10. Afogamento
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Um novo personagem será mencionado. Hyunwoo é um personagem completamente original e não é baseado em nenhuma pessoa viva.
⚠️AVISO IMPORTANTE:⚠️
Esse capítulo é um pouco delicado. Teremos ataques de pânico e menção a abuso sexual passado. Nada muito descritivo, mas estejam cientes. Qualquer coisa só pular.
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Jimin estava cantarolando para si mesmo enquanto se vestia. Ele estava se sentindo tonto depois do encontro de ontem e estava animado para sua sessão no Palace com Jungkook. Ele sabia que seria um clima completamente diferente, mas sempre gostou das sessões de qualquer maneira. Depois de tudo o que aconteceu no dia anterior, ele estava ansioso para ser malcriado, mas cativante pela primeira vez.
Ele tentou não se aprofundar muito nos eventos que aconteceram perto do final do dia; era muito estressante para ele e o fez começar a pensar demais e entrar em pânico enquanto analisava demais. Em vez disso, ele queria se concentrar no agora. E no agora havia uma caixinha com um pingente de chaveiro fofo que ele havia comprado secretamente para Jungkook. Ele foi atraído pelo pingente assim que colocou os olhos nele e sabia que Jungkook iria querer um pingente fofo. O mais velho reclamou que, em comparação com o chaveiro da casa de Jimin, as dele eram chato, segurando apenas algumas chaves junto com alguns cartões de sócio da loja.
Ele esperava sinceramente que Jungkook gostasse do presente, que ele colocou em uma pequena caixa de presente, embrulhada com uma fita roxa. Era um pouco clichê, mas ele estava grato por sua amizade com Jungkook e pelo dia que passaram juntos. Foi muito divertido e permitiu que eles se conhecessem.
E definitivamente não despertou sentimentos confusos e sem nome dentro dele, não senhor.
Jimin optou por uma bela camiseta azul escura, puxando um cardigã preto grande por cima e jeans pretos sem buracos. Era mais bonito do que seu traje habitual, mas não tão formal quanto o que Jungkook normalmente usava. Ele estava esperando por provocações e abraços, então optou por fofo em vez de sexy desta vez.
Trancando a porta atrás de si com a caixa enfiada no bolso, Jimin saiu para o clube. Ele queria chegar lá antes de Jungkook; ele precisava deixar o presente no bar até depois da sessão e não queria que o amigo notasse. Ele não teve que esperar muito pelo ônibus e, antes que percebesse, porque estava imaginando a reação de Jungkook ao presente, estava no ponto a duas quadras do clube. Ele rapidamente caminhou até lá, praticamente pulando de excitação.
Ele viu Mingi na frente da porta e sorriu para ele.
— Oi, Mingi-yah! — Ele gorjeou, parando na frente do homem mais velho.
— Você está de bom humor. — Mingi sorriu largamente, um sorriso que iluminou seu rosto.
— Eu tive um dia muito bom ontem e tenho um presente para Jungkook, mas é uma surpresa!
— Isso é, tipo, uma surpresa sexual grosseira? — Mingi fez uma careta, fazendo Jimin rir.
— Não! É um presente inocente, eu garanto.
— Bom. — Mingi bufou enquanto abria a porta. — Porque eu não quero saber o que vocês estão aprontando.
Jimin piscou para o mais velho enquanto ele girava pela porta.
— São momentos divertidos.
Mingi bateu a porta em resposta, o que fez Jimin rir.
— Ugh, por que você está tão feliz? — Namjoon olhou para ele. — Você está pegando outra chave?
— Hoje não... bem, talvez. — Jimin deu de ombros enquanto pagava ao homem. — Depende de quão bom, ou mau, eu sou.
— Nojento.
— Você literalmente tem salas de sexo!
— Eu cansei de ver gente fodendo no banheiro. — Namjoon brincou enquanto escrevia em seu livro. — Minha equipe se recusou a limpá-lo ou verificar se estava trancado.
— Isso é justo. — Jimin riu.
— Vou deixar Jungkook saber que você está aqui assim que ele aparecer.
— Obrigado! — Jimin entrou na sala principal, admirando a maneira como os candelabros brilhavam contra as paredes vermelhas. Era realmente um estabelecimento bonito e elegante. Namjoon tinha feito de tudo e sabia o que estava fazendo, ao que parecia. Supondo que ele não apenas contratou um decorador de interiores, mas Jimin viu como ele se vestia, então duvidou.
Ao se sentar em um banquinho, ele acenou para Leedo, que simplesmente assentiu. Hoseok estava atualmente com um cliente, que parecia estar pedindo muitas bebidas. Jimin suspirou, girando em seu assento para frente e para trás enquanto olhava para o teto. Ele desviou o olhar para a sala, olhando ao redor para ver se conseguia encontrar Felix ou BangChan, ou mesmo Yeosang. Ele nunca havia chegado cedo antes, e era estranho não ter Jungkook o repreendendo por estar atrasado.
— É minha gracinha. — Hoseok apareceu de repente, encostado no bar em falso flerte. — Posso te pagar uma bebida, lindo?
— Não, obrigado. Eu tenho um copo de água na minha frente. — Jimin disse com uma voz sensual. Hoseok começou a rir da terrível piada, fazendo com que Jimin abrisse um sorriso ainda maior.
— Isso foi muito ruim, garoto.
— Tudo bem. Não estou tentando impressionar você.
— Oh? Estou ferido. — Hoseok mostrou a língua.
— Eu tenho um favor a pedir a você, no entanto. — Afirmou Jimin, tirando a caixa do bolso. — Comprei um presente para o Kookie, mas é uma surpresa. Posso deixar aqui para pegar depois da nossa sessão?
— Claro! — Hoseok assentiu, sorrindo. — Tenho esta pequena alcova onde escondo meu telefone, vou colocá-lo lá.
— Obrigado, hyung. — Jimin entregou a pequena caixa, observando enquanto Hoseok a pegava e a colocava em seu avental.
— Qual é a ocasião?
— Nós saímos ontem no rio Han. Foi muito divertido e desde que ele me convidou para sair, eu queria mostrar o meu apreço.
— Aww, parece um encontro fofo!
Jimin franziu a testa, desviando o olhar.
— Não foi um encontro. Nós somos apenas amigos.
— Uh huh. — Hoseok piscou. — Tudo bem então. Ainda assim, parece divertido!
De repente, o som de um vidro quebrando ecoou pela sala.
— Oopsie!
— Hwanwoong, eu disse que você é muito baixo!
— Foda-se!
Hoseok fechou os olhos enquanto inalava profundamente.
— Por favor, desculpe-me, Jimin-ah. Tenho filhos para cuidar.
— Boa sorte. — Jimin brincou enquanto o garoto alto caminhava até os dois, repreendendo-os. Os três começaram a falar ao mesmo tempo, criando uma cena bem humorada para Jimin. Enquanto assistia ao show, ele sentiu e ouviu alguém se aproximar atrás dele. Ele sorriu, presunçoso. — Você está atrasada, Kookie.
De repente, um colarinho foi enrolado em seu pescoço e afivelado nas costas. Jimin engasgou levemente; era muito mais apertado do que ele estava acostumado.
— Ei, que porra é essa, Ko... — Ele se virou para encarar seu amigo, apenas para ficar cara a cara com Junsu. O homem sorriu enquanto prendia uma coleira ao que Jimin percebeu ser uma coleira de cachorro (comprada em uma loja de animais) em seu pescoço.
— Coloquei a coleira em você, Pet. Acho que isso significa que você é meu esta noite.
O que?
Jimin ainda estava chocado quando o homem puxou a coleira, fazendo-o quase cair da cadeira. Ele sentiu o coração martelando no peito enquanto mal conseguia se controlar.
Isso não estava acontecendo.
— Vamos. É hora de você aprender algumas maneiras com um verdadeiro Mestre.
Jimin quase quis rir do absurdo da situação. Sua mente estava cambaleando, mas quando Junsu começou a tentar levá-lo para longe, sua mente finalmente alcançou. Ele rosnou, mantendo-se firme enquanto começava a mexer na coleira.
— Qual é a porra do seu problema?! — Ele gritou. Suas mãos tremiam como loucas, um vácuo no estômago. — Fique longe de mim! — Ele sabia que estava criando uma cena quando ouviu os outros murmurarem ao seu redor. Os bartenders pararam de discutir também.
Junsu olhou furioso antes de agarrar Jimin diretamente pelo colarinho, fazendo com que o mais novo estremecesse de dor quando foi sufocado.
— Comporte-se...
— Dá o fora! — Jimin empurrou o homem, fazendo-o tropeçar.
Junsu se conteve antes de levantar a mão, olhos selvagens de raiva. O tapa ecoou pela sala.
Jimin percebeu que estava no chão, em estado de choque.
— Merda de prostituta!
Ha.
Oh.
Hyunwoo.
Jimin levou a mão à bochecha dolorida, seus ouvidos zumbindo ao ouvir ruídos abafados.
— Jimin!
— Puta merda, Leedo!
— O que você está...
Jimin sentiu alguém agarrando seus ombros, viu um par de joelhos diante dele, mas ainda estava olhando para o chão. Seu peito arfava e ele percebeu que não conseguia respirar. Era a coleira? Ainda o estava sufocando?
A sala parecia tão úmida, como se ele estivesse debaixo d'água. Ele estava debaixo d'água? Ele não conseguia ouvir direito ou respirar direito, e agora sua visão estava embaçada, então era a única coisa que fazia sentido, certo?
— Jungkook, o que...
— Porra, ele está tendo um ataque de pânico...
— Me solta!
— Chame a polícia, Hwanwoong!
— ... um gatilho para ele.
— Hoseok, me dê uma chave...
Jimin percebeu que estava sendo ajudado a se levantar e, de repente, pôde se ouvir hiperventilando. Era a coleira, a água no quarto, enchendo sua visão, ele não conseguia respirar. Seu corpo parecia pesado e era difícil ficar de pé. Seus joelhos começaram a dobrar, mas alguém o puxou para perto.
Uma mão suave em seu cabelo.
Um braço ao redor dele, puxando-o com força.
— Está tudo bem, Jimin. Apenas respire, querido.
Eles estavam andando agora, o braço movendo-se ao lado de seu corpo enquanto a mão empurrava sua cabeça em seu ombro. Estava ficando mais difícil respirar, eles o estavam levando mais fundo na água, eles estavam apertando a coleira. Ele precisava escapar, mas seus membros estavam tão pesados e sua mente estava tão pesada quanto a mordaça coberta por sua baba e ele não conseguia respirar e estava tudo muito apertado e...
— Jimin, preciso que você respire.
Ele engasgou, percebendo que a sala estava silenciosa. Ele estava sentado em uma cama, encostado em alguém. Jungkook.
— Ouça-me, ok? — Ele disse suavemente. — Você está tendo um ataque de pânico e precisa se concentrar no som da minha voz.
Jimin ainda estava ofegante, seu corpo tentando liberar mais ar do que estava absorvendo. Ele olhou para Jungkook, com lágrimas escorrendo de seus olhos enquanto apertava mais a camisa de seu amigo.
— Você pode me ouvir? — Jungkook perguntou, segurando o rosto de Jimin. — Acene se você entender.
Jimin assentiu espasmicamente, ainda hiperventilando.
— Preciso que você se concentre em três coisas que sente. Você não precisa dizê-las em voz alta, mas realmente pense nelas.
O que ele poderia sentir?
Ele sentiu a camisa de Jungkook enrolada em seus punhos, seu peito firme por baixo dela.
Ele sentiu as mãos quentes de Jungkook em seu rosto, seus polegares esfregando suavemente suas bochechas.
Ele sentiu aquela maldita coleira tão apertada...
— Co... Col... — Ele engasgou, tentando falar.
— Não, querido, não tente...
— Coleira. — Ele soluçou, usando toda a sua energia enquanto puxava a mão de Jungkook para puxá-la lamentavelmente.
— Merda. — Jungkook murmurou. — Espere, Jimin.
Ele soltou o rosto de Jimin, fazendo-o choramingar antes que a coleira fosse tirada de seu pescoço. Ele ouviu Jungkook jogá-la pela sala e colidir com a parede.
— Está melhor? — Sua voz era suave mais uma vez. Jimin assentiu, sua respiração ofegante se tornando menos maníaca. — Bom. Agora, concentre-se em duas coisas que você pode ouvir.
Ele podia ouvir sua respiração rápida, quase estranha aos seus próprios ouvidos.
Ele podia ouvir Jungkook, sussurrando e acalmando.
— Você está indo tão bem, querido. Estou tão orgulhoso de você. — Jungkook elogiou, esfregando as bochechas de Jimin. — Agora concentre-se em algo que você pode ver.
Jungkook.
Jimin olhou para Jungkook, seu peito desacelerando enquanto ele olhava para o mais velho. O rosto de Jungkook estava cheio de desgosto e preocupação. Seu cabelo estava repartido ao meio e ele usava delineador preto.
— Você... — Ele sussurrou, sua respiração finalmente diminuindo enquanto seus olhos se encheram de lágrimas. — K-Kookie... e-ele...
— Eu sei. — A voz de Jungkook estremeceu quando ele puxou Jimin para o peito. — Eu sei, está tudo bem Jiminie. Eu peguei você. Ele se foi, ok? Ele nunca mais vai voltar.
Jimin começou a chorar mais uma vez, embora sua hiperventilação tivesse cessado. Ele enterrou o rosto no pescoço de Jungkook, soluçando enquanto segurava as omoplatas de Jungkook. O mais velho começou a murmurar “está tudo bem” e “te peguei” em seu ouvido, balançando-o suavemente para frente e para trás. Jimin sentiu tudo saindo dele, transbordando como uma fonte. Ele nem sabia que tinha tantas lágrimas nele.
Jungkook estava esfregando sua nuca, o outro braço em volta da cintura dele (JM). Pode ter sido a única coisa que manteve Jimin à tona no momento enquanto ele soluçava, seu corpo tremendo com o esforço. Ele estava segurando as costas de Jungkook como se fosse uma bóia em um oceano, as pontas dos dedos praticamente cavando na pele.
Houve uma batida silenciosa na porta, seguida pela voz abafada de Namjoon.
— Vocês dois estão bem?
— Jimin, eu vou abrir a porta, ok? Dê-me um segundo. — Jungkook sussurrou enquanto tirava as mãos do jovem de sua camisa. Jimin estremeceu, olhos arregalados enquanto fungava. — Você pode ficar debaixo dos cobertores, se quiser. Eu já volto, ok?
Depois que Jimin assentiu, Jungkook se levantou e foi até a porta. Jimin se enrolou de lado, olhando para a parede enquanto segurava um travesseiro. Ele ouviu os dois homens conversando baixinho.
— Eu trouxe algumas garrafas de água e lenços de papel.
— Obrigado, hyung.
— Como ele está?
— Ele ainda está bastante abalado.
— Deus, eu sinto muito. Eu me sinto horrivel. Eu nunca deveria tê-lo deixado voltar.
— Eu sei que você pensou que ele seria melhor, hyung. Não é sua culpa.
— Ainda…
— Foi a palavra mais do que qualquer coisa, eu acho.
(Para que não lembra o idiota chamou jm de prostituta. A palavra que foi o gatilho)
— Bem, vocês levam o tempo que precisarem. O quarto é seu esta noite.
— Obrigado novamente, Namjoon…
Jimin ouviu a porta fechar, então Jungkook foi até a cama. Ele colocou as garrafas de água na cama antes de se sentar na beirada, afastando o cabelo de Jimin do rosto. Jimin fechou os olhos, apertando o travesseiro enquanto choramingava.
— Você quer um pouco de água? — Jungkook perguntou baixinho, mas Jimin balançou a cabeça, enterrando o rosto ainda mais no travesseiro. O mais velho suspirou profundamente fazendo Jimin abrir os olhos e olhar para ele.
— Desculpe.
— Jiminie, você não tem absolutamente nada para se desculpar. — Disse Jungkook, quase com raiva. — Nada disso foi nem remotamente sua culpa, ok?
— E-eu só… — Jimin murmurou enquanto desviava os olhos.
— Você quer falar sobre isso? — Jungkook perguntou baixinho. — Eu sei que vai ser difícil e assustador reviver isso, mas acho que você precisa contar para alguém, Jiminie.
Jimin ficou em silêncio por um longo momento antes de assentir, fechando os olhos para bloquear as lágrimas.
— …OK. — Ele olhou de volta para Jungkook antes de mover o travesseiro para o lado, revelando o quanto ele estava tremendo. — V-você pode, hum, deitar comigo?
Jungkook acenou com a cabeça, respirando um “sim” enquanto deslizava lentamente para a cama ao lado de Jimin. O mais novo imediatamente se agarrou a Jungkook, enterrando o rosto na camisa dele e inalando profundamente. Cheirava a Jungkook.
Jungkook passou os braços timidamente em torno de Jimin, um braço em volta de sua cintura e o outro acariciando seu cabelo e embalando seu rosto.
— Quando você estiver pronto. Estarei aqui enquanto você precisar de mim.
Jimin respirou fundo, levando alguns minutos para se recompor enquanto olhava para os botões da camisa social de Jungkook. Era um tom de roxo muito bonito.
— Quando eu conheci Hyunwoo, — Ele murmurou, o nome sozinho fazendo seus ombros ficarem tensos. — nós nos demos muito bem. Nós namoramos e quando fizemos sexo pela primeira vez, estava tudo bem. Foi agradável. Nós éramos como um casal normal. Mas depois de um tempo, ele quis experimentar coisas. — Os olhos de Jimin ficaram vidrados enquanto ele se lembrava. — Não era grande coisa, e eu gostei muito disso. Tipo, algemas e merda. Mas... — Ele mordeu o lábio.
— Ai, Hyunwoo! Isso realmente meio que doeu!
— Oh vamos lá. Eu nem bati tão forte! Você está apenas sendo um covarde.
— Ele começou a me ignorar quando eu dizia algo que doia ou não gostava de alguma coisa. Ele disse que eu era sensível ou apenas um chorão. Eu engoli isso porque ele fez parecer que eu era o culpado. — Jimin fechou os olhos quando parou por um momento, um pequeno gemido escapando de sua garganta.
— Não se apresse. — Jungkook murmurou, puxando-o para mais perto para pressionar seus lábios em sua testa. — Eu não estou indo a lugar nenhum.
Jimin assentiu, exalando profundamente enquanto se concentrava na maneira como Jungkook estava brincando com seu cabelo e no calor de seu abraço antes de continuar.
— Eventualmente, ele começou a querer fazer essas coisas toda vez que fazíamos sexo. Como se ele não pudesse gozar sem isso. Ele até disse isso e me culparia se eu reclamasse.
— Estou tentando fazer com que nós dois nos sintamos bem, Jimin! Não é justo se fizermos apenas o que você quer o tempo todo!
— Não estou dizendo que não podemos fazer isso, mas...
— Por que você não pode simplesmente tentar por mim?!
— Só ficava cada vez pior e mais extremo com o passar do tempo. Sempre que terminávamos, ele nem queria abraçar. Ele simplesmente ia ao banheiro e agia como se nada tivesse acontecido antes de ir para a cama. Às vezes ele me fazia esperar até que estivesse pronto para dormir para me desamarrar.
Jimin sentiu as mãos de Jungkook apertarem ao redor dele, mas o mais velho permaneceu em silêncio, permitindo que Jimin desabafasse livremente.
— Então… — Jimin sussurrou, — ele começou a me chamar de prostituta. Toda vez. Antes, durante ou depois.
— Puta merda. Você gosta disso?
— Deus, sim. Pegue, como uma boa prostituta.
— Aposto que você deixaria qualquer um te foder assim, hein? Sua prostituta estúpida.
Jimin sentiu sua respiração começar a acelerar novamente, seu aperto trêmulo na camisa de Jungkook.
— Ei, está tudo bem. — Jungkook murmurou, tranquilizador. — Você não tem que pensar sobre isso agora, ok? Podemos parar se...
— Não. — Jimin balançou a cabeça, engolindo em seco. — E-se eu não falar sobre isso agora, não sei quando vou falar.
Jungkook assentiu lentamente.
— Ok, Jiminie. Só não se force.
Jimin assentiu antes de respirar fundo.
— Veio à tona uma noite, quando ele decidiu fazer mais do que nunca…
Jimin não conseguia ver ou mover as mãos. Hyunwoo os amarrou na moldura acima de sua cabeça, uma fita preta grossa ao redor dos olhos. Quando ele murmurou reclamações, Hyunwoo decidiu amordaçá-lo também. Estava muito apertado e já estava úmido com sua saliva. Todas as amarras estavam muito apertadas e machucadas, mas ele sabia que se reclamasse só iria piorar. Era mais fácil apenas deixar Hyunwoo se apressar e gozar do que discutir neste momento.
Ele estava sendo esticado, mas não era mais agradável. Ele apenas aceitou, como a boa vadia que era. Ele foi feito para o prazer de Hyunwoo; o seu próprio não importava.
Quando seu namorado o embalou, ele de repente sentiu que não conseguia respirar. A mordaça estava muito molhada e, ao tentar respirar pelo nariz, entrou em pânico. Ele tentou dizer o nome de Hyunwoo, mas simplesmente recebeu um tapa na coxa e a ordem para ficar quieto. Ele estava preso. Parecia que ele estava se afogando, como se fosse sufocar e não pudesse escapar e...
— Ele terminou rapidamente depois disso e, assim que me soltou, gritei com ele e saí correndo do apartamento. Quando eu estava fora, pensei mais sobre isso. Sobre como ele não queria nada além de uma boneca para foder. — Jimin zombou, sem humor. — Eu o chamei de aberração se a única maneira dele gozar fosse fingindo que eu nem era humano. Ele disse que se eu não pudesse entendê-lo ou satisfazê-lo sexualmente, então estávamos acabados. Então ele me largou. E foi isso.
Ficou em silêncio entre os dois enquanto suas palavras permaneciam no ar ao seu redor. Jungkook havia parado de acariciar, mas seu aperto na cintura de Jimin e na nuca estava mais forte do que nunca.
— Eu acho… — Jimin continuou depois de um momento, — que foi por isso que eu pensei que este lugar era tão fodido. Eu só via isso como um lugar onde os Pets tinham seus direitos retirados. Como se tudo para o que servissem fosse servir a seus Mestres. Eu não conseguia entender por que alguém iria gostar disso, mesmo sem foder.
— Jimin... — Jungkook respirou.
— Mas, quando você começou a falar sobre como funcionava em nossa primeira sessão, eu...eu… — Jimin sentiu lágrimas ardendo em seus olhos. — Percebi que não era nada disso. Que eu estava errado.
Jungkook se afastou ligeiramente para olhar para Jimin, que olhou para o homem mais velho enquanto sentia as lágrimas escaparem.
— E...então você fez os cuidados posteriores, e...e foi tão bom! Eu realmente gostei, porque Hyunwoo nunca... se preocupou em ver se eu estava bem ou feliz. Deus, eu fui tão estúpido!
— Você não foi estúpido, Jiminie. — Jungkook murmurou, embalando o rosto de Jimin em suas mãos enquanto o mais novo soluçava. — Você foi uma vítima. Hyunwoo não fez as coisas que deveria. Ele estava abusando de você para seu próprio prazer doentio. — Jungkook olhou para ele antes de puxá-lo para um abraço, enterrando o rosto no cabelo do mais novo. — Deus, você não merecia isso, Jimin. Você vale muito mais do que tudo isso.
As palavras ecoaram na cabeça de Jimin enquanto ele chorava. Elas eram reconfortantes e quentes, e ele não tinha dúvidas de que Jungkook realmente as queria dizer. Porque Jungkook se preocupava com ele, se preocupava com sua segurança e se preocupava com seu prazer. Provavelmente foi toda a razão pela qual Jimin encontrou prazer em suas sessões; saber que ele tinha um parceiro que cuidaria dele e não o machucaria era mais prazeroso do que qualquer coisa.
Os dois ficaram deitados na cama por um longo tempo enquanto Jimin esvaziava a dor em sua mente. Doeu reviver e pensar em seu trauma passado, mas Jungkook estava certo. Ele precisava falar sobre isso. Ser informado de que ele não estava errado.
Ouvir que ele era importante.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Doeu escrever esse capítulo, não vou mentir, mas explica a aversão inícial de Jimin pelo jogo Master/Pet, e também por que ele está confortável agora com suas sessões.
Para aqueles que pularam, Junsu deu um tapa em Jimin e o chamou de prostituta, fazendo Jimin ter um ataque de pânico. Jungkook o salvou e o acalmou.
Então, Jimin explicou como o ex namorado dele, Hyunwoo, tornou-se abusivo durante o sexo e o fez a pensar que ele (JM) era o culpado.
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