Capítulo 15💕
Troquei a ordem. Primeiro vai ser o da Char e depois o do Stephan.
Meus planos decididamente raramente dão certo. (Suspiro). Ontem passei a tarde com dores no corpo (daquelas que dá vontade de chorar, eu tava me sentindo uma idosa) e não consegui escrever e quando terminei o capítulo de noite, tudo que meu corpo pedia era cama. Agora me acordei de madrugada e estou postando o primeiro cap. de hoje. (A pessoa aqui está um pouco cansada de imprevistos).
💕💕💕
Charlote
— Por favor, não vai me dizer que aconteceu como nos filmes e ela acordou sem memória?! — exclamou Camila com os olhos castanhos arregalados.
Ah, Camila. Sempre fala o que vem na cabeça, não importa o que seja. Às vezes ela é, de certa forma, realmente inocente.
Aproveitei que ela estava ao meu lado e balancei o pé, acertando seu tornozelo. Ela me olhou com o que mais parecia uma careta, mas eu sabia que tinha entendido o recado.
— Desculpa, falei sem pensar.
Evandro abriu um sorriso fraco.
— Não precisa se desculpar. Considerando a forma que eu falei, essa questão foi nada menos que plausível. E respondendo a sua pergunta, eu não sei se ela teve alguma perda de memória ou não, mas se teve, não deve ter sido muita coisa. Pra falar a verdade, nem os médicos tem muita certeza de como ela está. Elisa… não está falando com ninguém. A prima dela me disse que desde que acordou, ela não diz nada — seus lábios se apertaram por um segundo antes que continuasse. — Ou não dizia, até que eu cheguei e ela me mandou embora.
— O quê? — mal percebi o quanto tinha me inclinado para frente na cadeira de tão surpresa que tinha ficado.
Voltei a postura correta pensando no quanto aquilo tinha sido drasticamente contrário a tudo que eu tinha pensado por tanto tempo.
Pelo fato de as famílias de Evandro e Elisa terem negócios e uma longa história de amizade, os dois sempre se conheceram. Eles foram melhores amigos um do outro, e começaram a namorar muito jovens, mas pelo que Lara tinha me contado, nunca nem mesmo vacilaram na certeza de querer manter um relacionamento. Eles eram perfeitos. Eram a promessa de um futuro ainda mais glorioso para ambas as famílias. E quando se tornaram noivos, ninguém poderia dizer que havia algo de errado naquilo, a aprovação era unânime. E então o acidente aconteceu e destruiu tudo.
Como ela obviamente o amava e tinha descoberto o quanto perdeu, porquê não querê-lo por perto num momento tão difícil? Não seria normal querer perto quem nós amamos, principalmente quando precisamos de consolo?
No entanto, eu não sou ninguém para fazer suposições do que deveria ser certo para ela. Não tenho sua personalidade, suas feridas, ou sonhos dispersos. Minhas experiências de perda são muito distintas das suas. Meu pai nos deixou quando eu era mais nova e mais tarde minha mãe me expulsou de casa. A diferença gritante entre mim e Elisa no quesito família, é que eu já tinha aprendido em determinado momento que não deveria esperar muito de qualquer um deles. Elisa, entretanto, tinha tido pais amorosos e presentes. Provavelmente tinha sonhos e planos os quais eu nem mesmo poderia começar a imaginar.
Era simplesmente impossível tentar me imaginar em seu lugar.
Mas, apesar de tudo, o fato de ela ter expulsado Evandro me deixou com um sentimento amargo.
— Ela soube do Tavinho, é por isso? — perguntei.
Ele negou com a cabeça devagar.
— Quando Dayana me ligou dizendo que Elisa tinha acordado, combinamos que eu deveria contar sobre o Tavi. E também não precisava ser agora, queríamos dar um tempo para ela se acostumar um pouco primeiro. Já que eu não tive oportunidade alguma, provavelmente ela ainda não sabe de nada. E mesmo que soubesse, não sei se importaria. Eu passei pouco tempo no quarto, mas Dayana ficou com ela durante horas e disse que Elisa não chorou ou demonstrou outras emoções em momento nenhum. Quando falou comigo ela parecia tão sem vida… e pelo que sei, agora ela nem mesmo está falando mais. Eu não sei o que fazer.
Ao ouvir essas palavras, pude entender completamente a frustração e a tristeza que mantinha dentro de si. Van estava com raiva de si mesmo porque se via em um beco sem saída. Não importava o quanto ele desejasse estar perto dela, se Elisa não quisesse, não havia nada que ele pudesse fazer.
A impotência é realmente uma droga.
— O que você não pode fazer, é desistir, seu idiota — o tom calmo e simples de Camila parecia encaixar estranhamente nessa situação, mas ela não deixava de estar certa. — Além disso, nada garante que ela não vá mudar de ideia. Elisa está passando por um momento horrível e assustador. Cada um tem seu próprio modo de se proteger, vai ver esse é o dela, não sei. Tenha paciência, não adianta se desgastar de tanto pensar sem fazer mais nada.
Senti a tensão em meu corpo diminuir consideravelmente. É verdade. Não tem porque ficar remoendo isso. Se as coisas tiverem de se acertar, elas irão. Ele só não pode desistir tão cedo.
— A Mila tá certa — falei estendendo uma mão para tocar a sua, com um sorriso que eu esperava parecer tranquilizador. — Você esperou por todo esse tempo para que ela acordasse, não foi? Tenho certeza de que pode esperar um pouco mais para que ela se recupere.
“E vamos torcer para que o trauma seja mais leve do que parece.”
— Obrigada por ter contado — disse, me levantando e Van me respondeu com um leve assentimento. — Agora, vou indo. Quero deixar tudo em ordem antes da Lara chegar.
Sorri para os dois, ainda que o sorriso não tenha sido totalmente sincero, e caminhei em direção a porta. Algo como uma prece se repetindo em minha mente a todo segundo:
“Por favor, Deus, que ela fique bem logo.”
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