me ocupei com meu trabalho pelos próximos minutos, vez ou outra sorrindo através das lembranças.

Evandro tinha contratado minha melhor amiga Camila como sua secretária logo depois de se formar na faculdade de direito e desde a primeira semana de trabalho eu a ouvia reclamar de como o pai do meu filho simplesmente não parava na própria sala, deixando tudo para ela. O drama de Camila só aumentou depois que Lara me contratou e eu passei a trazer Tavinho comigo porque ela adorava o neto o suficiente para não se importar caso a presença dele ali nos distraísse um pouco. Evandro também o adorava, o que significa que passeava quase o tempo todo com Tavinho para lá e para cá no edifício. Nos duas sabíamos que ele era responsável e que resolvia qualquer assunto pendente sempre que tivesse um tempo livre, principalmente quando já estava em casa, mas ela não conseguia deixar de ficar irritada quando os telefones começavam a tocar sem parar. Ficava irritadiça até mesmo quando Evandro estava fora cuidando de algum processo ou contrato.

Os fins de semana eram como bençãos para ela, que acostumada a sair para festas e ter a maioria de seus encontros. Acho que o que mais a irritava naquele ambiente era ter que deixar seu lado mais espontâneo e agir como uma mulher totalmente educada. As vezes Camila era hilária.

Já tendo terminado o trabalho, organizei minhas coisas e esperei por Evandro. Lara tinha saído após o horário do almoço e dito que não voltaria mais naquela tarde porque iria encontrar com o dono de uma empresa de arquitetura e depois voltaria direto para casa, liberando-me para ir embora assim que estivesse pronta.

Comecei a mexer no celular e acabei me sobressaltando quando um tempo depois ouvi baterem na porta. Nem tinha visto o tempo passar.

A porta se abriu e metade do corpo de uma loira sorridente apareceu pela fresta. Se havia outra coisa que deixava minha amiga feliz era o fim do horário de expediente.

— Eu vou com vocês — declarou.

Peguei minha bolsa e fui até ela sorrindo. Evandro esperava encostado a parede do corredor.

— Quero mimar o meu afilhado um pouquinho antes que esse cara o monopolize só pra ele — comentou ela, apontando para Van quando disse “esse cara”.

— Acho que você quer jantar de graça na casa da Charlote, isso sim, sua ciumenta — ele respondeu. — E me trate com mais respeito, sou eu quem paga o seu salário.

Camila revirou os olhos.

— A Charlote ter aprendido a cozinhar foi um bem indescritível a humanidade, então, sim, eu vou jantar lá na maior cara de pau, algum problema, chefinho? — foi seu único comentário antes de lançar-lhe um sorriso doce.

— Se vocês não pararem de implicar e não se apressarem, vou pegar um táxi e deixá-los sozinhos — comentei passando por por eles.

Não precisei olhar para trás para saber que me seguiam bem calados.

💕💕💕

— Ele tem cara de mauricinho — falei, saindo do elevador.

— Mas ele beija bem pra caramba, isso sim — Camila ainda estava animada e eu descobri ser pelo encontro que ela teria naquela noite. Minha amiga estava literalmente contando os minutos, a boca vermelha constantemente num sorriso discreto.

— Esse é basicamente o único critério que ela tem antes de sair num encontro — Evandro disse com um sorriso irônico e confiança, olhando para mim com um toque de humor, pois quem conhecia aquela maluca como nós dois, sabia que era verdade.

— Não querido, esse foi basicamente o único critério que “garantiu” ao Fred um segundo encontro — respondeu piscando, sem vergonha nenhuma.

— Tradução: Vocês passam mais tempo se pegando do que se conhecendo. Ele deve ser tão metido que nem você aguenta.

Camila me mostrou a língua, mas não desmentiu. Peguei a chave na minha bolsa rindo e abri a porta. Para minha surpresa, Nick ainda estava em casa. Ele e Tiago olharam para mim surpresos, como se tivessem sido interrompidos no meio de uma conversa profunda.

— Estamos atrapalhando? — perguntei ao me aproximar dos dois. Havia distância entre eles, em todos os sentidos. Evandro e Camila também pareciam ter percebido o clima estranho.

Nícolas abriu a boca, mas a fechou logo depois como se não soubesse como começar a explicar e coçou a lateral do pescoço. Ele estava um pouco nervoso.

— Não… — disse por fim.

— Char, nós vamos ver o Tavi, ok? — Camila disse, já puxando Van pela manga do terno.

— Ok… — fiquei sem jeito diante do clima tenso e os observei praticamente fugir da sala, provavelmente querendo evitar parecerem intrometidos. Me aproximei de Tiago, me sentando ao seu lado. Dei um beijo estalado em seu rosto, abraçando seus ombros — Obrigado por ter sido meu babá hoje. — Olhei para o meu irmão, que agora parecia fulminar Tiago com os olhos e ao mesmo tempo achar a situação interessante. — Aconteceu alguma coisa? — indaguei preocupada. — Vocês brigaram?

Mas Tiago parecia totalmente alheio a minha preocupação, pois abriu um grande sorriso olhando para Nick.

Isso é o que eu chamo de boas-vindas.

Me afastei assim que as palavras saíram de seus lábios, estranhando o tom de voz. Olhei confusa para Nick e por mais que meu irmão ainda pudesse estar com raiva, parecia também ver graça naquilo tudo.

E no exato momento em que compreendi o que estava acontecendo, o furacão Camila categoria cinco entrou novamente na sala, arrastando o verdadeiro Tiago pelo pulso.

— Porque ninguém me contou que agora havia bonitões ao cubo nessa casa?! — perguntou afobada. — E quando foi que a Charlote teve outra filha que eu não sei?

Não entendi o que ela quis dizer com outra filha, mas olhei para o homem sentado ao meu lado, meu rosto queimando de vergonha. Seus olhos brilhavam com diversão.

— Oi, loirinha — falou, chamando-me da mesma forma de quando nos conhecemos. Eu tinha dezessete anos.

— Stephan?

💕💕💕

Vou tentar postar mais um quarta-feira porque sim! 🎉

Gostaram? Se sim, por favor, votem. Essas estrelinhas são muito importantes. 🌟

O que acharam do momento constrangedor (para a Charlote) entre o nosso futuro casal?😅

O que acharam da Camila e do Van? 👫

Enfim, se tiver algum erro, me desculpem por isso. Terminei o capítulo agora a pouco e revisei, mas tá tudo tão misturado na minha cabeça que algum erro pode ter passado em branco.

Outra coisinha: Não comecem a shippar o Evandro com a Camila pelo amor de GOD! Esse casal nunca vai acontecer. 😑

Beijo, amores! 😘

Kaya-chan. ❤

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