Extra

N/A: Vocês devem tá tipo: o que é isso??? Enfim, só leiam e vocês vão entender.

Leiam escutando "Black and White" do Niall. É só clicar aqui no vídeo que já tem.

Boa leitura hehe.

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Ainda na batalha.

Quando Harry viu o corpo morto de Draco ele ficou devastado. Não conseguia acreditar que ele estava morto. Todas as coisas que ele fez, só para poder chamá-lo de seu, tudo em vão. As noites chorando, as crises que passaram juntos, a dificuldade de fazer os outros aceitarem o relacionamento deles, o medo constante em perder um ou o outro e todos dizendo que aquilo não iria dar certo, os comentários, para tudo ser em vão. Ele disse que aquilo seria para sempre, mas agora Harry andava sozinho.

Sentia como se a sua única parte boa havia morrido e só restavam cinzas. Mas Malfoy não morreu em vão. Aquilo tinha que ter um significado, por isso que Potter pegou toda a sua angústia e a reprimiu no momento, usando contra Voldemort, o matando. Juntou todo a sua raiva que sentia pelo Lorde das Trevas e Bellatrix, por ela ter chamado Draco para matá-lo, e pegou a varinha de seu amor, já que a sua estava quebrada e em nome de Draco Malfoy, matou todos os comensais da morte que estavam lá. Não sobrou nem um se quer.

O problema foi que, em meio a sua raiva, Harry usou um feitiço que fazia todos os comensais da morte, ou seja, todos os que tinham a marca negra tatuada no braço, iriam para um local desconhecido por ele. Só tinha os mandado para longe, não conseguia olhar mais no rosto de nenhum deles. Ele tentou fazer com que todos morressem, mas seria um feitiço muito complicado e novo para só uma pessoa. Então eles provavelmente estariam fracos e sem nenhum cuidado e posteriormente, morrer.

Então, junto ao avada kedavra, esse feitiço fez com que todos, até Draco fossem transportados para fora dali. Tinham algumas pessoas que não tinham a marca negra tatuada no braço, porém estavam agarradas a outra pessoa que tinha e com isso foram levadas também, como por exemplo, Narcisa Malfoy.

Naquele momento, Potter não teve controle do que estava fazendo e quando percebeu que o corpo de Malfoy foi junto com os outros, ele se sentiu como um monstro que não fazia nada certo. Ele não conseguiu dar um abraço de despedida em seu amor. A última vez que o viu, foi somente quando tudo estava confuso e ele não conseguia nem pensar direito, ainda estava sob o efeito da maldição da tortura.

A coisa que Harry mais temia era ficar sozinho, e dessa vez ele estava completamente.

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Cinco anos depois.

Escuridão.

Tudo o que ele via estava escuro, preto.

Tentou abrir seus olhos, mas suas pálpebras estavam tão pesadas que ele achava que seria impossível de levantá-las.

Sua cabeça doía como um inferno e ele sentia uma corrente de ar fria bater em seu rosto, fazendo cócegas. Prestou atenção no barulho ao seu redor, mas só conseguiu escutar um leve ruído bem baixo, quase como um suspiro. Um sussurro de escuridão.

Experimentou se mover, mas seus músculos doíam e estavam dormentes, sentia como se o céu tivesse caído sob sua cabeça. Juntou todas as suas forças que não tinha noção de onde vieram e...

Abriu os olhos.

A antiga escuridão, se tornando a claridade.

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Lidar com o luto de perder as pessoas depois da guerra não era fácil.

Os Weasleys perderam um filho que tinha ido contra a família dele por vários anos e justo no momento em que ele se arrependeu, a morte o levou. Não teve chances de se desculpar pessoalmente para a sua mãe, seu pai ou seus outros irmãos, com quais também foi muito injusto.

Harry se culpava por isso. Se ele não tivesse ficado falando com Draco por tanto tempo, talvez Percy estivesse vivo e Molly não choraria pela morte de seu filho. Ela também se sentia culpada por não estar com ele no momento em que mais precisou.

Mas o moreno se sentia mais culpado por Ginny. Depois que sua namorada, Luna, morreu após um comensal da morte a atingir em cheio com um feitiço no momento de mais confusão, o qual Harry se levantou, mostrando estar vivo para todos.

As duas realmente se amavam muito e tinham uma relação tão pura e dócil, exterminada por um feitiço imprevisível. Aquilo deixou Ginny devastada de diversas formas, Luna era a sua luz que a iluminava quando tudo parecia perdido em uma verdadeira escuridão.

Mesmo eles não falando, Potter sabia que o culpavam. Era possível se reconhecer em suas feições quando ele ia passar o natal lá. Não era como os anteriores, nunca seria de novo.

Para algumas pessoas era mais doloroso do que para as outras, mas nada se comparava a dor que Harry sentiu.

Se ele tivesse se controlado na hora que foi matar Voldemort, ele podia ter visto Draco por uma última vez e não sentiria que o loiro foi arrancado dele brutalmente.

Várias noites por semana, Potter acordava suando frio por conta do mesmo pesadelo que ele tinha sempre. Nunca mudava, era a mesma de sempre; a visão do corpo de Draco sendo atingido pela maldição da morte. Sempre acordava gritando o nome dele, querendo que aquilo somente fosse um pesadelo e que quando acordasse, ainda estaria nos braços de seu loiro.

Às vezes, os sonhos mudavam e eram sobre lembranças felizes que Harry ainda tinha sobre os dois. Pareciam tão reais que quando Potter acordava, ele desejava não acordar dessa vez.

Hermione e Ronald sempre falavam para ele superar e seguir em frente, ele realmente estava tentando, mas com tudo isso vindo a tona era muito complicado, ainda mais lidar com tudo isso sozinho depois que Ron e Mione se casaram e estavam vivendo sua vida.

O moreno não entendia como eles poderiam estar tão bem com tudo isso, como se nada tivesse acontecido. Eles raramente tocavam nesse assunto e quando alguém falava, mudavam o rumo da conversa ou até mesmo iam embora, deixando Harry sozinho.

O-menino-que-sobreviveu achava que depois de ter derrotado Voldemort, teria alguns anos de paz, mas não. O mundo bruxo colocava uma pressão absurda nele para se casar com alguma mulher famosa porque queriam ver a família Potter se expandindo.

A família Weasley vivia empurrando Ginny para cima dele, os incentivando a se casar. Os dois não queriam, eram grandes amigos, mas não gostavam um do outro dessa forma.

Ambos tinham perdido o amor de suas vidas e não havia nenhuma maneira de como os substituir.

Depois de muita insistência dos Weasleys, Harry e Ginny decidiram se casar, mesmo infelizes com esse casamento. Eles não aguentavam mais ouvir todos falando para eles ficarem juntos e terem lindos filhos juntos. E como os dois tinham uma relação muito amigável entre eles, sabiam que a convivência não seria demasiadamente ruim.

O casamento foi algo simples e nada muito chamativo, mesmo eles não conseguindo impedir de os jornais ficarem em sua cola na maior parte do tempo. É claro que a jogadora profissional de quadribol do time Harpias de Holyhead junto com o salvador do mundo bruxo não seria algo que passaria reto pela mídia.

Os dois fizeram de tudo para encobrir a tristeza que sentiram no casamento, só colocaram uma máscara com um sorriso no rosto e sorriram. As vezes era mais fácil só por um sorriso no rosto e fingir que tudo estava bem.

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Harry estava passeando por Hogsmeade em uma tarde de inverno, procurando algo de novo para fazer quando sentiu alguma coisa se mexendo em um lugar perto dali.

Potter não estava prestando muita atenção ao seu redor, então somente seguiu seu caminho, andando mais apressadamente.

Ele estava com uma aparência cansada, não havia dormido muito esses dias. Ia para a sua cama, que não dividia com Ginny, fechava seus olhos e não conseguia desligar sua mente e simplesmente ir dormir.

Dizem que quando você não consegue dormir, é porque tem alguém pensando em você, mas quem estaria pensando nele por todas as noites tão intensamente até chegar nesse ponto?

Uma pessoa alta, que tinha um tufo de cabelo branco e pele clara, estava no meio da multidão um pouco mais a frente de Harry. Potter não reconheceu a pessoa na primeira vez que olhou, não dava para ver muito bem, porque tinham muitas pessoas juntas em frente as gemialidades Weasley, cuja tinha acabado de ser reformada e estava bem maior do que já era.

Potter não estava acreditando no que estava vendo, aquilo não poderia ser real, era alguém que estava fazendo uma brincadeira de muito mau gosto com ele. Mas parecia tão real, aquilo era diferente de todos os sonhos que ele já teve, ele conseguia ver nitidamente o rosto de Draco. Seus cabelos perfeitamente arrumados, seus olhos azuis acinzentados, seu queixo praticamente igual ao do pai e todos os mínimos detalhes dele, que o moreno passou anos admirando.

Girou a cabeça tentando tirar o rosto do loiro de seus pensamentos e apertou os punhos com suas mãos, como ele fazia quando estava irritado ou ansioso.

Aquilo não poderia estar acontecendo de verdade, devia ser mais um de seus sonhos constantes que ele tinha. Levou a mão até o braço esquerdo e se beliscou de leve para ver se estava sonhando ou se aquilo era verdade.

— Ai! — Exclamou ao sentir o leve incomodo no braço. — Isso dói.

Mesmo aquele teste comum nem sempre dando certo, já que o sono de Harry era muito pesado, resolveu acreditar que aquilo não era um sonho e foi correndo até a multidão em frente as gemialidades Weasley procurar por um tal loiro que a princípio estava morto até então.

Correu como nunca havia corrido antes, como se a sua vida dependesse disso.

Ele estava vivo!

Suas pernas se movimentavam praticamente na velocidade da luz, mas havia algo de errado. O moreno não conseguia sair do lugar. Corria e corria e nada acontecia. Parecia que algo estava o prendendo no mesmo lugar ou estava em uma esteira, uma espécie de máquina que os trouxas usavam para se exercitarem.

Estava tão perto e tão longe ao mesmo tempo.

Malfoy olhou para ele de uma forma estranha, aquele não parecia ser o seu Draco. Aquela pessoa com certeza não era Draco Malfoy, essa pessoa o olhava como se ele fosse uma aberração, parecia estar o julgando, mas Harry não entendia o por quê. Se aquele fosse mesmo o seu Draco, não estaria desse jeito, quase rindo da sua cara.

O Draco que ele conhecia o olhava como se ele fosse especial, como se ele não fosse somente o salvador do mundo bruxo que só tem uma obrigação e pronto. O jeito como soava o seu nome quando ele falava era... diferente, pitoresco. Como se ele fosse alguém que tivesse sentimentos, de uma que demonstrava preocupação.

Potter olhou para ele novamente e parecia que tinha algo em sua face, inviabilizando de ver seu rosto nitidamente. Isso só deixou Harry mais nervoso, entorpecendo-o.

Ele corria e corria, tentando de todas as formas possíveis chegar perto dele, para tentar encostá-lo. Mesmo em seus sonhos ele não conseguia tocá-lo. O moreno sentia muita falta disso. Do toque, do abraço, do sentimento caloroso ao juntar suas peles juntas. Com um toque, o mundo de Harry poderia mudar extraordinariamente para melhor.

De repente, as pessoas começaram a invadir a loja, trombando com Draco, mas ele não se mexia e continuava com os olhos vidrados em Potter, com o mesmo olhar peculiar de antes.

Harry secou as lágrimas que ele nem tinha percebido que haviam escorrido e tentou com todas as suas forças sair do lugar, ele precisava dar um abraço em Malfoy, ver se ele estava realmente vivo ou se era apenas uma ilusão. O moreno estava cansado de acordar todas as noites gritando pelo nome de seu amado.

Na hora em que ele conseguiu dar um passo a frente, sentiu algo pousando em seu ombro e quando virou para trás, houve um clarão e então, tudo ficou preto.

— Harry! — Uma voz masculina exclamou. — Harry, acorde! — O moreno acordou no susto e com a respiração desregulada sem conseguir focar seus olhos em nada.

O quarto estava escuro e o ambiente tinha um clima pesado, como se alguém tivesse acabado de morrer. A cama estava afundada na parte ao lado de Potter. A pessoa estava inclinada na direção do moreno e fazia carinho nos cabelos dele de uma forma tranquilizante.

Potter não conseguia identificar a voz, mas era familiar para ele, era como se conhecesse a voz, entretanto não a ouvia há muito tempo então não conseguia ter certeza de quem era. Ainda estava tentando manter a sua respiração regulada, o que estava sendo um problema para ele.

— Q-quem está f-falando? — Balbuciou tentando levantar-se, mas sentiu algo o pressionar contra a cama.

— Harry, eu preciso que se acalme. — Falou calmamente.

Potter tocou em seu peito, colocando a mão sob a outra que estava lá e percebeu que sua camisa estava molhada de suor. Seu peito subia de cima para baixo e seu coração estava disparado.

— Como você quer que eu me acalme quando tem um estranho em cima da minha cama? — Exclamou preocupado, tentando se estender para apertar o interruptor.

— Você... não sabe quem sou eu? — Perguntou com a voz claramente abalada e triste.

Harry pensou por um instante quem poderia ser; Ron estava viajando com Hermione em uma viagem de trabalho e Ginny estava fora com George. Não havia mais ninguém que poderia estar ali, a não ser que... não, não era possível.

Os olhos do moreno olharam na direção dos olhos da pessoa em cima dele, a única coisa visível naquela escuridão, e no instante em que seus olhos se encontraram, as íris verde esmeraldas e os azuis acinzentados, ele soube.

Potter não pensou duas vezes e sentou-se na cama, passando seus braços ao redor do homem com os olhos acinzentados em um abraço caloroso e necessário. Lágrimas incontroláveis rolavam por suas bochechas e ele tentava agarrar-se ao máximo no corpo do outro, não querendo soltar nunca mais.

O maior passou seus braços compridos por volta do outro e acariciava as costas dele, alternando pelos cabelos, na intensão de acalmá-lo.

— D-draco? — Perguntou com uma voz embargadas, vendo o outro assentir levemente. — Mas... como? Eu vi você morrer! Eu vi seu corpo ser atingido pela maldição da morte e de repente você aparece aqui vivo?!— Exclama confuso e com muita coisa em sua mente para processar.

— Tente se acalmar, irei te explicar tudo. — Falou continuando com o carinho no cabelo do menor. — Tome, beba esse copo de água. — Draco falou estendendo um copo para o menor que aceitou com as mãos trêmulas.

Malfoy tentou tirar Potter do abraço, que em resposta somente o apertou mais forte. Draco desistiu de olhá-lo nos olhos, então começou a falar deixando um beijo singelo em seu cabelo.

— Para começar, quando Voldemort lançou a maldição da morte em mim, você não estava em um ângulo bom para ver tudo nitidamente. — Falou sentindo Harry esconder seu rosto no pescoço de Draco. — Minha mãe, que estava ao meu lado, me empurrou para ser atingida no meu lugar, porém meu pai continuou me segurando fortemente e minha mãe não pôde desvencilhar-me completamente do feitiço. O Lorde das Trevas, de qualquer maneira, havia lançado um avada kedavra duplo, ou seja, iria atingir duas pessoas, todavia não me atingiu em cheio. Pelas minhas pesquisas é por isso que eu estou vivo.— Lágrimas corriam pelas bochechas do loiro, ele continuava apertando Harry, com saudade desse abraço. — Por fim, quando você usou aquele feitiço, mandou todos que tinham a marca negra para um lugar desconhecido por todos. Porém, eu somente acordei cinco anos depois da batalha, e quando ocorreu, vim direto te procurar. — Finalizou.

Harry seria eternamente grato por Narcissa. Ela fez o que ele não conseguiu fazer; salvar o amor de sua vida, a sua alma gêmea.

Um silêncio sepulcral preencheu o quarto, que foi quebrado pelo som de choro dos dois homens. Draco levantou o queixo do moreno, puxando-o para um beijo imediato e demorado. Um beijo em meio de lágrimas e saudades, que terminou com um equilíbrio perfeito.

— Desculpe, foi culpa minha. — Harry falou culpando-se.

— Não foi a sua culpa, você estava com dor porque achava que eu estava morto, em um ponto até eu achava isso, e se descontrolou. Eu sei como a sua magia é poderosa e em alguns momentos, como esse, você não consegue se controlar. — Draco disse com sinceridade, enxugando suas lágrimas.

O loiro pela primeira vez em muito tempo se permitiu sentir aquela dor. Aquela dor de perda, de culpa, de solidão e de culpa. Antes, não conseguia sentir nada, não se permitia. Porém Harry o fazia sentir algo, fazia ele se sentir vivo novamente.

Draco praticamente morreu e renasceu novamente. Por Harry. Ele voltou, lutou, passou por tantos empecilhos, para sentir o seu moreno novamente em seus braços.

Malfoy com certeza faria de tudo, qualquer coisa para ter o seu amor para sempre em seus braços.

Sempre.

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N/A: Não esperavam por isso né?

Os créditos desse capítulo vão para aliceehi2 já que ela que me deu algumas ideias. Agradeçam, porque sem ela, não teria final feliz.

Taquei um monte de gatilho que roubei de músicas porque eu gosto de sofrer e fazer vocês sofrerem junto.

Agora sim acabou e eu espero que tenham gostado.

Até a próxima!

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