QUINTO CAPÍTULO
"A Jornada de Noah e o Enigma do Cemitério"
No final daquela estrada sinuosa, envolta em uma densa névoa crepuscular que parecia sussurrar segredos antigos, Tommy e Noah chegaram ao vilarejo que tanto intrigava Noah. As sombras dançavam como fantasmas entre as árvores, e a lua pálida espiava timidamente por entre as nuvens. Tommy, cético, acreditava que tudo não passava de uma invenção da mente solitária de seu amigo. No entanto, Noah estava determinado a provar o contrário. Ele sentia no ar uma estranheza palpável, como um eco distante de um mistério não resolvido, que ecoava desde aquele enigmático sábado.
Noah continuou a examinar a foto vazia, sua mente mergulhando nas profundezas do mistério que os envolvia. Ele sussurrou:
— Não faz sentido, Tommy. Olhe para esta foto. Havia alguém aqui, mas agora... parece vazio, como se fossem fantasmas.
Tommy franziu a testa e olhou mais de perto a foto. Seus olhos se estreitaram enquanto tentava entender o que estava vendo.
— Isso é estranho, Noah. Isso não faz sentido. Fotos não simplesmente desaparecem. É impossível! — disse ele, a incredulidade em sua voz crescendo com cada palavra. — Você tem certeza de que não houve algum erro?
Noah passou a mão pelos cabelos, sentindo a frustração e a confusão se acumularem.
— Eu juro, Tommy, eu vi alguém naquela foto quando cheguei aqui. Havia rostos, vidas capturadas nesse momento. Como pode simplesmente desaparecer? É como se a própria realidade estivesse brincando conosco. — A angústia em sua voz era palpável, refletindo o mistério que o cercava.
A convenção de fotógrafos havia terminado, e os dois resolveram ir até lá, levando consigo um pneu novo. Noah estacionou próximo ao seu carro, e uma troca de pneu brincalhona começou. Tommy zombou de seu amigo, mas sua atenção estava dividida, tentando encontrar a placa que outrora ali existira e que agora desaparecera misteriosamente. Ele seguia Noah, curioso para descobrir o que estava por vir.
Enquanto caminhavam em direção ao cemitério, Noah avistou os portões entreabertos, rangendo levemente como se os convidassem a entrar. Apressou o passo, o coração batendo mais rápido com uma mistura de medo e curiosidade. Tommy, seguindo-o, protestava contra a invasão de propriedade particular, mas sua própria curiosidade prevalecia, empurrando-o adiante.
Noah e Tommy exploraram o cemitério, suas lanternas lançando fachos de luz que dançavam entre as lápides antigas, criando sombras inquietantes que pareciam se mover por vontade própria. O silêncio da noite era opressivo, quebrado apenas pelo som dos grilos e do vento suave que sussurrava através das árvores, como se contasse segredos esquecidos.
Cada passo reverberava no solo coberto de folhas secas, amplificando a tensão no ar. Noah não conseguia tirar os olhos de uma lápide com uma foto desbotada, a imagem quase irreconhecível, mas estranhamente familiar. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha, como se fosse observado por olhos invisíveis, os segredos do cemitério envolvendo-o como uma névoa.
Noah percebeu algo inquietante quando chegaram lá: a ponte de madeira que outrora ligava a cidade ao cemitério não existia mais. No lugar, havia apenas destroços de madeira, tornando o caminho intransitável. Ele se viu perplexo, sem entender a metamorfose do local.
No meio das lápides antigas, uma cruz pendia perigosamente, e uma foto desbotada de uma jovem sorridente quase desaparecia. Noah se aproximou da lápide, sentindo uma conexão inexplicável com a imagem da jovem, sem conseguir ver com clareza de quem se tratava. Uma sensação de estranheza o envolveu, como se estivesse vivenciando uma parte do passado desconhecido. Mesmo assim, resolveu não dar mais atenção e se afastou.
Noah balançou a cabeça, perplexo.
— Talvez, Tommy, o que estamos vendo seja uma ilusão, uma projeção do passado. Talvez esta cidade esteja presa em algum tipo de loop temporal. — murmurou Noah, a voz carregada de um mistério palpável, enquanto observava as sombras dançando ao redor das lápides.
Tommy se arrepiou com a ideia e olhou ao redor, o desconforto crescendo como uma sombra em seu coração.
— Um loop temporal? Você está brincando, certo? Isso é impossível! — Sua voz tremia ligeiramente, refletindo a incredulidade e o medo que o consumiam.
Noah não tinha certeza do que estava acontecendo, mas sua determinação era uma chama inabalável em meio à escuridão. Ele olhou para Tommy com uma seriedade que fez o ar parecer mais pesado:
— Não estou brincando, Tommy. Algo sobrenatural está acontecendo aqui, algo que desafia toda lógica. Estamos no centro disso, como se o próprio tempo estivesse nos puxando para um enigma sombrio. Precisamos investigar mais a fundo, descobrir o que está preso nesta cidade esquecida pelo tempo.
Tommy engoliu em seco, o pavor em seus olhos refletindo a luta interna entre a razão e o inexplicável:
— E se não encontrarmos respostas? E se isso nos consumir também? — perguntou, a voz quase um sussurro, como se temesse atrair as forças invisíveis que os rodeavam.
Noah colocou uma mão no ombro de Tommy, tentando transmitir uma coragem que ele próprio mal sentia:
— Precisamos tentar, Tommy. Se não fizermos isso, nunca saberemos a verdade. E essa cidade... — Noah olhou ao redor, sentindo o peso dos segredos enterrados nas sombras. — ...ela não vai nos deixar ir até que descubramos.
Tommy engoliu em seco e finalmente disse:
— Tudo bem, Noah. Mas prometo que, se as coisas ficarem ainda mais estranhas, vamos embora imediatamente. Não quero ficar preso em um loop temporal!
Percebendo a mudança no comportamento de Noah, Tommy tentou convencê-lo a deixar o cemitério e considerar que tudo aquilo poderia ser apenas um sonho. Mas Noah sabia que era muito mais do que isso. Ele guardava em si a convicção de que precisava retornar e desvendar o mistério que o assombrava.
Tommy, em um último esforço para rir do amigo, disse:
— Isso tudo pode ter sido apenas um sonho, Noah. Vamos para casa, amigo.
Noah continuou a examinar a lápide, seus olhos fixos onde a imagem outrora existia. Ele murmurou para si, a voz carregada de um arrepio sombrio:
— Isso só pode significar uma coisa... Fantasmas. Talvez essa jovem seja um espírito preso aqui, tentando nos contar algo. — Suas palavras pairavam no ar como uma névoa, carregadas de mistério.
Tommy recuou um passo, seus olhos varrendo o cemitério com um nervosismo crescente.
— Você não está falando sério, certo? Fantasmas? Isso é loucura! — disse ele, a voz tremendo com uma mistura de descrença e medo. — Estamos nos deixando levar por essas histórias assustadoras?
Noah, no entanto, não estava disposto a recuar. A determinação queimava em seu olhar, uma chama que recusava se apagar.
— Eu sei que parece insano, Tommy, mas olhe ao nosso redor. Este lugar é estranho, como se o próprio ar estivesse carregado de segredos antigos. Algo sobrenatural está acontecendo aqui, algo que desafia a lógica. Preciso entender isso. — Sua voz era firme, mas havia um subtexto de inquietação que era impossível ignorar.
Tommy suspirou profundamente, sentindo a tensão no ar apertar seu peito como uma mão invisível. Ele finalmente cedeu, embora com relutância.
— Tudo bem, Noah. Vamos continuar investigando. Mas prometo que, se isso ficar ainda mais bizarro, sairemos correndo daqui! — Seus olhos estavam arregalados, como se já esperasse o pior.
Noah concordou, um brilho de gratidão em seus olhos.
— Eu prometo, Tommy. Vamos desvendar esse mistério, não importa o quão assustador possa ser. — Ele apertou o ombro de Tommy, como um pacto silencioso entre eles, uma promessa de enfrentar o desconhecido juntos.
Noah sabia que era algo muito mais profundo do que um simples sonho. Relutantemente, voltou para a estrada principal, os passos pesados como se carregassem o peso de segredos não revelados. Cada folha que caía parecia sussurrar um aviso, uma mensagem silenciosa de retorno ecoando em sua mente. O cemitério ficava para trás, mas seu mistério o seguia como uma sombra persistente.
Ele estava determinado a desvendar o que realmente aconteceu naquele lugar enigmático, onde a fronteira entre o real e o sobrenatural parecia ter se dissolvido como névoa ao amanhecer. Na escuridão da noite, Noah sentia-se como um náufrago em um mar de mistérios, navegando por águas desconhecidas em busca de respostas, enquanto a lua pálida observava, cúmplice silenciosa de segredos ancestrais. E no fundo de sua alma, uma chama inextinguível queimava, alimentada pelo desejo de reencontrar Eliza, custe o que custasse.
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( 1364 palavras)
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