TERCEIRO CAPÍTULO
"O Vilarejo Secreto"
Noah e Eliza finalmente alcançaram o pequeno vilarejo, e à medida que se aproximavam, uma serenidade encantadora envolvia o ambiente. Eram poucas casas com telhados de madeira pintados se harmonizando com jardins meticulosamente cuidados, e um silêncio tranquilizador pairava sobre o lugar.
Noah, curioso e intrigado, lançou um olhar maravilhado na direção de Eliza e deixou escapar:
— Eliza, este lugar parece ter sido moldado por fadas e elfos! Não lembro de ter encontrado isso no Google Maps... Há quanto tempo existe este adorável vilarejo? Você nasceu aqui?
Eliza sorriu e respondeu com um toque de mistério:
— Oh, sim, Noah, a história deste lugar é tão fascinante quanto sua aparência. Vou te revelar o segredo por trás deste cantinho encantado. É uma narrativa que atravessa gerações. Minha família sempre chamou este lugar de lar, e essa história está gravada em nossas almas.
Eliza, com um brilho misterioso nos olhos, começou a narrar a enigmática história da cidade. Com voz suave, desvelou os segredos ocultos por trás das paredes de pedra e dos corredores silenciosos. Era uma narrativa envolvente, uma lenda urbana que a cidade mantinha viva.
— Incrível, Eliza. Isso é realmente extraordinário! Como os moradores se sentem sobre essa lenda?
— Eles acreditam nela profundamente, Noah. É parte de quem somos.
Ela explicou que o vilarejo surgira após a construção do cemitério que pertencia a um fazendeiro incrivelmente rico. Esse fazendeiro, movido por uma generosidade estranha e quase sobrenatural, havia erguido para abrigar as famílias dos trabalhadores que dedicaram suas vidas aos áridos campos da fazenda.
— Conte-me mais, Eliza. Estou intrigado. Continue, por favor.
Ela sorriu, olhando-o, e após um pequeno intervalo, continuou a narrativa:
— Com o passar dos anos, o fazendeiro, cujo nome havia sido esquecido pelo tempo, faleceu, e seus descendentes, movidos por razões desconhecidas, decidiram vender a vasta fazenda, abandonando não apenas as terras, mas também o próprio vilarejo. No entanto, os moradores, arraigados em superstições e em uma lealdade inquebrantável à terra, optaram por desafiar o destino, escolhendo permanecer nas sombras da cidade. Viviam da terra, como seus antepassados haviam feito, mantendo viva a tradição das gerações passadas. Uma tradição que guardava segredos tão profundos quanto as raízes da cidade no misterioso cemitério que a engolia silenciosamente.
— Que história fascinante!
— Há algo mágico nesse lugar, Noah. A história é repleta de mistérios e tradições únicas.
Noah ouvia atentamente, sua câmera capturando cada detalhe da paisagem e das expressões de Eliza. Enquanto ela narrava, ele sentia-se cada vez mais imerso na história e na beleza bucólica do lugar.
Foi nesse momento que o xerife da cidade se aproximou intrigado para saber mais sobre o estranho visitante.
— Bem-vindo, forasteiro. Em como podemos ajudar?
— Ele precisa de ajuda, Xerife Larry. — disse Eliza, com a mesma simpatia.
Noah explicou que estava em busca de ajuda para trocar um pneu ou fazer uma ligação para um amigo. O xerife, com uma expressão séria, revelou:
— Bem, meu rapaz, você está no vilarejo e será muito bem acolhido, mas não sei resolver seu problema. Aqui vivemos de maneira simples, sem telefones ou carros modernos. Quem sabe podemos consertar seu pneu, é o máximo que tenho para oferecer.
— Já é uma grande ajuda, senhor! Fico agradecido!
— Mas primeiro você precisa secar suas roupas e depois, terá que esperar o fim do festival das tortas. Em troca, nos ajudar com as barracas. — disse seriamente, dirigindo o olhar para a jovem.
Noah assentiu, aceitando ajudá-los de boa vontade.
Eliza apresentou Noah a seus pais. Seu pai era o coveiro do cemitério, com mãos calejadas pelo trabalho, e sua mãe era conhecida por fazer as melhores tortas de abóbora das redondezas. Eles acolheram Noah calorosamente, oferecendo ajuda.
— Bem-vindo, Noah. Sou Jonas, o coveiro do cemitério, e esta é Melinda, a melhor cozinheira de tortas de abóbora do mundo! — virou-se para Eliza — Minha filha, procure Breno e Nataniel e peça roupas secas para Noah, por gentileza.
Prontamente a moça pediu licença e se afastou, atrás dos rapazes. Não demorou muito, ela retornou com roupas limpas, alcançando para Noah, que agradeceu, desajeitado com tanta hospitalidade.
Os dois jovens do vilarejo se comprometeram a ajudar Noah, desde que ele também contribuísse com a montagem das barracas para o festival de tortas. Noah concordou e, enquanto trabalhavam juntos, seu encanto por Eliza crescia a cada momento.
Após trabalhar com os moradores, organizando as mesas, e provar algumas das deliciosas tortas, percebeu a presença da jovem de olhos verdes.
— Sua roupa já está limpa e passada, caso deseje se trocar. — sorriu.
— Agradeço muito por tudo. Já me sinto familiarizado com a hospitalidade deste lugar, Eliza. Esta festa está incrível! E essas tortas são realmente as melhores que já provei!
— Fico feliz que tenha gostado. É um prazer compartilhar tudo isso com você, Noah. Obrigada por ajudar com as mesas do festival.
— Era o mínimo que eu poderia fazer. Esta noite está mágica. Não tenho palavras para expressar o que estou sentindo.
— Às vezes, as palavras não são necessárias. Apenas sinta. — disse, encolhendo os ombros, sorrindo.
A noite chegou e em seguida que vestiu suas roupas, Noah decidiu que voltaria no dia seguinte para resolver o problema do pneu. Enquanto participava do festival, dançava e conversava com os moradores, quando de repente, encontrou-se beijando Eliza e deixando seus sentimentos fluírem em palavras de amor e carinho.
Noah, com a sinceridade transbordando em seus olhos, confessou com paixão:
— Eliza, desde o momento em que coloquei os pés aqui, meu coração não parou de bater por você. A intensidade dos meus sentimentos é avassaladora. É tão estranho, pois nos conhecemos há tão pouco tempo, mas...
Eliza, com um olhar repleto de emoção, o interrompeu com ternura:
— Noah, cada momento que passei ao seu lado fez meu coração acelerar também. Não podemos mais negar o que está acontecendo entre nós. Parece que nos reencontramos após uma eternidade.
Com um suspiro pesado, Noah continuou:
— Infelizmente, terei de voltar para Connecticut, mas eu prometo, Eliza, que vou voltar para te ver, para sentir esse amor que compartilhamos.
Ela respondeu apenas com um sorriso cheio de promessas, aproximando-se lentamente e oferecendo seus lábios doces ao rapaz, selando o início de uma história de amor apaixonante e inesquecível.
O que Noah não percebeu, era um brilho de tristeza nos belos olhos verdes da moça.
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( 1065 palavras)
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