Se nada fizesse sentido
Nós veríamos o vento
O balão não seria preenchido
E nem aproveitaríamos o momento

Só que, em todo lugar
O sentido nos acompanha
E como o invisível largar
Se é grande como a montanha?

O intangível não tocamos
O invisível nós não vemos
E na cabeça colocamos
Que por isso nele não cremos

Mas, como bom que sou
Isso eu posso contestar
Só porque o vento não se mostrou
Quer dizer que ali não está?

Sei que o que eu vejo
Não é lá o invisível
Mas fica comigo o desejo
Queria que fosse possível

O invisível abrange tudo
Sabe o que há embaixo da cama?
Espero que não fique mudo
Mas há infinitos seres sem fama

Eu não vejo a pulga
Também é meio difícil a bactéria
Então os outros não julga
Se eles disserem existir a miséria

E quando anoitece, então?
O sol deixa de existir?
Só porque não vejo o gigantão
Ele passou a se extinguir?

Até Deus pode entrar na lista
Acaso alguém já o viu?
Os milagres pra nós são uma pista
E a sua dúvida, já sumiu?

Caso não, uma última fala:
Eu, que narro, sou invisível
Mas existo dentro de uma sala
Uma caixinha onde tudo é possível

Você pegou a referência?
Seu cérebro é essa caixinha
Que é invisível, oh, paciência
Ainda o acha uma historinha?

~ Alexia

07/08/20

Ideia de TaynanIris