♡CAPÍTULO 03♡

A manhã fria era algo que Minho não estava acostumado, ninguém o incomodou a noite, na verdade, até pensou que aquele homem poderia ir até onde estava e arrastá-lo de volta para a cela escura. Mas não, nada ou alguém atravessou a porta.

Levantou-se da cama ouvindo seu estômago roncar, olhou em volta mordendo seu lábio inferior, poderia sair? Era seguro? Onde estaria aquele homem?

Se assustou quando a porta foi aberta, e por ela passou Christopher parando em sua frente.

— Vamos? Precisa comer, e ainda tenho que lhe mostrar o castelo.

Minho o olhou por alguns segundos, assentiu em seguida seguindo os passos do canídeo, observou bem o corredor por onde passava, era bonito, dourado e vermelho, alguns detalhes azuis nas paredes.

Chegaram em uma sala de jantar enorme, Christopher pediu para que o Lee se sentasse, e foi o que fez, alguns poucos minutos depois a grande mesa estava repleta de comidas.

— Para que tudo isso?— Minho questionou achando desnecessário tanta comida ali.

— Para que possa ter um café da manhã perfeito.

Minho não questionou mais, Christopher se retirou o deixando confuso, ele não ficaria ali consigo? Seus olhos percorreram cada canto do cômodo à procura do lobo.

Mas tudo o que encontrou foi o vazio, até que, o homem que o prendeu apareceu em seu campo visionário fazendo sua respiração parar. Agora podia ver ele bem, e para o moreno, ele era a perfeição em pessoa.

— Eles não sabem me ouvir.— A voz grave ressoou deixando Minho arrepiado, sabia que estava falando de si, pois o olhar desgostoso que fora o direcionado deixava bem claro que o homem não o queria ali.

— P-Posso sair…

— Não. Quem o tirou de lá?

— Christopher…

— Ah, claro. Tinha que ser. O que ele o disse?

— Nada.

— Não está mentindo?

— N-Não! Ele não me disse nada.

O loiro pareceu aceitar aquelas palavras, começou a comer deixando o ambiente totalmente silencioso, Minho não ousava falar nada. Depois de longos minutos no silêncio completo, o moreno arriscou perguntar o que estava preso em sua garganta desde que o viu.

— Por que mora aqui sozinho?— O homem elevou seus olhos para Minho, o corpo do moreno pareceu ter choques diversos, o olhar pesado em sua frente se abaixou mas nenhuma palavra saiu de seus lábios.

— Não é de sua conta.— Disse após segundos.

— Tudo bem… Mas… Onde está sua família?— Um suspiro deixou a boca vermelha do loiro, entendeu que as perguntas não iriam parar.

— Minha família morreu, moro aqui sozinho porque sou um monstro que ninguém jamais iria querer por perto. Satisfeito?

— Não é um monstro para mim.— O homem o olhou, Minho sorriu tentando arrancar um sorriso ao menos pequeno dele, mas, nada.

— Você é o único que pensa assim.— Levantou e Minho apenas o acompanhou com seus olhos até o perder de vista.

Suspirou, entendeu que, ele era triste, não sabia o que havia acontecido, mas certamente algo que o machucou de mais.

— Minho.— O moreno olhou na direção do chamado avistando Christopher.— Venha, vou lhe mostrar o castelo.

Minho apenas assentiu, o lobo o levou para vários lugares, muitos que julgou não ir enquanto estivesse ali, no momento estavam ao lado de fora do castelo, Christopher lhe mostrava cada coisa, o explicando muitos detalhes que não ouvia claramente. Seus pensamentos estavam no homem loiro que conseguiu o deixar sem jeito.

— Christopher.

— Sim?

— Por que vivem aqui sozinhos?

— A muito tempo, este reino era alegre, colorido, sem neve apenas o sol. Mas, em um dia, a inveja dominou esse castelo o transformando no que é hoje. Uma bruxa não aceitava o casamento dos pais do Felix, então ela os enfeitiçou até a morte de ambos, depois, lançou um feitiço sobre o filho deles, para que ele nunca saísse daqui e nunca conseguisse um amor de verdade. Ele nem sempre teve essa aparência.

— Felix… Mas, eu não vejo problema algum com ele.

— Não?

— Não… Eu até o acho… Fofo.— As bochechas do moreno coraram, Christopher se alegrou por dentro, seria ele a liberdade do príncipe?

— Ao menos alguém.

Minho sorriu, olhou para o castelo em sua frente, franziu o cenho pois tinha um lugar que o lobo não havia o levado.

— O que tem lá?— Christopher apenas continuou andando.— Chris.

— Lá é a zona leste.

— E o que tem nela?

— A zona leste é proibida.

— Por que?

— Não faça muitas perguntas, apenas fique longe dela, ok?

Minho assentiu, mas isso apenas fez sua curiosidade aumentar. O que existia lá?

[...]

Noite, Minho estava onde mandaram ficar longe, mas não podia ir contra sua curiosidade, precisava saber o que a zona leste escondia.

O corredor escuro o trazia um leve medo, mas suspirou fundo para o colocar de lado, era como qualquer outra parte do castelo, nada de muito interessante.

— Perca de tempo…

Iria embora, realmente iria, mas uma luz azul forte chamou sua atenção, ao final do corredor, uma luz muito convidativa. Andou até ela abrindo uma porta tendo a visão de uma sala escura, ao centro dela uma rosa, uma rosa azul presa em uma cúpula.

Algumas pétalas já haviam caído, mas a rosa parecia perfeitamente intacta, o que impressionou o moreno. Seus dedos foram até o vidro, mas neste momento alguém o puxou para longe o assustando.

— O que faz aqui!? Não sabe que é proibido?!!

— D-Desculpe!

— Não toque nela! Não venha aqui, não saía do seu quarto! Entendeu?!!

— S-Sim…

— Vá!!

Minho correu saindo dali, seu coração estava descompassado, os gritos o deixaram mal, uma lágrima desceu de seus olhos, não soube explicar o porquê, mas em segundos estava chorando.

Adentrou o quarto em que estava se jogando na cama enquanto derramava suas lágrimas, talvez quisesse sair dali o mais rápido possível, talvez fosse a saudade de seu pai, de seu amigo. Não sabia.

— Eu só quero ir embora…

— Minho…?

Minho levantou secando seu rosto, em sua cama estava Hyunjin, a serpente foi até o moreno observando seu rosto cuidadosamente.

— Não chore… Olhe, ele não faz por mal, o entenda, é difícil para ele conviver com pessoas de fora depois de anos sem nenhum contato.

— Eu quero ir embora…

— Querido… Dê uma chance para ele. Verá que Felix é uma pessoa incrível, apenas esconde isso por medo.

— Medo?

— Sim… Ele já sofreu muito, além de que insiste em dizer que ninguém nunca irá o amar.

— E se não o amar? Qual o problema? Eu não tenho nada haver com isso!

— Ele morrerá.— Minho arregalou seus olhos.

— O que…?

— Aquela rosa, a cada mês uma pétala dela cai, o que significa que o tempo dele está passando, e ninguém nunca chegou até aqui e ficou, você… É o único. Ele precisa de alguém que o ame, que o faça sentir esse sentimento tão lindo. Caso contrário, quando a última pétala deixar a rosa, sua vida acabará, e nós também. Foi o feitiço jogado pela bruxa.

— N-Não tem como reverter isso?

— Infelizmente não…

— Nenhuma princesa!?

— Como ele disse, ninguém quer ficar perto dele. Você é o único que o olha como um igual.

— Mas, não sou princesa, muito menos mulher!

— Não importa! Ela não especificou se seria errado ser um homem. Apenas lançou o feitiço.

— Ele me odeia…

— Ele não o odeia, apenas tem medo. Tente… Por favor…

Minho ficou em silêncio, seria capaz?

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